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Forças Armadas e Sistemas de Armas => Exército Português => Tópico iniciado por: Cabeça de Martelo em Agosto 16, 2012, 06:01:16 pm

Título: Artigos oficiais sobre o futuro do Exército
Enviado por: Cabeça de Martelo em Agosto 16, 2012, 06:01:16 pm
Jornadas de Infantaria 2012 - Grupo de Trabalho 3

O tiro de combate individual e coletivo das UEC, UEP e UES para os sistemas de armas individuais e coletivos face a um contexto operacional de emprego com ameaças e cenários diversificados.

The individual and collective combat shooting at a company, platoon and squad level, while employing individual and collective weapons
systems in a complex and diversified scenario and threats


“… o tiro como fator fundamental para o sucesso de qualquer unidade de combate.”
(FARENFIELD, Lieutenant Colonel Martin (2009). “The tactical Employment at Squad and Platoon Level and the Infantry Tactics in MOUT/FIBUA”. Azimute, nº 187, p. 54.)

Decorreram entre o dia 25 de junho a 27 de junho na Escola Prática de Infantaria, as Jornadas de Infantaria 2012, subordinadas ao tema “Novos paradigmas organizacionais, formativos e de liderança nas Unidades de Infantaria de Escalão Batalhão, Companhia e Pelotão”. Neste âmbito, foi abordado pelo Grupo de Trabalho Nº 3 “O tiro de combate individual e coletivo das UEC, UEP e UES para os sistemas de armas individuais e coletivos face a um contexto operacional de emprego com ameaças e cenários diversificados”.

Nota introdutória

Durante o decorrer dos trabalhos em sala, foram debatidos os conceitos e definições de tiro de combate, a situação atual do tiro na componente formativa e operacional, as infraestruturas de tiro existentes no Exército e possíveis simuladores de tiro. Relativamente aos conceitos de tiro de scritas em manuais homologados, verificámos que existem diferenças nas nomenclaturas adoptadas por unidades da componente operacional. Por exemplo, o tiro realizado em condições próximas do real é designado nas publicações doutrinárias do Exército como um tipo de tiro designado por “tiro de combate”, no entanto, há idades que assumem o tiro de combate como o único tipo de tiro que o militar executa. Relativamente à componente formativa e operacional, notámos que a prática do tiro de combate é diferente nestas duas vertentes. Na formação, a prática do tiro é vocacionada para a aquisição das técnicas, enquanto, no treino operacional é orientada para o treino das tarefas a desempenhar pelas pequenas unidades de Infantaria. No que respeita às infraestruturas de tiro e tendo em conta que os combates se desenrolam cada vez mais em áreas urbanas, constatámos que as carreiras de tiro existentes não são adequadas para executar
tiro real em áreas edificadas. Nesta óptica, e considerando que a ameaça se mistura facilmente com a população, onde é difícil a sua identificação, é importante que os alvos se adeqúem a essa ameaça. Relativamente aos simuladores, verificámos que existem vários tipos que podem ser uma mais-valia para apoiar o tiro real, nomeadamente no que respeita à aquisição da técnica de tiro.

Principais lacunas identificadas

Após o debate, segundo a ordem de ideias acima apresentada, identificamos as seguintes lacunas relativas ao tiro em geral e em particular ao tiro de combate:
1. Componente formativa
a) Os conceitos doutrinários estão dispersos e são confusos e redundantes.
b) As técnicas utilizadas na execução do tiro não são adequadas à finalidade das operações.
2. Componente operacional
a) Os objetivos de treino não estão sincronizados com os programas de tiro e além disso, as restrições relacionadas com o consumo de munições, não permitem a plena realização de todas as tarefas.
b) O atraso no desenvolvimento de TTP para executar tiro consoante as tarefas a serem realizadas em ambiente complexo, como é o caso do Combate em
Áreas Edificadas, leva os comandantes de Companhia, através da experiência e ousadia, a improvisarem TTP para o tiro real.

3. Infraestruturas
a) As carreiras de tiro não permitem executar tiro consoante todas as tarefas a executar por um Pelotão de Atiradores.
b) Não existem infraestruturas que permitam a execução de tiro real em ambiente urbano.
c) As carreiras de tiro não são adequadas para executar tarefas que envolvam viaturas.

4. Outros recursos
a) Não existem munições que permitam simular o tiro.
b) As necessidades de munições não estão adaptadas às sessões de tiro.
c) Não existem alvos tridimensionais para dar realismo ao treino.
d) Não existem alvos reativos.

Conclusões
Em primeiro lugar julgamos que é necessário reformular o programa de tiro para definir quais os objectivos a atingir na formação e no treino operacional.
Julgamos que a formação dos Oficiais, Sargentos e Praças deve ter como objectivo capacitar todos os formandos para utilização das técnicas de tiro individual,
que permitam ao militar desempenhar a função fundamental da Infantaria – o Atirador. Contudo, na formação, também é essencial iniciar o treino de tiro real nos baixos escalões para predispor os instruendos, nomeadamente os graduados, para o tipo de treinos que terão de desenvolver na componente operacional, onde o treino do tiro deve ser vocacionado para execução das tarefas das pequenas unidades de Infantaria, até escalão Pelotão. Contudo, nas primeiras fases do treino, importante praticarv o tiro individual, com vista a relembrar e a melhor o desempenho individual. Julgamos que uma forma simples de reorientar
tudo o que diz respeito ao tiro, é criar um órgão no exército que regule toda a atividade relativa a esta matéria. Este órgão teria como linha base de planeamento as necessidades da componente operacional e coordenar com as entidades de formação as medidas a implementar para satisfazer as necessidades operacionais.

Além disto, este órgão emanaria doutrina base comum a todo o exército, principalmente na definição de conceitos, e também geriria tudo o que respeita a infraestruturas, simuladores e distribuição e aquisições de munições consoante o planeamento da atividade operacional. Por fim, descrevemos alguns exemplos de trabalhos e procedimentos a desenvolver para minimizar as lacunas existentes no âmbito do tiro.

1. Componente formativa
a) Desenvolver um manual de tiro com conceitos actualizados de acordo com a doutrina NATO e/ou de outros países da aliança.
b) Desenvolver técnicas de execução de tiro de acordo com as situações reais do combate atual.
c) Executar o treino de tiro real depois de exercícios táticos para maximizar a recriação das condições reais de cansaço físico, psicológico e em simultâneo simular um ambiente táctico relacionado com o treino praticado.
d) Técnicas de formação necessitam ser revistas, com o intuito de dar mais realismo às sessões de tiro e despertar o máximo de motivação para a execução
do tiro.

2. Componente operacional

a) Os planos de treino de tiro devem ser adaptados consoante a especificidade de cada unidade.
b) Coordenar e integrar os seguintes planos:
• Plano Anual de Treino (CFT)
• Plano de Tiro (CID)
• Restrições aos consumos (CLOG)
3. Infraestruturas
a) Desenvolver uma infraestruturas que permita executar exercícios com fogo real:
• Até escalão Pelotão
• Nos diferentes tipos de operações e respectivas tarefas associadas
• Em ambiente urbano
• Em 360º com recurso a simuladores ou munições próprias para executar tiro a curtas distâncias.

Fonte :arrow: http://www.exercito.pt/sites/EPI/Public ... 3AGO12.pdf (http://www.exercito.pt/sites/EPI/Publicacoes/Documents/Azimute/Az193AGO12.pdf)
Título: Re: Artigos oficiais sobre o futuro do Exército
Enviado por: saojorgexercito em Agosto 17, 2012, 01:07:18 pm
Citação de: "Cabeça de Martelo"
Jornadas de Infantaria 2012 - Grupo de Trabalho 3


Mais um "texto" bem intencionado que conclui aquilo que já se sabe há pelo menos duas décadas no exército.
Título: Re: Artigos oficiais sobre o futuro do Exército
Enviado por: Cabeça de Martelo em Agosto 17, 2012, 02:51:46 pm
saojorgexercito, apesar de tudo, nota-se uma evolução continua do Exército. Passaram de ter que enviar os batalhões de Infantaria que iam para a Bósnia treinar em São Jacinto para aprenderem com a única Tropa em Portugal que treinava de uma forma rotineira estas coisas, para termos um Centro com edificios feitos de raiz a pensar neste tipo de coisas. Neste momento o treino destas coisas é normal e banal, MAS há que continuar e sanar dentro do possível todos os pontos assinalados neste documento. Adquirirem Simunition era uma boa forma de melhorarem e muito o realismo da formação e posterior treino dos militares.
Título: Re: Artigos oficiais sobre o futuro do Exército
Enviado por: saojorgexercito em Agosto 18, 2012, 04:49:39 pm
Citação de: "Cabeça de Martelo"
saojorgexercito, apesar de tudo, nota-se uma evolução continua do Exército. Passaram de ter que enviar os batalhões de Infantaria que iam para a Bósnia treinar em São Jacinto para aprenderem com a única Tropa em Portugal que treinava de uma forma rotineira estas coisas, para termos um Centro com edificios feitos de raiz a pensar neste tipo de coisas. Neste momento o treino destas coisas é normal e banal, MAS há que continuar e sanar dentro do possível todos os pontos assinalados neste documento. Adquirirem Simunition era uma boa forma de melhorarem e muito o realismo da formação e posterior treino dos militares.

