Arsenal do Alfeite

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Ricardo

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Arsenal do Alfeite
« em: Dezembro 11, 2007, 10:00:08 am »
Site do Arsenal do Alfeite: http://www.arsenal-alfeite.pt/

"Concentra, actualmente, a sua actividade na manutenção e modernização de navios de guerra, incluindo submarinos, possuindo ainda capacidade para construção de navios até 900t de deslocamento. "

Eis uma razão porque os NPO foram para os ENVC!
 

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P44

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« Responder #1 em: Dezembro 12, 2007, 08:14:50 am »
Pois pois :roll:
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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Ricardo

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« Responder #2 em: Dezembro 12, 2007, 10:53:19 am »
Citação de: "P44"
Pois pois :roll:


Caro P44,

Não coloco em causa os seus conhecimentos sobre antigas construções do AA, simplesmente limitei-me a postar o que se encontra patente no site da empresa em apreço, talvez em tempos tiveram capacidade de construir navios com maior deslocamento, não sendo ao que parece nos dias de hoje!

O breve juízo de valor / opinião que elaborei, fazendo alusão à controvérsia já tanto aqui debatida de porque motivos a construção dos NPO foi delegada nos ENVC em alternativa do AA, tem em vista dar simplesmente mais um contributo / ponto de vista.

"Para bom entendedor meia palavra chega"

Cumprimentos
 

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luis filipe silva

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« Responder #3 em: Dezembro 12, 2007, 10:56:47 am »
P 44 escreveu:
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Pois pois  

Os petroleiros da soponata que o AA construiu em tempos tinham mesmo "só" 900t...

mais areia....


O maior navio construido no AA foi o Gerês, de 27 000 TDW para a Soponata.
A doca seca flutuante é que tem capacidade de elevação de 900 tons.
-----------------------------
saudações:
Luis Filipe Silva
 

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Lancero

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« Responder #4 em: Dezembro 15, 2007, 04:23:56 pm »
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DN Online - Sábado, 15 de Dezembro de 2007
Nacional

Privados vão gerir Arsenal do Alfeite

MANUEL CARLOS FREIRE


Proposta do grupo de trabalho ainda em análise

O Arsenal do Alfeite (AA) deve ser extinto e dar lugar a duas empresas industriais, que se manterão na mesma área onde agora está aquela infra--estrutura de manutenção naval. Esta posição consta do relatório final entregue pelo grupo de trabalho (GT) que o Governo nomeou, em Outubro de 2006, para estudar a empresarialização do AA. O documento, entregue ao Governo em finais de Julho, defende uma solução diferente da seguida na empresa aeronáutica OGMA (que foi parcialmente privatizada). Fonte governamental disse ontem ao DN que o texto "ainda está em análise".

O GT indica que a primeira das novas empresas deve cingir-se ao "core business da indústria naval" e a outra a "agrupar serviços gerais de natureza industrial, administrativa, financeira e social". Registe-se que esta decisão mereceu o voto contra da Marinha. Para o GT, "é fundamental que se saliente que o que se torna necessário fazer no AA não é apenas uma modificação institucional, passando--o de Estabelecimento Fabril das Forças Armadas (..) para empresa. O que está em causa é um processo de modernização e requalificação do AA, do qual a 'empresarialização' é um meio importante, mas absolutamente insuficiente", lê-se no documento síntese do relatório.

A "modernização física" do AA - cuja reestruturação exige investimentos estimados em 70 milhões de euros "nos próximos quatro anos", conforme o DN revelou em Outubro - envolve a concentração de meios num espaço menor do que o actual, bem como a instalação de novos equipamentos e estruturas industriais adequadas aos novos navios e submarinos da Armada. Quanto aos recursos humanos, "terão de ser requalificados e motivados, (...) a par de um redimensionamento compatível com as práticas existentes no sector da indústria de reparação e construção naval, no País e no estrangeiro", advoga o GT.

O GT entende também que a proibição comunitária de haver ajudas estatais "não prejudicará a operacionalidade da organização empresarial" saída da extinção do AA "nem o seu relacionamento preferencial com a Marinha". O relatório indica ainda que "a modalidade de concessão de uso privativo do domínio público é mais vantajosa do que a transmissão de propriedade para a gestão territorial do perímetro do AA".

