Política em Portugal

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Re: Política em Portugal
« Responder #255 em: Janeiro 05, 2021, 08:10:27 pm »
Com um governo destes quem precisa de inimigos....  ::)
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Re: Política em Portugal
« Responder #256 em: Janeiro 06, 2021, 06:40:21 am »
Nuno Gonçalo Poças
A dignidade das instituições
O Senhor Presidente da República teve ocasião de dizer que o caso do currículo do procurador José Guerra, nomeado para a Procuradoria Europeia, era “lamentável” e pediu mais informação. Aqui a tem.

05 jan 2021, 14:53
   
A Procuradoria Europeia foi criada em 2017 com o intuito de investigar crimes económicos no espaço europeu, uma instituição que seria composta por um procurador de cada país participante.

No final de 2018, o Governo abriu um concurso para o lugar português naquele organismo europeu. Recebidas as candidaturas, o Conselho Superior do Ministério Público e o Conselho Superior da Magistratura tinham de tomar posição. Sucede que o júri constituído dentro do Conselho Superior do Ministério Público para avaliar as candidaturas ao cargo de procurador europeu só definiu o valor de cada um dos critérios de avaliação depois de saber quem eram os candidatos, num plenário presidido por Lucília Gago, a Procuradora-Geral da República escolhida pelo PS para substituir Joana Marques Vidal.

O Conselho Superior ordena, então, os candidatos seleccionados. Em primeiro lugar, o procurador José Guerra. Em segundo, João Santos, e em terceiro, Ana Carla Almeida.

A lista foi enviada para o júri europeu do concurso, que inverteu a ordem e escolheu a procuradora Ana Carla Almeida, por considerar que tinha mais experiência na investigação do crime económico.

Ana Carla Almeida encontrava-se a liderar o processo das célebres golas anti-fumo, onde eram arguidos José Artur Neves, ex-Secretário de Estado da Protecção Civil no ministério chefiado por Eduardo Cabrita, o ex-presidente da Protecção Civil, Mourato Nunes, e o ex-adjunto do Secretário de Estado, o padeiro Francisco Ferreira, dirigente local do PS.

Como a decisão europeia não é vinculativa, o Governo português tinha de decidir quem nomear para o cargo.

A Ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, que tomou posse como Juiz Conselheira do Supremo Tribunal de Justiça enquanto ministra, decidiu, então, manter a intenção de nomear o procurador José Guerra, uma vez que tinha experiência europeia, por ter trabalhado no Eurojust.

José Guerra trabalhou, de facto, no Eurojust, sob a liderança de José Lopes da Mota. Ora, José Lopes da Mota, hoje adjunto do gabinete de Francisca Van Dunem, foi acusado e condenado a uma pena de suspensão de 30 dias, por ter pressionado procuradores do Ministério Público a arquivar o processo que investigava o Freeport e José Sócrates.

Lopes da Mota fora Secretário de Estado da Justiça entre 1996 e 1999, no reinado de Vera Jardim à frente do Ministério. Saiu do Governo para o Ministério Público e, em 2007, torna-se vice-presidente do Eurojust. Nesse mesmo ano, o Governo de José Sócrates nomeou para o Eurojust o procurador José Guerra. Outro membro nacional do Eurojust era António Luís dos Santos Alves, que foi Inspector-Geral do Ambiente entre Dezembro de 2000 e Agosto de 2002, por escolha e nomeação de José Sócrates,e que também viu a nomeação renovada em Abril de 2007.

O Eurojust foi o órgão que estabeleceu a ligação entre as autoridades portuguesas e inglesas nas investigações ao caso Freeport e nele estavam, então: um antigo colega de Governo de Sócrates, o antigo Inspector-Geral do Ambiente nomeado por Sócrates e José Guerra.

Sucede que José Guerra é irmão de Carlos Guerra, que foi o presidente do Instituto de Conservação da Natureza que viabilizou a construção do projecto Freeport.

O outro irmão Guerra é João, o procurador do processo Casa Pia, que acusou Paulo Pedroso. Recorde-se, que numa escuta telefónica divulgada pela SIC, António Costa telefonou a Paulo Pedroso no dia 21 de Maio de 2003, pelas nove da manhã, dizendo-lhe: “Já fiz o contacto. Disse que ia imediatamente falar com o procurador do processo, portanto o Guerra. O receio que tem é que a coisa já esteja nas mãos do juiz. Pá, talvez o teu irmão seja altura de falar com o Guerra.”

Soube-se, entretanto, que a resposta que o Governo deu ao Conselho sobre o currículo de José Guerra continha dados falsos, que o Ministério da Justiça descreveu como “lapsos”.

Na sequência da contestação pública ao que se ia conhecendo, demitiu-se o Director-Geral de Política de Justiça, Miguel Romão, que na carta em que coloca o lugar à disposição menciona que a informação enviada às instituições europeias “foi preparada na sequência de instruções recebidas e o seu conteúdo integral era do conhecimento do Gabinete da senhora Ministra da Justiça desde aquela data”.

A carta do Director-Geral é publicada no portal da Justiça e logo apagada. O Secretário de Estado Adjunto e da Justiça, também Juiz Conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça e até 2019 Vice-Presidente do Conselho Superior de Magistratura, escreve no Twitter que “quanto ao facto de ter sido retirado do Portal da Justiça um comunicado, a razão é simples: a dignidade das instituições e a autoridade democrática do Estado não permitem que dirigentes demitidos usem plataformas e serviços públicos como se fossem quintas privadas.”