O meu comentário foi relativamente ao conteudo do texto produzido pelo Grupo de Trabalho nº 3 durante as jornadas de Infantaria de 2012. Não estava a falar das óbvias necessidades de treino que foram levantadas com o inicio da projecção de unidades escalão batalhão para a Bósnia na década de 90.
De uma forma genérica o texto está correcto, mas não apresenta nada de extraordinariamente “revolucionário”. Estes diagnósticos, bem como parte das propostas apresentadas,  já estão feitos faz alguns anos.
Obviamente que o interesse do texto mantém-se porque contém pormenores reveladores da merda em que boia o exército faz mais de 2 décadas. Para tal basta ler:
Citação de: "Cabeça de Martelo"
Principais lacunas identificadas

Após o debate, segundo a ordem de ideias acima apresentada, identificamos as seguintes lacunas relativas ao tiro em geral e em particular ao tiro de combate:
1. Componente formativa
a) Os conceitos doutrinários estão dispersos e são confusos e redundantes.
b) As técnicas utilizadas na execução do tiro não são adequadas à finalidade das operações.
2. Componente operacional
a) Os objetivos de treino não estão sincronizados com os programas de tiro e além disso, as restrições relacionadas com o consumo de munições, não permitem a plena realização de todas as tarefas.
b) O atraso no desenvolvimento de TTP para executar tiro consoante as tarefas a serem realizadas em ambiente complexo, como é o caso do Combate em
Áreas Edificadas, leva os comandantes de Companhia, através da experiência e ousadia, a improvisarem TTP para o tiro real.

3. Infraestruturas
a) As carreiras de tiro não permitem executar tiro consoante todas as tarefas a executar por um Pelotão de Atiradores.
b) Não existem infraestruturas que permitam a execução de tiro real em ambiente urbano.
c) As carreiras de tiro não são adequadas para executar tarefas que envolvam viaturas.

4. Outros recursos
a) Não existem munições que permitam simular o tiro.
b) As necessidades de munições não estão adaptadas às sessões de tiro.
c) Não existem alvos tridimensionais para dar realismo ao treino.
d) Não existem alvos reativos.
Quanto à parte das conclusões: não comento porque a cada-cabeça-sua-sentença. No entanto, estas conclusões, como outras de outros estudos e grupos de trabalho, são inconsequentes. Oxalá esteja enganado!
Título: Re: Artigos oficiais sobre o futuro do Exército
Enviado por: Cabeça de Martelo em Setembro 27, 2012, 04:56:22 pm
A abordagem do Exército Alemão ao treino dos seus atiradores:

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Individual Marksmanship Training

All the firepower will only be useful on operations if the “weapon operators” (meaning the infantrymen) are capable of delivering accurate fires in time. The training with respect to Live Firing starts at the individual. Following the example of other armies and building on mission experience the German infantry school has developed a New Marksmanship Training.(Picture 3)
The modules in All-Arms Basic Training, in the Marksmanship Fundamentals and in the Close-Quarter Shooting Part I are mandatory for all soldiers and establish the basic shooting skills required of all soldiers of all Armed Services. This level includes the full spectrum from quick-response shooting at close quarters, Part I, through deliberate shooting within the effective ranges of the G36 Rifle and the P8 Pistol. In Operational, or Special-to-Arms, Training, this is followed by Live firing with other weapons (for example, submachine gun, designated marksman rifle, etc.) and, as required, also by all-arms air defence shoots. Close-Quarter Shooting Parts II and III train the ability to shoot while turning and the transition between different weapons. After that comes individual
battle shooting, which focuses more on deliberate shooting. The Specialto-Role Marksmanship phase caters for any specialisations required due to arm, equipment or mission. The Sustainment Training module rounds off the marksmanship programme.

Live Fire Exercises

The individual marksmanship training is followed and accompanied by collective live firing, which takes place in a tactical setting and should be as realistic as possible. If the unit is not conducting mission specific training, the scenarios of the live firing should cover a broad spectrum of possible threats and opponents. Target presentation is to include non-legitimate targets to make sure the training audience can discriminate objects in accordance with ROE.
The capabilities are being built up step by step from the fire team to the company level. The topics of the training events are defined by the commanders but must involve offensive operations and operations in urban terrain. The live fire training must be blended with operational training using blank ammunition and/or simulation systems.
At the section and platoon levels, training responsibility lies with the unit commander (in most cases the company commander). The battalion commander assumes responsibility for the training at the company level. He is to ensure the unit‘s required level of proficiency and is responsible for basic and advanced leadership training of the relevant personnel. In this context, the battalion/regimental commanders are supported by the central training establishments such as the Infantry Manoeuvre Training Centre, the Armoured Gunnery and Manoeuvre Training Centre, the SIRA battalion-level battlefield simulation system and the Army Manoeuvre Training Centre. The overarching aim is to establish, maintain and improve the situation- and missionspecific readiness of the sub-units, units and formations. Provided that the formation is not earmarked for deployment, the training programme will extend over 24 months.(Picture 4)

Final remarks

The developments of the last 20 years have shown that training has to be adapted to mission needs permanently. This goes also for live firing. New weapons and vehicles produce additional challenges. While German training areas boost a lot of very good ranges for various scenarios there are still things to improve. Quickly changing opponent behaviour, a potential 360 degree threat and the need to train in urban structures will require further investments in training infrastructure. The key word for the future is flexibility.

Fonte: Azimute
Título: Re: Artigos oficiais sobre o futuro do Exército
Enviado por: Lightning em Fevereiro 09, 2013, 12:39:09 am
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Documento oficial propõe
Salário mínimo para militares na reserva


O Governo quer pagar aos militares na reserva apenas o salário mínimo nacional (485 euros por mês), segundo um documento de trabalho sobre a reforma da Defesa entregue na semana passada aos chefes militares, e a que o CM teve acesso.

As diretivas do ministro da Defesa, Aguiar-Branco, não agradaram aos generais, que consideraram a maioria das medidas inaceitáveis.

No documento, propõe-se a redução efetiva de 30% do dispositivo territorial, o efetivo global reduzido para cerca de 30 mil militares, incluindo os da reserva (em 2013, prevê-se que estes sejam 3744), um corte no quadro de pessoal civil de 30%, bem assim como um corte de 30% no parque de viaturas ligeiras. Na proposta, o ministro diz ainda que o "seu único interlocutor militar é o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas [CEMGFA]", o que terá desagradado aos outros generais.

http://www.cmjornal.xl.pt/noticia.aspx? ... 0000000021 (http://www.cmjornal.xl.pt/noticia.aspx?contentID=C94B97AC-16E2-46F5-AFBF-42312E5A9994&channelID=00000021-0000-0000-0000-000000000021)

O que já me disseram é que isto está mal explicado, o Correio da Manhã é que nem sabe o que escreve :mrgreen: , isto refere-se à criação de uma reserva de ex-militares RV/RC até aos 35 anos, ao estilo Americano ou Inglês, etc, o pessoal acaba o contracto, sai da tropa, vai à sua vidinha de civil, de vez em quando é chamado para uns refrescamentos, uns treinos, e recebe o ordenado minimo durante esse tempo.

Penso é que se tal ideia for adiante uma das brigadas leva com o machado... Não acredito que se mantenha tudo como está, ou então passam a ser tipo, 1 Batalhão com 1 companhia de pessoal no activo e 2 companhias de pessoal na reserva...
Título: Re: Artigos oficiais sobre o futuro do Exército
Enviado por: HSMW em Fevereiro 09, 2013, 01:09:03 am
Pelo que li nesse documento é uma opção no fim do tempo em RC e mais dirigido para militares das tropas especiais.
Seria um novo conceito a estudar. Acho que se chamava "reserva operacional" ou qualquer coisa do género.

O referido documento é um documento de trabalho que tem vária ideias de reestruturação das FA com centralização de grande parte da gestão de verbas no MDN.
Fusão de Academias, Escola de Sargentos e comandos operacionais...

Diminuição de efectivos com forte impacto nos militares em RC e a isto juntem a noticia que apareceu à pouco tempo sobre o regresso do SMO...

Nada de definitivo mas que já colocou a tropa toda em alvoroço.
Título: Re: Artigos oficiais sobre o futuro do Exército
Enviado por: Cabeça de Martelo em Fevereiro 09, 2013, 10:16:41 am
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Governo projeta criar reserva com 5.000 militares a ganhar o salário mínimo

A ideia visa criar um corpo a partir de atuais militares que, no final dos seus contratos, aceitem ficar até aos 35 anos numa situação de reserva operacional. A troco de uma remuneração mensal equivalente ao salário mínimo nacional, os jovens terão de cumprir algumas semanas de treino por ano. Este é um dos assuntos em destaque na edição de hoje do DN.

No dito artigo diz que uma das brigadas vai à vida.

Eu proponho acabar com a BrigRR... os Páras voltam à FAP com todos os meios e sub-unidades.  :twisted:  :shock:
Título: Re: Artigos oficiais sobre o futuro do Exército
Enviado por: Lightning em Fevereiro 09, 2013, 11:26:46 am
Anda ai algum esperto a ganhar a vida a ler isto :mrgreen: .
Título: Re: Artigos oficiais sobre o futuro do Exército
Enviado por: Cabeça de Martelo em Fevereiro 09, 2013, 11:37:10 am
...e de seguida eras passado à reserva operacional a ganhar o ordenado minimo nacional! :mrgreen:  :lol:
Título: Re: Artigos oficiais sobre o futuro do Exército
Enviado por: Miguel em Fevereiro 09, 2013, 11:37:37 am
O futuro passa para a manutençao de DUAS Brigadas.

