Atentados múltiplos em Londres

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NVF

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« Responder #15 em: Julho 09, 2005, 04:54:02 pm »
Citação de: "papatango"
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Agora vai começar a caça ao Islamico

Isso é o que o Bin Laden quer.
Se começar a caça ao Muçulmano, então é que o mundo muçulmano vai dar ouvidos ao Bin Laden.



Ora muito bem dito, a partir do momento em que comeca a caca indiscriminada por motivos religiosos, raciais ou politicos, os adversarios — sejam eles quais forem — ja' ganharam, porque puseram em causa o alicerce base de uma democracia: o Estado de Direito.

Ha' que perseguir duramente os terroristas, alterar se necessario algumas leis para tornar mais eficaz a accao das forcas de seguranca (civis ou militares), mas nunca por em causa os nossos principios. Isso e' o que os gajos querem e enquanto nao compreendermos isso so' os ajudamos.
Talent de ne rien faire
 

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JoseMFernandes

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« Responder #16 em: Julho 09, 2005, 07:36:44 pm »
Citação de: "Miguel"
Era inadmissivel que em Londres podia existir, varios grupos islamistas em total liberdade.....

Londres era um base logistica, comando, recrutamento na Europa!!!!

Agora vai começar a caça ao Islamico :twisted:

Venceremos 8)



Efectivamente parece inadmissivel, mas tem sido assim ao longo destes anos.Por diversas razoes, que algumas voces em parte podem imaginar, muitas autoridades europeias tem feito 'acordos ou pactos de nao-agressao' secretos, com sectores islamistas radicais por interpostos interlocutores das importantes comunidades muçulmanas desses paises (França, Reino Unido, Bélgica, Alemanha, Paises Baixos...).Esse 'fechar de olhos' era mais ou menos efectivo e prolongado, dependendo do momento politico  e das condiçoes acordadas.No minimo toleravam-se a 'passagem' episodica de elementos radicais, o duvidoso senao ilegal ensino e ideologizaçao em 'madrassas' fundamentalistas, a passagem e/ou exportaçao de material diverso(supostamente nao letal), transferencia de capitais,  falsos documentos de identificaçao e transporte, aprovaçao de associaçoes 'culturais' e  'solidariedade' pro-fundamentalistas, produçao e ediçao de meios audiovisuais, publicaçoes...etc... (enfim, na verdade nao seriam mais que reais 'bases de apoio de rectaguarda' na terminologia da segurança de estado)
Acontece que na década de 90 (talvez... desde algures, os acontecimentos da Bosnia,Somalia,Quénia ou Iémen) houve um salto qualitativo na organizaçao do terrorismo islamico, com uma  'pulverizaçao' e crescente autonomia de grupos e grupusculos de pendor terrorista, a qual  conjugada com a luta (terrivel) pelo poder que se tem vindo a registar dentro das mesquitas tradicionais,  levara inevitavelmente a uma alteraçao dos equilibrios existentes(em muitas delas ainda existe uma ligaçao directa e oficial a governos legais arabes) e parece prefigurar uma mudança de base muito preocupante, neste ja de si extremamente grave estado das coisas.
Eu penso que existe um 'fio condutor' para tudo isto, que é ou sera dirimido no interior das mesquitas e madrassas ( o islamismo é ja a primeira religiao mundial, e tende a reforçar essa posiçao) e nestas se esta de algum modo a traçar  parte essencial do futuro  da Europa e do Ocidente, embora eu  continue confiante que a ala fundamentalista nao saira vencedora do confronto.
O numero de livros saidos ultimamente sobre esta tematica é de tal modo impressionante, que tenho mesmo dificuldade em acompanhar, mas nao deixarei de me tentar inteirar do que existe em Portugal.Neste momento estou lendo 'La Triple Insurrection Islamiste' de Guy Spitaels (ex-vice-primeiro ministro belga e 'presidente de honra vitalicio' da Internacional Socialista) onde expoe algumas e  controversas opinioes sobre este tema.O titulo do livro refere-se à sua visao (pessoal) de uma tripla insurreiçao: -o afrontamento contra as dinastias reais ou republicanas(Argélia,Egipto,Uzbequistao)  - o combate pela libertaçao nacional (Cachemira, Palestina, Tchechénia e Mindanau) e finalmente as acçoes (mais que) ambiguas da Al-Qaeda, Talibans, "estranha mistura de guerra contra os Infiéis, mas acima de tudo desforra do Oriente sobre o Ocidente".
Uma coisa é certa infelizmente, nao iremos apenas assistir enquanto espectadores, nos tempos proximos, ao evoluir deste confronto civilizacional... fazemos dele  parte integrante... como actores.
 

