Sector Agro-Alimentar

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Re: Sector Agro-Alimentar
« Responder #105 em: Novembro 13, 2023, 12:40:53 pm »
Regresso da castanha assada


 

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Re: Sector Agro-Alimentar
« Responder #106 em: Novembro 20, 2023, 06:15:38 pm »
Reportagem Faça Chuva Faça Sol sobre a campanha do milho


 

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Re: Sector Agro-Alimentar
« Responder #107 em: Novembro 28, 2023, 01:37:16 pm »
Pescada custa quase o mesmo que bacalhau


 

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Re: Sector Agro-Alimentar
« Responder #108 em: Novembro 30, 2023, 01:20:24 pm »
Gelpeixe: ‘Se Deus me tirou um filho aos 20 anos, era um sinal para fazer algo diferente’


« Última modificação: Novembro 30, 2023, 01:21:40 pm por Lusitano89 »
 

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Re: Sector Agro-Alimentar
« Responder #109 em: Dezembro 04, 2023, 01:47:05 pm »
Aumento do preço do azeite


« Última modificação: Dezembro 04, 2023, 01:48:03 pm por Lusitano89 »
 

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Re: Sector Agro-Alimentar
« Responder #110 em: Dezembro 11, 2023, 01:55:11 pm »
 

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Re: Sector Agro-Alimentar
« Responder #111 em: Dezembro 18, 2023, 03:06:35 pm »
Produtores de Vila do Conde preocupados com custos elevados


 

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Malagueta

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Re: Sector Agro-Alimentar
« Responder #112 em: Janeiro 02, 2024, 12:43:49 pm »
https://cnnportugal.iol.pt/dossier/azeite-a-10-o-segredo-esta-na-agua/6585a89bd34e65afa2f8f441


Azeite a 10€: o segredo está na água
O preço do azeite está pela hora da morte - mas o seu negócio está nos melhores dias da vida. E esta é uma história de agricultores que se tornaram empresários, numa terra onde mesmo quando não chove não falta água.

Chegamos pela fresca, num sol dezembrino frio, e encontramos já a cancela de entrada a subir e descer como se estivesse a cortar pão: são nove da matina e é um corrupio de camiões chegando ao lagar baixo-alentejano. Trazem carradas de azeitonas verdes, triliões de berlindes ovalados de jade, estão fresquíssimas, vivíssimas, parecem saltar, foram apanhadas das oliveiras não há meia hora. As que vêm do olival intensivo foram varejadas e trazem muita folha agarrada, serão lavadas logo após a descarga; as outras, do superintensivo, vêm ao léu, nuas sem folha que lhes oculte o viço, são entornadas do camião para as esteiras velozes. “Entre a apanha e o fim da operação não chega a 12 horas”, garante Pedro Marques, administrador do lagar, “assim não perdem qualidades”. Haveremos de confirmá-lo: dali a bocado sairão outros camiões com cisternas cheiinhas daquele óleo verde translúcido, azeite a granel digno de transfusões para o Incrível Hulk.

O Lagar do Vale, em Serpa, é um dos maiores da Península Ibérica. Há dias em que aqui são operados 2,5 milhões de quilos de azeitona provenientes de vários olivais da região - já são poucos os olivais tradicionais e mesmo os intensivos estão a ser escalados para superintensivos. É o caso do olival onde começaremos este episódio do As Pessoas Não São Números (que pode ver em baixo), fica em Baleizão, terra para sempre avermelhada pelo sangue de Catarina Efigénia Sabino Eufémia, que há de ser relembrada nos cinquent’anos da revolução por há setent’anos se ter rebelado e ter recebido morte “provocada pela pistola-metralhadora do sr. Tenente Carrajola”, assim se noticiou então, em 1954 quem botava contra o regime padecia de morte causada não por pessoas mas pelas suas armas animadas

O drone lá ao nível das águias-de-bonelli mostra-nos um mar verde-pálido a perder de vista, só neste olival são uns duzentos hectares de oliveiras, sebes quilométricas, paralelas na terra como rastas no cabelo, as ramadas dobradas pelos hiperprodutivos cachos de azeitonas que este ano têm mais peso de água por causa das chuvas tardias de outubro. Cá em baixo, sobre a terra, sulcam pela estrada acastanhada de lama mais dois camiões, mas estes são de outra espécie rara, são as máquinas colhedoras, auto propulsadas, troam como blindados de combate e galgam como hipopótamos pernaltas, elevados acima dos três metros para sacudirem entre as pernas as oliveiras prenhes que saem por trás já desfrutadas, é como quem engole um peixe inteiro e devolve a espinha ao prato