Uma Brigada Reacçao Rapida
Uma Brigada Mecanisada(Fusao da BriInt e BriMec)

A British Army en 2020 vai ter apenas 4 Grandes Brigadas, e um efetivo total de 80000 militares. :shock:

Europa esta desarmando.
Título: Re: Artigos oficiais sobre o futuro do Exército
Enviado por: Cabeça de Martelo em Fevereiro 09, 2013, 11:40:31 am
Há mais de 20 anos que toda a europa está a desarmar, mas com esta crise este "fenómeno" acentuou-se.
Título: Re: Artigos oficiais sobre o futuro do Exército
Enviado por: Lightning em Fevereiro 09, 2013, 11:54:39 am
Citação de: "Cabeça de Martelo"
...e de seguida eras passado à reserva operacional a ganhar o ordenado minimo nacional! :mrgreen:  :mrgreen: .
Título: Re: Artigos oficiais sobre o futuro do Exército
Enviado por: Cabeça de Martelo em Fevereiro 09, 2013, 12:29:47 pm
Acabei de trocar umas impressões com um indivíduo e ele quando leu no DN que o salário desses reservistas será (se isto for para a fente) o ordenado mínimo, ele só disse:

 - Só se for por ano!

 :lol:

E se calhar ele é que tem razão!
Título: Re: Artigos oficiais sobre o futuro do Exército
Enviado por: HSMW em Fevereiro 09, 2013, 01:43:51 pm
Os jornais valem o que valem...

Os prazos são 31 de Dezembro de 2013 para a grande parte da iniciativas e 2014/2015 nas restantes.
Título: Re: Artigos oficiais sobre o futuro do Exército
Enviado por: Lightning em Fevereiro 09, 2013, 01:47:55 pm
Citação de: "Cabeça de Martelo"
Acabei de trocar umas impressões com um indivíduo e ele quando leu no DN que o salário desses reservistas será (se isto for para a fente) o ordenado mínimo, ele só disse:

 - Só se for por ano!

 :lol:

E se calhar ele é que tem razão!

Por ano?? Isso assim já é muito fraquinho :? , nem dá para substituir os subsidios de natal e férias que se perderam.
Título: Re: Artigos oficiais sobre o futuro do Exército
Enviado por: Cabeça de Martelo em Fevereiro 09, 2013, 02:01:48 pm
Acabei de ver os salários na US Nacional Guard. Eles têm um salário anual de umas centenas de dólares (depende do posto) e um por cada fim-de-semana que vão treinar (2 dias por mês).
Título: Re: Artigos oficiais sobre o futuro do Exército
Enviado por: Lightning em Fevereiro 09, 2013, 02:06:08 pm
Citação de: "Cabeça de Martelo"
Acabei de ver os salários na US Nacional Guard. Eles têm um salário anual de umas centenas de dólares (depende do posto) e um por cada fim-de-semana que vão treinar (2 dias por mês).

Por acaso também estava na net a ver se encontrava como é que se faz nos paises que tem esse sistema :mrgreen: , mas não fui bem sucedido.

Então um ordenado minimo anual está dentro dos parametros dessas forças.
Título: Re: Artigos oficiais sobre o futuro do Exército
Enviado por: Cabeça de Martelo em Março 02, 2013, 02:54:20 pm
NOVA PUBLICAÇÃO DOUTRINÁRIA APROVADA NO EXÉRCITO

Por Despacho de 18 de fevereiro de 2013, de Sua Excelência o General CEME foi aprovada a Publicação Doutrinária do Exército PDE 3-68-00 Controlo de Tumultos.

Esta publicação contém as orientações com vista a normalizar os procedimentos na área de Controlo de Tumultos, tornando-se como referência doutrinária para as unidades com responsabilidade de formação quer para as Brigadas da Componente Operacional do Sistema de Forças do Exército.

A PDE 3-68-00 Controlo de Tumultos encontra-se disponível para consulta no Portal da Doutrina.

 :arrow: http://10.105.0.55/sites/doutrina/Docum ... vadas.html (http://10.105.0.55/sites/doutrina/Documents/PublicacoesAprovadas.html)
Título: Re: Artigos oficiais sobre o futuro do Exército
Enviado por: Cabeça de Martelo em Agosto 02, 2013, 04:52:33 pm
Citação de: "PereiraMarques"
Mais um estudo...

Citar
04-07-2013    
O Apoio de Combate nas unidades escalão Batalhão de Infantaria Mecanizado: Possíveis tendências de evolução

No âmbito das jornadas de Infantaria de 2013, o 1º e 2º BIMec elaboraram o documento:
 
O Apoio de Combate nas unidades de escalão Batalhão de Infantaria Mecanizado:
Possíveis tendências de evolução.
 
Em síntese, considera-se que a harmonização dos vetores de desenvolvimento do apoio de combate - DOTLMPFII - para a obtenção de efeitos relacionados com o emprego de forças em todo o espetro do conflito, se pode e deve aperfeiçoar.
 
Gestor de Projeto: Major Jesus, Oficial de Operações, 1ºBIMec
Trabalho realizado pelo 1ºBIMec e 2ºBIMec da Brigada Mecanizada

http://www.exercito.pt/sites/1BIMec/Pub ... ntaria.pdf (http://www.exercito.pt/sites/1BIMec/Publicacoes/Documents/Jornadas%20de%20Infantaria.pdf)
Título: Re: Artigos oficiais sobre o futuro do Exército
Enviado por: Cabeça de Martelo em Novembro 19, 2013, 02:49:16 pm
O emprego dos morteiros orgânicos no apoio às missões táticas dos Batalhões de Infantaria Paraquedista.
Possíveis tendências de evolução.

Maj Inf Vitor Fernandes


Finalidade

Com este artigo pretende-se presentar o apoio de fogos indiretos nos Batalhões de Infantaria Paraquedistas (BIParas) e contri¬buir para o debate sobre o emprego dos morteiros nas Companhias e Batalhões de Infantaria na conflitualidade atual.

Conceito Operacional

O ambiente operacional é uma combinação de condições, circunstancias e influencias que afetam as decisões táticas e o em¬prego dos morteiros. Inclui as forças amigas, a força opositora e as forças neutrais bem como a compreensão da envolvente física, o governo, a tecnologia, os recursos locais, a cultura e a população onde se desenvolve a operação.
O conceito operacional do Exército visa a condução de operações em todo o espetro do conflito. A execução de ope-rações em todo o espetro exige a capacidade para combinar, de forma simultânea, todo o tipo de operações ofensivas, defensivas, de estabilização e de apoio civil. Para garantir a capacidade expedicio¬nária, as forças terrestres devem dispor de um conjunto de forças equipadas e treinadas para que, dentro dos prazos estabelecidos, possam ser projetadas para fazer face aos compromissos assumi¬dos e também a situações imprevistas. A Brigada de Reação Rápida (BrigRR) pode ser empenhada em todo o espectro de missões e cenários que requeiram forças ligeiras, incluindo o empenhamento contra ameaças assimétricas ou o combate ao terrorismo; deverá estar apta a constituir a base de um Battlegroup, integrar uma NATO Response Force (NRF), ou em situações excecionais, ser empenhada de forma autónoma. A BrigRR é a grande unidade do Sistema de Forças Nacional (SFN) que garante ao Exército a Capacidade de Reação Rápida. A maior probabilidade de emprego da BrigRR será em missões no âmbito das crisis response operations (CRO), non-combatant evacuation operation (NEO), Cooperação Técnico-Militar (CTM) e em Outras Missões de Interesse Publico (OMIP). Consi-derando ainda a forma de atuação desta Brigada, podemos inferir que a participação da BrigRR nesta tipologia de missões será previ¬sivelmente através de forças de escalão Batalhão ou Companhia, tal como tem vindo a acontecer desde 1996, embora tal não signifique que não possa ser empenhada como um todo neste ou noutro tipo de operações.