Segundo os calendários anexos ao relatório do GT, as áreas industrial, comercial e logística exigirão períodos de tempo até aos 16 meses - excepto o processo de certificação ambiental, que se estende até aos 22 meses. Nas áreas social e de recursos humanos, o plano de acções ficará concluído em seis meses. No mesmo período ficarão concluídas as medidas nas áreas financeira, administrativa, jurídica, informática e patrimonial (com duas excepções a exigir até mais três meses).

 http://dn.sapo.pt/2007/12/15/nacional/p ... feite.html
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

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Lancero

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« Responder #5 em: Dezembro 15, 2007, 04:24:28 pm »
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DN Online - Sábado, 15 de Dezembro de 2007
Nacional

Privados vão gerir Arsenal do Alfeite

MANUEL CARLOS FREIRE


Proposta do grupo de trabalho ainda em análise

O Arsenal do Alfeite (AA) deve ser extinto e dar lugar a duas empresas industriais, que se manterão na mesma área onde agora está aquela infra--estrutura de manutenção naval. Esta posição consta do relatório final entregue pelo grupo de trabalho (GT) que o Governo nomeou, em Outubro de 2006, para estudar a empresarialização do AA. O documento, entregue ao Governo em finais de Julho, defende uma solução diferente da seguida na empresa aeronáutica OGMA (que foi parcialmente privatizada). Fonte governamental disse ontem ao DN que o texto "ainda está em análise".

O GT indica que a primeira das novas empresas deve cingir-se ao "core business da indústria naval" e a outra a "agrupar serviços gerais de natureza industrial, administrativa, financeira e social". Registe-se que esta decisão mereceu o voto contra da Marinha. Para o GT, "é fundamental que se saliente que o que se torna necessário fazer no AA não é apenas uma modificação institucional, passando--o de Estabelecimento Fabril das Forças Armadas (..) para empresa. O que está em causa é um processo de modernização e requalificação do AA, do qual a 'empresarialização' é um meio importante, mas absolutamente insuficiente", lê-se no documento síntese do relatório.

A "modernização física" do AA - cuja reestruturação exige investimentos estimados em 70 milhões de euros "nos próximos quatro anos", conforme o DN revelou em Outubro - envolve a concentração de meios num espaço menor do que o actual, bem como a instalação de novos equipamentos e estruturas industriais adequadas aos novos navios e submarinos da Armada. Quanto aos recursos humanos, "terão de ser requalificados e motivados, (...) a par de um redimensionamento compatível com as práticas existentes no sector da indústria de reparação e construção naval, no País e no estrangeiro", advoga o GT.

O GT entende também que a proibição comunitária de haver ajudas estatais "não prejudicará a operacionalidade da organização empresarial" saída da extinção do AA "nem o seu relacionamento preferencial com a Marinha". O relatório indica ainda que "a modalidade de concessão de uso privativo do domínio público é mais vantajosa do que a transmissão de propriedade para a gestão territorial do perímetro do AA".

Segundo os calendários anexos ao relatório do GT, as áreas industrial, comercial e logística exigirão períodos de tempo até aos 16 meses - excepto o processo de certificação ambiental, que se estende até aos 22 meses. Nas áreas social e de recursos humanos, o plano de acções ficará concluído em seis meses. No mesmo período ficarão concluídas as medidas nas áreas financeira, administrativa, jurídica, informática e patrimonial (com duas excepções a exigir até mais três meses).

 http://dn.sapo.pt/2007/12/15/nacional/p ... feite.html
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Charlie Jaguar

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« Responder #6 em: Janeiro 10, 2008, 01:23:03 pm »
Nada que já não se soubesse, infelizmente.

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CM Online - Quinta-feira, 10 de Janeiro de 2008
Política
 
Defesa. Reestruturação da ‘oficina’ da Marinha
Arsenal perde empregos


Cerca de 40 por cento dos trabalhadores do Arsenal do Alfeite, em Almada, estão em risco de ser dispensados por força da reestruturação daquela estrutura dependente da Marinha. O relatório final do grupo de trabalho para a Empresarialização do Arsenal do Alfeite, a que o CM teve acesso, deixa claro que o actual universo de 1381 funcionários, entre civis e militares, conta com um excesso de 546 pessoas. Com esta redução de efectivos, estima-se uma diminuição da despesa com salários em 7,8 milhões de euros por ano.