Não é qualquer um que mete as mãos nos volantes destas feras, a operação parece bruta mas é delicada, é preciso mandar vir quem saiba e é por isso que estes dois transformers têm mastro com bandeira do Chile: os tratoristas vêm da terra de Nicanor Parra, que em poemas e antipoemas se proclamou uma mistura “de vinagre y de aceite de comer / ¡Un embutido de ángel y bestia!”. Há algo de Ode Triunfal no galope deste “enchido de anjo e besta”, mas o que a nossa vista alcança é bem mais que oliveiras e camiões: é maquinaria pesada, tecnologia de campo, de rega, de ponta, é investimento e, sim, são exemplos de gestão, tensões ambientalistas e uma lição concentrada de economia. É empresarialização no sector primário e foi afinal isso que nos trouxe ao Alentejo. Isto:

o azeite está a 10, 11, 12 euros o litro nos supermercados e viemos saber porquê, se vai descer ou subir mais, e para onde vai este dinheiro.

A métrica estatística diz que é um aumento de 70% num ano, a impressionável vista desarmada até especula que será mais. Tanto que há mais contrafação, mais falsificação, mais garrafinhas de 0,5 lts para gastar menos dinheiro à vez e mais garrafões de 5,0 lts para sair mais barato de vez, há até novos lugares-comuns e novas piadas de restaurante, “este ‘ouro verde’ é para galheteiros acorrentados às mesas, ah ah ah”.

Como aconteceu tudo isto? A resposta rápida é fácil mas atrás dela encontraremos outras mais interessantes e desenharemos ainda uma tese no final. Para já, a resposta rápida:

dois anos consecutivos de seca em Espanha – o maior produtor mundial, com sete vezes a área de olival português – deceparam-lhes mais de meia produção e agora eles estão a comprar-nos o azeite a preço de doidos. Portugal, que vai para dez anos é autossuficiente e até consome menos de metade do azeite que produz – é grande exportador e o preço é definido internacionalmente. Por Espanha, portanto. E sim, também em Portugal faltou chuva mas aqui na raia não faltou água: o Alqueva fez do sequeiro regadio, com uma produção a trote e uma qualidade de relincho. Como soe dizer-se nas redes sociais: “e é isto”. Se quiser, pode abandonar aqui o texto, já basta para responder à pergunta rápida. Para descobrir mais, continue por favor.

Construíram-no, porra!

A construção da barragem do Alqueva mudou tudo, numa agricultura sujeita a um clima alentejano em que “a única regularidade é a sua absoluta irregularidade”, testemunha Luís Mira Coroa, produtor local. “Não há um ano igual ao outro. Nunca houve, não é de agora”.

A oliveira é daqui, é uma planta autóctone desta região mediterrânica, se nada se fizer, ela nasce brava pelos campos. Mas faz-se – e faz-se muito. “Nós estamos a ajudá-la um bocadinho, a enganá-la, a fazer de todos os anos um ano de chuva, e é por isso que elas produzem mais e conseguimos aumentar a densidade”, explica Luís Mira Coroa. “A oliveira é um bosque mediterrânico humanizado. Não estamos a inventar nada.” Pedro Marques, engenheiro agrónomo e uma das maiores autoridades nacionais na produção de azeite, completa: “O olival é uma cultura de sequeiro, muito antiga, nós é que a adaptámos para regadio, essencialmente por rentabilidade e qualidade”. Fazer mais e melhor.

Luís Mira Coroa é empresário agrícola na terceira geração da família – o filho já está na recruta para a quarta. E é bem o exemplo da transformação que o Alqueva trouxe à região: o seu avô, originário de Santa Vitória-Ervidel, começou pelos cereais. A família deslocou-se para Brinches, produziu milho nos anos 1990, beterraba, algum olival de sequeiro e algum regadio direto do Guadiana, uma pequena barragem, e depois… e depois construiu-se o Alqueva.

“Antes do Alqueva, as culturas escolhiam-se em função dos preços mas também em função de uma gestão mais eficiente da água”, prossegue Luís Mira Coroa. “E foi aí que começaram a descobrir o olival regado, uma cultura que leva muito menos água para ser em alta produção do que qualquer outra das que eu referi, do girassol, do trigo, do milho…”

O olival consome cerca de um terço da água do milheiral, por exemplo, e essa é uma das razões pelas quais quase 70% da área do Alqueva está coberta de oliveiras. O amendoal, pela mesma razão, ocupa mais quase 20%.

