Sudão - Darfur

  • 47 Respostas
  • 18476 Visualizações
*

Jorge Pereira

  • Administrador
  • *****
  • 2235
  • Recebeu: 89 vez(es)
  • Enviou: 122 vez(es)
  • +59/-44
    • http://forumdefesa.com
(sem assunto)
« Responder #15 em: Agosto 05, 2007, 01:24:29 am »
Citação de: "Cabecinhas"
antes do terrorismo Islamico chegar a Portugal ainda tem que passar por muito lado primeiro.


A progressão do terrorismo não é linear. Atentados terroristas podem acontecer em qualquer parte do mundo e nos sítios menos esperados. Convém nunca esquecermos isso :wink: .
Um dos primeiros erros do mundo moderno é presumir, profunda e tacitamente, que as coisas passadas se tornaram impossíveis.

Gilbert Chesterton, in 'O Que Há de Errado com o Mundo'






Cumprimentos
 

*

zocuni

  • Especialista
  • ****
  • 1055
  • Recebeu: 22 vez(es)
  • Enviou: 46 vez(es)
  • +30/-4
????
« Responder #16 em: Agosto 05, 2007, 03:08:16 pm »
Tudo bem,

Bem pelo que sei,ainda não sabe quem vai participar,apenas se menciona o número de 26.000 militares,sem dúvida um contingente gigantesco!
Desconhecemos os países disponiveis para essa missão,quem comandará,que tipo de tropas envolvidas,enfim ainda sei muito pouco a respeito do assunto,a não ser que ele é urgentíssimo,pela catástrofe humanitária em questão.
No entanto,penso que Portugal deve ter uma presença marcante,nesse cenário,não sei se terá meios,mas sem dúvida o continente africano sempre foi estratégico e primordial.

Abraços,
zocuni
 

*

André

  • Investigador
  • *****
  • 3555
  • Recebeu: 2 vez(es)
  • +110/-1
(sem assunto)
« Responder #17 em: Agosto 05, 2007, 05:16:44 pm »
Eu acho que Portugal deveria apostar em força no Darfur, e sair do barril de polvora que é o Libano, enquanto isso não acontece vamos deixar os engenheiros acabar as reconstruções. :wink:

 

*

zocuni

  • Especialista
  • ****
  • 1055
  • Recebeu: 22 vez(es)
  • Enviou: 46 vez(es)
  • +30/-4
Reflexão
« Responder #18 em: Agosto 05, 2007, 09:08:38 pm »
Tudo bem,

Para ler,ver e ouvir e refletir.A situação é horrivel.As imagens do video são muito violentas e chocantes.

30/05/2007 15.41.22

Violações dos direitos humanos no Darfur. António Guterres, Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, denuncia a difícil situação na região sudanesa, apesar dos acordos de paz de Abuja