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JoseMFernandes

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« Responder #17 em: Julho 12, 2005, 06:35:39 pm »
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Inevitavelmente apos os atentados de Londres, vozes do mundo arabe iriam forçosamente lembrar as autoridades britanicas, o erro em que tem insistido, ao nao escutar os avisos que lhes tem sido endereçados a proposito do asilo concedido aos islamistas.(...)Bem antes de ela mesmo ser alvo de atentados,desde 2003 especialmente, a Arabia Saudita, Egipto, Marrocos... tinham pedido sem falta a extradiçao dos seus islamitas, mas sempre em vao(...).Um dos mais famosos editorialistas da imprensa saudita nao se coibiu com pudores diplomaticos:

"Ha mais de dez anos que eu e outros editorialistas arabes chamamos a atençao para o perigo do laxismo contra o extremismo que se alastrava no seio da comunidade muçulmana britanica e entre os imigrantes.Temos dificuldades em compreender porque as autoridades concediam direito de asilo a pessoas suspeitas ou implicadas em crimes terroristas...porque eram passados vistos a arabes condenados ou perseguidos nos seus paises por crimes politicos e extremismo religioso.
Porque lhes deram direito de entrada, asilo, e mesmo por vezes eram sustentados financeiramente:(...)o extremismo e um mal contagioso que leva a ruina.Esse laxismo com o fascismo integrista, levou ao afluxo de extremistas arabes e muçulmanos, que se tem organizado e pregam ja abertamente o extremismo.Sempre foi uma ilusao a ideia de que eles nao visariam o Reino Unido, porque era um sitio de liberdade, e os seus unicos inimigos seriam os governos arabes e muçulmanos.No passado diziamos para lhes proibirem o direito de pregar e agir...agora dizemos: Expulsem-nos !!! "



Trata-se de uma rapida citaçao de um texto de hoje(12/7/05) do jornal "Le Monde".De notar, em relaçao ao meu texto antecedente, o evidente pudor do articulista arabe em "ir mais fundo", mas que se podera confrontar com outras declaraçoes, muito mais incisivas, tambem de hoje e vindas de Israel.
 

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Pantera

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« Responder #18 em: Julho 14, 2005, 04:43:36 pm »
Infelizmente é neste novo mundo que vamos ter que viver,nada que possamos fazer para evitar todos os atentados,mas no entanto devemos reprimir algumas liberdades que hoje temos caso contrário será bem mais dificil a luta contra o terrorismo.E quem abre portas aos muçulmanos e lhes dá a nacionalidade aí têm.

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Paisano

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« Responder #19 em: Julho 23, 2005, 10:33:24 pm »
Homem morto por polícia no metrô é brasileiro

Fonte: www.oglobo.com.br

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LONDRES - O homem morto no metrô de Londres nesta sexta-feira é o brasileiro Jean Charles de Menezes, de 26 anos. Sua família é da cidade rural de Gonzaga, região leste de Minas Gerais. O primo da vítima, Alex Alves Pereira, que fez o reconhecimento do corpo, contou que ele estava legalmente no país, tinha trabalho fixo como eletricista e falava inglês fluentemente. Abalada com a morte, a família não soube informar quando o corpo de Jean será trazido para o Brasil.

Alex, no entanto, pediu às autoridades britânicas que a liberação aconteça o mais rapidamente possível:

- Pedi que liberassem o corpo dele logo porque não há nada mais que eu possa fazer por ele. Nós temos é que levar o corpo para o Brasil porque é o que a família, amigos, todo mundo quer.

Alex também contou que Jean não tinha motivos para correr da polícia.

- Ele não corria de nada e não tinha nada no passado que o fizesse correr. O problema é que ele brinca muito e tinha alguém seguindo ele no metrô. Essa pessoa é que falou para a polícia civil que ele era suspeito - disse Alex Alves Pereira, que fez o reconhecimento do corpo.