O estudo, cujo trabalho foi coordenado por Carlos Veiga Anjos, recomenda que o Arsenal do Alfeite seja extinto e dê lugar à constituição de duas empresas industriais, com uma a ocupar-se da actividade da indústria naval e outra a agrupar serviços gerais de natureza industrial, administrativa, financeira e social, como refere o documento. A partir do estudo do Arsenal do Alfeite, os autores do estudo concluem que “é, para nós notória, em termos gerais, a existência de sinais de elevado número de trabalhadores excedentários”. Por isso, o grupo coordenado por Veiga Anjos, ex-presidente da hidroeléctrica de Cahora Bassa, propõe a redução do número de trabalhadores de 1381 para 835. Com esta redução de efectivos, seria possível diminuir as despesas com pessoal de cerca de 24 milhões de euros, em 2007, para 16 milhões de euros, no novo modelo de entidade empresarial. Ao todo, a poupança anual seria de 7,8 milhões de euros.

Rogério Caeiro, do Sindicato dos Trabalhadores dos Estabelecimentos Fabris das Forças Armadas, desconhece ainda o estudo, mas diz que “os funcionários encaram com muita preocupação a redução dos efectivos”. O documento reconhece que “o processo de mudança a nível institucional e organizacional requer uma extrema atenção no que respeita à situação das pessoas”. Por isso, com a extinção de postos de trabalho, os funcionários regressarão ao serviço de origem, cessam funções, ou ingressam no regime de mobilidade especial da Administração Pública.


INVESTIMENTO DE 70 MILHÕES DE EUROS

A extinção e posterior transformação do Arsenal do Alfeite em duas empresas exige um investimento total de 70 milhões de euros. Em causa está a adaptação às necessidades do novo modelo empresarial das “infra-estruturas portuárias, meios de elevação e movimentação e renovação de edifícios e equipamentos diversos”. No essencial, o objectivo do ministro da Defesa, Nuno Severiano Teixeira, é permitir a adaptação das infra-estruturas existentes às necessidades de manutenção das novas unidades navais, como é o caso dos dois submarinos adquiridos ao consórcio alemão GSC, em 2004. Para que a transformação do Arsenal do Alfeite seja viável, o estudo considera indispensável dotar, ao longo de quatro anos, as duas empresas de 32 milhões de euros de capitais próprios, para “estimular os financiamentos externos necessários e garantir uma adequada cobertura de capitais permanentes a longo prazo”.


ESTUDO CUSTA 95 MIL EUROS AO ESTADO

Carlos Veiga Anjos, coordenador do grupo de trabalho para a Empresarialização do Arsenal do Alfeite e ex-presidente da hidroeléctrica de Cahora Bassa, recebeu 95 mil euros pela realização do estudo que irá servir de base à reestruturação daquela unidade fabril das Forças Armadas. Previsto para ser executado entre “20 de Novembro de 2006 e 31 de Maio de 2007”, segundo um despacho conjunto dos ministros das Finanças e da Defesa, o estudo acabou por ser realizado entre 10 de Dezembro de 2006 e 31 de Março de 2007, nos termos de uma rectificação publicada posteriormente em Diário da República. Apesar da redução do prazo temporal de seis para quatro meses, o Ministério da Defesa manteve inalterado o valor da remuneração. Em quatro meses, Veiga Anjos ganhou 95 mil euros.


SAIBA MAIS

1012 euros foi o valor do salário médio no Arsenal do Alfeite, em 2007, excluindo militares e avençados. O salário mais alto ascendeu, no ano passado, a 2448 euros.

26,5 milhões de euros foi o valor total da facturação do Arsenal do Alfeite, em 2006. No ano anterior, totalizara 27,1 milhões de euros.


ACTIVIDADE

O Arsenal do Alfeite foi fundado em 1937. Repara navios e executa trabalhos específicos em submarinos e armamentos, entre outros.