(30/5/2007) António Guterres iniciou funções de Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados em 15 de Junho de 2005. Dirige uma das principais agências humanitárias a nível mundial, que conta mais de 6 mil funcionários presentes em 115 países.
O ex-primeiro ministro de Portugal (1996-2002) aborda, nesta entrevista colectiva às publicações da Missão Press em Portugal, o drama dos refugiados, especialmente os do conflito do Darfur, no Sudão.
Missão Press (MP) - Neste momento quais os pontos negros no que diz respeito á mobilidade forçada no mundo?
António Guterres (AG) - Em primeiro lugar é importante reconhecer que o século XXI vai em grande medida ser marcado pelos movimentos de população. Grande parte desses movimentos de população é motivada por factores de natureza económica. Infelizmente, um número reduzido de oportunidades de imigração legal faz com que prolifere a imigração ilegal, e no quadro da imigração ilegal, se tenham criado condições que favorecem a acção de contrabandistas, traficantes, com crimes hediondos em que identificamos imensa gente sofrendo situações horrorosas.
É também cada vez mais verdade, que face a estes enormes movimentos de população, há um número muito significativo de pessoas que se integram em movimentos mistos mas que têm necessidade de protecção, porque são refugiados, mulheres vítimas de tráfico, crianças não acompanhadas. Por outro lado, há movimentos estritamente determinados por razões estranhas à vontade das pessoas, por razões ambientais em certos casos, e infelizmente por razões ligadas à perseguição e ao conflito.
Nós estamos a assistir neste momento ao agravar de um conjunto de situações de guerra, ou pelo menos de violência, muito significativa, e quando olhamos para um arco que vem do Afeganistão, que passa pelo Iraque e pela Palestina, desce para o Sudão e para a Somália, encontraremos porventura a área do mundo mais preocupante em matéria de deslocamento forçado.
A situação em Darfur
MP- Qual é o ponto da situação no Darfur?
AG - A situação continua extremamente difícil. Como é sabido, continua a haver conflito entre o governo e vários movimentos rebeldes, apesar dos acordos de paz de Abuja [assinados a 5 de Maio de 2006], mas que apenas foram subscritos por um número limitado de actores. Continua a existir uma situação de insegurança generalizada, com violações dramáticas dos direitos humanos para a população em geral, e finalmente um grande esforço de apoio humanitário a essa mesma população(..). No ponto de vista da ajuda humanitária, de manter as pessoas vivas, garantir a alimentação e garantir até, em muitas circunstâncias, o acesso a alguns cuidados de saúde, ou até algum nível de educação. Há um esforço admirável da comunidade internacional, apoiando cerca de 4 milhões de pessoas que beneficiam desta assistência e cuja situação, e neste domínio, tem registado algumas melhorias nestes últimos meses. Mas infelizmente e em contrapartida, do ponto da protecção das pessoas e da insegurança, aí estamos perante um fracasso generalizado e por isso o risco para a segurança destas comunidades, a violação dos direitos das pessoas, casos dramáticos de morte, violação, continuam a proliferar e neste domínio todos temos que reconhecer que não foi ainda possível à comunidade internacional alterar este estado de coisas.
MP - Na conferência que deu há dias na Sé de Lisboa dizia que “a soberania da pessoa, no caso de Darfur, foi sacrificada no altar da soberania do Estado”. O que é que queria dizer com isto?
AG - Nós assistimos nos anos 90 e, lembro-me bem disso, porque nessa altura desempenhava funções oficiais, a uma tendência para nas relações internacionais se estabelecer um equilíbrio entre a soberania do Estado que naturalmente deve ser respeitada e a soberania da pessoa humana. Nós assistimos em Timor Leste, na Bósnia, no Kosovo, a uma intervenção da comunidade internacional feita em nome dos Direitos Humanos, da protecção das pessoas, e foi-se consagrando um princípio de direito de ingerência humanitária. Mais tarde há uma comissão que trabalhou sobre os auspícios do governo Canadiano que produziu um relatório muito interessante que define um novo conceito da responsabilidade de proteger, considerando que é atributo do Estado e da soberania do Estado a responsabilidade de proteger os seus próprios cidadãos. Mas quando o Estado não é capaz ou não o quer fazer, sobra um domínio de responsabilidade para a comunidade internacional. Este principio foi acolhido pela Assembleia Geral das Nações Unidas, mas a sua concretização não tem tradução prática. E de alguma forma nós assistimos, porventura de maneira mais agravada após a invasão do Iraque, a uma resistência de muitos países do mundo em desenvolvimento à afirmação deste princípio da responsabilidade de proteger com o argumento que ele pode esconder, por parte das grandes potências, agendas escondidas, desejos de hegemonia, desejo de intervenção com outras finalidades. E isso levou a uma reafirmação da soberania dos Estados. A verdade é que no caso de Darfur essa afirmação se faz em detrimento dos direitos da soberania da pessoa humana, e a comunidade internacional, na prática, tem sido incapaz nos últimos anos de criar as condições para que possam ser efectivamente protegidos os direitos das populações.
A ajuda humanitária
MP - As associações humanitárias têm podido desenvolver a sua missão no Darfur?
AG - Têm e é de facto um êxito extraordinário. Há milhares de trabalhadores humanitários das mais diversas associações, nomeadamente muitas organizações ligadas à Igreja, há milhares de trabalhadores humanitários, os nossos próprios estão aí envolvidos, com enormes riscos. Nós tivemos, há duas semanas, seis dos nossos colaboradores raptados no sul, felizmente sem consequências, apesar das suas viaturas terem sido roubadas, mas tem havido gente que morre, que sofre outras formas de ataque, mas que têm conseguido manter um apoio humanitário notável às populações. Como disse há pouco, 4 milhões de pessoas são alimentadas por dinheiro internacional, serviços de prestações de saúde estão espalhados por todo o território, em condições de extrema dificuldade mas com grande abnegação, há muitas escolas abertas no Darfur, em muitos destes campos de pessoas deslocadas as crianças têm, apesar de tudo, por vezes mais oportunidades do que tinham nas suas aldeias originárias, e isso revela de facto, um extraordinário êxito da acção humanitária da comunidade internacional. Infelizmente, esse êxito deve ser posto em paralelo com o fracasso da capacidade de dar às populações segurança e protecção.
MP - Se não se encontrar uma solução política e social é sustentável a presença das organizações humanitárias?