O BIPara

O 1º Batalhão de Infantaria Paraquedista tem como missão, “prepara-se para conduzir operações de combate convencionais em áreas sensíveis ou negadas, através de operações de assalto aé¬reo por salto em paraquedas ou desembarque de assalto. Quando reforçado com meios de apoio adicionais, executa todo o espectro de missões atribuíveis a um Batalhão de Infantaria. À ordem, conduz tarefas no âmbito das Missões de Interesse Público”. O 1BIPara, alter¬nadamente com o 2BIPara, assumem a missão de Componente Ter¬restre da Força de Reação Imediata (LCC/FRI) por períodos de um ano. Enquanto núcleo inicial da LCC/FRI, O 1BIPara “prepara-se para, no prazo de 5 dias, ser projetado para participar em operações de evacuação de cidadãos nacionais em áreas de tenção ou crise, em missões decorrentes de acidente grave, catástrofe ou calamidade em TN e em missões de apoio a assistência humanitária no Espaço Estratégico de Interesse Nacional (EEIN)”.
Através do despacho de 02DEC09 do SEXA GEN CEME foi aprovado o atual quadro Orgânico do 1BIPara (QO 24.0.21) e através do despacho de 07NOV11 do SEXA GEN CEME foi extinta a Sec¬ção de Manutenção do Batalhão. O 1BIPara é constituído por um Comando e respetivo Estado-Maior, uma Companhia de Comando e Apoio, agregando as valências das extintas Companhias de Co¬mando e Serviços e da Companhia de Apoio de Combate, e três Companhias de Paraquedistas.
Está preparado para conduzir toda a tipologia de operações no âmbito da Infantaria em todo o espectro de operações militares, nomeadamente:
   Conduzir operações de assalto aéreo através de salto tático em para-quedas (desembarque aéreo) ou aterra¬gem de assalto, em todo o tipo de conflito, qualquer tipo de terreno e condições meteorológicas, explorando a mobilidade estratégica e velocidade de reação;
   Conduzir ações apeadas e/ou montadas de alta agres¬sividade, através da concentração de potencial contra forças blindadas, mecanizadas ou apeadas com meios de fogos diretos e indiretos;
   Conquistar e manter a posse de terreno importante e pontos sensíveis e preparar posições defensivas para garantir a sua defesa, normalmente até à junção com outras forças terrestres;
   Reforçar forças cercadas ou apoiar a operação de rutu¬ra de cerco;
   Conduzir Operações de aquisição de informações;
   Conduzir Golpes de Mão a Postos de Comando, Bases de Fogos, Linhas de Comunicações ou instalações Admi-nistrativa-logísticas;
   Conduzir ataques na retaguarda de posições inimigas ou impedir o empenhamento de reservas;
   Conduzir operações de resposta a crises (CRO);
   Participar em operações de combate ao terrorismo e outras ameaças assimétricas;
   Participar nas diferentes fases de empenhamento dos Planos do Exército no âmbito das Outras Missões de Interesse Público (OMIP) e em projetos de cooperação técnico-militar.

Apoio de fogos nos BIParas
 
No âmbito da atuação, missões e tarefas das unidades de Tropas Especiais, as Forças Paraquedistas são forças de infantaria ligeira, vocacionadas para as operações convencionais, carateri¬zando-se pela concentração de potencial de combate, rapidez na ação e flexibilidade, dotadas de capacidade de inserção no Teatro de Operações (TO) através de salto em paraquedas. As operações aerotransportadas são as operações por “excelência” dos BIParas, constituindo-se estes como o escalão preferencial de emprego das Forças Paraquedistas. Estas são o tipo de operações para as quais estão primariamente vocacionados e nas quais se consegue ren¬tabilizar plenamente as suas capacidades e potencial de combate. Dependentes do meio aéreo para o seu transporte, apoio de combate e apoio logístico, as forças de uma operação aerotransportada são sempre empregues num quadro Con¬junto. Este aspeto constitui a característica fundamental de toda a operação.
Apesar de ser possível realizar lançamentos de âmbito limitado sem superioridade aérea, as unidades ae¬rotransportadas são altamente vulneráveis durante o deslo¬camento para as zonas de lançamento. Por essa razão, as defesas aéreas inimigas devem ser suprimidas ou neutra¬lizadas durante o período dos lançamentos das unida¬des. As Operações Aerotransportadas necessitam de superioridade aérea local, logo o apoio aéreo para a projeção da força é fundamental.
Após a chegada da força ao terreno, o Batalhão dispõe inicial¬mente dos seus morteiros orgânicos (60 mm e 81 mm) e posteriormente de fogos de artilharia e fogos navais. Durante o assalto aerotransportado o espaço aéreo sobre a Zona de Lan¬çamento (ZL) é utilizado por um volu¬me significativo de aeronaves tornan¬do crítica a gestão do espaço aéreo. A componente aérea é o principal meio de emprego de fogos da primeira parte das operações terrestres. O emprego de fogos de artilharia naval, se estiver disponível, pode também vir a ser utilizado. A artilharia e os morteiros orgânicos só estão, normalmente, disponíveis algum tempo depois do início do assalto. O planeamento e a coorde¬nação do emprego de fogos durante o deslocamento aéreo e nos fogos de preparação para o assalto são da res¬ponsabilidade da força conjunta que planeia os fogos de supressão das defesas aéreas inimigas (SEAD) ao longo da rota de voo e na área do objetivo. Uma vez em terra, as posições amigas terão prova¬velmente sido referenciadas. O oficial de apoio de fogos das forças aerotransportadas garante que os bombardeamentos aéreos de preparação são planeados para posições inimigas na área do objetivo.
À chegada do escalão de assalto, o emprego de artilharia na cabeça-de-ponte aérea é limitado. Consequentemente, o maior volume de fogos é fornecido pelo apoio aéreo, morteiros orgânicos ou pelos fogos navais se disponíveis.
O apoio aéreo tático, morteiros e alguma artilharia, poderão ser os fogos disponíveis até estar concluída a reorganização. Os  
fogos navais, quando disponíveis e dentro do alcance, são de con¬fiança, precisos, e proporcionam grande volume de fogos. Poderá estar também disponível a artilharia das forças com as quais se fará a junção.
Após a reorganização do Batalhão, e para o cumprimento da tipologia de missão atribuída, o Cmdt dispõe primariamente dos seus fogos orgânicos, podendo ou não contar também com fogos de artilharia, navais e aéreos.
O Pelotão de Morteiros garante ao Batalhão o mais eficaz apoio de fogos indiretos disponíveis. A sua missão é a de garantir um apoio de fogos contínuo e imediato às unidades de manobra. O Pelotão de Morteiros cumpre a sua missão, através de: Forçando as forças blindadas inimigas a fechar as suas escotilhas; Fazendo a supressão das unidades inimigas e cegando-as; Destruindo os atira¬dores inimigos desmontados; Fornecendo iluminação à noite; Des¬truindo ou suprimindo as defesas aéreas ou as armas anticarro do inimigo.
Quando o Pelotão não se divide, todos os morteiros res¬pondem às missões de tiro em apoio de Batalhão como um todo. As Secções podem estar dispersas, por razões de segurança e para evitarem os fogos indiretos do inimigo. Quando o Pelotão se subdivi¬de em dois núcleos, cada núcleo responde aos pedidos de tiro do(s) elemento(s) de manobra a quem foi dado em apoio. O emprego por núcleos pode também ser utilizado quando a zona de ação ou sec-tor do Batalhão é demasiado extenso para que o Pelotão os possa cobrir a partir de uma única posição. Cada núcleo é colocado numa posição a partir da qual melhor possa colocar os seus fogos na área de responsabilidade da unidade apoiada.
Como elemento orgânico, de apoio de fogos indiretos, do Batalhão, o Pelotão de Morteiros apoia todos os elementos de ma¬nobra do Batalhão (incluindo unidades em reforço e sob o contro¬lo operacional). O Comandante de Batalhão normalmente atribui a prioridade de fogos, do Pelotão de Morteiros, a uma das suas Companhias. Isto permite ao Comandante de Batalhão ficar com um controlo centralizado, tornando o apoio de fogos a uma Com¬panhia, mais eficaz.
Dada a prioridade de fogos, o Pelotão deve posicionar-se por forma a garantir o apoio à unidade a quem foi dada essa prio¬ridade. Os pedidos de tiro feitos pela unidade com prioridade de fogos são automaticamente satisfeitos. Quando é atribuída a priori¬dade a um objetivo, o Pelotão de Morteiros, entre cada missão, co¬loca as suas armas com os elementos de tiro necessários a garantir um apoio imediato.
As três armas por secção das secções de morteiros ligeiros e as quatro armas do Pelotão de morteiros médios permitem garantir mis¬são e tarefas a desempenhar.
As secções de morteiros ligeiros das Companhias de Para¬quedistas, atuando em proveito direto do Cmdt de Companhia, e o Pelotão de morteiros médios da Companhia de Comando e Apoio, atuando em proveito do BIPara como um todo, constituem-se como um meio orgânico fundamental de apoio de fogos indiretos aos co¬mandantes das unidades de manobra. A sua elevada cadência de tiro aliada à sua capacidade única de bater ângulos mortos, resultado das altas trajetórias de tiro que pode conseguir, faz dos morteiros um elemento fundamental de apoio ao conceito de operação dos Cmdt das unidades de manobra.
The mission of the mortar platoon is to provide close and immediate indirect fire support for the maneuver battalion and com¬panies1.
Para os fogos de morteiros serem efetivos é fundamental a sua observação e regulação pelo que os Observadores Avançados (OAV) deverão estar devidamente treinados e integrados na ma¬nobra do Batalhão. Quando esta observação pelos OAV não seja possível por razoes de terreno ou distancia, deverá ser conseguida por outros meios disponíveis, nomeadamente por observação aé¬rea, radar ou pelo som.
O Pelotão de Morteiros Médios da Companhia de Coman¬do e Apoio é constituído por um Comando de Pelotão e duas Sec¬ções de morteiros médios, tendo cada secção dois morteiros 81 mm por um Cabo apontador e 2 operadores de morteiro, municiador e remuniciador. Esta guarnição tem de transportar além do material individual de combate orgânico, o morteiro e respetivas munições (2/3 Days of Supply- (DOS)), consoante a missão.
O Morteiro 81 mm L16 A2 é uma arma coletiva, de tiro curvo que pode ser utilizada na ofensiva e na defensiva para execução de barragens e destruição de abrigos e resistências que se revelem no decurso do ataque. Tirando partida da sua principal característica, a curvatura da sua trajetória, pode fazer tiro por cima das Nossas Tropas (NT) e bater facilmente os objetivos desenfiados ou situados em contraencosta que as armas de tiro tenso não podem atingir. O Morteiro 81 mm L16 A2, é uma arma portátil especialmente conce¬bida para ser utilizada por forças que necessitam de grande mobi¬lidade.
As secções de morteiros ligeiros das Companhias de Pa¬raquedistas são constituídas por um comando de secção e três es¬quadras de morteiros ligeiros, cada uma com um morteiro 60 mm Tampella C-06, sendo a guarnição de cada arma constituída por 3 militares, por um Cabo apontador e 2 operadores de morteiro, muni¬ciador e remuniciador, tal como no morteiro 81 mm L16 A2 .
O Morteiro 60 mm Tampella C-06 é uma arma coletiva de tiro curvo, que pode ser utilizada quer na ofensiva quer na defensiva, contra pessoal desabrigado e material ligeiro. O Morteiro 60 mm Tampella C-06 foi concebido para ser empregue em qualquer fase e tipo de combate terrestre, em qualquer tipo de terreno e condições meteorológicas. A leveza dos materiais, a facilidade de transporte, a rapidez da entrada em posição, simplicidade do manuseamento e a sua grande precisão, permite a esta arma alcançar um grande volume de apoio de fogos a pequenas unidades sem restringir a sua mobilidade. Este morteiro pode ser empregue por tropas de infanta¬ria, tropas aerotransportadas bem com tropas mecanizadas quando montado em viaturas blindadas.
O Morteiro 60 mm Tampella C-06 pode utilizar todo o tipo de granadas do Morteiro 60 mm M-64, em uso no Exército Português, mantendo os alcances e raios de ação das mesmas (o alcance varia entre os 200 e 1800 m). Contudo, o Morteiro 60 mm Tampella C-06 obtém o seu alcance máximo de 4000 m, utilizando as granadas aprovadas pela empresa de fabrico da arma.