PROBLEMAS

O estudo identifica “sérias limitações operacionais” no Arsenal. Exemplos: dispersão geográfica de serviços e áreas tecnológicas localizadas fora do perímetro do estaleiro.


MILITARES

Em 31 de Dezembro de 2006, o Arsenal do Alfeite registava 107 funcionários militares. Os restantes eram civis e avençados.

 
António Sérgio Azenha

 :arrow: http://www.correiomanha.pt/noticia.asp? ... l=90&p=200
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« Responder #7 em: Janeiro 10, 2008, 01:35:02 pm »
anteciparam-se mas já que tive o trabalho de fazer scanning a isto , aqui fica.... :D
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
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« Responder #8 em: Abril 04, 2008, 05:27:30 pm »
Quem quiser, para a semana, poderá visitar o Arsenal do Alfeite no âmbito das comemorações da Semana Europeia dos Estaleiros de Construção e Reparação Naval. O ponto alto decorrerá no dia 9.  :arrow: http://www.arsenal-alfeite.pt/sem_euro_ ... _naval.pdf
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« Responder #9 em: Janeiro 13, 2009, 04:10:25 pm »
Até Agosto decorre no Museu da Cidade de Almada uma exposição evocativa dos 70 anos do AA  :twisted:  fica aqui a sugestão
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« Responder #10 em: Janeiro 27, 2009, 04:56:14 pm »
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Alfeite: 70 anos de história do primeiro estaleiro moderno do país

** Ana Mendes Henriques, da agência Lusa **  


    Lisboa, 23 Jan (Lusa) - Contar a história do Arsenal do Alfeite, em Almada, é percorrer 70 anos, reconstruir memórias que se cruzam com a evolução da cidade e as lutas operárias pelo direito à liberdade e a uma vida melhor.

 

    O desafio é lançado pela exposição patente no Museu da Cidade, que é também uma homenagem ao arsenalista.  

 

    "Na Esteira do Arsenal - 70 Anos de História no Alfeite" é "uma pequena amostra da escala e da grandiosidade de um dos mais antigos estaleiros do país e que continua em actividade", conta à Lusa a directora do museu, Ângela Luzia.  

 

    Em dois pisos e 650 metros quadrados, encontram-se os principais marcos e artefactos dessa história, divididos por três grandes núcleos: "Ferro, Fogo e Força", "Ser Arsenalista" e "O Arsenal e a Cidade".  

 

    Além de fotografias, projectos, moldes, instrumentos de trabalho, máquinas e réplicas de embarcações construídas ou reparadas no arsenal, está também documentada a transferência do Arsenal da Marinha, de Lisboa para o Alfeite, o que implicou "um esforço gigantesco" do ponto de vista tecnológico, com dragagens no Tejo e construção de aterros, recorda a responsável pelo museu.

 

    A criação do primeiro estaleiro moderno português levantou dúvidas nas décadas de 20 e 30 do século passado, implicando muitas deslocações e colaborações, do ponto de vista técnico, com a Alemanha e França, para a construção do próprio arsenal e de todas as infra-estruturas.  

 

    "Foi uma obra épica a própria construção do Arsenal", indica.  

 

    Entre as principais áreas de actividade industrial, está a de planeamento e projecto, da qual a sala do risco é uma referência mítica de quando os barcos se desenhavam à mão.  

 

    O Arsenal foi-se distinguindo como um pólo de desenvolvimento tecnológico, casa de saberes e competências, com engenheiros reconhecidos no meio académico.

 

    A cidade cresceu com o Arsenal e a identidade arsenalista não podia ficar esquecida: "Sendo um estaleiro de construção naval é também uma referência mítica do operariado português a grande escala", afirma Ângela Luzia.  

 

    A localização escolhida reúne as características necessárias à instalação de um equipamento daquela natureza, mas houve outro factor de peso na base da decisão política.  

 

    "É transferido de Lisboa a pensar-se que era importante subtrair-se os operários às perigosas convulsões revolucionárias da capital e que talvez do outro lado do rio ficassem mais sossegados. Enfim, foi um erro de análise da altura", comenta.  