AG - O nosso dever é continuar, é continuar até ao limite das nossas possibilidades. Infelizmente não é esta a única crise que perdura, nós temos refugiados palestinianos desde 1948, temos na Tanzânia refugiados do Burundi desde 1972, temos em Tindouf [na Argélia] os Sarauis que estão há décadas e décadas. Há inclusive muitas situações destas que se arrastam e é nosso dever mobilizar os esforços da comunidade internacional para apoiar estas populações que já sofrem tanto. Agora, espero que seja possível ultrapassar o impasse presente e nomeadamente que os esforços de mediação que estão no terreno, da Líbia, Eritreia, e agora de uma forma sistemática das Nações Unidas e da União Africana, em conjunto, possam conduzir a que um acordo de paz efectivo seja estabelecido abrangendo todos os actores no terreno, como condição essencial para que a segurança seja estabelecida e para se restabelecer um equilíbrio entre os diversos grupos e das diversas tribos no Darfur que foi rompido. No Darfur nós temos o que alguns chamam árabes e africanos, ou nómadas e sedentários, ou agricultores e pastores. O que é verdade é que estas comunidades viveram durante séculos em harmonia, mas é também verdade quando os recursos diminuem, nomeadamente quando a água diminui, e porventura aqui as alterações climáticas virão a ser um factor agravante deste problema, há uma tendência para o conflito. É evidente que quando essa tendência é manipulada politicamente pode conduzir aquilo a que nós podemos assistir, a Janjauid armados, e que simultaneamente conduziam, em vez do exército, o confronto com movimentos rebeldes, e atacavam aldeias de populações agrícolas para poderem aproveitar os recursos nomeadamente o acesso aos pontos de água relevantes. Uma vez estabelecida a paz será possível reencontrar condições e um grande esforço terá que ser feito, quer do ponto de vista do diálogo social, quer eventualmente do ponto de vista económico. Para se solucionar materialmente algumas das dificuldades existentes e uma vez estabelecida a paz, um grande esforço terá que ser promovido para restabelecer o equilíbrio entre as diversas comunidades. A complexidade da situação exige várias respostas, agora nenhuma dessas respostas é possível num clima de confronto.
MP - O que sentiu quando visitou o Darfur?
AG - Penso que o que marca mais são os testemunhos que nós recebemos daquela população, do medo, da insegurança. Falar com mulheres que têm que ir apanhar lenha porque têm que cozinhar para as suas famílias, que ao fazê-lo estão sujeitas a serem raptadas, violadas; falar com jovens que têm visto amigos seus serem mortos, ou serem mobilizados à força para diversas milícias. Esses testemunhos são profundamente marcantes e comoventes e de alguma forma conduzem a uma certa frustração e incapacidade de dar respostas a esses problemas.
O papel das religiões
MP - Como vê a intervenção da Igreja Católica, das outras Igrejas e doutras religiões neste tipo de situações onde se joga o limite da condição humana?
AG - Acho que é essencial. Nós temos várias organizações ligadas à Igreja que são nossas parceiras no terreno de forma extremamente generosa, dedicada e depois vivemos num mundo em que a intolerância se tem afirmado, em que o confronto entre culturas, civilizações se arrisca a desenvolver-se e creio que a postura do diálogo, e tolerância da Igreja é absolutamente essencial neste domínio. Recordo-me nomeadamente das inúmeras intervenções do Papa João Paulo II em relação à questão Palestiniana, à questão do diálogo com o mundo muçulmano, em relação ao próprio Iraque que foram um factor muito importante de atenuação de tensões internacionais. E isso é essencial para que não se produzam situações como aquelas do deslocamento forçado, movimento forçado de populações e que afectam directamente aqueles que estão sob o mandato que me foi conferido.
MP - Vê o futuro com um olhar positivo?
AG - Eu acho que temos que ver sempre o futuro com um olhar positivo, no sentido que temos que nos empenhar. Há uma frase que um costumo citar que é de Jean Monnet em que ele diz que não é optimista nem pessimista: é determinado! E essa é que é a questão. O optimismo pode ser uma atitude pouco inteligente se nos levar a estar parados em vez de contribuir para a solução dos problemas. Se o pessimismo também nos levar ao desânimo, também não creio que seja uma forma inteligente de estar na vida. Temos que reconhecer a enorme complexidade dos problemas mas achar que as coisas são para nós um desafio. E são um apelo, de alguma forma um sinal que recebemos de Deus para que nos empenhemos. Se os problemas não existissem, porventura o empenhamento não seria necessário. Os talentos não fariam falta. Como os problemas são muitos nós não temos o direito de ficar com os talentos enterrados. Temos mesmo que os pôr a render.
A cimeira Europa-África
MP - Na agenda duma cimeira Europa-África, o Darfur poderá ter um lugar? E o que é que eventualmente se pode fazer para levar o governo português a “impor” esse ponto da agenda?
AG - Eu penso que porventura não será no quadro de uma cimeira destas que o problema encontrará solução. Uma cimeira dessas pode ajudar, mas não será aí seguramente que o essencial do esforço para resolver as contradições existentes, terá que ser realizado. A cimeira pode ser um factor que contribua para atenuar tensões e para facilitar contactos, mas é bom não esquecer que entre os próprios países africanos há grandes tensões, por exemplo, entre Chade e o Sudão têm existido tradicionalmente situações de grande tensão. E há rebeldes Chadianos que estão no Darfur e há rebeldes do Darfur que estão no território do Chade. E isto naturalmente cria um relacionamento complexo entre os países. Agora, o que me parece indiscutível é que o grande esforço da comunidade internacional, no presente momento tem que ser de pressão sobre todas as partes, sobre o governo, sobres os vários movimentos rebeldes, para que rapidamente cheguem a um acordo de paz. E é esse clima que eu espero que uma cimeira como esta possa ajudar a criar.
Não deixa de ser curioso que tenha havido até agora uma única cimeira Euro Africana, e que essa cimeira tenha ocorrido durante a presidência portuguesa da União Europeia. E eu recordo-me quão difícil foi, lembro-me de debates parlamentares em que diziam, ridicularizando o governo, que a cimeira não podia ser realizada, foi muito difícil, finalmente conseguiu-se. E agora é de novo uma presidência portuguesa que está a fazer todos os esforços para uma nova cimeira Europa –África. E entretanto nada aconteceu. O que é também revelador de que a Europa como tal não tem querido assumir as suas responsabilidades em relação ao continente africano. O continente africano é um continente vítima das mais diversas circunstâncias, desde logo dos efeitos do próprio colonialismo, depois de ter sido um continente palco da guerra fria, enquanto as grandes potências se degladiavam, nós próprios somos testemunhas de quanto isto foi evidente. E depois todo um conjunto de factores, de tensão interna, de dificuldades de estabelecer o chamado “bom governo”. É um continente que em grande medida tem passado à margem da globalização, do progresso social, económico, tecnológico. E é um continente que exige um apoio maciço, um investimento maciço e uma compreensão maciça dos seus problemas. A Europa tem aí uma responsabilidade evidente, pela história e pela solidariedade que deve existir em qualquer caso. E a verdade é que a Europa enquanto tal, independentemente dos esforços individuais, foi até agora incapaz de ter uma verdadeira estratégia para África e um verdadeiro empenhamento para ajudar os africanos a ultrapassar as gravíssimas dificuldades que eles têm.
Missão Press - Associação de Imprensa Missionária