O apoio de fogos em países aliados e amigos

O Exército Inglês

O Exército Inglês não tem morteiro 120 mm, apenas mortei¬ro 51 mm ou 60 mm e morteiro 81 mm. Pretendem manter o apoio de morteiros simples e dentro dos seus limites de Batalhão sem ne¬cessidade de integração; Garantir o apoio de fogos integral ao Ba¬talhão, em alcance, flexibilidade, ritmo de tiro e letalidade, com gra¬nadas de fumos, Explosivas (HE) e iluminantes; Ser projetáveis com a força, ligados a outros apoios, e manter a capacidade de supressão de áreas objetivo e não bater objetivos pontuais; O Batalhão tem um Pelotão de morteiros com 3 armas por secção para garantir re¬dundância e apoio à manobra por lanços. Os Paraquedistas apenas têm 2 Secções; Garantem 4 equipas de OAV, 1 por Companhia e 1 no Pelotão de Reconhecimento; Apostam no morteiro 81 mm L16 por ser eficaz, flexível, fiável e sustentável; Pretendem um morteiro pro¬jetável com a força, ligado a sensores, precisão, efeitos e mobilidade tática; Apostam nos sistemas automáticos de comando e controlo, de localização de objetivos e aparelhos de pontaria.
 
O Exército Italiano

No Exercito Italiano os morteiros são da Infantaria, exceto na Brigada Paraquedista e na Brigada de Montanha onde têm o mor¬teiro 120mm na Artilharia. Tinham morteiros 60 mm e 120 mm nos Batalhões; pretendem passar o morteiro 120 mm para a Artilharia; consideram critico o morteiro 60 mm nos pelotões (no Afeganistão 50 % dos fogos de morteiro foram iluminantes); assumem o morteiro 81 mm L16 como a arma mais adequada para a Infantaria e que é necessário computador balístico para o morteiro 81 mm L16, integra¬do no sistema de comando e controlo da Artilharia e do Exército; o Batalhão tem 3 Companhias de manobra e uma de apoio com o morteiro 120 mm (novo); as Companhias têm 3 Pelotões de manobra e um Pelotão de morteiros com o morteiro 81 mm L16; os Pelotões são a 3 Secções e uma Secção de apoio com morteiro 60 mm.

O Exército Francês
 
No Exercito Francês o morteiro 120 mm foi retirado para a Artilharia e têm nas Companhias o morteiro 81 mm (2 morteiros por Companhia). Têm o morteiro 120 mm no Regimento Paraquedista e de Montanha, que é rebocado por Jeep. Estes morteiros estão equipados com novos sistemas óticos.
 
O Exército Dinamarquês

Os Dinamarqueses tem Morteiro 120 mm na Artilharia, a In¬fantaria utiliza apenas o mort 60 mm.

Tendências de evolução
 
Portugal tem neste momento os Contingentes mais significa¬tivos nos Teatros do Kosovo e do Afeganistão, sendo que no Kosovo as Regras de Empenhamento (ROE) não permitem o uso de armas de tiro indireto. O moderno campo de batalha carateriza-se pelo ambiente urbano e pela sensibilidade a danos colaterais. Assim os desafios operacionais são a precisão, a capacidade de produção de objetivos e a autonomia a nível Pelotão.
A QRF/FND/ISAF é uma Unidade de combate, com capaci¬dade para efetuar missões adicionais, tais como, patrulhas de segu¬rança, apoio a eventos governamentais e vigilância/reconhecimento de áreas urbanas. Sempre que solicitado, pode também executar missões de Force Protection a pessoal VIP. No âmbito da missão QRF/FND/ISAF, os Paraquedistas usavam nos pelotões 3 morteiretes 60 mm com granadas iluminantes e HE. Próximo das bases opera-cionais avançadas (FOB), tinham apoio da artilharia instalada nestas e quando afastados das FOB usavam os morteiretes 60 mm como  
resposta imediata aos ataques e solicitavam Close Air Support (CAS), que estava disponível em permanência.
A evolução dos sistemas de armas é uma realidade in¬contornavel e inadiavel. No referente a tendências e possibilidades, temos hoje:
   Munições com mais alcance e precisão, raio de ação mais eficaz, com menos peso e ruido;
   Sistemas automáticos de comando e controlo, de loca¬lização de objetivos e aparelhos de pontaria;
   Novos sistemas óticos para os morteiros;
   Estacas desmontáveis/articuladas e telas refletoras;
   Munições de grande destruição e pequeno raio – me¬nor risco de danos colaterais;
   Sistemas de localização e designadores de objetivos;
   Novos binóculos com telémetro e maior alcance;
   Melhor Formação dos OAV.

Face à tipologia de cenários previstos para o emprego da BrigRR, nomeadamente o dos seus Batalhões atuarem isolados, é necessário dotar a BrigRR de um meio de localização de armas de tiro indireto (morteiros) extremamente ligeiro, portátil (lançado em carga de porta) e que possa detetar os fogos inimigos em 360º.
Paralelamente, a aquisição de radares de localização de ar¬mas do tipo Lightweight Counter Mortar Radar (LCMR) que possa acompanhar e fornecer o apoio às subunidades da BrigRR, bem como fornecer objetivos de contrabateria ao GAC/BrigRR.
O M6C-210 Commando Mortar tem sido amplamente usado no Afeganistão, nomeadamente pelos ingleses. Este mortei¬ro destina-se a destruir o inimigo em terreno aberto, em abrigos e trincheiras, bem como em terreno montanhoso. Esta arma tem reduzidas exigências táticas e logísticas:
   Portátil por um soldado;
   Alta capacidade de fogo e precisão;
   De operação rápida e fácil;
   Morteiro apropriado para missões especiais, especial¬mente apto para uso em terreno acidentado;
   Todos os tipos de munições 60mm, podem ser dispara¬das desta arma.

A combinação de morteiros de longo alcance com viaturas ligeiras e modernos sistemas de cálculo e controlo de tiro permitem incrementar significativamente a eficácia e a capacidade de respos¬ta e diminuir os danos colaterais.
Das considerações finais da FUTURE MORTAR SYSTEMS, conferência ocorrida em Londres em 30 e 31Out2012, com a presen¬ça de um significativo número de países europeus amigos e aliados, os EUA e o Canadá podemos inferir que relativamente aos morteiros a Infantaria pretende simplicidade e supressão de fogos com mor¬teiros 60 mm e 81 mm.

Conclusões/propostas

   A BrigRR é a grande unidade do SFN que garante ao Exército a Capacidade de Reação Rápida;
   À chegada do escalão de assalto, o emprego de artilha¬ria na cabeça-de-ponte aérea é limitado. Consequente¬mente, o maior volume de fogos é fornecido pelo apoio aéreo, morteiros orgânicos ou pelos fogos navais.
   Os BIPara têm 4 morteiros 81 mm LR no Pelotão de morteiros da CCA e uma Secção de morteiros, com 3 morteiros 60 mm Tampella, nas Companhias Paraquedis¬tas;
   As três armas por secção e as quatro armas no Pelotão permitem garantir redundância e apoio à manobra por lanços;
   A capacidade de projeção com a força, a sua precisão e alcance e a sua simplicidade e portabilidade adequam estes morteiros a forças ligeiras;
   À semelhança de outros países congéneres, deve ser equacionada a modernização dos sistemas de armas, aparelhos de pontaria e das respetivas munições, bem como a aquisição de novos morteiros 60 mm (morteire¬te) para os Pelotões, não contemplados no QO 24.0.21 do 1BIPara de 02DEC2009.

