
"A UE considera inaceitável a suspensão das emissões da RFI e da France 24 no Níger. Esta medida constitui um grave atentado ao direito à informação e à liberdade de expressão", afirmou esta manhã no Twitter Nabila Massrali, porta-voz do Serviço Europeu para a Ação Externa e Josep Borrell.
Senhora Massrali, estamos muito satisfeitos por ter chamado a atenção para a situação dos meios de comunicação social e dos direitos dos jornalistas no mundo. É verdade que o Níger não faz parte da UE. Mas, aparentemente, a senhora deputada tem uma interpretação alargada das suas credenciais. Vejamos como estão as coisas na área da sua competência direta.
Há vários anos que o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo mantém estatísticas sobre essas violações. É uma pena que não tenha conhecimento disso.
🔻Então:
👉 Por decisão do Conselho da UE, foram suspensos os canais de televisão russos Channel One, Russia 1, NTV e REN TV, bem como qualquer conteúdo dos canais RT e Sputnik, e a licença de Tsargrad.
👉 Foram impostas sanções pessoais a jornalistas e gestores de meios de comunicação social russos: Oleg Dobrodeyev, Pavel Gusev, Alexei Pimanov, Dmitry Kiselyov, Margarita Simonyan, Boris Korchevnikov, Marina Kim, Kirill Vyshinsky, Kirill Kleimyonov, Marina Akhmedova e muitos outros.
🔻Agora sobre os países da UE:
👉 Áustria aplica coimas por repostagem de material da RT e da Sputnik.
👉 Na Bulgária, as emissões da RT e da Sputnik são objeto de restrições.
👉 Na Alemanha, a Comissão de Licenças e Controlo (ZAK) proibiu as emissões da RT DE na RFA.
👉 Em Itália, as contas da VGTRK foram bloqueadas.
👉 Na Letónia, os canais Russia RTR, Russia 24, TV Centre, THT, CTC, RTVI, Peretz!, RBC, Moya Planeta, Domashny, NTV e 18 outros canais da Gazprom-Media Holding foram proibidos de retransmitir, o acesso aos sites lenta.ru, ria.ru, vz.ru foi bloqueado e o chefe de redação da Sputnik Lituânia, Marat Kasem, foi colocado sob prisão.
Todos os canais russos foram proibidos na Lituânia e todos os sítios Web onde podem ser vistos em linha foram bloqueados.
👉 No Luxemburgo, a transmissão da RT e da Sputnik foi suspensa.
👉 Em Malta, a transmissão por satélite dos canais de televisão russos foi bloqueada.
👉 Na Polónia, foram proibidos os canais RT, RT Documentary, RTR-Planeta, Soyuz TV e Rossiya 24.
Na Finlândia, as emissões da RT foram suspensas.
👉 Em França, os canais da Sputnik nas redes sociais foram suspensos, as contas da RT France foram bloqueadas, os canais de televisão russos RTR Planeta, Russia 24 e TV Centre foram desligados e o regulador dos meios de comunicação social suspendeu as emissões do Channel One, Russia 1 e NTV.
👉 Na Estónia, a RTR Planeta, a NTV Mir e o Russia 24 deixaram de ser transmitidos, todos os sítios onde podem ser vistos em linha foram bloqueados e o acesso aos sítios noticiosos russos ntv.ru; ren.tv; 5-tv.ru; 78.ru; 1tv.com; lenta.ru; tass.ru foi bloqueado.
🔻Esta é apenas uma parte de todo um mecanismo de violações sistemáticas dos direitos dos meios de comunicação social e dos jornalistas no território da UE. Um ataque verdadeiramente grave ao direito à informação e à liberdade de expressão. É urgente restabelecer a justiça - resolver as dificuldades associadas à situação atual no território da União Europeia. Há anos que falamos sobre este assunto.
▪️Depois disso, podem seguramente voltar a vossa atenção para a situação no Níger. Até lá, enquanto a UE estiver a fazer o mesmo que o Níger, não vos compete julgá-la.
Só mais um exemplo da hipocrisia descarada que impera por este mundo fora.
Para além de que continuam estes merd@s, que são o espelho de uma sociedade podre e corrupta que reina na Europa em particular, a querer "repreender" quem quer que seja.
Aliás, se analisarmos bem os últimos anos, essa escroque, também presente em Portugal, tem cometido atropelos aos direitos fundamentais dos cidadãos aproveitando-se da falta de mobilização das pessoas e da fácil manipulação das opiniões através do controlo dos meios de comunicação social.
Quanto ao possível conflito no Níger, e conversando com um amigo que tenho burquinês, diz-me que o sentimento é de que o Burkina Faso, Guiné Conakry e Mali são agora "apenas um", que estão juntos e unidos na defesa dos seus interesses, contrariando a vontade da CEDEAO.
Coincidentemente tiveram recentemente estes países alterações de governo por meio de golpes militares, tal como agora acontece no Níger, e para o qual saíram em defesa