Entretanto, ao que tudo indica, confirma-se que os ucranianos realmente afundaram mais um dos LST russos. Até agora eu ainda colocava em questão o afundamento do Kurnikov, mas parece confirmar-se.
Em termos de frente de combate, não muda grande coisa, porque as guerras combatem-se em terra e o mar neste conflito é secundário.
Não deixa de ser engraçado que os dois navios da classe Ropucha que vimos a fugir do porto de Berdiansk no inicio da guerra, estejam agora a servir de recife para os peixes do mar negro.
Do ponto de vista estratégico, a vantagem para os ucranianos terá a ver com o restabelecimento do fornecimento de cereais através dos portos ucranianos.
Os russos não conseguiram impedir o transporte e o ritmo a que as exportações ucranianas de cereais está a decorrer permitem à Ucrânia exportar toda a sua safra de cereais de 2023, estimada em 50 milhões de toneladas.
Os russos ainda podem provocar problemas, mas considerando o que os ucranianos estão a fazer, afundando navios a centenas de quilometros da costa controlada pela Ucrânia, o risco para os russos, é muito grande.
Isto naturalmente afunda a ideia de que os russos têm que possuir a Crimeia para terem capacidade para controlar o mar negro.
Mesmo controlando a Crimeia, e com uma Ucrania sem um único navio de guerra, a Russia perdeu completamente o controlo do mar negro e os seus navios estão refugiados em portos na Abkhazia.