 

    O Arsenal chegou a ter 3.500 trabalhadores e teve sempre "um conjunto de activistas e de gente importante, que dentro e fora do estaleiro fizeram clubes, associações, organizaram excursões. Há todo um ambiente social e de escola de formação que perdurou até hoje e que é um traço identitário", diz.  

 

    A exposição mostra ainda como o estaleiro cresceu ao mesmo tempo que a cidade. Nasceram novos bairros, fixaram-se residentes. O Arsenal foi fundamental para o arranque da urbanização da cidade e um dos motores do seu crescimento.

 

    "Do Arsenal saíram alguns dos importantes autarcas, activistas políticos e dirigentes de colectividades", estando a sua história muito ligada à da cidade, refere.  

 

    Bento Gonçalves - secretário-geral do PCP entre 1929 e 1942 - foi arsenalista. Não chegou a ser transferido para o Alfeite porque foi preso e enviado para o Tarrafal, mas outros arsenalitas assumiram lugares de destaque na vida pública e política, como o primeiro presidente eleito da Câmara de Almada, no pós 25 de Abril, José Martins Vieira.  

 

    Muitos anónimos fizeram parte da família arsenalista. Albino Santos, conhecido no estaleiro por "o Pimenta", é um deles.  

 

    Começou a trabalhar no Arsenal com 22 anos e hoje, aos 78, reformado, recorda com saudade o tempo que lá passou, apesar das muitas horas de trabalho e dos dias em que não chegava a ver os filhos acordados.  

 

    "Cheguei a trabalhar das oito da manhã às oito da noite", lembra.  

 

    Mesmo assim, sente saudades do ambiente:"Era uma família, a melhor escola do país".  

 

    O futuro do arsenal e dos trabalhadores é hoje uma incerteza. O estaleiro vai continuar, mas com um estatuto diferente.  

 

    Há um mês, o Governo aprovou o decreto que transforma o Arsenal em Sociedade Anónima de capitais públicos, visando a sua empresarialização para responder às necessidades de manutenção dos navios da Marinha.  

 

    Perante preocupações manifestadas por trabalhadores e partidos de esquerda, o ministro da Defesa, Nuno Severiano Teixeira, garantiu que serão encontradas soluções, mas admitiu uma redução nos quadros de pessoal, que deverá passar de 1.200 para 800 a mil.  
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« Responder #11 em: Fevereiro 05, 2009, 12:15:14 pm »
Diário da República de hoje, 5 de Fevereiro de 2009: extinção do Arsenal do Alfeite e constituição da Arsenal do Alfeite S.A.


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Ministério da Defesa Nacional

Decreto-Lei n.º 32/2009. D.R. n.º 25, Série I de 2009-02-05

Estabelece o regime aplicável à extinção do Arsenal do Alfeite com vista à empresarialização da sua actividade

 :arrow: http://dre.pt/util/getpdf.asp?s=diad&se ... p=20090315
Saudações Aeronáuticas,
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« Responder #12 em: Julho 23, 2009, 08:48:03 pm »
Ao que parece após um plenário realizado ontem no AA foi decidido entrarem em greve a partir de amanhã com data de término indefinida.

Isto está mesmo a pôr-se bonito...
"Ele é invisível, livre de movimentos, de construção simples e barato. poderoso elemento de defesa, perigosíssimo para o adversário e seguro para quem dele se servir"
1º Ten Fontes Pereira de Melo
 

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« Responder #13 em: Julho 23, 2009, 09:00:32 pm »
Citação de: "SSK"
Ao que parece após um plenário realizado ontem no AA foi decidido entrarem em greve a partir de amanhã com data de término indefinida.

Isto está mesmo a pôr-se bonito...


Então como é que iremos baptizar o primeiro NPO? :?
"A Patria não caiu, a Pátria não cairá!"- Cromwell, membro do ForumDefesa
 

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SSK

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« Responder #14 em: Julho 23, 2009, 09:05:12 pm »
Citação de: "cromwell"
Citação de: "SSK"
Ao que parece após um plenário realizado ontem no AA foi decidido entrarem em greve a partir de amanhã com data de término indefinida.

Isto está mesmo a pôr-se bonito...

Então como é que iremos baptizar o primeiro NPO? :conf: não percebi a relação...
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1º Ten Fontes Pereira de Melo