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Substituiçao dos F-16's

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NVF

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Re: Substituiçao dos F-16's
« Responder #2265 em: Dezembro 31, 2020, 02:17:48 pm »
Há muita gente que não presta atenção ao que lê, ou então tem memória curta. Neste mesmo tópico, há um desses trabalhos académicos que tanto gostam de postar, em que se menciona com bastante detalhe o número de HV dos F-16. Como seria de esperar, dada a crónica falta de verbas, as células dos nossos F-16 ainda têm muitas HV disponíveis — suficientes para mais de 20 anos de operações.

Quanto aos Viper, alguém acha que as centenas de células de Taiwan e da Grécia vão ficar sem sustentação?

12 F-35? Estamos a falar em gastar entre 1.800 a 2.000 milhões para ter 04 células disponíveis para enviar para um sítio qualquer onde não fariam diferença alguma. Com esse dinheiro adquiriam-se duas fragatas AAW completamente armadas.
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Re: Substituiçao dos F-16's
« Responder #2266 em: Dezembro 31, 2020, 02:24:28 pm »
Investir no Gripen é investir pesado numa máquina de meio gás. A própria Saab já se virou para o Tempest. O Gripen é um caça low cost e é vendido como tal, e mesmo 24 unidades do dito, não nos ficavam por menos 3000 milhões. E isto aplica-se aos restantes caças da mesma geração. O custo unitário das aeronaves importa pois permite ver, com um determinado orçamento, a margem que dá para os "extras".

Olhando para o caso da Saab, que extras poderiam oferecer, sobretudo em armamento? Praticamente nada, já que o armamento principal não é de fabrico sueco mas sim americano ou de outros fabricantes europeus.

Quanto aos nossos Fs, vai depender do número de horas de voo anuais que fazem, e de quanto o SLEP extende as células atuais. Se bem me lembro, o problema mais crítico dos nossos, era a nível dos motores, que deveriam ser substituídos, e que as aeronaves em si estavam em bom estado. Se com investimento "mínimo", aguentarem até 2040 pelo menos, é o negócio mais favorável, e nessa altura, até poderá haver novos caças no mercado, ou os F-35 plenamente amadurecidos e com lições aprendidas dos novos caças G6 (em desenvolvimento para a USAF e USN).

Quase apostava que não se aplica em mais caso nenhum, o Rafale ou outro qualquer ficas com a versão que compras e pronto, queres evoluir a máquina ou vais ao país construtor e compras um pacote existente (desenvolvido pelo país de origem) ou se quiseres algo personalizado ao teu gosto, pagas e bem, pois tens que pagar esse desenvolvimento e certificação, é aí a diferença para os EPAF, todos os países podem participar no desenvolvimento do F-16 dividindo os custos.

Mas realisticamente falando, alguma vez teríamos upgrades personalizados para os nossos caças? Não temos tecnologia nacional para lhes implementar, nem sequer armamentos desenvolvidos cá. Parece-me um não problema... É mais fácil e rápido escolher logo um upgrade existente desenvolvido por quem sabe. O nosso caso com os MLU é que se não houvesse EPAF, os nossos teriam tapes mais antigos e pronto, tal é o desinteresse, já visível com o mastro oco da BD.
 
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Re: Substituiçao dos F-16's
« Responder #2267 em: Dezembro 31, 2020, 03:48:43 pm »
Também partilho da opinião acima. O mais importante será conseguir operar em conjunto com os restantes aliados.
Não consigo acreditar que em todo o mundo ocidental, o único avião capaz seja o F-35.

Não é o único, existe o F-22, mas quem não ainda é "stealth" está a pensar nisso, como seja o FCAS, Tempest...

O F-22 é um caça com uma missão específica, não dá para comparar com os aviões habitualmente aqui em discussão. Mas, já agora, reparar se que os aliados que não tem acesso ao F-22, seja Israel, Coreia, Japão, usam nessa mesma função um impressionante aparelho projectado no final dos anos 60, que é tudo menos Stealth.que

Eu não digo que o F-35 não seja grande máquina, mas passados 15 anos, continua a viver mais da expectativa do que de provas dadas. O Tempest talvez só daqui a outros 15 anos é que esteja operacional.
Antes deste conceito stealth também se afundavam destroyers e bombarbeavam bunkers e reactores nucleares em território hostil.
Nem todas as missões são contra S400 ou Su 35, especialmente as da FAP.

O Gripen e o Rafale, os 4,5, têm boas suites de comunicações, e bons leques de arsenal (assim haja dinheiro) sendo que o avião francês, é um verdadeiro polivalente, e com grande payload.
Ambos estão e estarão activos nas próximas 3 décadas, pelo menos.
Mas não são stealth.
Acho impressionante como ainda há aqui tanta gente que continua a não perceber que um programa como o F-35 vai ter sempre problemas de juventude e que desde que o Block 3F ficou operacional (e ainda mais quando o Block 4 entrar ao serviço dentro de 2-3 anos) que o F-35 está para os aviões de 4G e 3.5G como um F-4 Phantom está para um Spitfire... além do stealth, o grau de aquisição, fusão e partilha de informação no F-35 comparado com os restantes aviões é equivalente a ter radar ou não... quanto ao stealth em si, o objetivo, ao contrário do que o pessoal parece pensar, não é tornar o avião sempre invisível, à la Klingon cloak shield, mas dificultar ao máximo a aquisição de uma solução de fogo por parte das defesas antes de os aviões disparem-se as suas armas, que não maioria são stand-off. Quando utilizado com as outras capacidades 5G, é quase impossível ter um sistema de armas mais complexo e que consiga ser um verdadeiro asset Day 1.

Finalmente, por favor não venham mais com essas brincadeiras de “o F-35 ainda tem que dar provas”, porque o F-35 já tem vindo andar provas... basta verem o desempenho do avião nos Red Flag (que são os exercícios mais realistas e complexos do mundo) que obrigou ao redesenhar do syllabus para que os pilotos dos outros aviões conseguissem ter algum treino ao invés de serem todos abatidos antes de atingirem os alvos. Em 2018, quando o avião só ainda estava com o Block 3i, perguntaram a 31 pilotos se preferiam o seu atual avião ou o F-35 e TODOS disseram F-35... é um game changer e o pessoal que só olha para aspetos cinéticos (velocidade máxima, etc.) não percebe nada do que é a guerra aérea no século. XXI...

Quanto a opções para Portugal, se nos queremos manter relevantes no âmbito da NATO, teremos que adquirir pelo menos uma esquadra de F-35, senão voltaremos de novo a ser o parente pobre que só serve para escoltar AWACS na retaguarda ou bombardear árabes em pick-ups Toyota... não há outra opção, esqueçam... ou 5a geração, ou fazer como os Franceses e saltar logo para a 6a..., mas esses não não estar prontos antes de 2040...
 
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Re: Substituiçao dos F-16's
« Responder #2268 em: Dezembro 31, 2020, 03:52:48 pm »
Também partilho da opinião acima. O mais importante será conseguir operar em conjunto com os restantes aliados.
Não consigo acreditar que em todo o mundo ocidental, o único avião capaz seja o F-35.

Não é o único, existe o F-22, mas quem não ainda é "stealth" está a pensar nisso, como seja o FCAS, Tempest...

O F-22 é um caça com uma missão específica, não dá para comparar com os aviões habitualmente aqui em discussão. Mas, já agora, reparar se que os aliados que não tem acesso ao F-22, seja Israel, Coreia, Japão, usam nessa mesma função um impressionante aparelho projectado no final dos anos 60, que é tudo menos Stealth.que

Eu não digo que o F-35 não seja grande máquina, mas passados 15 anos, continua a viver mais da expectativa do que de provas dadas. O Tempest talvez só daqui a outros 15 anos é que esteja operacional.
Antes deste conceito stealth também se afundavam destroyers e bombarbeavam bunkers e reactores nucleares em território hostil.
Nem todas as missões são contra S400 ou Su 35, especialmente as da FAP.

O Gripen e o Rafale, os 4,5, têm boas suites de comunicações, e bons leques de arsenal (assim haja dinheiro) sendo que o avião francês, é um verdadeiro polivalente, e com grande payload.
Ambos estão e estarão activos nas próximas 3 décadas, pelo menos.
Mas não são stealth.
Acho impressionante como ainda há aqui tanta gente que continua a não perceber que um programa como o F-35 vai ter sempre problemas de juventude e que desde que o Block 3F ficou operacional (e ainda mais quando o Block 4 entrar ao serviço dentro de 2-3 anos) que o F-35 está para os aviões de 4G e 3.5G como um F-4 Phantom está para um Spitfire... além do stealth, o grau de aquisição, fusão e partilha de informação no F-35 comparado com os restantes aviões é equivalente a ter radar ou não... quanto ao stealth em si, o objetivo, ao contrário do que o pessoal parece pensar, não é tornar o avião sempre invisível, à la Klingon cloak shield, mas dificultar ao máximo a aquisição de uma solução de fogo por parte das defesas antes de os aviões disparem-se as suas armas, que não maioria são stand-off. Quando utilizado com as outras capacidades 5G, é quase impossível ter um sistema de armas mais complexo e que consiga ser um verdadeiro asset Day 1.

Finalmente, por favor não venham mais com essas brincadeiras de “o F-35 ainda tem que dar provas”, porque o F-35 já tem vindo andar provas... basta verem o desempenho do avião nos Red Flag (que são os exercícios mais realistas e complexos do mundo) que obrigou ao redesenhar do syllabus para que os pilotos dos outros aviões conseguissem ter algum treino ao invés de serem todos abatidos antes de atingirem os alvos. Em 2018, quando o avião só ainda estava com o Block 3i, perguntaram a 31 pilotos se preferiam o seu atual avião ou o F-35 e TODOS disseram F-35... é um game changer e o pessoal que só olha para aspetos cinéticos (velocidade máxima, etc.) não percebe nada do que é a guerra aérea no século. XXI...

Quanto a opções para Portugal, se nos queremos manter relevantes no âmbito da NATO, teremos que adquirir pelo menos uma esquadra de F-35, senão voltaremos de novo a ser o parente pobre que só serve para escoltar AWACS na retaguarda ou bombardear árabes em pick-ups Toyota... não há outra opção, esqueçam... ou 5a geração, ou fazer como os Franceses e saltar logo para a 6a..., mas esses não não estar prontos antes de 2040...

Não diria melhor, parabéns pelo post, em síntese, tudo o que é a 5G...
 

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Re: Substituiçao dos F-16's
« Responder #2269 em: Dezembro 31, 2020, 03:56:29 pm »
Como o poder político decidiu há muito não incluir os F-16 em missões de combate aliadas –– ao contrário de todos os outros países EPAF (ênfase em "todos") –– penso que devíamos restringir esta frota a missões de soberania nacional e de polícia aérea no Báltico, Islândia, etc. Para este tipo de missões o F-16 é mais do que adequado –– como referido no documento –– e um upgrade para a versão Viper manteria a frota relevante por mais duas décadas. Bem vistas as coisas, 2035 (o ano previsto para a retirada dos F-16)  são quase duas décadas e não está previsto nenhum upgrade significativo.

Agora gastar 3.000 milhões só para ter uma vintena de F-35 –– para os quais não vai haver verba para armar convenientemente, vão ser demasiado caros de operar e, dado o pequeno número de aeronaves, incapazes de desempenhar um papel significativo no caso de um hipotético conflito regional ––, não passa de um absurdo e de uma saloiice tipicamente tugas. A sério, alguém está a ver 04 F-35 com a Cruz de Cristo a "marchar" contra os S400 do Putin? Está tudo doido!

Mais, dada a nossa situação geográfica e habituais carências financeiras, deveria dar-se prioridade à Marinha. Se tivesse que optar, nem pestanejava entre 03 fragatas novas e 20 F-35. De igual modo, não pestanejaria entre novos MPA (para substituir os P-3) e F-35.

É muito mais realista gastar 500 milhões para converter os 28 F-16 em Viper e gastar mais uns 300 milhões para adquirir mísseis e munições em quantidades adequadas, do que estourar 3.000 milhões em F-35 sem armamento.

O argumento de não haver verbas para actualizações dos F-16 porque a EPAF vai acabar também não pega, caso os F-16 nacionais sejam actualizados para Viper. Esta versão está a ser vendida a novos clientes e, obviamente, que vai haver suporte da LM por muitos e bons anos. Mas claro que vai sempre custar dinheiro, só que muito menos do que se saltássemos na carroça do F-35.
Bom post meu caro, mas temos que pensar nas consequências estratégicas dessa opção... se fizéssemos isso (e eu não estou organicamente nem a favor, nem contra), estaríamos a assumir uma opção estratégica de passarmos a ser um parceiro de 2a na NATO e perder a nossa capacidade de lutar em conflitos de alta intensidade (sempre em parceria com os aliados, óbvio, que nos não vamos entrar sozinho em guerra aberta com ninguém). É um opção perfeitamente válida, desde que assumida estrategicamente pelo governo e FA... como não há (ou não querem que haja) pilim para tudo, têm que se fazer opções e viver com as consequências... é claro que não precisamos de F-35 para QRA, mas não os comprando também abdicamos da possibilidade de alguma vez entrarmos em conflitos de alta intensidade... a vida é feita de escolhas...
« Última modificação: Dezembro 31, 2020, 04:02:22 pm por JohnM »
 
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Re: Substituiçao dos F-16's
« Responder #2270 em: Dezembro 31, 2020, 04:11:13 pm »
A minha opinião: por muito que a FAP e a Armada possam querer ter os goodies todos (mais a FAP que a Armada, que parece que está mais preocupada com as lanchas da GNR), estou convencido que a realidade financeira vai obrigar a uma opção de mix Hi-Lo, com alguns vetores Hi para missões NATO e Lo para missões nacionais.

No caso da FAP tal deveria, em minha opinião, passar pela aquisição de uma esquadra de 12-14 F-35 e atualização dos F-16 com SABR. Dada a escassa utilização das células, os PA1 ainda devem ter bastantes horas de voo para aguentarem a fazer QRA e Baltops até 2040, mais coisa menos coisa. Quando fosse altura de substituir, poder-se-iam adquirir F-35 usados (se entretanto os custos de hora de voo descerem), ou outro jato menos avançado para missões Lo.

No caso da Armada, remeto os meus caros para os tópicos relevantes para saberem a minha opinião; não quero entrar em off-topic aqui...
 

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Re: Substituiçao dos F-16's
« Responder #2271 em: Dezembro 31, 2020, 04:55:03 pm »
Ainda sobre a questão stealth, andam por muitos F-35 haters (alimentados pela desinformacao russa e, especialmente, chinesa) a dizer que os novos radares de muito baixa frequência tornam o stealth ineficaz porque detectam F-35... what a total load of bullshit... primeiro, os radares ULF são do tamanho de campos de futebol (exceto o mais recente e milagroso radar ULF  russo que cabe num camião 🙄 e ainda vende gelados) e os americanos, como são generosos, não os vão atacar em caso de conflito, vão deixá-los quietinhos para que o jogo se mantenha justo 🤔... segundo, é possível, que consigam detetar um F-35 a 20 ou 30 milhas, enquanto os F-35 tem JASSM com alcance de centenas de milhas... ah, mas esqueci-me que os americanos não vão destruir os radares, falha minha... mesmo que consigam detectar os F-35 a 30 milhas e que estes não os destruam com armas stand-off em nome da verdade desportiva, os radares ULF não conseguem fornecer soluções de fogo concretas e têm que transmitir a localização aproximada a outros radares de alta frequência que disparam e guiam os mísseis... mas... esperem... os radares de alta frequência não conseguem detetar os F-35 eles próprios e os ULF só lhes são uma a área geral onde está o avião... parece um pequeno problema, não? E, claro, durante todos este processo, os americanos, como são tipos justos e em nome da verdade desportiva, não vão empastelar os radares opositores... coisa que os próprios F-35 fazem muito bem (ao contrário dos 4G e 4.5++++G)...

Finalmente, e dentro de 2 a 3 anos, cada F-35 vai estar acompanhado de vários drones Skyborg, que podem eles próprios detectar emissões electrónicas ou atacarem os radares... tudo isto com assinaturas de radar um pouco maiores que o F-35, o que vai tornar a deteção do avião-mãe ainda mais difícil...

Em resumo, boa sorte para os radares... o jogo está a virar-se, pelo menos na próxima década ou mais, para o lado do atacante... advantage F-35...
« Última modificação: Dezembro 31, 2020, 05:00:41 pm por JohnM »
 
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Re: Substituiçao dos F-16's
« Responder #2272 em: Dezembro 31, 2020, 04:57:13 pm »
Há muita gente que não presta atenção ao que lê, ou então tem memória curta. Neste mesmo tópico, há um desses trabalhos académicos que tanto gostam de postar, em que se menciona com bastante detalhe o número de HV dos F-16. Como seria de esperar, dada a crónica falta de verbas, as células dos nossos F-16 ainda têm muitas HV disponíveis — suficientes para mais de 20 anos de operações.

Quanto aos Viper, alguém acha que as centenas de células de Taiwan e da Grécia vão ficar sem sustentação?

12 F-35? Estamos a falar em gastar entre 1.800 a 2.000 milhões para ter 04 células disponíveis para enviar para um sítio qualquer onde não fariam diferença alguma. Com esse dinheiro adquiriam-se duas fragatas AAW completamente armadas.

O problema é que o update Viper não corrige nenhuma das incapacidades do F-16, apenas o deixa melhor a fazer o que já faz.

Basta olhar para a Grécia que foi comparar os Rafale para a missão de patrulhamento aéreo porque nem os 50/52+ nem os Viper são capazes de garantir a segurança do espaço aéreo grego quando confrontados com ameaças de topo.

 

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JohnM

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Re: Substituiçao dos F-16's
« Responder #2273 em: Dezembro 31, 2020, 05:37:15 pm »
Também partilho da opinião acima. O mais importante será conseguir operar em conjunto com os restantes aliados.
Não consigo acreditar que em todo o mundo ocidental, o único avião capaz seja o F-35.

Não é o único, existe o F-22, mas quem não ainda é "stealth" está a pensar nisso, como seja o FCAS, Tempest...

O F-22 é um caça com uma missão específica, não dá para comparar com os aviões habitualmente aqui em discussão. Mas, já agora, reparar se que os aliados que não tem acesso ao F-22, seja Israel, Coreia, Japão, usam nessa mesma função um impressionante aparelho projectado no final dos anos 60, que é tudo menos Stealth.que

Eu não digo que o F-35 não seja grande máquina, mas passados 15 anos, continua a viver mais da expectativa do que de provas dadas. O Tempest talvez só daqui a outros 15 anos é que esteja operacional.
Antes deste conceito stealth também se afundavam destroyers e bombarbeavam bunkers e reactores nucleares em território hostil.
Nem todas as missões são contra S400 ou Su 35, especialmente as da FAP.

O Gripen e o Rafale, os 4,5, têm boas suites de comunicações, e bons leques de arsenal (assim haja dinheiro) sendo que o avião francês, é um verdadeiro polivalente, e com grande payload.
Ambos estão e estarão activos nas próximas 3 décadas, pelo menos.
Mas não são stealth.
Acho impressionante como ainda há aqui tanta gente que continua a não perceber que um programa como o F-35 vai ter sempre problemas de juventude e que desde que o Block 3F ficou operacional (e ainda mais quando o Block 4 entrar ao serviço dentro de 2-3 anos) que o F-35 está para os aviões de 4G e 3.5G como um F-4 Phantom está para um Spitfire... além do stealth, o grau de aquisição, fusão e partilha de informação no F-35 comparado com os restantes aviões é equivalente a ter radar ou não... quanto ao stealth em si, o objetivo, ao contrário do que o pessoal parece pensar, não é tornar o avião sempre invisível, à la Klingon cloak shield, mas dificultar ao máximo a aquisição de uma solução de fogo por parte das defesas antes de os aviões disparem-se as suas armas, que não maioria são stand-off. Quando utilizado com as outras capacidades 5G, é quase impossível ter um sistema de armas mais complexo e que consiga ser um verdadeiro asset Day 1.

Finalmente, por favor não venham mais com essas brincadeiras de “o F-35 ainda tem que dar provas”, porque o F-35 já tem vindo andar provas... basta verem o desempenho do avião nos Red Flag (que são os exercícios mais realistas e complexos do mundo) que obrigou ao redesenhar do syllabus para que os pilotos dos outros aviões conseguissem ter algum treino ao invés de serem todos abatidos antes de atingirem os alvos. Em 2018, quando o avião só ainda estava com o Block 3i, perguntaram a 31 pilotos se preferiam o seu atual avião ou o F-35 e TODOS disseram F-35... é um game changer e o pessoal que só olha para aspetos cinéticos (velocidade máxima, etc.) não percebe nada do que é a guerra aérea no século. XXI...

Quanto a opções para Portugal, se nos queremos manter relevantes no âmbito da NATO, teremos que adquirir pelo menos uma esquadra de F-35, senão voltaremos de novo a ser o parente pobre que só serve para escoltar AWACS na retaguarda ou bombardear árabes em pick-ups Toyota... não há outra opção, esqueçam... ou 5a geração, ou fazer como os Franceses e saltar logo para a 6a..., mas esses não não estar prontos antes de 2040...

Não diria melhor, parabéns pelo post, em síntese, tudo o que é a 5G...

Obrigado, meu caro. Hoje, a única, repito, a única, àrea onde o F-35 não tem uma vantagem avassaladora relativamente aos caças 4G e 4.5G é no custo de hora de voo, que é altíssimo... embora eles estejam a tentar baixá-lo  para $25.000/hora, ainda será  altíssimo... bom e barato não há...
 

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dc

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Re: Substituiçao dos F-16's
« Responder #2274 em: Dezembro 31, 2020, 06:25:27 pm »
O nosso grande problema continua a ser o mesmo. Ao se ter adiado todos os grandes programas para a mesma altura, torna-se complicado que haja dinheiro para tudo ou para que se tenha tudo com um padrão mínimo de qualidade. E é aqui que entra o upgrade dos PA I para V já em 2025. Sabendo que não vamos ter dinheiro para substituir todos os F-16 de uma assentada por um número equivalente de F-35, mais vale tomar já esta opção, e planear para 2030 adquirir um primeiro batch de F-35.

Sejamos realistas, F-35 ou não, qualquer caça moderno ocidental, terá um custo de aquisição idêntico com "0 kms".
 

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Re: Substituiçao dos F-16's
« Responder #2275 em: Dezembro 31, 2020, 06:38:28 pm »
Como o poder político decidiu há muito não incluir os F-16 em missões de combate aliadas –– ao contrário de todos os outros países EPAF (ênfase em "todos") –– penso que devíamos restringir esta frota a missões de soberania nacional e de polícia aérea no Báltico, Islândia, etc. Para este tipo de missões o F-16 é mais do que adequado –– como referido no documento –– e um upgrade para a versão Viper manteria a frota relevante por mais duas décadas. Bem vistas as coisas, 2035 (o ano previsto para a retirada dos F-16)  são quase duas décadas e não está previsto nenhum upgrade significativo.
Como já mencionaram, não sei até que ponto as células dos nossos F-16 poderão aguentar mais umas décadas em condições de voar.

Agora gastar 3.000 milhões só para ter uma vintena de F-35 –– para os quais não vai haver verba para armar convenientemente, vão ser demasiado caros de operar
A questão financeira, quer para aquisição ou manutenção, sempre foi o principal aspecto que me deixou perplexo quanto a adoptar o F-35; especialmente quando as Lajes já não têm o mesmo peso como moeda de troca e temos um historial de adquirir aeronaves em segunda-mão e não deverão existir caças F-35 em segunda-mão tão cedo. Sem falar que a própria USAF está a planear utilizar caças F-35 mais antigos para treino e formação visto que mesmo o custo da actualização/modernização das aeronaves é proibitiva.

O argumento de não haver verbas para actualizações dos F-16 porque a EPAF vai acabar também não pega, caso os F-16 nacionais sejam actualizados para Viper.
É como o typhonman escreveu anteriormente, se a FAP não aponta para o F-35 a única "EPAF" que vamos participar vai ser é com os romenos e talvez os croatas. E isso é coisa de pobre.

FAP be like:


A outra questão de as missões de defesa aérea passarem para outro país aliado parece ser fora do contexto. Tal só aconteceria em caso de conflito armado e nunca na vida a NATO poderia retirar a Portugal a soberania do seu território nacional. E para interceptar aeronaves russas em tempo de paz não é necessário um F-35. É que imaginem então os coitados dos irlandeses que há uns tempos têm andado a discutir adquirir um caça mais económico, ao estilo do Gripen, para policiamento aéreo e interceptar os russos que ultimamente se têm aproximado do seu espaço aéreo. Estão desgraçados! Mais vale continuarem a deixar ser a RAF a garantir a defesa aérea.

Em último recurso, preferia trocar os 390 por Gripen E e adquirir uns tantos A400M. Os suecos já há muito que provaram com os Gripen C/D que têm capacidade para garantir a constante actualização durante a vida operacional do caça e a integração de sensores para comunicações, partilha de dados e guerra electrónica. Os Gripen E seriam mais que capazes de operar em missões NATO e em conjunto com meios AWACS, ELINT, SIGINT de outros países aliados, manteríamos também alguma interoperabilidade com os húngaros e checos e ficaríamos com uma verdadeira aeronave de transporte estratégico que bastante falta nos tem feito.
Citação de: Corporal Frisk
The editions represent the Saab way of handling upgrades to the aircraft. Instead of taking major leaps in the form of one or two mid-life updates during the lifetime of an aircraft, they roll out smaller updates at regular intervals. The idea behind this is that the fighter should be at its best all the time, and not only during the first years after the update, as well as to lessen the technological risk. The pressure to include new features of uncertain long-term value and unproven technology becomes smaller when both customer and supplier knows that it is a shorter time to the next round of improvements.
(https://corporalfrisk.com/2016/02/16/a-visit-to-the-griffins-nest-the-pilot/, 16 de Fevereiro de 2016)

Cumprimentos,

Infelizmente a FAP, e o MDN, para o que quer arranja dinheiro, basta ver os 827 milhoes que vão para o KC-390, não melhorando em quase nada a capacidade estratégica e mantendo a capacidade tática, para isto, tinham modernizado os 4 C-130H para o padrão Collins Aerospace, a capacidade era semelhante e por 1/4 do preço.

Já haveria aí um bom fundo de maneio para o programa F-35, mas não descurem as "Lajes" porquê vão continuar a ser uma carta neste "jogo".
 

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dc

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Re: Substituiçao dos F-16's
« Responder #2276 em: Dezembro 31, 2020, 06:44:34 pm »
Dependendo do rumo que a situação com o Irão tome, poderá ainda ser bastante útil a BA4. E mesmo no futuro poderia ter um ênfase ainda maior, não só pelos planos existentes, mas para num futuro em que possa surgir a ideia de servir de base conjunta de operação e manutenção de UAVs Triton americanos, portugueses e eventualmente britânicos. Mas isto é outra conversa, mas faz mais sentido operar Triton das Lajes do que do Leste dos EUA.
 

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typhonman

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Re: Substituiçao dos F-16's
« Responder #2277 em: Dezembro 31, 2020, 06:45:58 pm »
Dependendo do rumo que a situação com o Irão tome, poderá ainda ser bastante útil a BA4. E mesmo no futuro poderia ter um ênfase ainda maior, não só pelos planos existentes, mas para num futuro em que possa surgir a ideia de servir de base conjunta de operação e manutenção de UAVs Triton americanos, portugueses e eventualmente britânicos. Mas isto é outra conversa, mas faz mais sentido operar Triton das Lajes do que do Leste dos EUA.

Já se falou nisso, em base para Marines e base de treino para F-22 e F-35, até agora nada.....
 

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dc

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Re: Substituiçao dos F-16's
« Responder #2278 em: Dezembro 31, 2020, 07:22:14 pm »
Base para Marines fazia algum sentido, mas creio que fizesse mais se fosse uma base para AWACS, P-8 e Tritons, além claro dos KCs que já é hábito estarem lá colocados. Uma base para submarinos também teria a sua lógica.

Mas é um grande off topic, que é apenas relevante para este assunto por poder ajudar a financiar a compra de caças.
 

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Lightning

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Re: Substituiçao dos F-16's
« Responder #2279 em: Dezembro 31, 2020, 07:46:59 pm »
Mas realisticamente falando, alguma vez teríamos upgrades personalizados para os nossos caças? Não temos tecnologia nacional para lhes implementar, nem sequer armamentos desenvolvidos cá. Parece-me um não problema... É mais fácil e rápido escolher logo um upgrade existente desenvolvido por quem sabe. O nosso caso com os MLU é que se não houvesse EPAF, os nossos teriam tapes mais antigos e pronto.

Claro, o outro caso que eu referi não era em nós, eram as hipóteses, temos países que fazem isso, Japão, Coreia do Sul, Singapura, Israel (estes usam o dinheiro americano), tem versões personalizadas de aviões americanos.

Também me lembro de um caso antigo, quando os ingleses operaram F-4 Phantom nos anos 60, fizeram tantas alterações para o fabricante incluir tecnologia britânica, inclusive motores Rolls Royce que até obrigou a pequenas alterações estruturais, o avião ficou por um horror de dinheiro.