O Video.
http://br.youtube.com/watch?v=iLZ4ci1c59c&mode=related&search=


Abraços,
zocuni
 

*

zocuni

  • Especialista
  • ****
  • 1055
  • Recebeu: 22 vez(es)
  • Enviou: 46 vez(es)
  • +30/-4
Video
« Responder #19 em: Agosto 07, 2007, 09:07:31 pm »
Tudo bem,

Aqui vai um video,para mostrar o poderio militar das tropas rebeldes cristãs no sul do Sudão,SPLA(Exército Popular de Libertação do Sudão),estes rebeldes combatem as tropas governamentais muçulmanas.

http://br.youtube.com/watch?v=2OHmwZtIEhY&mode=related&search=

Juba
http://br.youtube.com/watch?v=1VNlSEkK2Ss&mode=related&search=


Estou parecendo um agente infiltrado. :conf:


Abraços,
zocuni
 

*

comanche

  • Investigador
  • *****
  • 1779
  • Recebeu: 1 vez(es)
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #20 em: Agosto 07, 2007, 11:12:46 pm »
Plataforma portuguesa de ONG confiante de que Portugal pode fazer a diferença no Darfur

Citar
Confiante de que Portugal pode fazer a diferença em relação ao drama de Darfur (Sudão), como aconteceu com Timor-Leste, uma plataforma de organizações não governamentais portuguesas apresentou hoje em Lisboa a Campanha por Darfur.
 


"Estamos na charneira para poder fazer algo, mas para isso é preciso que a sociedade portuguesa esteja sensibilizada", declarou Filipe Pedrosa, secretário da Plataforma por Darfur e colaborador dos Missionários Combonianos, uma das ONG que integra a organização.

O responsável lembrou que, além da presidência portuguesa da União Europeia, são portugueses o presidente da Comissão Europeia (José Manuel Durão Barroso), o Alto Comissário para os Refugiados da ONU (António Guterres) e o Alto Representante das Nações Unidas para a Aliança de Civilizações (Jorge Sampaio).

Neste sentido, a Plataforma pretende entregar a 30 de Setembro à presidência portuguesa da UE uma petição de urgência pelo Darfur, com conhecimento aos referidos três responsáveis.

Pede-se "que o drama humanitário no Darfur seja assumido como prioridade na agenda da Cimeira Europa-África a realizar em Portugal a 08 e 09 de Dezembro" e que a UE assuma como prioridades "conseguir um acordo global para a paz no Sudão" e "o fim da impunidade dos responsáveis pelos crimes de guerra e pelos crimes contra a humanidade no Darfur".

A petição lembra que o conflito na província sudanesa do Darfur causou desde 2003 mais de 200 mil mortos e dois milhões de refugiados, que "muitos refugiados, sendo mais de um milhão crianças, não têm acesso à ajuda internacional e estão expostos à morte por má nutrição e doenças" e que "a acção das organizações humanitárias, que no terreno prestam ajuda de emergência, tem sido intencionalmente dificultada ou mesmo impedida".

Salienta ainda que "o Tribunal Penal Internacional qualificou as acções cometidas contra as populações do Darfur como crimes de guerra e crimes contra a humanidade".

Além dos Missionários Combonianos, integram a Plataforma por Darfur a Amnistia Internacional em Portugal, Africa-Europe Faith and Justice Network, Fundação Gonçalo da Silveira, Comissão Nacional Justiça e Paz, Caritas Portuguesa, MissãoPress - Associação de Imprensa Missionária e TESE - Associação para o Desenvolvimento.

Algumas destas ONG tinham já campanhas pelo Darfur a decorrer, permitindo agora a organização em plataforma juntar esforços.

Outra das iniciativas da Plataforma por Darfur é uma petição a entregar dia 10 de Setembro ao embaixador da China em Portugal, pedindo a intervenção do país junto do Sudão, solicitando que o governo acabe "imediatamente com os ataques sobre os civis" e permita "que as operações de socorro possam prosseguir".

"A não ser que a China leve a cabo acções sérias e eficazes para pôr fim à chacina em Darfur, é provável que os Jogos Olímpicos de 2008 (em Pequim) sejam lembrados em associação com a violência no Sudão", refere a petição.

José da Silva Vieira, padre, jornalista e director de informação de uma cadeia de rádios no Sudão, disse aos jornalistas que o governo sudanês quer arabizar a província do Darfur, recorrendo às mílicias árabes janjawid para fazer "o trabalho sujo" em relação à população da zona.

Segundo José Vieira, trata-se de uma luta por recursos naturais numa região com uma área equivalente à da França.