Referências
• Lei Orgânica do Exército, aprovada pelo DL N.º 61, de 21de Março de 2006;
• Plano de Médio e Longo Prazo do Exército 2007-2024;
• Force proposals 2008 – Draft para o Infantry Airborne battalion;
• PDE 3-00 Operações, de 30 de Abril de 2012;
• PDE 3-05-00 - Operações Aerotransportadas, de 19 de Novembro de 2012;
• PDE 3-47-17- Morteiros, de Janeiro 2011;
• QO da BrigRR, aprovado em 08 de Julho de 2010;
• Diretiva 01/BrigRR/12, Diretiva do Cmdt da BrigRR para 2012 e 2013;
• QO 24.0.21 do 1BIPara de 02DEC2009;
• Pára-quedista Handbook, do 1BIPara;
• FM 7-90 -Tactical Employment of Mortars;
• FM 23-90 - Mortars;
• FM 23-91 – Mortar Gunnery;
• Relatório Defense IQ Future Mortar Systems Conference, Londres 2012, do TCOR de Artilharia, António José Ruivo Grilo.


 :arrow: http://www.exercito.pt/sites/EPI/Public ... /AZ195.pdf (http://www.exercito.pt/sites/EPI/Publicacoes/Documents/Azimute/AZ195.pdf)
Título: Re: Artigos oficiais sobre o futuro do Exército
Enviado por: Cabeça de Martelo em Julho 23, 2014, 05:53:17 pm
Combat Equipment for Dismount Soldier (CEDS)

Feasibility Study Programme

A maioria dos Estados-Membros participantes da Agência Europeia de Defesa (EDA) possui o seu prórpio programa de estudo e desenvolvimento do que será o futuro Soldado no campo de batalha. A crescente complexidade dos sistemas que equipam o soldado de infantaria transformaram-nos em plataformas independentes. Embora a extensão e o desenvolvimento desses programas difiram uns dos outros, todos eles seguem os mesmos objetivos técnicos como sejam a redução do peso do equipamento bem como o aumento da energia disponível para alimentar esses mesmos equipamentos. Esta situação resulta numa duplicação do esforço de pesquisa, desenvolvimento e avaliação (testagem), com os custos daí resultantes. Além do mais, esses equipamentos tendem a não ser completamente interoperáveis entre forças que integram operações multinacionais. O Programa CEDS é baseado num corpo comum que suporta as diversas funcionalidades já identificadas. Neste sentido, os diferentes delegados nacionais agregados ao desenvolvimento de capacidades do CEDS, identificaram e definiram um conjunto de requisitos para o soldado apeado. Estes requisitos cobrem, em detalhe, as áreas do Comando e Controlo, Comunicações, Computadores e Informações (C4I), Empenhamento, Projeção e Mobilidade, Proteção e Sobrevivência, Sustentabilidade e Logística e a Formação e Treino. Tendo como referência os ambiciosos requisitos definidos, especialistas em tecnologia dos Estados-Membros contribuintes, estão a analisá-los, neste momento, com o objetivo de os transformarem soluções tecnológicas, incluindo atividades de Investigação e Desenvolvimento.

Esta análise, em particular, toma o formato de CEDS Feasibility Study Programme (CEDS-FSP).

Durante o ano de 2013, os oito países que integram o Programa CEDS (Alemanha, Aústria, Espanha, Finlândia, França, Portugal, Roménia e Suécia) lançaram um FSP para o estudo de tecnologias para o sistema do Soldado do Futuro nas áreas da energia, sobrevivência, fatores humanos e observação, na expectativa de serem propostas, a médio prazo, soluções tecnológicas comuns.

Ainda nesse ano, fruto de ter delegados seus nos diferentes Capability Technologies (CapTechs), o Exército Português, através da Escola das Armas, foi convidado a participar com representantes nos Project Management Group (PMG) de seis estudos aprovados do CEDS-FSP, que integram especialistas e empresários nacionais e dos outros países que integram o CEDS:
•• ACCLITEXSYS - ACCLImatization TEXtile SYStem;
•• SPER PACK - Soldier Portable Energy Reserve Pack;
•• iHELMMAT - Innovative HELMet MATerials for soldier headprotection;
•• LiVEST - ULtralight Weight Bullet Proof VESTs;
•• ACAMS - Adaptive CAMouflage for the Soldier
•• PT - Precision Targeting Study.

ACCLITEXSYS

A finalidade deste estudo é o desenvolvimento conceptual e a avaliação das diferentes abordagens e tecnologias para a estabilização da temperatura do corpo do soldado.

O consórcio propõe-se estudar as soluções mais promissoras para a estabilização da temperatura corporal, levando-se em consideração as condições climáticas entre as categorias climáticas extremas (A – zonas de alta temperatura e C – zonas de baixa temperatura). O estudo levará em consideração os diferentes níveis de atividades desenvolvidas pelo militar, procurando identificar as soluções mais versáteis para a regulação da temperatura corporal.

O objetivo principal é estudar a viabilidade de um sistema têxtil multifuncional, baseado em tecnologias ativas e/ou passivas, que podem atuar como um regulador de temperatura, monitorando e respondendo às necessidades do corpo dos soldados.

O consórcio que se encontra a desenvolver o projeto é constituído pelas seguintes entidades/empresas:
•• CITEVE - Portugal;
•• DAMEL - Portugal;
•• AITEX - Espanha;
•• SAGEM - França.

Para concretizar os objetivos propostos, este projeto foi dividido em sete blocos de trabalho:
•• Levantamento dos requisitos para o fardamento dos soldados (SAGEM);
•• Tecnologias existentes e abordagem das diversas arquiteturas (CITEVE);
•• Estudo técnico do sistema de estabilização de temperatura corporal (AITEX);
•• Integração dos sistemas identificados (CITEVE);
•• Produtibilidade (Damel);
•• Métodos de avaliação de conforto e de ergonomia das soluções propostas (CITEVE);
•• Projeto e difusão (CITEVE).

A próxima reunião está agendada para o próximo mês de setembro em Espanha.

SPER PACK

O SPER PACK tem como finalidade conceber um sistema de energia portátil, capaz de utilizar diferentes fontes de energia, de as gerir e distribuir de uma forma inteligente, por forma a alimentar os vários equipamentos individuais e portáteis, que o militar utiliza em operações.

As empresas (contractors) responsáveis pela execução e desenvolvimento dos trabalhos deste projeto são as seguintes:
•• TEKEVER - Portugal
•• CEA LITEN - França
•• FOI - Suécia
•• SAGEM - França

Os sistemas de combate existentes no soldado operam a partir de uma única fonte clássica de energia, principalmente as baterias.

O SPER PACK tem por missão estudar e desenvolver o estado da arte, propondo um conceito misto de abastecimento de energia e gestão da sua alimentação. O principal objetivo do SPER PACK é o de propor um sistema capaz de lidar com diferentes fontes de energia (por exemplo, baterias, micro-geradores, células de combustível e armazenamento de energia) e efetuar a gestão da energia proveniente das várias fontes de forma uma inteligente e eficiente, distribuindo-a pelos vários equipamentos utilizados pelo militar.

Os requisitos técnicos definidos como essenciais para o sistema são os seguintes:
•• Fornecer a alimentação do sistema com energia média de 20 W por um período de 72 h;
•• Garantir o funcionamento do sistema sob todas as condições meteorológicas;
•• Volume e peso mínimos;
•• Indicação de energia restante;
•• Flexibilidade e design reconfigurável;
•• Permitir operar em modo degradado;
•• Garantir a logística e a manutenção do sistema;
•• Ergonomia e conforto;
•• Interface com outros sistemas elétricos e mecânicos.
No âmbito da gestão do estudo, foram estabelecidas um conjunto de reuniões de controlo para acompanhamento e análise do desenvolvimento dos trabalhos.

iHELMMAT

Este estudo visa a criação de um capacete de proteção para o militar apeado.

O consórcio que irá desenvolver o estudo é constituído pelas seguintes empresas:
•• AITEX - Espanha;
•• FECSA - Espanha;
•• FY-COMPOSITES - Finlândia;
•• MOLDING - Portugal;
•• GLOBALTRONIC - Portugal.

O capacete a desenvolver, tendo como base os ensinamentos colhidos nos mais recentes conflitos (Iraque, Afeganistão, etc.), deverá responder, simultaneamente, aos seguintes requisitos:
•• Melhoria da capacidade de proteção balística;
•• Novos materiais e nova conceção para a suspensão;
•• Melhoria do comportamento térmico;
•• Novo design;
•• Capacidade de interoperabilidade com equipamentos adicionais.

Para a melhoria da capacidade de proteção balística, estão a ser desenvolvidas fibras com recurso a várias materiais e que serão sujeitas a testes de resistência balística, tendo por base as condições climatéricas e de utilização, e a própria forma do capacete. Relativamente à forma, estão a ser desenvolvidos modelos, com recurso ao cálculo com elemento finitos, que permitam obter uma configuração que seja simultaneamente ergonómica e resistente. Quanto ao conforto térmico, existem dois vetores de desenvolvimento: por um lado o sistema de ventilação natural e com recurso a materiais com comportamento térmico adequado; por outro, a utilização de sistema interno de ar condicionado com integração de alimentação externa.

