Eu não sou iberista, hombre!!!
Rui Elias, ninguém lhe está a chamar ibérista.
As minhas palavras foram relativas às expressões utilizadas pelo Ferrol.
O problema da cooperação com os espanhóis, é que onde quer que seja que estejamos metidos com os espanhóis, há uma tendência natural, quase genética destes em tomarem as posições de liderança, colocando os portugueses numa posição de subserviência e normalmente falando por nós.
Os espanhóis assumem por definição como normal que havendo situações em que Portugal e Espanha estejam juntos, os espanhóis devem liderar, o que significa que Portugal pura e simplesmente desaparece.
Isto ocorre hoje, em Agosto do ano de dois mil e cinco. Ha inúmeras empresas espanholas que se apresentam a concursos, públicos e privados, com o estatuto de “Representante para Espanha e Portugal”. Depois ficamos a saber que têm um sub-representante em Portugal. Normalmente estas empresas espanholas compram na China ou em Taiwan e depois vendem para Portugal.
Claro que o preço em Portugal é sempre mais caro, porque os espanhóis querem o lucro deles.
Muitas empresas portuguesas, por serem mais pequenas têm sido forçadas a esta posição de submissão. Isto ocorre nas empresas privadas e ocorre nas parcerias.
Essa é a razão de não ser possível e ser absolutamente contraproducente qualquer cooperação com os espanhóis, nomeadamente do ponto de vista militar.
Por isso é perigosa a aquisição de radares e aviões aos espanhóis. Na Espanha, não se pode confiar.
Não por causa de Aljubarrotas perdidas no tempo, mas por causa do comportamento criminoso de muitas empresas espanholas.
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Relativamente às F-100, Rui Elias, hoje em dia, com a sofisticação dos sistemas, são cada vez mais os sistemas de armas, radares, sistemas de combate e armamentos que contam. O casco, é só metal.
Aliás, o que acontece hoje, com os radares 3D e sistemas como o AEGIS, é que o navio é construído à volta do sistema de armas e não o sistema de armas que se aplica a qualquer navio.
Portanto, a nossa cooperação com os espanhóis acabaría na inevitável submissão dos navios portugueses à vontade dos espanhóis, pouco importando o que precisamos ou não. Os espanhóis têm mais o que fazer que preocupar-se com lo que los “portuguesitos” piensan.
Portanto, com uma F-100, o que nos tinha impedido de optar por outro sistema além do AEGIS, é porque as F-100 foram feitas para o AEGIS. Para ter uma F-100 com outros sistemas de combate Rui Elias, você tinha que reconstruir a F-100.
Ou seja, tinha que voltar à prancheta e desenhar o LCF ou o Horizon.
Tecnologia nuclear já a têm por força das suas centrais para produção de energia.
O que lhe garante que dentro de 3 ou 5 anos Espanha não desenvolve uma ogiva para colocar nos mísseis de cruzeiro de que diz tanto precisar, para se defender da moirama?
Para já o que me garante isso são os americanos.
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Voltando à questão acima (iberismo) lembro que os espanhóis não concebem a possibilidade de qualquer cooperação com Portugal de igual para igual. Isso ocorre porque para a Espanha-Castelhana que já expliquei mil vezes, continua a existir disfarçada de Estado-Espanhol, continua e continuará a ver-nos como uma provincia “rebelde” e não deixará de nos ver assim, até ao dia em que a verdade Histórica seja reposta, o que corresponde ao fim do actual Estado Franco-Espanhol, como o conhecemos.
Por isso, Rui Elias, quando você fala em cooperação com os espanhóis, eles entendem isso como cooperação do estilo “
Gostava de ver os Eurofighters a defender o Algarve”.
Este é o tipo de cooperação Portugal-Espanha que está na cabeça dos espanhóis, e isto vem ao de cima em cada conversa, cada frase, cada comportamento, cada expressão.
Faz-me lembrar a expressão “Por a raposa a guardar o galinheiro”.
A seguir o Ferrol vai propor que o Bin Laden seja designado para chefe dos guarda costas do George Bush.
Cumprimentos