"A China é um parceiro estratégico do Sudão, explora e consome parte do petróleo e treina e arma o exército sudanês", assinalou.

"Não podemos ficar quietos, temos de fazer barulho pelo Darfur", salientou.

"O grito das crianças (do Darfur) tem que encontrar eco dentro de nós", disse ainda o padre Vieira, num apelo aos portugueses para que contribuam para a campanha.

Segundo José Vieira, "a comunidade internacional tem que ser forte e manter forte pressão" sobre o governo do Sudão, para que este cumpra os acordos que faz e permita resolver o grave problema humanitário do Darfur.

Na conferência de imprensa participou ainda Natália Gomes, missionária comboniana que trabalhou no Sudão entre 1982 e 1994 no campo da saúde e que em 1990 se refugiou com sudaneses na República Centro Africana.

Assinalando que foi "refugiada com refugiados", Natália Gomes disse que o drama destes é deixar tudo, caminhar, a fome e a falta de medicamentos, bem como a solidão, no sentido de falta de ajuda internacional.

"O Darfur é uma fotografia muito clara de todo o país, é uma situação muito difícil", declarou, adiantando esperar que "haja muitas iniciativas" pelo povo sudanês.

Uma das iniciativas da Plataforma é ainda o Dia Global por Darfur, marcado para 16 de Setembro, participando numa acção a nível internacional para chamar a atenção para a questão.

Aliando-se à iniciativa, o Clube de Jornalistas, local onde decorreu a conferência de imprensa, prometeu apresentar naquele dia um menu alusivo ao Darfur e dar metade da receita à Plataforma.

 
 

*

zocuni

  • Especialista
  • ****
  • 1055
  • Recebeu: 22 vez(es)
  • Enviou: 46 vez(es)
  • +30/-4
Missão
« Responder #21 em: Agosto 07, 2007, 11:30:08 pm »
Tudo bem,

Comanche,já até existe um video de campanha.é uma missão dos Combonianos,muito meritória.O video está interessante.

http://br.youtube.com/watch?v=gJZYUn54UKM


Abraços,
zocuni
 

*

SSK

  • Investigador
  • *****
  • 1519
  • Recebeu: 15 vez(es)
  • +11/-0
(sem assunto)
« Responder #22 em: Agosto 12, 2007, 09:27:42 pm »
Citar
Hybrid Force: The UN's Peacekeeping Gamble in Darfur

By Andrew Mcgregor

A close examination of the terms of the Darfur peacekeeping mission approved by UN Security Council Resolution 1769 offers little confidence that the mission will be any more successful than the current African Union deployment. The resolution approves a force of 26,000 men, including the 7,000 AU peacekeepers already in Darfur (Middle East Online, August 6). On Khartoum's insistence, the bulk of the force must be African in origin. The proposed "hybrid" UN/AU force appears to be little more than a much larger, more complicated version of the ineffective AU operation already in Darfur. Three of the most effective Western militaries (the U.S., the U.K. and Canada) have already stated they will have no role in the force.

The United Nations-African Union Mission in Darfur (UNAMID) is a "Chapter 7" peacekeeping force. Chapter 7 of the UN Charter allows for "necessary action," including force, to protect the mission as well as humanitarian organizations and civilians. In the watered-down version of Chapter 7 negotiated with Khartoum, the Sudanese government must first approve such use of force. UNAMID will be led by Nigerian Gen. Martin Agwai, an experienced peacekeeper and chief of the Defense Staff of the Nigerian Armed Services since June 2006. Agwai has warned that it is unlikely that enough African troops can be raised to fill out the new peacekeeping force. UNAMID is not expected to fully deploy until December 31, probably an optimistic deadline given the composition of the force and the nature of the territory. Financing will be a problem with a mission expected to cost $2 billion in its first year. Despite international pledges of support, existing AU peacekeeping forces in Darfur and Somalia are notoriously under-financed, with very few funds actually reaching the troops in the field. In a road-less environment with no infrastructure, the mission will require an effective system of transport and air support. If trouble erupts, surface routes will become highly dangerous and outposts difficult to relieve or evacuate.

Instead of mandating disarmament, Resolution 1769 only calls for UNAMID to "monitor" illegal arms movements in Darfur. All parties are urged to commit to a cease-fire and the creation of "initiatives" to return the displaced, provide compensation and put new security measures in place. There are no provisions for the arrests of war crimes suspects. During Security Council negotiations on the resolution, China and the three African members of the UNSC (South Africa, Ghana and the Republic of the Congo) succeeded in dropping a key provision calling for "further measures" (i.e., sanctions) to be taken against Sudan if it failed to cooperate with the UN mission.

There is no question of the 2.5 million displaced persons returning home in the near future. The well-armed Arab tribes that have settled on seized lands must first be removed. This is not as simple as returning them to their traditional lands, however, for in many cases their old pastures have become lifeless deserts. Land redistribution or compensation cannot be achieved without the participation of Khartoum and certainly does not fall within UNAMID's mandate. The traditional land rights system of Darfur was designed to accommodate both nomads and farmers. Some form of renegotiation of this system with the involvement of local scholars and tribal elders would seem to form the best basis for a lasting peace in Darfur. None of this will be possible, however, without a process of disarmament and the demobilization of militias and rebel groups.