“O Alqueva trouxe garantia de água. E isso permitiu mudar o paradigma da agricultura, de uma agricultura de sequeiro passar para regadio, ou seja, de uma agricultura que à época era dependente de subsídios, passarmos do subsídio para o investimento”. Foi um passo “que deu frutos”. Os subsídios, diz, não chegam a 5% de um volume de negócios “num ano mau”.

Nestes 20 anos, a paisagem mudou muito. Como citava há uns anos um anúncio de um banco, para o dinheiro grande entrar é preciso o dinheiro pequeno sair – e o dinheiro pequeno na altura era o português. Chegaram os investidores estrangeiros, então sobretudo espanhóis. À volta de Brinches, “mudou tudo de dono”, diz Luís Mira Coroa, que reconhece que muitos não estavam preparados para a cultura de risco e de gestão que o investimento exige. 

Muitos optaram por vender, outros por arrendar, como acontece agora com grandes fundos de investimento. Fazem “a economia do bezerro”, graceja, basta engordar e vender. “São pessoas à procura da agricultura já montada, o cavalo já ensinado, é só por o pé ao estribo e andar.”

Foi assim que a produção disparou. Não foi a área de olival que cresceu substancialmente: foi a sua produtividade. Com novas técnicas, nova tecnologia, intensificação do olival, a produtividade média de azeitona quadruplicou em apenas 18 anos, de cerca de 0,5 toneladas por hectare de olival em 2000 para duas toneladas por hectare em 2018. O mais foi também melhor: 95% do azeite português é hoje virgem e virgem extra.

Portugal produz cerca de 150 mil toneladas de azeite por ano, dos quais consome 50 a 60 mil toneladas. Não nos falta azeite, mas falta – e muito – em Espanha. Do lado de lá da fronteira, a produção caiu em dois anos para menos de metade do habitual, os preços atingiram níveis nunca vistos e o grande debate entre especialistas está no impacto das alterações climáticas. Cá, pelo contrário, a perspetiva é de aumento de produção, acrescentando mais 80 ou 100 mil toneladas de azeite à produção daqui a uns quatro ou cinco anos.

A perspetiva “é chegar às 230 a 250 mil toneladas” por ano, avança Pedro Marques, administrador do Lagar do Vale. O salto resulta da modernização do nosso olival, dos investimentos na zona alentejana em olival intensivo e em sebe que estão a entrar em produção – e dos próprios planos de expansão do Alqueva

Mas… como se justifica esta diferença, entre o declínio e pessimismo do gigante espanhol, e a expansão e otimismo do ascendente português? Afinal, o clima é semelhante e Jaén - a principal zona de olival espanhol – é apenas a 400 quilómetros do Alentejo.

Porque Espanha “não tem um olival tão moderno como nós temos”, dispara Pedro Marques. “É o maior produtor mundial, mas vive do sistema de sequeiro, tem muito olival tradicional, tem barreiras físicas à transformação (como a inclinação do terreno em Jaén) e, sobretudo, não dispõe de água como no Alentejo. Jaén “vive essencialmente da água da chuva” e depois de dois anos de seca extrema, os produtores desesperam. Já o Alqueva “tem capacidade para aguentar entre três e cinco anos de seca extrema”.

Mas há mais: a água permite produzir mais – e produzir em melhor qualidade. “Com o passar dos anos ainda vamos ficar mais perfecionistas com a qualidade do azeite, porque a azeitona é laborada num curto espaço de tempo: é colhida de manhã e a seguir ao almoço ou ao meio da tarde já está a ser laborada”, explica Pedro Marques. “Temos métodos e uma estrutura organizada onde todo este modelo acaba por estar dependente de grandes produções de grande qualidade”.

Das quase 600 variedades de azeitonas que existem na Península Ibérica, a maior parte da produção no Alentejo provém da arbequina e da arbosana, variedades que se adaptam bem ao regadio e ao superintensivo.

Os grandes investidores
Se os portugueses estão a pagar o azeite mais caro de sempre, os produtores estão a vendê-lo a preços que talvez nem ousassem sonhar. Mas, para ganhar muito dinheiro, é preciso correr riscos – e investir. E as empresas agrícolas são empresas a céu aberto, estão sujeitas à influência direta do clima.

Ao contrário do que muitas vezes se diz e lê, o olival de Alqueva não é “todo espanhol”, mesmo se foram os espanhóis os primeiros a investir em força, depois da inauguração da barragem há 20 anos. Neste momento, cerca de um terço da área é explorada por empresários espanhóis. E perto de 60% é-o por empresários portugueses.