Sobre a dignidade das instituições, protegida desta forma pelo Governo, o Senhor Presidente da República teve ocasião de dizer que o caso era “lamentável” e pediu mais informação. Aqui a tem.


https://observador.pt/opiniao/a-dignidade-das-instituicoes/
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Re: Política em Portugal
« Responder #257 em: Janeiro 06, 2021, 05:05:35 pm »
Nuno Gonçalo Poças
A dignidade das instituições
O Senhor Presidente da República teve ocasião de dizer que o caso do currículo do procurador José Guerra, nomeado para a Procuradoria Europeia, era “lamentável” e pediu mais informação. Aqui a tem.

Depois vão-se ver as sondagens e não se passa nada.
Este Marcelito da treta....

http://grandelojadoqueijolimiano.blogspot.com/2004/10/revivalismos-i.html

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Re: Política em Portugal
« Responder #258 em: Janeiro 06, 2021, 05:15:12 pm »
Mais informação para o Sr. Presidente:

https://portadaloja.blogspot.com/2019/05/a-ministra-van-dunem-sempre-se.html

"A formação do Governo com este suporte parlamentar quebrava uma lógica de exclusão", recordou Francisca van Dunem, durante uma aula aberta à população, no Algarve, sublinhando que o seu ADN é "incompatível com discriminações".

Falando na abertura do 4.º Festival Literário Internacional de Querença (FLIQ), que decorre naquela aldeia do concelho de Loulé até domingo, a governante revelou ainda que aceitou o convite por confiar "nas qualidades e na absoluta integridade" de quem a convidou.

Durante a aula, que decorreu num espaço aberto daquela aldeia do interior algarvio, Francisca van Dunem recordou também a sua infância, no sul de Angola, e a diferença que sentiu quando a família se mudou para a capital, Luanda, "cidade que cheirava a medo".

A mudança deu-se numa altura em que eclodia um conflito armado em Angola, o que fez com que andar na rua, fortemente patrulhada por milícias, sobretudo para os homens, se tivesse tornado "num ritual de encontro com o risco".

Na sequência daquilo a que assistiu e que viveu, com cerca de 10 anos a atual ministra da Justiça decidiu que queria tornar-se advogada, inspirada em personagens de ficção, mas, sobretudo, por considerar que a advocacia "era um lugar de integridade e coragem".

Esta van Dunem costuma vitimizar-se nas entrevistas que de vez em quando vai largando aos bochechos e com um interesse quase nulo. Sempre com a "discriminação" racial e outras por pano de fundo. Ou é o filho que desde pequeno ouvia dizer em casa para "gritar" se lhe chamassem preto ou coisa assim; ou é a proclamação permanente, nessas entrevistas, de uma diferença entre pretos e brancos que só a senhora convoca. Ninguém se incomoda com o facto da senhora ser preta a não ser...a senhora. Um racismo ao contrário, em estado larvar, é o que me parece. Sempre a aflorar e sempre presente naquilo que a senhora diz em público.

Mas quem é esta senhora que se acha preta mesmo que ninguém repare nisso e faz sempre questão de o lembrar?

É uma privilegiada e sempre o foi, em Portugal. Discriminada, esta van Dunem? Só na sua imaginação conspirativa que denuncia  a discriminação do lado negativo, esquecendo o oposto.

Em tempos já escrevi sobre esta dona Dunem, vinda de Angola, antes  da independência, sendo portuguesa e  também na pendência da guerra civil e por causa de assuntos de família, ligada ideologicamente aos comunistas soviéticos. Quereria continuar portuguesa, em 1975, depois de regressar a Angola para se juntar aos antigos guerrilheiros terroristas, anti-portugueses? É perguntar...mas parece que não porque se inscreveu no MPLA, chegando a fazer a recruta militar, logo que chegou a Angola...aliás, segundo o Expresso será portuguesa desde 1977. Muito nova para perceber o país...

Francisca Van Dunem é assim uma portuguesa de Angola cujos parentes directos tiveram grande protagonismo político nas vicissitudes da independência daquele antigo território ultramarino português.
Segundo escreve a Visão de 3 de Dezembro último [2011], é "uma princesa do MºPº (...) e trabalhou próximo de todos os PGR das últimas duas décadas".


Em 1977, um irmão, José Van Dunem e cunhada Cita ( ou Sita) Vales, "combatentes e dirigentes do MPLA" estiveram envolvidos numa conjura para derrubar o governo de Agostinho Neto e foram chacinados, juntamente com o cabecilha Nito Alves. Nessa altura Francisca estava em Lisboa a estudar e tinha pouco mais de vinte anos.

Após a independência apressada de Angola , acontecimento que perfez há pouco 40 anos, do qual Portugal esteve oficialmente ausente, o novo país viveu uma fase de transição e guerra civil que perdurou anos a fio até se alcançar uma paz aparentemente duradoura.

Os acontecimentos de 1977 foram agora evocados mas com pouca nitidez.

Assim, o O Jornal dessa época consagrou vários números, desde 27 de Maio de 1977 até Setembro desse anos dando conta do que se passava em Angola.

O essencial foi contado no nº de 3 de Junho de 1977 ( ver os artigos aqui publicados).

Van Dunem foi por isso uma "princesa do MºPº" entronizada por Cunha Rodrigues, enquanto PGR e as forças do MºPº que então predominavam ( de esquerda socialista e comunista). E porquê? Será esta van Dunem tão competente e inteligente que tivesse que ser forçosamente a tal "princesa do MºPº", em vez de duquesa ou marquesa, como outras o foram ( Cândida de Almeida e Maria José Morgado)?

