Eu vejo o Apache como uma aeronave para o exército, e não para a força aérea. Por isso não vejo necessidade de uma grande frota. Eu vejo eventualmente a necessidade de um pequeno grupo adstrito a uma unidade do exército, que tratará de dar apoio aproximado a unidades blindadas, e a, em casos de necessidade agir contra veículos blindados de transporte ou "soft targets", nomeadamente transportes de combustível. para por exemplo, cortar abastecimentos.
Os Alphajet devem ser substituidos por F-16, com capacidade de ataque ao solo, mas não para atacar carros de combate ou veículos e sim para atacar pontes, depósitos de combustível, centros de comando, radares etc...
No entanto, se olhamos para o Apache, como uma substiutição pura e simples do Alphajet, provavelmente 6 unidades não chegaríam. Mas isso implica achar que as coisas são imutáveis e que a força aérea não pode deixar o apoio aéreo aproximado, deixando-o naturalmente para o Grupo de Aviação Ligeira do Exército. Para as regras e os procedimentos da Força Aérea, como existem hoje, não se devem operar seis helicopteros, porque a Força aérea não está preparada para "pensar" nisso.
Papatango, nem eu, nem o Ricardo vêmos os hélis de ataque como aeronaves da FAP, mas sim do Exército. Mas isso nada tem a ver com os números nos quais eles devem ser operados.
Os Alphajet vão ser nominalmente substituídos na FAP pela 2ª esquadra de F-16 (excepto na missão de treino). Mas na realidade, os Alphajet realizavam, pela limitação do seu armamento e sistemas, missões de CAS. Já os F-16AM/BM são muito mais adequados às missões de interdição, sendo talvez um desperdício usá-los em CAS. Aí é que entram os hélis de ataque do exército.
E ao contrário do que diz, a sua principal missão não deve ser destruir blindados, mas sim apoiar tropas no terreno, como uma espécie de artilharia aero-móvel.
Para isso, não bastam 6 Apache (como o Jorge Pereira disse, teríamos que adquirir mais aos EUA). Devido ao grau de desgaste que uma frota de hélis de CAS sofre, 6 hélis seriam largamente insuficientes, e isso nada tem a ver com a sua doutrina de emprego ou filosofia operacional (quer da FAP, quer do Exército).
Há ainda outra questão - quer opere 1, 6, 12 ou 24 Apaches, precisa de uma estrutura de treino, comando, logística, reparações, e desenvolvimento doutrinal; estes são custos fixos (até certa dimensão da frota). Logo, se com 6 ou 12 Apache estes custos não crescem (ou não crescem de forma relevante), e os 6 não chegam para as necessidades, é mais lógico ter 12, não acha?
Só para ter uma ideia, um piloto de Cobras numa entrevista na AFM, disse que o canhão do AH-1W encrava cerca de 35% das vezes (isto quer dizer que, em média, numa missão com três hélis, só dois, ou mesmo um, é que têm o canhão operacional!) . Segundo ele, o do Apache é ainda pior. O Apache é ainda uma das aeronaves mais exigentes em termos de manutenção. E se fosse usado no LPD, visto que não é navalizado, sofreria um desgaste ainda maior. Isto tudo conjugado
permite concluir que uma frota de 12 aeronaves seria o mínimo exigível, e é por essa razão que também foi esse o número apresentado pelas forças armadas...
De resto, eu nem gosto muito dos Apache, e acho que ficaríamos mais bem servidos com os AH-1Z...