Ontem lei que o reino Asturleones, foi ate lisboa para lutar contra o invasor mouro. Pemso que una boa nota para perceber que naquelos tempos existia una conscença da hispania uniforme. Alem tambem existiram batalhas contra os mouros em Viseu, Guimaraes ou Porto. isso diz o libro.
Hellas: O reino Astur-Leonês representava em parte a reconstrução da nobreza visigótica germânica. Por isso a ideia de que havia uma Hispania uniforme não existia. O que poderia haver era a intenção da nobreza visigótica em recuperar o poder que tinha sobre os vários povos da peninsula que haviam escravizado.
É claro que para a nobreza de origem germânica era conveniente haver uma uniformidade que justificasse o seu dominio sobre diferentes povos (os povos peninsulares, ou Hispanicos se quiser).
Mas uma coisa é o que pensavam os herdeiros dos Visigodos e outra coisa muito diferente era a realidade no terreno, que sempre foi constituida por povos diferentes, que nunca se entenderam e que sempre tiveram interesses diferentes.
Os Visigodos foram derrotados em 711, não porque os muçulmanos fossem muitos, mas porque além de dividida por uma guerra civil entre pretendentes germanicos ao trono de um país que eles tinham inventado, a monarquia visigótica era vista pelo povo como tirânica.
Os vários povos da peninsula, entre os visigodos que os tratavam como escravos e os muçulmanos que apareciam com uma religião muito mais equalitária, pura e simplesmente abandonaram a monarquia visigótica à sua sorte.
Ninguém lutou pelos visigodos, porque o reino visigodo só existia para as elites germânicas que exploravam os vários povos peninsulares.
Posteriormete, muitos reis se declararam "Imperator" das Hispanias, com o objectivo de reclamar o direito que os visigodos tinham estabelecido com as suas leis. O que os monarcas pretendiam, mais uma vez não era governar nenhuma nação Hispanica unificada, que todos sabiam nunca ter existido, mas sim justificar o seu direito a serem senhores dos vários povos da peninsula.
Por isso se declaram imperadores e não reis. Quando um monarca se declara Imperador, ele está a reconhecer que quer governar vários países diferentes, onde cada um pode até ter o seu próprio rei.
Como sabemos, os imperadores acabaram acabando. Nem sequer havia condições para haver um Império, porque as várias nações peninsulares eram muito diferentes, como aliás os próprios romanos tinham entendido ao separar a peninsula em várias províncias.
Não houve nunca uma nação Hispanica, a não ser na cabeça de imperadores que queriam extender o seu poder.
Eu não tenho nenhum problema em afirmar que existia uma Hispania, sim, pelo menos até 1714.
Mas essa Hispania nunca foi uma nação e nunca teve consciência de o ser por uma razão simples: É habitada por povos diferentes.
A ainda bem que é assim.
Nessa Hispânia, que já Camões dizia que "com nações diferentes se engrandece", os Portugueses limitaram-se a cumprir a tradição.
Só temos que esperar, que os outros povos sigam o mesmo caminho, porque se a tal Hispania se engrandece com nações diferentes, inevitavelmente definhará se insistir em ser apenas uma.
Cumprimentos