 A Wiki mostra este perfil:

Nasceu em Luanda, onde estudou no liceu feminino Guiomar de Lencastre. Em 1973, aos 17 anos vem para Portugal estudar Direito em Lisboa. Em 1975, devido à independência de Angola, interrompeu os estudos para regressar a Luanda, junto da família, onde fica um ano. Regressou a Lisboa em 1 de maio de 1976, voltando a estudar.

Licenciada pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, em Julho de 1977, foi monitora de Direito Penal e Direito Processual Penal nessa mesma instituição, entre 1977 e 1979.

É magistrada do Ministério Público desde setembro de 1979. Foi assessora de sindicância e inquérito na Alta Autoridade contra a Corrupção, entre 1985 e 1987, em comissão de serviço. Delegada do Procurador da República no Tribunal do Trabalho, no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa e no Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa.

Integrou o Gabinete do Procurador-Geral da República entre 1999 e 2001. Foi directora do Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa entre 2001 e 2007. Procuradora-Geral Distrital de Lisboa, desde Fevereiro de 2007.

Foi membro da Rede Judiciária Europeia em matéria penal entre 2003 e 2007. Representante do Conselho Superior do Ministério Público na Unidade de Missão para a Reforma Penal. Membro da Comissão de Revisão do Código de Processo Penal de 2009.

Foi representante de Portugal em várias reuniões e Comités Técnicos de Organizações Internacionais, nomeadamente o Comité Europeu para os Problemas Criminais, do Conselho da Europa e o Observatório Europeu dos Fenómenos Racistas e Xenófobos da União Europeia.

Membro do Conselho Superior do Ministério Público.
Representante do Conselho Superior do Ministério Público no Conselho de Gestão do Centro de Estudos Judiciários.[8]
É a atual Ministra da Justiça de Portugal, desde 26 de novembro de 2015.[9]

Por junto e atacado esta magistrada do MºPº desde 1979 ( antes do CEJ) trabalhou em processos, como a maioria dos magistrados o faz, escassos anos. Muito poucos. Depois foi só mandar em departamentos e comissionar em lugares. Parece-me estranho, isto.

Outra coisa que me parece muito estranha é o seguinte:

Esta dona veio para o "puto", desde a Angola, ainda província ultramarina, em 1973, aos 17 anos ( nasceu em Novembro de 1955) estudar Direito. Estudou durante  o ano de 1973/74. Portanto, o primeiro ano. É sabido que no ano de 1974/75 não poderia ter estudado: a Universidade esteve fechada. Mas também não estudou em 1975 porque voltou para Angola. Fazer o quê? Apoiar a família, ligada aos comunistas soviéticos e a coisa correu mal porque teve que retornar em 1 de Maio de 1976, "voltando a estudar". Ora em Maio de 1976 estávamos no fim do ano universitário. Enfim. Diz a Wiki que se licenciou em Julho de 1977.
Para se perceber a inteligênncia fulgurante da dona Dunem basta fazer as contas. Estudou por junto e atacado, um ano ( 73/74) e mais um (76/77). Foi assim ou não?
O que é certo segundo a Wiki é ter sido "monitora" de direito penal e processo penal na FDUL, logo que se licenciou e até 1979. Parece-me extraordinário!  E entrou logo para a magistratura do MºPº! Até ser graduada e colocada como juiz Conselheira do STJ. E ser ministra da Justiça!.

Esta senhora dona merece um estudo, porque tudo isto me cheira a génio. Raro...

Outra coisa que desmente a discriminação de que se queixa é o rendimento, o pecúlio que amassou enquanto magistrada. Notável, também:

[em 2014] A ministra da Justiça tem cerca de 220 mil euros em poupanças. Diz que era a ministra com maiores poupanças neste governo...

Neste aspecto não admira, tal coisa. Lá em casa, o marido, Eduardo Paz Ferreira é pessoa bem remunerada, de há anos para cá...



Portanto, esta senhora dona van Dunem pode sentir-se discriminada. Mas sempre pela positiva...

Para perceber esta discriminação positiva seria bom ir aos anos setenta e oitenta e perceber como conseguiu chegar onde chegou. A quem esteve ligada politicamente, sempre, mesmo enquanto magistrada. Quais os seus sistemas de contactos que lhe permitiram ocupar os lugares de chefia que ocupou. Quais as suas reais qualificações e não apenas as mitificadas.

Quem a colocou na Alta Autoridade contra a Corrupção, nos anos oitenta? Como subiu na carreira, meteoricamente? Como é que isto sucedeu?

Seria bom saber, sem mistérios ou teorias de conspiração, para se perceber a "discriminação".
Por josé
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Re: Política em Portugal
« Responder #260 em: Janeiro 08, 2021, 10:16:17 pm »
https://mobile.twitter.com/ATGuerreiro/status/1347500388551897088

Podridão total.
Tranversal a toda a máquina do Estado.
O sistema é irreformável e já só vai lá à pancada.
Nojo, nojo, nojo...
Um escarro isto.

"BASTA PUM BASTA! UMA GERAÇÃO, QUE CONSENTE DEIXAR-SE REPRESENTAR POR UM COSTA E POR UM MARCELO É UMA GERAÇÃO QUE NUNCA O FOI! É UM COIO D'INDIGENTES, D'INDIGNOS E DE CEGOS! É UMA RÊSMA DE CHARLATÃES E DE VENDIDOS, E SÓ PODE PARIR ABAIXO DE ZERO! ABAIXO A GERAÇÃO! MORRAM O COSTA E O MARCELO, MORRAM! PIM!"