Sudan's President Omar al-Bashir and Vice President 'Ali 'Uthman Muhammad Taha are consummate political survivors in a country where politics is frequently played for keeps. They will not be looking for an open clash with the UN force, but will do everything else possible to make their stay uncomfortable. The Sudanese leadership will not be easily cowed or forced to relinquish sovereignty in any degree. Its consent to a Chapter 7 UN force comes only after a considerable diplomatic effort by China, perhaps the only world power with an honest claim to influence in Khartoum today. It would be unwise to expect China's present level of support for the Darfur mission to continue very long after the close of the 2008 Beijing Olympics.

The conflict is growing increasingly complicated. Arabs are fighting Arabs over depopulated regions, and former rebels who signed the 2006 Abuja agreement are now fighting their former allies on behalf of the government (al-Sudani, August 2). Just identifying the combatants will be a test for the UN/AU mission; few of the larger tribes share any single political viewpoint and it is often impossible to visually distinguish a Darfuri "Arab" from an "African." All units will depend heavily on a small pool of translators. The local dialect of Arabic spoken as a lingua franca is poorly understood outside of Darfur. Banditry (including attacks on humanitarian convoys) will continue even through a cease-fire. Any such attack could easily provide an excuse by one party or the other to resume hostilities. With at least 16 rebel factions in the field, the development of a unified leadership is essential to the success of negotiations (Sudan Tribune, August 3).

The experience of the AU force in Somalia, where only 1,500 Ugandan troops showed up while four other countries failed to deploy the balance of the 8,000-man force, does not inspire hope that anything like 20,000 African soldiers can be in Darfur by the end of the year. It is almost inevitable that the projected "hybrid" force will have to be reshaped to include Western contingents just to maintain a presence in Darfur. Real success in restoring peace to Darfur under UNAMID's current mandate is highly unlikely.
"Ele é invisível, livre de movimentos, de construção simples e barato. poderoso elemento de defesa, perigosíssimo para o adversário e seguro para quem dele se servir"
1º Ten Fontes Pereira de Melo
 

*

André

  • Investigador
  • *****
  • 3555
  • Recebeu: 2 vez(es)
  • +110/-1
(sem assunto)
« Responder #23 em: Agosto 13, 2007, 08:58:41 pm »
Seis países africanos vão enviar 12 mil soldados para o Darfur

Citar
Uma força de manutenção de paz de mais de 12.000 militares pode ser enviada para o Dafur, depois de seis países africanos terem-se comprometido a enviar o efectivo militar necessário para esta missão conjunta ONU –União Africana (ONU-UA).
Egipto, Etiópia, Nigéria, Ruanda, Malaui e Senegal comprometeram-se a enviar um total de 16 batalhões, cerca 12.000 soldados, para integrar a força ONU-UA no Dafur.

Mais três países - Tanzânia, Camarões e Uganda - também prometeram o envio de militares, embora não tenham especificado o seu número.

Os números previstos pela Comissão da União Africana apontam para uma força de 20 mil militares e seis mil polícias civis, de acordo com o que foi definido na decisão do Conselho de Segurança de 31 de Julho passado.

Actualmente está estacionada no Dafur uma força de 7000 militares da Zâmbia, Nigéria, Ruanda, Senegal e África do Sul e o governo sudanês opõe-se energicamente a que a força multinacional integre em lugares importantes militares não-africanos.

Diário Digital / Lusa

 

*

zocuni

  • Especialista
  • ****
  • 1055
  • Recebeu: 22 vez(es)
  • Enviou: 46 vez(es)
  • +30/-4
???
« Responder #24 em: Agosto 16, 2007, 04:36:42 pm »
Citação de: "André"
Seis países africanos vão enviar 12 mil soldados para o Darfur

Citar
Uma força de manutenção de paz de mais de 12.000 militares pode ser enviada para o Dafur, depois de seis países africanos terem-se comprometido a enviar o efectivo militar necessário para esta missão conjunta ONU –União Africana (ONU-UA).
Egipto, Etiópia, Nigéria, Ruanda, Malaui e Senegal comprometeram-se a enviar um total de 16 batalhões, cerca 12.000 soldados, para integrar a força ONU-UA no Dafur.

Mais três países - Tanzânia, Camarões e Uganda - também prometeram o envio de militares, embora não tenham especificado o seu número.

Os números previstos pela Comissão da União Africana apontam para uma força de 20 mil militares e seis mil polícias civis, de acordo com o que foi definido na decisão do Conselho de Segurança de 31 de Julho passado.

Actualmente está estacionada no Dafur uma força de 7000 militares da Zâmbia, Nigéria, Ruanda, Senegal e África do Sul e o governo sudanês opõe-se energicamente a que a força multinacional integre em lugares importantes militares não-africanos.

Diário Digital / Lusa



Tudo bem,

Sem querer questionanar a fonte da notícia,quem a postou e muito menos os países envolvidos.
Mas será isso verdade?Será que esses países têm capacidade para um tão grande número de tropas no exterior?Tomara que seja,ficarei contente com isso,mas estou meio incrédulo,só vendo para crer!

