É preciso compreender umas coisas quando se debate o futuro caça.
O F-35 nunca será o avião perfeito para QRA. Da mesma forma que os melhores aviões para QRA não serão os melhores para outras missões. Usar o QRA como critério de escolha é muito limitador.
Por outro lado, as limitações do F-35 no QRA não se prendem pela "perda da tinta e consequente capacidade stealth", já que esta é capacidade que no dia-a-dia é praticamente irrelevante. No QRA os F-35 andarão com AIM-9X externos, o que por si só já afecta a furtividade. O seu maior problema será a velocidade relativamente baixa do aparelho, quando comparado com outras aeronaves, e, o mais gritante, os custos de h/voo, que são muito mais elevados que um F-16.
Para a Finlândia (e o Canadá, outro dos países que poderá vir a operar F-35), a velocidade do meio interceptor nunca foi de grande importância, senão não tinham escolhido o Hornet como seu principal e único caça. A FAP chegou a ter o A-7 como seu único caça, que era ainda menos adequado para a função de interceptor. Para nós, não me parece que a performance da aeronave neste requisito, fosse razão para não ser escolhida.
Os países que têm realmente ameaças, optam por ter mais do que uma frota, tendo quase sempre 1 interceptor e 1 multirole. Nós não somos de todo comparáveis, e mesmo que tivéssemos ameaças permanentes, não era por ter um caça mais ou menos adequado para QRA, que nos íamos safar ou não. A falta de pilotos e mecânicos causará mais impacto na prontidão das aeronaves, do que quantas horas demora a mudar o motor, ou com que frequência é preciso pintar.
E o F-35 não se torna irrelevante sem a sua capacidade stealth, faz praticamente tudo o que os outros fazem, tirando partido do transporte de armas externamente (o chamado "Beast Mode").
A vantagem do F-35, apesar de todos os seus defeitos, é que quando a coisa se tornar séria, ou seja, em combate, a aeronave tem mais chances de voltar para casa após a missão que os outros.