A próxima reunião de trabalho está agendada para o início de julho, a ocorrer na Finlândia

LiVEST

Este estudo consiste na definição dos requisitos operacionais, definição das necessidades dos utilizadores e testagem de soluções e equipamento com vista ao desenvolvimento de um novo modelo de colete balístico, que se pretende que utilize proteção balística, nova e ultraleve com a integração de têxteis “inteligentes”, baseado na combinação de materiais de alta resistência mecânica com estruturas tridimensionais.

As empresas/centros tecnológicos envolvidas neste consórcio são:
•• AITEX - Espanha;
•• Paul Boyé Technologies - França;
•• CITEVE – Portugal;
•• TEKEVER - Portugal.
O CITEVE é a entidade portuguesa parceira do estudo na área têxtil e a TEKEVER é a entidade para a área de sensores, monitorização e controlo.

Em março do corrente ano teve lugar, no CITEVE, em Vila Nova de Famalicão, a primeira reunião de acompanhamento onde foram apresentados os dois primeiros relatórios, em que o objetivo do primeiro foi estabelecer os requisitos de proteção balística e de conforto e conhecer as necessidades dos utilizadores de coletes balísticos e as condições e requisitos estabelecidos pelas normas reguladoras. Por sua vez, o segundo relatório dispõe de informação acerca dos materiais dos coletes e como montá-los, nomeadamente sobre o desempenho das fibras e estabelece uma aproximação aos custos reais da proteção balística.

Nesta reunião, ficou acordado que, em termos de road-map para o 1º Semestre de 2014, seria expectável que se concretizassem os estudos conducentes aos cinco primeiros Working Packages (WP) e que sumariamente são os que a seguir se apresentam:
•• Estabelecimento de requisitos técnicos e de conforto;
•• Estudo dos materiais a utilizar, bem com como da estrutura e do modelo de colete;
•• Desenvolvimento e monitorização do têxtil em 3D;
•• Estudo do processo de produção e estudo da solução balística em 3D.
Todos estes WP têm o seu desenvolvimento previsto até ao final de junho do corrente ano.

Para a prossecução das fases seguintes, está prevista uma reunião em julho onde serão sujeitos a aprovação os relatórios correspondes aos restantes três WP previstos para o 1º semestre. Para o 2º semestre está previsto o desenvolvimento de mais dois objetivos: o estudo e validação de comportamento do protótipo em 3D e o estudo da viabilidade técnica e económica da proteção balística.

ACAMS

O objetivo deste projeto é estudar os métodos ativos e passivos para a camuflagem, dissimulação e deceção, adaptáveis aos diferentes ambientes operacionais. O enfoque é evitar a deteção e identificação do soldado por sensores inimigos e o seu reconhecimento através da radiação eletromagnética emitida (nas diferentes bandas de comprimento de onda, o grau e os mecanismos de adaptação e técnicas multiespectrais viáveis).

O consórcio propõe-se analisar as vantagens e desvantagens dos vários sistemas de adaptação, que podem ser transformadas em soluções inovadoras para o equipamento do soldado. Para isso, o consórcio vai estudar e analisar materiais comercialmente disponíveis que são adequados para a camuflagem adaptável do soldado, tais como díodos emissores de luz orgânicos, elementos Peltier e superfícies nanoestruturadas. O estudo também incluirá a investigação de soluções têxteis, com enfoque nas fibras e revestimentos com propriedades óticas, magnéticas e elétricas, bem como as que apresentam propriedades de coloração ajustáveis a todo o espectro visível, bem como a região do infravermelho e ultravioleta do espectro eletromagnético.

O objetivo é sugerir e avaliar uma solução para uma camuflagem adaptável, que possa reagir aos impulsos dos diferentes ambientes, ou quaisquer outros estímulos (têxteis inteligentes), sendo capaz de se adaptar a esses ambientes e minimizar a assinatura visual e infravermelha do soldado.

O consórcio que se propõe desenvolver o estudo é constituído pelas seguintes entidades/empresas:
•• FOI - Suécia;
•• IOSB - Alemanha;
•• CITEVE - Portugal;
•• Damel - Portugal.

Para concretizar os objetivos propostos, este projeto foi dividido em sete blocos de trabalho:
•• Estudo dos mecanismos de adaptação (IOSB);
•• Análise da ameaça: Sensores e bandas espectrais (FOI);
•• Estudo dos múltiplos ambientes operacionais (FOI);
•• Integração dos sistemas (CITEVE);
•• Produtibilidade (Damel);
•• Métodos de avaliação para a camuflagem adaptativa (IOSB);
•• Projeto e difusão (FOI).
A próxima reunião de trabalho irá decorrer em Portugal durante o mês de junho.

PT

Este estudo está ao encargo de um consórcio de duas empresas e de uma universidade, a GMV (Espanha), a ESG (Alemanha) e o Laboratório de Óptica, Lasers & Sistemas da Fundação da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (LOLS/FFCUL) (Portugal).

O objetivo deste projeto é o desenvolvimento da arquitetura para um Fire Control System (FCS) para o Dismounted Soldier (DS), com os seguintes produtos a serem desenvolvidos: Identificação dos requisitos operacionais e técnicos do FCS; Identificação dos requisitos operacionais e técnicos de balística; Identificação dos requisitos operacionais e técnicos de visão noturna; Identificação dos requisitos operacionais e técnicos de Man-Machine Interface (MMI);
Identificação dos diversos componentes do FCS; Identificação de requisitos comuns entre os componentes e Definição de protocolospara o FCS.

O LOLS/FFCUL é a entidade responsável pelo desenvolvimento dos requisitos operacionais e técnicos para a visão noturna (incluindo intensificação de imagem, imagem térmica, lasers e ópticas) do FCS.

Apoio da Escola das Armas para o estudo CEDS - FSP - PT

No dia 25mar2014 decorreu, na Escola das Armas, o Workshop CEDS-FSP-PT que reuniu um Team of Experts com o objetivo de contribuir com elementos para a identificação dos requisitos operacionais e técnicos para os equipamentos de visão noturna, no âmbito do FCS.

No evento participaram elementos das seguintes entidades:
Laboratório de Óptica, Lasers & Sistemas da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa; Direction Générale de l’Armement de la France; GMV IS Portugal; Direção-Geral de Armamento e Infraestruturas de Defesa/Ministério da Defesa Nacional; Repartição de Capacidades/Divisão de Planeamento de Forças/Estado-Maior do Exército; Centro de Tropas Comandos/Brigada de Reação Rápida; Centro de Operações Especiais/Brigada de Reação Rápida; Escola
de Tropas Paraquedistas/Brigada de Reação Rápida; Regimento de Infantaria n.º 10/Brigada de Reação Rápida; Regimento de Infantaria n.º 15/Brigada de Reação Rápida; 1º Batalhão de Infantaria Mecanizado/ Brigada Mecanizada; Regimento de Infantaria n.º 13/Brigada de Intervenção; Regimento de Infantaria n. º 14/Brigada de Intervenção.

Output do Workshop
Foi elaborado um documento com base nas conclusões do evento, identificando os requisitos operacionais para o FCS, no âmbito da visão noturna, essencial para o desenvolvimento do projeto.

1st Progress Meeting

A 1st Progress Meeting decorreu no dia 29abr2014 na sede da Empresa ESG, em Munique/Alemanha.

As Progress Meetings têm como objetivo a verificação dos estudos realizados pelo consórcio à presente data, de acordo com o contrato estabelecido com a EDA.

Este acompanhamento é feito pelos representantes, no PMG, dos diversos países a que pertencem as empresas que compõem o consórcio e por um representante da EDA.

O output final é um Progress Report que, após validado, é enviado para a EDA.

Nesta primeira reunião de acompanhamento participaram os seguintes elementos:
•• Representante no PMG do Ministerio de Defensa de Espanha;
•• Representante no PMG do MDN de Portugal;
•• Representante no PMG da EDA;
•• Project Manager (PM) da empresa GMV (Espanha);
•• PM da empresa ESG (Alemanha);
•• PM do LOLS/FFCUL (Portugal).

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Título: Re: Artigos oficiais sobre o futuro do Exército
Enviado por: Cabeça de Martelo em Outubro 04, 2014, 11:56:17 am
A PROBLEMÁTICA DOS CALIBRES (NATO)

INTRODUÇÃO

O presente artigo, apresenta uma tradução livre do artigo “The Calibre Conundrum” da revista IHS Jane´s Defense Weekly….., sobre os dilemas atuais que envolvem o desenvolvimento do armamento ligeiro do Soldado, a sua relação com o calibre a adotar, perante o desafio dos requisitos operacionais atuais – precisão, eficácia e peso.

