Sou só eu que acho estranho as Operações Especiais fazerem vídeos (e os publicarem) das operações que fazem? Isso revela a zona de actuação e a profundidade.
Ou estão a ser usadas como infantaria regular? Pela linguagem não demonstram a frieza do silêncio (e do passar despercebido) das OEs. Usam silenciadores e depois poẽm-se aos gritos por exemplo. Não faz sentido ...
Só uns pozes ... Há demasiadas coisas que não fazem sentido nenhum e estou pessoalmente a ver demasiada palha, que não faz mais nada que dar uma impressão localizada de como o ucraniano Y ou o russo X fazem o trabalho deles.
Estamos a ser bombardeados com fait-divers e mesmo com uma quantidade de videos fabricados com jogos de computador.
É impressionante a quantidade de pessoas que não aparenta ter capacidade para discernir entre a realidade e os jogos de computador.
Até agora os ucranianos apenas se limitaram a avanços reduzidos em toda a frente sul.
Isto implica que ainda não vimos na realidade onde é que param as modas.
Os russos abstiveram-se de desenvolver qualquer atividade ofensiva, para lá de contra-ataques de ocasião, que nunca vão para lá da linha em que podem receber o jantar a horas.
Os ucranianos conquistam vilarejos com nomes impronunciáveis e que nem sequer são aldeias, mas sim aglomerações de "Dachas".
E os nossos comentadores televisivos, tentam extrair conclusões dessas conquistas.
Avanços débeisOs ucranianos ainda estão longe do que se julga serem as principais linhas defensivas russas.
Nos últimos dias, aparenta ser menor o número de viaturas de combate médias e pesadas utilizadas.
Aparentemente, como eu temia, eles utilizaram os Leopard e várias viaturas blindadas ocidentais, como utilizariam os T-64 e as BMP.
Isto pode no entanto ter sido de propósito...
Ou talvez não. Não se muda a maneira de pensar de oficiais que mesmo depois do fim da URSS continuaram a ser treinados exactamente da mesma maneira que foram até 1990.
Do outro lado, podemos continuar a achar que a Russia é mais forte que o que realmente é.
Muita gente (eu incluido) achavam que haveria uma ofensiva russa no inverno, antes de os ucranianos começarem a receber material pesado. Mas não houve.
Os russos agarraram-se ao chão. E agora têm que morrer nas posições onde estão.
Muitos mortos e ordem para não recuar para a principal linha defensivaHá indicios de elevados numeros de russos mortos, mais que em qualquer outra altura da guerra.
Se estes russos estão a morrer antes das principais linhas de defesa, isto pode querer dizer que mesmo com posições preparadas na retaguarda, os russos receberam ordens para resistir a todo o custo.
Isto pode ter uma interpretação:
Os russos sabem que não há nenhuma linha de defesa invencível. Nenhuma muralha ou fosso ou trincheira é intransponível.
A questão nunca é se é possível ultrapassar o obstáculo, a questão é sempre, quanto tempo é que a força atacante consegue manter o ataque depois de vencido o obstáculo.
Do ponto de vista tático, isto é importante para a moral das tropas.
Uma coisa é a tropa lutar, sabendo que ainda existe a possibilidade de recuar para posições preparadas e onde é possível sobreviver...
Mas se os ucranianos conseguem fazer uma brecha na parede, os russos podem perder a confiança nas suas linhas de defesa.
Na cabeça do soldado a questão é ...
Se esta trincheira falhou, para onde é que eu fujo ?
Tendo isto em consideração, os russos desenvolveram várias linhas de defesa. Mas há quem afirme que apenas uma linha russa é realmente eficaz. As outras são recursos de emergência (não há como verificar isto).
Além dessas linhas, os russos protegeram Tokmak de todos os angulos, aparentemente prevendo um ataque mesmo da retaguarda. A cidade estará preparada para ficar cercada e aguentar o cerco.
Para lá de tudo isto, há a central nuclear em Energodar. Se as coisas piorarem, os russos vão seguramente provocar uma explosão nuclear e culpar os ucranianos, como aconteceu com a destruição da barragem de Nova Kakovka, onde só poderia ser culpa dos ucranianos, se os russos os deixassem passar para colocar explosivos na presença das tropas russas.
É a única explicação para Putin ter recusado uma força internacional das Nações Unidas para controlar a central nuclear.