O Itamaraty deve se pronunciar ainda neste sábado sobre o episódio e está aguardando apenas um comunicado formal das autoridades britânicas para se manifestar.

As primeiras notícias de que a vítima era brasileira foram divulgadas pelo jornal dominical 'The Observer', que teria obtido a informação de fontes policiais. Os rumores cresceram depois de a polícia ter procurado a Embaixada Brasileira em Londres.

O brasileiro foi morto quando estava indo para o trabalho. Ele teria sido alvejado pela polícia britânica, a Scotland Yard, porque sua roupa e comportamento levantaram suspeitas da polícia.

Maria Alves, prima de Jean Charles Menezes, contou que ele vivia em Londres há quase cinco anos. O brasileiro morava com outros quatro primos.

- Ele falava muito bem inglês e tinha situação legal, tinha permissão para estudar e trabalhar lá - disse Maria Alves, que mora em São Paulo, acrescentando que em fevereiro passado, ele esteve no Brasil em férias.

No início desta tarde, a polícia reconheceu que o homem não tem ligação com o atentado malsucedido desta quinta-feira em Londres. Segundo a CNN, a Scotland Yard disse lamentar muito a morte, que ocorreu no metrô de Stockwell, no sul de Londres nesta sexta-feira.

"Nós acreditamos saber a identidade do homem morto pela polícia na estação de metrô Stockwell na sexta-feira, dia 22 de julho de 2005, apesar de ele ainda está sob processo de identificação formal', informou a polícia metropolitana em uma nota divulgada neste sábado, antes de o corpo ser identificado.

Em uma entrevista coletiva concedida na sexta-feira, o chefe da Scotland Yard, sir Ian Blair, chegou a confirmar que o homem morto tinha ligação direta com os atentados terroristas frustrados de quinta-feira.

A informação foi desmentida logo depois, na emissora de TV Sky News, que citou fontes ligadas ao serviço de segurança.

- É o que fui informado por fontes do ligadas ao serviço de segurança. O homem morto na estação de Stockwell não foi um dos quatro terroristas que a polícia está caçando - disse o repórter Martin Brunt, da Sky TV.

Na ocasião, um porta-voz da Polícia Metropolitana de Londres apenas comentou: "o cavalheiro morto em Stockwell hoje ainda precisa ser identificado, então é impossível associá-lo a qualquer coisa neste momento".

No início, se pensou que o brasileiro teria origem asiática. Jean foi visto quando saltava uma barreira para entrar em um vagão de trem estacionado na estação de Stockwell, da linha Norte, ao sul da capital. Ele estaria sendo perseguido por policiais à paisana desde quando entrou na estação.

Teri Goldly, uma testemunha, contou que estava parada ao lado do brasileiro antes de a perseguição policial começar.

- Um homem asiático, alto, com a cabeça raspada e barba rala, com uma mochila, parou na minha frente. Pouco depois, enquanto se preparava para entrar no trem, oito ou nove policiais disfarçados, portando transmissores e armas começaram a gritar para que todos saíssem - disse a testemunha.

Sua descrição coincidia com a foto de um dos suspeitos divulgada pela polícia.

Outra testemunha disse à rede BBC que o brasileiro tropeçou e então os agentes dispararam cinco vezes. Os tiros que o mataram foram à queima roupa. Os passageiros foram retirados imediatamente de todos os vagões, enquanto a polícia ordenava o fechamento da linhas Norte e Victoria.

Na sexta-feira, as autoridades divulgaram imagens capturadas pelo circuito interno de televisão das estações Oval, Warren Street e Shepherd's Bush e pela câmera dentro ônibus número 26.
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« Responder #20 em: Julho 23, 2005, 10:47:27 pm »
A propósito do mundo mais seguro de Bush e Blair*

Fonte: http://noblat.ultimosegundo.ig.com.br/noblat

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"Perseguido pelos agentes, a vítima pulou uma barreira de metal da estação e correu em direção a um trem de metrô. Ele tropeçou antes de entrar no vagão. Foi agarrado pelos agentes, lançado ao chão e morto com cinco tiros. Parecia uma raposa acossada. Estava petrificado". (Mark Whitby, inglês, que assistiu à morte ontem na estação de metrô de Stockell, ao sul de Londres, de um suspeito de terrorismo.)

"Se você tiver pela frente alguém que pode detonar uma bomba, justifica-se plenamente a política de atirar para matar". (Ken Livingstone, prefeito de Londres, ao justificar ontem a morte do suspeito.)