E isto inclui fundos de investimento, muitos dos quais compram os olivais e arrendam a sua gestão ou exploração em troca de uma rendibilidade (yield) garantida. Os fundos estrangeiros tipicamente exigem taxas na casa dos 5% anuais, os empresários portugueses pedem na casa dos 7%. Os gestores com que fecham contratos pagam essas margens - e ganham tudo o que conseguirem a mais.   

O gestor Ricardo Almeida está, como todos os da região, a ter um bom ano. É ele que nos explica as variáveis-chave da produção: o Terreno, o clima e a água. Dos três, no Alqueva só não se controla o clima.

Quem está a ganhar todo este dinheiro?
Os produtores.

E, pensando bem, num país em que a grande distribuição é muitas vezes acusada de esmagar as margens dos produtores, o facto de os produtores estarem a lucrar tanto merece explicações.

A formação de preços é sempre uma fórmula nebulosa, variável e secreta. Mas várias fontes do sector ajudaram-nos a desconstruir o preço de dez euros que pagamos por um litro de supermercado (normalmente em garrafas de 0,75 litros a 7 ou 8 euros). Os dados são arredondados e não oficiais, mas servem o objetivo de mostrar como as margens brutas dos produtores dispararam.

Há dois anos, um produtor tinha um custo de 1,5 euros por quilo (no setor, negoceia-se em quilos, sendo que um quilo equivale a cerca de 1,1 litros), vendendo-o a granel por cerca de 2,5 euros. Tinha pois uma margem de cerca de 1 euro por quilo. Depois, o embalador (que faz o engarrafamento e etiquetagem da marca) colocava mais cerca de um euro no preço e a distribuição (que o coloca na prateleira) mais 1,5 euros. Preço final: por volta dos cinco euros.

Agora, as margens da distribuição e do embalador estão semelhantes, assim como os custos do produtor. Mas não o preço a que vende: disparou para os oito euros por quilo. Ou seja, a margem bruta subiu de um para sete euros o quilo.

Os produtores estão a ter um ano como nunca tiveram

om, e para o ano? A resposta está num fator que não controlamos: nas chuvas na primavera em Espanha. Se chover copiosamente, a produção aumentará e o preço descerá, talvez para os sete, oito euros por litro, preveem especialistas com quem falámos. Mas se Espanha entrar no terceiro ano de seca, então o preço continuará a subir, talvez para os 12, 13 euros por litro.

A tese: o investimento transforma o país

Alqueva é o exemplo claríssimo de como um investimento transforma a economia de uma região. E talvez todo este texto seja afinal o leito que desaguará nesta frase: não há crescimento sustentado nem bons salários sem investimento.

Depois dos factos a análise e depois da análise a opinião em espaço próprio, que é agora este subtítulo.

O país político tem uma relação estranhamente catatónica com um outro grande investimento, fundado há mais de trinta anos, a Autoeuropa, de que vários políticos, aliás, disputam a paternidade. Em quantas campanhas e não campanhas eleitorais já ouvimos a frase “precisamos de mais Autoeuropas”? Veja-se o quase saudosismo com que tantas vezes se fala da fábrica de Palmela: fala-se dela como dos Descobrimentos, uma memória coletiva de um passado glorioso, irrepetível e fatalmente perdido. E mesmo que a Autoeuropa produza ainda hoje a toda brida, a sua evocação é muitas vezes lamentosa, elogiada pelo que é mas usada como representação não do que há mas do que não há. Como se precisámos da exaltação da descoberta mais do que da conquista em si; como se precisássemos da vertigem do momento inaugural mais do que da celebração constante de uma existência.

Alqueva foi a sucessora não exaltada da Autoeuropa. Porventura nenhum outro projeto de investimento transformou tanto uma região como este lago imenso. Alqueva foi mais desejado antes da construção do que depois dela; não tem pais que a disputem; e não ocupa o discurso político nacional nem é exemplo político para a economia e para o interior.

Talvez assim seja por causa das críticas ambientalistas à sobreprodução e monocultura de uma terra que não descansa e é restabelecida a cada ano com uma espécie de esteroides naturais. Talvez assim seja porque uma oliveira é menos viril que um motor V12. Ou talvez assim seja porque o país viciado em turismo e noutros serviços até efabula uma indústria que lhe falta mas tornou-se pedante de mais para gostar – ou ignorante de mais para compreender – a agricultura e uma mão de obra em grande parte importada. Mesmo se, na verdade, poucos sectores contem mais para o nosso pibinho do que o da floresta, a madeira, a pasta e papel, e a produção de azeite tenha grande valor acrescentado nacional.

