De forma peremptória, ambas as Esquadras estarão de acordo que "remendar" o F-16 - entenda-se, o F-16V -, pouco ou nenhum ganho operacional virá trazer em relação ao F-16 MLU, no entanto não é uma decisão que esteja nas suas mãos.
Fiquei um pouco baralhado com esta parte. O V é superior em tudo face ao MLU, a começar pelo radar AESA, que por si só já lhe permite explorar o potencial máximo das versões mais avançadas do AMRAAM, é mais preciso, tem mais alcance, mais resistência a contra-medidas. Dizer que não há ganho nenhum operacional, parece-me exagerado... É completamente o contrário que se faz na Marinha: lá os NPOs são a última bolacha do pacote, na FAP os F-16V não são suficientemente bons. Vá-se lá entender.
Seja como for, o verdadeiro potencial dos F-16, sejam MLU sejam V, depende do armamento que se coloque neles. Obviamente que ter F-16V, ou mesmo F-35, e não ter AIM-9X, AIM-120D, JASSM, Harpoon, JSOW, SDB, etc, é não tirar partido das capacidades da plataforma.
Sem dúvida que o ideal seria modernizar as células PA I para "full Viper", de modo a poderem cumprir com uma capacidade minimamente credível a função de Defesa Aérea no Continente, ilhas e destacamentos da NATO (BAP, IAP, eAP, Assurance Measures, etc), e a aquisição de pelo menos uma dúzia de F-35A principalmente para operações anti-superfície.
Sem dúvida a melhor opção, com o upgrade para V dos PA I a realizar o mais depressa possível, e a compra dos 12 F-35 em 2030. Além de ficar mais barato do que adquirir duas esquadras de F-35, com 24 a 30 aviões de uma assentada, fica também extremamente caro usar F-35 para as missões do dia-a-dia, como as interceptar Cessnas.
e da FAP cada vez mais parecer querer dar maior ênfase a missões anti-superfície com os F-16 em detrimento da Defesa Aérea.
Isto poderia ser uma boa notícia, se de facto fosse adquirido mais e melhor armamento para esta função, como armas stand-off, mísseis anti-navio e SDB/SDB-II. Agora fazer tudo com bombas e o Vulcan, é complicado.
Outro problema é que a capacidade AA terrestre é nula, capacidade AA dos navios da Marinha limitada a defesa de ponto, sendo os F-16 o único meio de defesa aérea digno. Perdendo isto, ficamos completamente à mercê de ataques aéreos de qualquer tipo. Num mundo em que as ameaças aéreas se multiplicam, com os drones, mísseis de cruzeiro, balísticos, mais as ameaças convencionais, parece-me algo contraproducente.