Da Folha Online, há pouco:

"A polícia britânica matou ontem o mineiro Jean Charles de Menezes, 27, na estação de Stockwell, no sul de Londres, após tê-lo confundido com terrorista ligado aos ataques da última quinta-feira na capital britânica.

Menezes era natural de Gonzaga, no interior de Minas Gerais, e vivia há cerca de quatro anos em Londres trabalhando como eletricista.

Hoje, a Scotland Yard admitiu o erro e informou que o homem foi atingido cinco vezes na cabeça depois de ter se recusado a obedecer a ordens da polícia de parar dentro de um vagão do metrô.

`Um homem morrer nestas circunstâncias é uma tragédia e a Polícia Metropolitana lamenta´, afirmou a Scotland Yard."


*Ricardo Noblat - 23/07/2005 - 17:51 horas
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« Responder #21 em: Abril 09, 2006, 04:01:36 pm »
Segundo notícias da imprensa de hoje (neste caso baseio-me especialmente no 'Nouvel Observateur' francês, de 9/4/2006), os autores do atentado de 7 de Julho de 2005 em Londres nao tiveram o apoio directo da rede Al-Qaida.O inquérito governamental que o jornal inglês 'The Observer'( de 9/4/2006) transcreve algumas conclusoes, e que deverá ser publicado nas próximas semanas, aponta para um 'complot' 'simples e pouco dispendioso' preparado por quatro 'kamikazes' com desejo de serem mártires.
O referido relatório conclui que os quatro homens se informaram em 'sites web' fundamentalistas, mas que não trabalharam por conta de  uma rede terrorista específica.O inquérito nem sequer confirma a existência de um 'quinto terrorista' que teria fugido após os atentados nas três secções do 'metro' e no autocarro londrino, nem tampouco a ajuda de um agente da Al-Qaida.Como refere o jornal ' esta conclusão só pode alarmar ainda mais as autoridades, pois põe a descoberto a vulnerabilidade da Grã-bretanha, face a um ataque concebido por um grupo de tal modo inexperiente'.
Recordo que três dos quatro 'kamikazes' eram de origem paquistanesa e o outro  jamaicano, e o relatório explora o comportamento psicológico dos
terroristas nos ultimos meses antes dos atentados, pois todos levavam um tipo de vida duplo ao adoptarem uma interpretaçao extremista do Islão mas desfrutando um estilo de vida ocidental.
De notar contudo, que dois deles, se tinham deslocado pouco antes do atentado ao Paquistão...(!?).
Segundo outro jornal inglês (o semanário Sunday Times) a polícia e os serviços secretos calculam em cerca de 400, os suspeitos de terrorismo que se passeiam livremente na Grã-Bretanha, numero que poderá ser superior a 600, segundo Eliza Manningham-Buller (dir. dos serv.secretos internos MI5) se contarem com os regressados dos campos de treino no Paquistao e Afeganistao(principalmente..).
Esperemos pois pelo desenvolvimento (ou por aquilo que nos quiserem contar) nas próximas semanas.

Já quanto aos atentados de Madrid (11/3/2004), o juiz instrutor espanhol deverá pronunciar nos próximos dias os primeiros inculpados pelos 191 mortos e 1500 feridos nos quatro comboios suburbanos das estações ferroviárias madrilenas.Tratam-se de 24 suspeitos, básicamente marroquinos, mas também alguns sírios, que estão presos em Espanha.Um outro está a ser julgado em Itália e existem mais 80 pessoas que embora em liberdade, são consideradas suspeitas.O processo que conta já com mais de 80 000 páginas não tem ainda data fixada para o início do processo.
Recordemos que neste caso foram dez bombas a explodir com escassos minutos de intervalo, postas por homens que as transportaram em sacos ás costas.Foi graças a uma bomba que retardou e ao  telemóvel que ali se encontrava, que possibilitou a polícia de investigação chegar até ao marroquino  Jamal Zougam, dono de uma loja de telefones instalado em Espanha hà alguns anos.
Sete suspeitos, e continuo a recordar, entre os quais o organizador presumido dos atentados, suicidaram-se três semanas depois dos atentados num apartamento nos arredores de Madrid, quando estavam cercados pela Polícia.

Cumprimentos