E agora se me vierem com acusações de "discurso de ódio", responderei que esta é apenas uma metáfora mamadubaesca.

Fds...
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« Última modificação: Janeiro 08, 2021, 10:16:58 pm por Luso »
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Re: Política em Portugal
« Responder #262 em: Janeiro 08, 2021, 10:30:57 pm »
Se em PIB per capita estamos no fundo da Europa, a nível de corruptos e tachos "per capita", estamos num incontestável primeiro lugar. É muito bom estar no último lugar em tudo, de entre os países "desenvolvidos". É cá um orgulho. Não tivéssemos colados à Europa, quem visse isto achava que éramos apenas mais um país sul-americano.
 

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Re: Política em Portugal
« Responder #263 em: Janeiro 09, 2021, 12:47:28 am »


A razão para se  ter de colocar as pessoas certas nos lugares certos...
Há que gerir bem a "bazuca"... 
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Re: Política em Portugal
« Responder #264 em: Janeiro 09, 2021, 09:45:33 am »
Ontem vi o programa Sexta às 9 deu para perceber a teia da ministra da justiça, mas a culpa não é dela, mais sim do Costa, que a mantêm no lugar por pura jogada política.
Esta escumalha da esquerda precisa ser erradicada do poder antes que seja tarde demais, são muitos anos a colocar Portugal nos últimos lugares na Europa, talvez daqui a 5 anos sejamos o país mais pobre da Europa, daqui a pouco vamos ser ultrapados pela Eslováquia e a Lituânia.
O problema é que os portugueses vêem os partidos como um clube de futebol, em que não se muda, exemplo, os meus país que levam uma vida a votar PS.
Os portugueses de uma vez por todas precisam abrir os olhos e deixar de votar neste tipo de escumalha, por fim, de todos os primeiros ministros que o meu país já teve, sem dúvida este último é o que mais me mete nojo FDP.
 

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Re: Política em Portugal
« Responder #265 em: Janeiro 10, 2021, 09:27:39 pm »
https://mobile.twitter.com/ATGuerreiro/status/1347500388551897088

Podridão total.
Tranversal a toda a máquina do Estado.
O sistema é irreformável e já só vai lá à pancada.
Nojo, nojo, nojo...
Um escarro isto.

"BASTA PUM BASTA! UMA GERAÇÃO, QUE CONSENTE DEIXAR-SE REPRESENTAR POR UM COSTA E POR UM MARCELO É UMA GERAÇÃO QUE NUNCA O FOI! É UM COIO D'INDIGENTES, D'INDIGNOS E DE CEGOS! É UMA RÊSMA DE CHARLATÃES E DE VENDIDOS, E SÓ PODE PARIR ABAIXO DE ZERO! ABAIXO A GERAÇÃO! MORRAM O COSTA E O MARCELO, MORRAM! PIM!"

E agora se me vierem com acusações de "discurso de ódio", responderei que esta é apenas uma metáfora mamadubaesca.

Fds...
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E quem foram buscar mais?!
Cristina Roldão, investigadora do ISCTE, que jurou combater a "hegemonia da branquitude" em Portugal e participa em conferências para um "Levante negro na Europa".

Do Grupo de Trabalho fazem parte académicos e juristas unidos apenas pela missão de combater em nome das pessoas "racializadas" (jargão para não - brancos) a "opressão" dos mauzões, os "brancos".

É esta gente, os do "racismo bom", que vai decidir as políticas de combate ao suposto racismo "mau" dos portugueses.
Da lista até faz parte Anabela Rodrigues, coordenadora da Associação de Imigrantes do Grupo Teatro do Oprimido de Lisboa!!!


https://dre.pt/web/guest/home/-/dre/153341296/details/maximized?serie=II&parte_filter=31&dreId=153341294
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Re: Política em Portugal
« Responder #266 em: Janeiro 11, 2021, 09:43:43 am »
O caso do Produrador, tem impressões digitais por todo o lado de: socialismo + avental!
 

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Re: Política em Portugal
« Responder #267 em: Janeiro 11, 2021, 09:51:37 am »
Entretanto..... mais uma notícia que não passa na comunicação social dos 15 milhões!!!!!

PPP. Todas as suspeitas que o Ministério Público imputa a cinco ex-membros do Governo Sócrates

Ministério Público imputa a cinco membros do Governo Sócrates um alegado prejuízo superior a mil milhões de euros na adjudicação e na renegociação de contratos em regime de PPP.

O Ministério Público imputa a dois ex-ministros das Obras Públicas (Mário Lino e António Mendonça) e ao ex-secretário de Estado Paulo Campos do Governo de José Sócrates alegadas ordens para a assinatura de cinco contratos das subconcessões rodoviárias com “responsabilidades financeiras” de cerca de 594 milhões de euros que não estavam previstos durante a fase de concurso público. E de ainda terem alegadamente prejudicado o Estado em cerca de 466 milhões de euros por via da renegociação em 2010 das concessões da Ascendi — consórcio então liderado pelo Banco Espírito Santo e pela construtora Mota-Engil, entretanto vendido aos franceses da Ardian.

Após anos de investigação, o inquérito às PPP (parcerias público privadas) chegou a conclusões que apontam para prejuízos potenciais superiores a mil milhões de euros, resultantes de dois processos que já tinham sido sinalizados pelo Tribunal de Contas como prejudiciais para os interesses financeiros do Estado.

O ex-ministro Fernando Teixeira dos Santos e o ex-secretário de Estado Carlos Costa Pina também são envolvidos pelos procuradores Jorge Malhado e Joana César de Campos, titulares do caso das PPP rodoviárias, no dossiê da renegociação das concessões da Ascendi. Já no caso do alegado prejuízo de 594 milhões de euros das subconcessões rodoviários, o Ministério Público também imputa responsabilidades a Almerindo Marques, ex-presidente da EP, a dois administradores (Eduardo Gomes e Diogo Madeira) e a cinco diretores da mesma empresa.

Este é o resumo dos despachos de indiciação com que os cinco governantes e os ex-responsáveis da EP foram confrontados entre março e junho de 2020 pelos procuradores Jorge Malhado e Joana César de Campos. Ao que o Observador apurou, o conteúdo destas indiciações serão a base de uma eventual acusação contra os onze arguidos constituídos nos autos.

Os valores dos alegados prejuízos ao Estado diferem dos cerca de 3,5 mil milhões de euros que anteriormente tinham sido apurados pela investigação do MP e noticiados pelo Observador, e assentam no conceito do VAL (valor atualizado líquido). O VAL é um cálculo financeiro que permite avaliar para cada momento (daí o atualizado) a rentabilidade ou valor de um investimento com um horizonte temporal de vários anos, através de uma estimativa dos fluxos de custos e das receitas previstos para esse período.
Ministério Público ainda não imputou crimes concretos aos arguidos

Apesar de terem sido apuradas suspeitas da alegada prática de crimes como associação criminosa, corrupção ativa e passiva, participação económica em negócio, tráfico de influência e branqueamento de capitais, certo é que o Ministério Público não imputa nos despachos de indiciação nenhum crime concreto aos onze ex-responsáveis políticos e técnicos constituídos arguidos.

No caso do crime de corrupção, e como o Observador já tinha noticiado em agosto de 2018, nunca o Ministério Público conseguiu reunir indícios da prática desse crime, nomeadamente a eventual cedências de contrapartidas financeiras ou de outra ordem para titulares de cargos políticos.

Fernando Teixeira dos Santos, Mário Lino, António Mendonça, Paulo Campos e Carlos Costa Pina foram formalmente constituídos arguidos entre fevereiro e março de 2020 — facto que levou à interrupção da contagem do prazo de prescrição — mas a crise pandémica fez com que os respetivos interrogatórios só se concretizassem entre maio e junho de 2020. Confrontados com o despacho de indiciação, todos os arguidos adiaram a prestação de eventuais declarações para poderem consultar os autos. Ao que o Observador apurou, só Carlos Costa Pinha terá prestado declarações até ao momento mas outros arguidos, como Paulo Campos, pretendem fazer o mesmo.

Contactado pelo Observador, Rogério Alves, advogado de Paulo Campos, afirmou que “cada vez é mais claro que o que está em causa é o julgamento de opções políticas e não a prática de crimes. O que fica particularmente nítido quando se percebe que não há quaisquer indícios de corrupção decorridos que são quase 10 anos de investigação.” O causídico considera ainda que o alegado prejuízo para o Estado invocado pelo MP com os contratos em regime PPP “corresponde a um valor mal calculado e portanto inconsistente, como a seu tempo se demonstrará a seu tempo nos autos.”

Já Fernando Teixeira dos Santos, Mário Lino e a defesa de Carlos Costa Pina optaram por não fazer comentários, enquanto que António Mendonça não respondeu às tentativas de contacto do Observador.

O raciocínio do Ministério Público e da Polícia Judiciária, assessorados por uma equipa de peritos económicos especializados no regime de PPP, assim como apoiados em diversos testemunhos de outros especialistas prestados nos autos, baseia-se em alegados prejuízos que os arguidos terão provocado ao Estado em dois dossiês diferentes:


    A renegociação dos contratos do consórcio Ascendi
    A assinatura de cinco contratos de subconcessões rodoviárias em 2010 — que alteraram os mesmos contratos que foram chumbados pelo Tribunal de Contas em 2009

De acordo com os autos do caso das PPP consultados pelo Observador, o guião da investigação segue o essencial das conclusões de uma auditoria do Tribunal de Contas de 2012 ao novo modelo de gestão e financiamento do setor rodoviário.

Tendo como pano de fundo o lançamento de uma nova vaga de concessões rodoviárias em regime PPP, o Governo socialista, com Mário Lino e Paulo Campos no comando destes investimentos rodoviários, procurou transformar a Estradas de Portugal numa empresa com autonomia financeira do Estado. Ao passar de empresa pública a sociedade mercantil, a EP saía do perímetro das contas do Estado e deixava de ficar dependente do financiamento do Orçamento para financiar os avultados investimentos que o Executivo queria fazer.

O objetivo era fazer evoluir a EP para um modelo que já era usado nas gestoras de transportes e que recorria ao financiamento bancário, via banca comercial e Banco Europeu de Investimento, para realizar os projetos sem sobrecarregar o défice e a dívida pública. Mas para isso precisava de ter receitas próprias. O Governo transferiu uma parte do imposto petrolífero para a empresa, criando a chamada contribuição rodoviária (cerca de 500 milhões de euros por ano) e apostou numa modalidade de PPP em que os proveitos com as portagens cobradas ficavam do lado da EP — que, por seu lado, passava a pagar um fee às concessionárias pela exploração. Mas o Eurostat nunca validou a saída da EP do perímetro do Orçamento do Estado.

Seja como for, a concretização do modelo levou ao lançamento de novas concessões — as anteriores eram do Estado — que passariam a ser da responsabilidade direta da EP. A empresa tornou-se concessionária perante o Estado para a gestão da rede rodoviária por um período de 75 anos e, ao mesmo tempo, concedente perante os privados lançando subconcessões.

Outro eixo implicava renegociar contratos de concessão já existentes, processo que levou um empurrão com a necessidade de introduzir portagens nas antigas Scut. A decisão foi tomada logo do início da primeira legislatura do Governo Sócrates, mas levantou tanta polémica que só foi executada já no segundo Executivo que tomou posse em 2009 e com a pressão financeira da crise que estava iminente.

O Ministério Público constata que esta nova solução se revelou insustentável porque as receitas obtidas com a contribuição e as portagens que começaram ser cobradas em algumas Scut em 2010 não chegavam para cobrir todas as despesas da EP com as PPP rodoviárias, o que fez disparar a dívida da empresa em poucos anos de um valor residual para quase dois mil milhões de euros em 2010.

E este é o cenário no qual se desenrolam os dois dossiês centrais para a investigação e que correram praticamente em vias paralelas entre 2009 e 2010, apanhando a fase final do primeiro Governo de José Sócrates num contexto de recessão económica, as eleições de 2009 e o Executivo minoritário socialista que durou um ano e meio até ao chumbo do PEC IV e ao resgate internacional.
Renegociação das Ex-Scut e o trunfo da Ascendi

O primeiro dos dossiês sob escrutínio criminal é o acordo com a Ascendi, a segunda maior concessionária em Portugal. Por esta concessionária ser a dona de três das sete concessões Scut, um acordo com a Ascendi era um passo fundamental para que o processo negocial chegasse a bom porto com as restantes — circunstância esta que deu força à concessionária.

O resultado final, para o Ministério Público, configura indícios de favorecimento das exigências de um privado face ao interesse do Estado, por alegadas indicações expressas dada pelos decisores políticos à comissão de negociação. Os secretários de Estado das Obras Públicas, Paulo Campos, e do Tesouro e Finanças, Carlos Costa Pina, foram os executores por delegação de competências dos respetivos ministros — Mário Lino e, a partir de outubro de 2009 António Mendonça, de um lado; e Teixeira dos Santos, do outro.

Segundo o Ministério Público, aqueles governantes determinaram à comissão de negociação que tivesse como principal critério o interesse exclusivo das concessionárias, designadamente através dos seguintes pontos:

    Salvaguarda da expetativa de remuneração acionista;
    Manutenção da mesma taxa de rentabilidade;
    Aceitação de negociar no pacote das três Scuts da Ascendi as concessões Norte e Grande Lisboa que não tinham encargos para o Estado;
    Não consideração durante a negociação das quedas de tráfego históricas, nomeadamente da que resultou da introdução de portagens (na ordem dos 30%), mas sim o tráfego previsto nos casos bases das concessões — que em quase todos os contratos estava acima da realidade.

Fernando Teixeira dos Santos, Mário Lino, António Mendonça, Paulo Campos e Carlos Costa Pina terão, segundo alega o Ministério Público, recebido informação por parte da comissão de negociação, bem como estudos e documentos, que demonstrarão que o Estado não tinha à data qualquer responsabilidade financeira pelas concessões com portagem do Norte e Grande Lisboa — ao contrário da ex-Scut, que eram totalmente pagas com dinheiro público.

Os arguidos terão sido igualmente informados de que as referidas concessões não estavam a ser economicamente viáveis porque o tráfego real estava muito abaixo do previsto no caso base — o desvio chegava a ser de 30%.

Apesar disso, enfatiza o Ministério Público nos despachos de indiciação, terão decidido avançar com a renegociação, dando instruções à comissão de negociação para incluir estas concessões com portagem no processo negocial com a Ascendi, cientes de que aquela negociação implicaria resultados menos favoráveis e encargos mais elevados para o Estado.
Como o regulador das estradas foi ignorado e o ataque às “contas erradas”

Outro ponto central na tese do Ministério Público é a forma como o regulador do setor rodoviário foi ignorado no processo negocial com a Ascendi. O Instituto de Infraestruturas Rodoviárias (INIR), não obstante as suas competências (recentes) de elaboração de pareceres e de acompanhamento das concessões, só em julho de 2010 é que teve acesso a documentos — e em novembro do mesmo ano apresentou notas técnicas sobre o resultado da negociação para cada uma das cinco concessões. Neste relatório são assinalados riscos de tráfego para a EP e a manutenção das taxas de remuneração dos privados, apesar de se terem livrado do risco. E, no caso da concessão Norte, só com uma previsão de tráfego muito difícil de alcançar é que o VAL da EP seria positivo.

Segundo o Ministério Público, Paulo Campos, estando consciente de que a renegociação traria mais custos para o Estado e que as notas do INIR estavam corretas, terá alegadamente solicitado a um assessor do seu gabinete que produzisse nota informativa sobre o relatório a apontar erros e omissões do regulador que colocariam em causa a qualidade do trabalho e as conclusões da negociação. Tal documento foi efetivamente produzido e, no despacho de visto do relatório, Campos assinalou a preocupação para o que qualificou de falta de rigor e incorreções técnicas da análise, pedindo o apuramento de responsabilidades.

continua.......
 

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Re: Política em Portugal
« Responder #268 em: Janeiro 11, 2021, 09:51:52 am »
continuação......

É neste contexto que o Ministério Público entende que houve violação dos princípios da contratação pública e irregularidades nestas negociações. Os procuradores Jorge Malhado e Joana César de Campos constatam que o processo terá sido alegadamente conduzido de forma bilateral e sem pressão da concorrência, o que corresponderá a um ajuste direto. E concluem que todos os responsáveis políticos constituídos arguidos terão aceite resultados menos favoráveis do que os oferecidos pelos contratos originais, o que equivale a uma alegada violação dos princípios de uma boa gestão financeira e de uma gestão de riscos prudente.

Da mesma forma que ao permitir a alteração da matriz de risco entre Estado e privados, a negociação terá distorcido os resultados do concurso inicial, penalizando a relação custo-benefício para o Estado, o que configura também uma alegada violação dos princípios da contratação publica.

O Ministério Público aponta ainda para a falta de transparência do processo negocial, a ausência de estudos comparativos com os encargos antes e depois, a atribuição por ajuste direto, sem concorrência, da operação das portagens às concessionárias e a não submissão, por entendimento da comissão de negociação, dos novos contratos a visto do Tribunal de Contas, apesar de representarem mais encargos.

Com a exceção da Costa da Prata, conclui o Ministério Público, todas as concessões negociadas — Grande Porto, Norte, Beiras Litoral e Alta, Grande Lisboa — são deficitárias para o Estado mesmo com a cobrança da receita de portagens.

As perdas reais são ainda maiores porque o concedente (a EP, que foi entretanto substituída pela empresa Infraestruturas de Portugal) passa a suportar os custos de cinco em vez de três concessões, a que acrescem os custos com o serviço de cobrança de portagens. Com recurso a peritos especialistas no regime das PPP, o Ministério Público quantifica esse acréscimo de custos para a empresa pública em cerca de 466 milhões de euros que não eram cobertos pelas receitas de portagens. O prejuízo é estimado através do VAL, não sendo referido no documento qual foi o ano de referência para calcular o montante.

Para suportar os encargos acrescidos após a renegociação, o concedente terá de recorrer às receitas dos contribuintes para cobrir uma diferença que tinha um VAL de 466 milhões de euros que não eram cobertos pelas receitas de portagens.

O Ministério Público imputa aos arguidos Paulo Campos, Carlos Costa Pina, Mário Lino, António Mendonça e Fernando Teixeira dos Santos a alegada responsabilidade por o Estado ter assumido uma posição contratual e responsabilidades financeiras “objetivamente mais gravosas” em cada um dos contratos renegociados com a Ascendi, beneficiando assim a concessionária que era então liderada pelo Banco Espírito Santo e pela construtora Mota e Companhia.
Como contornar o Tribunal de Contas — com a ajuda do próprio e a intervenção de um ex-ministro

O segundo dossiê sob escrutínio criminal no processo das PPP são os contratos das cinco subconcessões rodoviárias que o Governo Sócrates lançou um pouco antes de a crise financeira se iniciar nos Estados Unidos. Esses cinco contratos começaram a ser submetidos ao vistos prévios do Tribunal de Contas no final de 2008 mas, dois meses após a vitória de José Sócrates nas legislativas de setembro de 2009, os conselheiros da 1.ª secção do Tribunal de Contas mandam um balde de água fria para cima da política de obras públicas ao chumbarem todos os contratos.

Com o Novo Aeroporto Internacional de Lisboa parado (a localização escolhida pelo Governo Sócrates era a Ota)  e o projeto de alta velocidade ferroviária já envolvo em dúvidas, os contratos de sete subconcessões rodoviárias representavam o único grande investimento que estava em condições de avançar no terreno, criando o emprego prometido na campanha eleitoral por José Sócrates. E com a vantagem, do ponto de vista do Governo de então, de que contratualmente o Estado só começaria a fazer pagamentos quatro anos mais tarde, quando as obras estivessem concluídas.

O contexto ajuda a perceber a pressão feita pelo poder político para resolver o problema criado pela recusa de visto prévio às subconcessões que impedia a execução dos contratos e a prazo daria lugar a pedidos milionários de indemnização.

O processo de reforma destes contratos envolveu três partes: Governo, Estradas de Portugal e Tribunal de Contas. As provas e testemunhos recolhidos pela investigação, confirmam reuniões, trocas de documentos e instruções entre os Tribunal de Contas e o gestores da Estradas de Portugal com pleno conhecimento e até orientação direta por parte dos ministros.

Recém-chegado ao Ministério das Obras Públicas, António Mendonça (que tomou posse em outubro de 2009) ficou ciente da vontade do Governo em implementar o modelo de gestão do setor rodoviário e da “imperiosa necessidade para tal de contratar com as subconcessionárias.”. A investigação coloca ainda o ex-ministro Mário Lino em várias reuniões realizadas em 2010 com o sublinhado de que este já não desempenhava funções governativas. Ao rol de arguidos neste inquérito juntam-se, no caso das subconcessões, os então gestores e diretores de primeira linha da Estradas de Portugal que participaram no processo negocial, incluindo Almerindo Marques.

Não obstante o envolvimento do então presidente do Tribunal de Contas, Guilherme d’Oliveira Martins, e sobretudo do atual presidente da instituição, à data diretor-geral, José Tavares, nesta negociação, nenhum deles é encarado pelo Ministério Público como suspeito.
Os encargos que desapareceram dos contratos, mas que afinal estavam lá

A recusa de visto prévio da 1.ª Secção do Tribunal de Contas às cinco subconcessões rodoviárias deveu-se ao agravamento do valor das propostas da primeira fase para a fase final da BAFO (best and final offer). Este aumento explica-se pela subida dos custos de financiamento dos projetos nos mercados que foi consequências da crise financeira de 2008, mas contrariava expressamente a lei. Daí o chumbo do Tribunal de Contas.

A solução encontrada passou por reformar o processo inicial dos cinco concursos. Isto é, e seguindo o conselho do próprio Tribunal de Contas, a EP fez retroceder os concursos até à segunda fase da BAFO, dando a hipótese aos concorrentes de apresentarem uma proposta final efetivamente mais baixa do que aquela que tinham apresentado na primeira fase, de forma a respeitar integralmente a lei.

Mas os acréscimos dos encargos financeiros que os concorrentes tinham de suportar por via do aumento das taxas de juros não desapareceram dos contratos. Foram transferidas para as chamadas side letters (ou contratos paralelos) pelos quais o Estado se comprometia com os bancos financiadores a repor as condições financeiras previstas nos contratos iniciais (chumbados), no caso de não ser possível refinanciar os custos das concessões em circunstâncias mais favoráveis. Esta alteração deu origem aos chamados pagamentos contingentes que o Tribunal de Contas veio mais tarde a considerar ilegais em auditoria e que por isso nunca foram concretizados até ao momento.

Também neste processo o regulador terá sido deixado de lado. O Ministério Público adianta que o INIR alertou a EP (hoje Infraestruturas de Portugal) para o facto de a reforma dos contratos não consubstanciar uma efetiva alteração do resultado financeiro, uma vez que, através das compensações contingentes, as concessionárias seriam compensadas pelo Estado dos custos adicionais resultantes da crise financeira. Esta referência era já feita na auditoria do Tribunal de Contas de 2012, mas não fica claro se este alerta do INIR foi feito antes da assinatura dos contratos reformados em 2010, uma vez que o regulador não terá participado, nem sido ouvido, neste processo.

O Ministério Público  quantifica esses pagamentos contratualizados para contornar os chumbos do Tribunal de Contas em cerca de 595 milhões de euros medidos em VAL. A auditoria de 2012 do Tribunal de Contas já tinha denunciado pagamentos contingentes de 705 milhões de euros que não foram autorizados. Devido ao facto de o órgão fiscalizador das contas públicas não ter permitido tais pagamentos, os mesmos nunca chegaram ser realizados.

Sobre a identificação destes pagamentos paralelos nos contratos reformados que foram visados pelo Tribunal de Contas sem que os juízes se tenham aparentemente apercebido da sua existência, importa reter o parecer da perita financeira ouvida pelo Ministério Público, Mariana Abrantes de Sousa. A especialista em PPP, e que chegou a ser controler financeira do Ministério das Obras Públicas, considera, a partir da análise aos modelos financeiros, que nem todos os contratos explicitam pagamentos contingentes. Por exemplo, no contrato da Algarve Litoral é usada uma expressão menos suspeita de outros proveitos.

A perita avisa que o VAL do esforço financeiro do concedente (a EP) não deve ser calculado de acordo com o critério que foi usado na adjudicação, porque este deixa de fora a compensação contingente. Mas se aceitarmos que o valor a pagar pelo concedente depende de fluxos que são introduzidos apenas na aplicação de um modelo financeiro — que normalmente não é objeto de análise para visto prévio sem que esses fluxos estejam identificados no contrato, nem referidos de forma explícita no pedido de visto, então, conclui Mariana Abrantes de Sousa, “estaremos a criar um precedente de má gestão nas finanças públicas que provocaria sucessivas crises financeiras”.

Uma coisa é certa para o Ministério Público: os ex-ministros António Mendonça e Mário Lino, o ex-secretário de Estado Paulo Campos, Almerindo Marques (o ex-presidente da EP), Eduardo Gomes e Diogo Madeira (ex-administradores da EP) e os ex-diretores Rui Manteigas, Joaquim Pais e Jorge e João Canto e Castro estariam “bem cientes” que os novos contratos aprovados pelo Tribunal de Contas e as consent letters comportariam uma alegada posição contratual e responsabilidades financeiras para a EP e para o Estado que eram “objetivamente mais gravosas” do que as propostas que tinham sido submetidas a concurso.

Por outro lado, há uma questão especialmente relevante: do ponto de vista penal, é irrelevante que os pagamentos contingentes nunca tenham sido realizados até hoje devido ao papel do Tribunal de Contas. Na perspetiva do Ministério Público, o crime ter-se-á alegadamente consumado quando a EP, com a alegada concordância dos ex-ministros António Mendonça e Mário Lino e do ex-secretário de Estado Paulo Campos, assumiu a contratualização daquelas responsabilidades financeiras, tendo alegadamente prejudicado o Estado e e beneficiado as subconcessionárias privadas.

https://observador.pt/especiais/ppp-todas-as-suspeitas-que-o-ministerio-publico-imputa-a-cinco-ex-membros-do-governo-socrates/

Tudo bons rapazes........
 
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Re: Política em Portugal
« Responder #269 em: Janeiro 11, 2021, 11:23:15 am »
Como diria a minha avô, estamos bem entregues hein?!
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.