Abraços,
zocuni
 

*

André

  • Investigador
  • *****
  • 3555
  • Recebeu: 2 vez(es)
  • +110/-1
(sem assunto)
« Responder #25 em: Setembro 01, 2007, 12:37:19 pm »
Ban ki-Moon visita África para incentivar esforços de paz em Darfur

Citar
O secretário-geral da ONU inicia na segunda-feira, em Cartum, uma semana de deslocações ao Sudão, Chade e Líbia, determinado a incentivar a resolução do conflito em Darfur.

Ban Ki-Moon, que desde a tomada de posse do cargo na ONU, em Janeiro, definiu este assunto como prioridade, pretende assegurar que a Minuad, a futura força ONU-União Africana, poderá ser rápida e eficazmente instalada na província sudanesa.

Esta unidade, com 26 mil homens para actuar até meados de 2008, será a mais importante missão de manutenção da paz no mundo e a sua criação foi decidida a 31 de Julho pelo Conselho de Segurança.

O responsável da ONU considera que «não há tempo a perder» para acabar com a tragédia que envergonha a comunidade mundial há mais de quatro anos.

Darfur, uma região do tamanho da França, vive um cenário de conflito armado desde o início de 2003, quando rebeldes africanos se revoltaram contra o Governo de Cartum, numa disputa de recursos naturais, já provocou cerca de 200 mil mortos e mais de dois milhões de deslocados.

O secretário-geral da ONU apresentou um plano de acção que inclui manutenção da paz, acção política, ajuda humanitária e apoio ao desenvolvimento.

No entanto, o responsável reconhece que a Minuad não terá sucesso sem a cooperação do governo do Sudão, a qual espera obter com o contacto com o presidente Bashir, previsto para quinta-feira, durante a visita a África.

Diário Digital / Lusa

 

*

Lightning

  • Moderador Global
  • *****
  • 11018
  • Recebeu: 2331 vez(es)
  • Enviou: 3209 vez(es)
  • +731/-1031
(sem assunto)
« Responder #26 em: Setembro 02, 2007, 11:11:12 am »
 

*

André

  • Investigador
  • *****
  • 3555
  • Recebeu: 2 vez(es)
  • +110/-1
(sem assunto)
« Responder #27 em: Setembro 04, 2007, 03:44:51 pm »
Ban Ki-moon optimista que paz no sul estenderá a Darfur

Citar
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, declarou-se hoje optimista quanto a uma resolução pacífica dos conflitos no Sudão, durante uma visita ao sul do país para avaliar progressos na aplicação do acordo de paz de 2005. «O acordo está a ser mantido na generalidade mas tem de haver mais esforços para acelerar a sua aplicação», disse Ban Ki-moon à imprensa na viagem para Juba, capital da região semi-autónoma do sul do Sudão.

A visita tem por objectivo avaliar a aplicação do acordo de paz que em Janeiro de 2005 pôs termo a 21 anos de conflito armado entre o governo islâmico do norte e os rebeldes cristãos animistas do sul, acompanhada desde Março de 2005 por uma força de paz da ONU de 10.000 militares.

O acordo de paz «lança as bases de uma paz duradoura em todo o Sudão», disse Ki-moon, referindo-se ao conflito na região de Darfur, no oeste do Sudão, onde desde 2003 os confrontos entre milícias favoráveis ao governo e grupos rebeldes fizeram mais de 200.000 mortos e 2,5 milhões de deslocados.

Sobre o jantar de trabalho que teve segunda-feira com o presidente sudanês, Omar El-Beshir, o secretário-geral da ONU disse que o chefe de Estado «reafirmou o seu compromisso para a completa aplicação do acordo» e «assegurou o fim dos ataques contra posições rebeldes».

Ban Ki-moon aproveitou também para anunciar hoje a escolha do diplomata paquistanês Ashraf Qazi, actualmente chefe da equipa da ONU no Iraque, para novo representante das Nações Unidas no Sudão.

A nomeação de Qazi ocorre quase um ano depois do governo do Sudão ter expulso o então representante da ONU no país, Jan Pronk, depois deste ter feito declarações sobre a violência em Darfur.

Ki-moon elogiou as «qualidades diplomáticas» de Ashraf Qazi e manifestou a expectativa de que ele obtenha «total apoio» das autoridades sudaneses para o destacamento de uma força mista para a região de Darfur.

O Sudão opôs-se durante meses à substituição da força da União Africana (UA) no terreno por forças das Nações Unidas mas, segundo o secretário-geral da ONU, as autoridades sudaneses já manifestaram o seu apoio à resolução aprovada a 31 de Julho pelo Conselho de Segurança que prevê o envio de uma força mista de 26.000 militares, da ONU e da UA, para Darfur.

«O tempo está a contar e é essencial a cooperação do governo para uma série de questões práticas», disse.

«O presidente Beshir afirmou o seu empenho e capacidade para facilitar todo o apoio administrativo e logístico necessário e eu agradeço a sua vontade para cooperar plenamente», acrescentou.

Diário Digital / Lusa

 

*

André

  • Investigador
  • *****
  • 3555
  • Recebeu: 2 vez(es)
  • +110/-1
(sem assunto)
« Responder #28 em: Setembro 05, 2007, 07:44:21 pm »
Representantes não oficiais de deslocados invadem edifício da ONU em Darfur

Citar
Um grupo de representantes não oficiais de deslocados da região sudanesa de Darfur entrou na sede da ONU na região, quando nela se encontrava o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon.