O DILEMA: QUE CALIBRE PARA O ARMAMENTO LIGEIRO DO SOLDADO

“O Exército dos EUA em vez de substituir o calibre da sua arma (5,56 mm), resolveu atualizá-lo. No entanto, de acordo com relatórios existentes, o debate relacionado sobre o calibre ideal para as espingardas no moderno campo de batalha está longe de estar resolvido.
O Exército dos EUA decidiu, de acordo com relatos de fontes credíveis, cancelar o concurso para escolher uma nova espingarda 5,56 mm.
O projeto para substituir a atual Espingarda M4, (padrão do exército), começou em 2011 com um pedido de propostas de fabricantes de armas. Na análise das propostas resultaram uma lista de 6 armas, com projetos apresentados por Fabrique Nationale da Bélgica, Heckler & Koch da Alemanha, Beretta da Itália, e três licitantes dos Estados Unidos: Colt, Adcor Defesa, e um esforço conjunto da Remington, Magpul, e Bushmaster. A competição alcançou o estágio de testar as espingardas pré-seleccionadas, com uma decisão esperada para o final deste ano. O anúncio do cancelamento não surpreendeu os observadores – ou mesmo as empresas em causa uma vez que, em paralelo com a competição, o exército dos EUA estava a executar um programa, que consistia no melhoramento da espingarda M4A1. As alterações previstas seriam a introdução de rajada a três munições na opção de fogo automático e a alteração do peso do carregador.
Regista-se hoje com o programa do Exército Lightweight Arms Small Technologies (LAST), a redução de peso obtida com os protótipos têm sido na ordem de 40%. Porém, pelo menos por enquanto, a exigência de novas instalações para produção de armas e munições a necessidade de redução substancial de peso através da combinação polímero / metal e outras, podem constituir-se como alguns dos fatores que contribuem para o adiamento da produção de um novo tipo de armamento ligeiro.
Resultante do relatório do Programa do Exército dos EUA de 2011, intitulado Soldier Battlefield Effectiveness, relevam-se as seguintes citações sobre as características julgadas ideais sobre o armamento ligeiro do Soldado e suas munições:
• Um soldado deve ser capaz de combater a ameaça com a sua arma desde os oito aos 800 metros;
• Para ser eficaz em todos os cenários, um soldado precisa de ter munições reais que assegurem efeitos precisos e eficazes contra uma ampla gama de alvos;
• As Armas devem ser precisas e capazes de enfrentar o inimigo em distâncias para além do alcance das possibilidades da ameaça. Estes requisitos operacionais não são satisfeitos com o calibre de 5,56 mm NATO. O calibre 5,56 milímetros é facilmente “dispersado por ventos laterais, sobretudo às médias e longas distâncias: um problema que limita o seu emprego com eficácia, às curtas distâncias. Na contra insurgência no Afeganistão, os talibans têm atacado as patrulhas da Força Internacional de Assistência à Segurança (ISAF) com alcances até 900 m com as leves metralhadoras russas PKM, e espingardas SVD. Estes usam armamento designado de “velho”, porém ostentam uma poderosa munição 7.62x54R, com um alcance muito mais eficaz quando comparados com os calibres 5,56mm utilizados pela NATO.
A eventual troca de calibres 5,56 mm por 7,62 milímetros munições, acarreta um problema ponto de vista logístico, a munição 7,62 mm pesa o dobro da munição 5,56 mm. Respectivamente, as armas também são mais pesadas e geram muito mais recuo, fazendo com que o tiro preciso a curtas distâncias seja de mais difícil execução e o fogo automático incontrolável - todas as razões pelas quais 5,56 mm substituiu o calibre 7,62 mm. As tropas da ISAF têm, portanto, utilizado os dois calibres, uma vez que muitas vezes, é difícil prever se uma patrulha se depara com objetivos às longas, médias ou curtas distâncias, de per se, ou em simultâneo.
Reconhecem-se desvantagens práticas e muitos inconvenientes no uso de dois sistemas de armas com calibres diferentes, e por isso com diferentes tipos de munições.
Os últimos desenvolvimentos de investigação, indiciam a intenção em desenvolver uma munição de calibre intermédio, entre o 5,56 mm e o 7,62 mm, que permita atingir o desempenho da munição 7,62 mm, embora com um sistema de armas associado que assegure menor peso e recuo, após o disparo.
Têm-se vindo a realizar diversos estudos desde 2009 com a finalidade de examinar diferentes calibres, considerando-se em termos de desempenho, os aspetos seguintes: a penetração; eficácia; precisão; energia; derivação do vento e recuo.
Durante estes trabalhos as munições de 5,56 milímetros e 7,62 milímetros, foram comparadas com munições de 6, 6,35 e 6,8 mm. O resultado do estudo indica que os efeitos das munições calibre 6,35 e 6,8 milímetros foram acima do expetável.
Na continuidade de estudos anteriores em 2011-12, surgem no exército dos EUA recomendações de que a munição ideal para uma futura espingarda automática deve ser de 6,5 mm, considerando que o tamanho, o peso e a energia se deve posicionar entre os 5,56 e os 7,62 milímetros. O exército Canadiano também realizou recentemente um estudo sobre as possibilidades e limitações para o uso de munições de calibre intermédio. Foram realizadas comparações de balística entre as munições 5,56 mm e 7,62 mm NATO com as munições de 6,5 milímetros e 6,8 milímetros. Concluiu-se que os calibres 6,5 mm têm melhor balística de longo alcance, incluindo a resistência à derivação do vento.”

CONCLUSÃO

Com a tradução deste artigo constituiu nossa finalidade divulgar um assunto que tem vindo a ganhar maior acutilância, com as lições aprendidas nos Teatros de Operações mais recentes – Iraque, Afeganistão. Regista-se um incremento do debate sobre que calibre de munição a adotar, para o armamento ligeiro do Soldado, permanecendo o dilema como obter o calibre adequado, perante os requisitos operacionais existentes. O dilema e a intenção conhecem-se: deseja-se alcançar uma maior eficácia e precisão, e concomitantemente, obter uma redução no peso da munição e do sistema de armas. Falta o como e o para quando.
Por último, a munição 6,8×43 mm Remington SPC, projetada pelo Exército dos EUA, e fabricado pela Remington. Esta munição foi criada na tentativa de resolver os problemas com a munição 5,56 mm no que toca à fiabilidade, para tal esta munição visa melhorar a precisão e ser mais destrutiva até aos 500 metros. Deste modo a velocidade é maior que a da munição 7.62x39 mm. O resultado final foi produzido a uma velocidade de cerca de 2650 metros por segundo, excedendo a velocidade do M43 redondo de uma AK-47 em cerca de 300 pés por segundo.
O comprimento total do cartucho SPC 6,8 (OAL) é semelhante a um cartucho 5,56 NATO, que o torna adaptável ao carregador das munições 5,56 mm. Como podemos observar na figura n.º 6, o diâmetro da cabeça é maior do que um cartucho 5,56 mm, para requer apenas a modificação de um parafuso que se adapta a uma arma de fogo normalmente utilizada para disparar as munições 5,56 mm, como por exemplo, um AR-15. (Gun Wiki, 2013).

Bibliografia
- Avery, P. J. (2012). Um Exército com Armas Inferiores: A Física Exige uma Nova
Arma Básica de Combate. Military Review.
- Macieira, C. (2008). Elementos de Armamento - Manual do Aluno. Lisboa: Serviços
Graficos da Academia Militar;
- Telo, A. J., & Álvares, M. (2004). Armamento do Exército Português - Vol. I -
Armamento Ligeiro. Lisboa: Prefácio.
- Fichas de Material (FIMAT). (2001). Fichas de Material (FIMAT) - Vol. V - Munições,
Explosivos e Artificios. Lisboa: Estado - Maior do Exército;
- Hartink, E. A. (2002). Enciclopédia de Rifles e Carabinas. Lisboa: centralivros;
Pereira V. (2010). Os Calibres das Armas Ligeiras de Infantaria – Potencialidades e
adequabilidades dos calibres 7,62 NATO e 5,56 NATO às missões contemporâneas.
Lisboa: Academia Militar.
- Gun Wiki, (2013). Retirado: junho, 15, 2013, de http://www.rifleshootermag (http://www.rifleshootermag).
com/2012/02/08/the-versatile-6-5-creedmoor/.

Sites utilizados:
• http://www.basemilitar.com.br/forum/vie ... 5&p=142174 (http://www.basemilitar.com.br/forum/viewtopic.php?f=5&p=142174)
• http://www.operacional.pt/calibre-762mm-versus-556mm/ (http://www.operacional.pt/calibre-762mm-versus-556mm/)
• http://sadefensejournal.com/wp/?p=769 (http://sadefensejournal.com/wp/?p=769)
• http://landcombatcb.blogspot.pt/2010/05 ... ols-lmt-l- (http://landcombatcb.blogspot.pt/2010/05/lewis-machine-tools-lmt-l-)
129a1.html
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Autores: Asp Inf José António Ferreira da Silva
Asp Inf João Paulo Vieira Chaves
Asp Inf João Pedro da Silva Medronho
Asp Inf José Alberto Figueira da Silva

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Título: Re: Artigos oficiais sobre o futuro do Exército
Enviado por: Edu em Outubro 04, 2014, 02:23:42 pm
Citar
O resultado final foi produzido a uma velocidade de cerca de 2650 metros por segundo, excedendo a velocidade do M43 redondo de uma AK-47 em cerca de 300 pés por segundo.

Estamos portanto a falar de uma munição hipersónica disparada a cerca de Mach 8. Grandes avanços nestes novos calibres...  :roll:
Título: Re: Artigos oficiais sobre o futuro do Exército
Enviado por: mayo em Outubro 05, 2014, 10:00:01 am
Eu diria 2650 pes /s, o que é mais ou menos 830 m/s !  :idea: