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« Última mensagem por Lampuka em Hoje às 03:20:26 pm »
Caro PTWolf,
a questão do que se vai passar relativamente aos outros não é problema nosso.
A questão central , que andamos nós a fazer até agora?
Papéis menores e sem interesse, principalmente económico, na maioria desses países?
Fazer de conta que ajudamos muito quando na realidade ajudamos apenas algumas elites corruptas iguais às nossas?
Vou dar-lhe um exemplo de um país onde tenho interesses directos, a Guiné Equatorial.
Como se admite, tendo sido um país admitido (e bem) na CPLP, ter uma "embaixada" só de nome porque nem um visto consegue emitir? Ter estado largos meses sem embaixador? Ter de recorrer à embaixada espanhola para tudo o que tenha a ver com esse tipo de documentação?
As pessoas que querem deslocar-se à Europa ficam boquiabertas quando afinal têm de recorrer aos espanhóis para cá poderem vir.
E qualquer português que lá viva e necessite tratar de algum documento ou fazer um passaporte tem de ir, no mínimo, a São Tomé...
Enquanto andamos cá a discutir de forma hipócrita se eles devem ou não fazer parte da CPLP, paneleirices que ficam bem nos dias de hoje, mas não pagam contas, outros vão ocupando e aproveitando as oportunidades nas diversas áreas como petróleo e gás, agricultura, comunicações, comércio e distribuição...
À nossa "esperteza" agradecem os espanhóis, italianos, americanos, chineses, turcos, cada vez menos os franceses...
Outra situação que me faz rir é quando aqui vejo o pessoal "ofendido" pelo "brasileirismo" da língua portuguesa.
Conheço pessoas a tentar aprender a nossa língua há anos, e contactada a embaixada, respostas zero.
Pois bem, os brasileiros na sua embaixada já começaram a ministrar cursos de português de vários graus e certificados, ocupando mais uma vez um espaço que deveria ter sido nosso. Depois queixamo-nos...
Como diz e bem o Fox, andamos longe do que deveríamos e não há maneira de perceber isso.
Só quem lá vai e verifica os potenciais entende quão estúpidos somos. Mas não conseguimos ter jogo de cintura suficiente para estar em dois lados ao mesmo tempo.
Quanto a defender alguma coisa ou projectar forças, mais um exemplo do falhanço completo da nossa política externa. Tirando uns exercícios para inglês ver e despesas, nada de palpável conseguimos. Da nossa miséria damos umas migalhas e orgulhamo-nos disso. Outros vendem equipamento, navios, aviões...
Naquela zona meios como os NPO, para já, são mais do que suficientes.
Até as Argos...
E potenciais compradores também existiam. Mas esquece isso...