Num comunicado publicado em Cartum pelo porta-voz do secretário-geral, indica-se que o incidente ocorreu minutos antes de uma prevista reunião entre Ban e três representantes acreditados dos deslocados, na sede da ONU em Al-Facher, capital de Darfur.

Segundo a nota, o grupo de sudaneses permaneceu vários minutos no edifício da ONU, até que os guardas os expulsaram. Posteriormente, Ban foi transferido para um outro local, por razões de segurança, para encetar as conversações previstas.

Fontes oficiais explicaram horas antes que um grupo de várias dezenas de pessoas protestara porque os interlocutores escolhidos por Ban não incluíam qualquer representante dos grupos rebeldes de Darfur opostos aos acordos de paz e que continuam em armas.

A nota adianta que o incidente não alterará o programa previsto e que o secretário-geral da ONU manterá a sua agenda.

Ban chegou hoje de manhã a Darfur, para tentar acelerar o fim do conflito, que grassa nesta província do oeste do Sudão há mais de quatro anos.

«Durante demasiado tempo a comunidade internacional assistiu sem nada fazer (a este drama), como uma testemunha impotente. Isso está em vias de mudar», declarou terça-feira na universidade de Juba, sul do Sudão.

Em Al-Facher, Ban reuniu-se com o governador da região e deverá deslocar-se ainda ao local onde ficará instalado o futuro quartel-general UNAMID, a força híbrida ONU-União Africana que terá por missão pacificar esta região.

O conflito de Darfur fez 200.000 mortos e mais de dois milhões de deslocados, segundo a ONU.

Cartum contesta estes números, afirmando que o número de mortos não ultrapassa os 9.000.

«No que respeita ao processo de negociação política, aproximamo-nos de um acordo quanto a um local e uma data», afirmou Ban, no avião que o transportava de Juba para Al-Facher.

«Espero poder finalizar (este acordo) muito em breve. Vou intensificar verdadeiramente o processo de negociações», acrescentou Ban, acompanhado pelo seu enviado especial encarregado do âmbito político do processo de Darfur, Jan Eliasson.

Eliasson esforça-se por fazer regressar à mesa das negociações os numerosos grupos rebeldes que não assinaram o acordo de paz de Abuja, em Maio de 2006, que fixa nomeadamente as etapas para um regresso à normalidade com disposições muito precisas sobre o desarmamento.

Em Agosto, oito grupos rebeldes de Darfur reunidos em Arusha, na Tanzânia, chegaram a acordo quanto a uma plataforma de reivindicações comuns, na perspectiva de negociações com Cartum, mas um influente dirigente rebelde, Abdulwahid Nour, boicotou a reunião.

Ban exortou-o a sair do seu isolamento.

Segundo uma fonte da ONU, as conversações entre rebeldes e o governo poderão realizar-se em Outubro, na Tanzânia.

O estacionamento completo da UNAMID, que, com 26.000 homens será a mais importante missão de manutenção da paz no mundo, só é esperado para meados de 2008.

Ban indicou que, num encontro com o presidente sudanês Omar El-Béshir, segunda-feira, em Cartum, este lhe prometeu que «facilitará» o estacionamento da força nos planos «administrativo e logístico».

Sublinhando que «não há tempo a perder» e que «a cooperação do governo é essencial», disse que «apreciava o compromisso de Béshir em cooperar plenamente».

Béshir garantiu, por outro lado, a Ban que permitiria que um chefe rebelde de Darfur, tido como um possível mediador no quadro das conversações de paz, deixasse o Sudão para receber cuidados médicos.

Suleimane Jamus, confinado há mais de um ano num hospital, «continua no Sudão, mas esperamos fazê-lo sair ainda hoje», indicou um responsável da ONU que acompanha Ban.

Para além da manutenção da paz com a UNAMID e das negociações políticas, Ban quer agir no plano do desenvolvimento.

Deseja que a comunidade internacional contribua com uma ajuda financeira substancial para Darfur em domínios essenciais como as vias de comunicações, a saúde e, sobretudo, a água, bem raro nesta região desértica e uma das causas profundas do conflito.

Ban deverá regressar ao fim da tarde a Cartum, onde manterá quinta-feira encontros políticos, antes de prosseguir a sua digressão ao Chade e à Líbia.

Lusa/SOL

 

*

André

  • Investigador
  • *****
  • 3555
  • Recebeu: 2 vez(es)
  • +110/-1
(sem assunto)
« Responder #29 em: Setembro 06, 2007, 04:43:46 pm »
Conversações de paz marcadas para Outubro na Líbia

Citar
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e o presidente sudanês Omar al-Bashir anunciaram hoje que se iniciarão, a 27 de Outubro, na Líbia, novas conversações de paz para pôr fim ao conflito de quatro anos no Darfur.
Um comunicado conjunto emitido pelos dois líderes, após uma segunda série de conversações, em Cartum, refere a importância de se alcançar uma solução política para o conflito, que fez já mais de 200.000 mortos e 2,5 milhões de deslocados.

Durante a sua primeira visita ao Sudão, Ban pressionou fortemente para que os grupos rebeldes regressem à mesa das negociações.

O anúncio conjunto implica que foram fixados o local e a data das negociações, mas o verdadeiro teste será conseguir que os movimentos rebeldes, que no passado se recusaram a aderir ao processo de paz, participem nas conversações na Líbia.

Diário Digital / Lusa