Quando se diz que o azeite está pela hora da morte, não se mente. Mas há toda uma vida económica por detrás desta frase. De um comércio aberto na UE e para fora dela, de preços definidos em mercados de exportação, de uma concorrência entre produtores que – ao contrário de muitos setores - impõe as suas margens aos distribuidores, de um subsetor que deixou de precisar de subsídios à produção porque houve um grande investimento.

Na verdade, os portugueses parecem valorizar mais o seu vinho que o seu azeite. Mas a indústria do azeite não se atomizou como a do vinho, nem se desmultiplicou em milhares de marcas e estruturas produtivas, e essa será uma das razões pelas quais o negócio do azeite consegue melhores preços (e margens) que o dos produtores de vinho.

Essa preferência vê-se também no consumo. Um espanhol consome o dobro do azeite do que consome um português. E cada português consome quase dez vezes mais vinho do que azeite. Nisso, somos campeões
 
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Re: Sector Agro-Alimentar
« Responder #113 em: Janeiro 04, 2024, 10:41:09 am »
Já estamos a transformar a nossa agricultura com a introdução da rega, em áreas onde até era proibido!!!!
Por exemplo no Douro, era expressamente proibido regar as videiras para aumentar a produção, porque esse facto fazia diminuir a qualidade do vinho (vinho generoso ou do Porto, não o de consumo).

A rega de facto transforma e torna muito mais produtiva a nossa agricultura! Mas temos de ter cuidado, para não cairmos no erro de Espanha e depois ficam sem água, quer para a rega, quer para consumo humano!!!!!

A agricultura de regadio consome muita água!!!! Para já o Alqueva dá para tudo, mas pode não chegar no futuro!

E no caso do Algarve temos outra incoerência, que são os campos de golfe e o turismo excessivo!
Eu já me canso de referir que os sectores económicos que menos dinheiro ganham são o turismo e no extremo oposto o que mais dinheiro ganha é a indústria!!!!!

Bastou pegar num estudo do Turismo de Portugal para vermos quanta água consome um campo de golfe! E o próprio estudo refere taxativamente que cada hectare de campo de golfo consome em média 10 milhões de litros de água por ano!!!!!!! E só no Algarve há 1 300 hectares de terreno destinado a campos de golfe com rega!!!!!!

O Estudo: https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&ved=2ahUKEwiKn9r6wcODAxXORKQEHcWdB6MQFnoECA4QAw&url=https%3A%2F%2Fbusiness.turismodeportugal.pt%2FSiteCollectionDocuments%2Fsustentabilidade%2Fturismo-sustentavel-mai-2021-eficiencia-hidrica-campos-golfe-portugal.pdf&usg=AOvVaw0H-k9WY-cBtCFUbgZ0u3zA&opi=89978449

Acho estranho as conclusões do estudo apenas referirem a maior eficiência dos sistemas de rega, mas depois voltam à carga com a mesma informação que circula na comunicação social, a dessalinização!!!!! E porque não pensarmos antes em reduzir o número de campos de golfe?!?!?!

Vamos chegar a um ponto em que temos de criar prioridades, se a água não chega para tudo, temos de cortar em algum lado.
 
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Re: Sector Agro-Alimentar
« Responder #114 em: Janeiro 11, 2024, 05:27:59 pm »
Governos têm apostado na transição para uma agricultura mais sustentável?


« Última modificação: Janeiro 11, 2024, 05:29:09 pm por Lusitano89 »
 

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Re: Sector Agro-Alimentar
« Responder #115 em: Janeiro 17, 2024, 09:57:44 pm »
Reportagem Faça Chuva Faça Sol sobre a produção de azeite em Portugal


 

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Re: Sector Agro-Alimentar
« Responder #116 em: Fevereiro 01, 2024, 01:35:01 pm »
Apoio aos agricultores em mais de 500 milhões de euros


 

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Re: Sector Agro-Alimentar
« Responder #117 em: Fevereiro 07, 2024, 11:25:41 am »
Agricultores continuam em protesto


« Última modificação: Fevereiro 07, 2024, 11:26:41 am por Lusitano89 »
 

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Re: Sector Agro-Alimentar
« Responder #118 em: Fevereiro 16, 2024, 01:55:53 pm »
Reportagem Faça Chuva Faça Sol sobre a empresa Sementes Vivas


 

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Re: Sector Agro-Alimentar
« Responder #119 em: Fevereiro 16, 2024, 04:18:10 pm »
Reportagem Faça Chuva Faça Sol sobre a campanha do Kiwi