Corpo de Fuzileiros Navais

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sturzas

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Corpo de Fuzileiros Navais
« em: Janeiro 07, 2006, 07:41:55 pm »
Caros amigos foristas:

Dado o facto deter alguma informação sobre os "Fuzos", optei por criai um novo tópico. Como devem calcular, há quase sete meses, que ando a reunir informação, credível, sobre o assunto, estando a parte de síntese histórica totalmente pronta. Penso que o melhor é sempre começar pelo início, e irei num 2º post, edita-la.

Obviamenteque ao publicar o artigo num fórum, só poderei ficar à espera dos amigos foristas, crítica e correcção, se algum dos dados mencionados, estiver incorrecto. As fontes utilizadas (70% é oficial da Marinha), sendo o restante, procura em artigos escritos, sites de internet, documentoshistóricos, etc. podendo considerar-se fonte oficiosa.

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sturzas

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Corpo de Fuzileiros Navais
« Responder #1 em: Janeiro 07, 2006, 07:52:15 pm »
O conceito do poder Naval da Marinha tem que ser entendido, por um lado, como a afirmação de poder de combate com unidades no mar, e por outro através da capacidade de projecção de Força militar com elevado potencial de combate em terra, constituindo os meios anfíbios a garantia da mobilização de Forças a bordo de Navios do mar para terra.

Os Fuzileiros (Forças Especiais da Marinha) constituem a Força de Desembarque e combate em terra, assumindo-se os meios anfíbios como um meio essencial de projecção de poder de combate, bem como de apoio logístico no Teatro de Operações, dada a sua dual capacidade de operar quer em terra quer no mar.

O Corpo de Fuzileiros é o actual sucessor do mais antigo Corpo Militar constituído com carácter permanente em Portugal, constituindo uma das forças militares mais bem preparadas e eficazes das Forças Armadas Portuguesas com capacidade para intervir em qualquer parte do Globo. Disponíveis para qualquer missão, desde missões humanitárias no exterior, até à intervenção da defesa da costa portuguesa, representam a infantaria ligeira da Marinha de Guerra Portuguesa. Este artigo abordará a sua história, formação, missão, orgânica e equipamentos.

1 – Síntese Histórica

- Do Terço da Armada ao Corpo de Fuzileiros -

A existência de Fuzileiros na Armada remonta a 1585 quando se estabeleceram núcleos de adestramento das guarnições das naus da Índia para o manejo da artilharia e da fuzilaria.

O Corpo de Fuzileiros Portugueses possui quase quatro séculos de história. Ao longo do tempo a evolução da doutrina que envolve o emprego destas forças mudou e com ela verificaram-se importantes alterações na estrutura dos fuzileiros, no seu treino e nas suas missões, tornando-se num corpo de infantaria de élite om capacidade para executar várias missões.

O Corpo de Fuzileiros tem a sua origem na mais antiga Força Militar constituída com carácter permanente em Portugal, sendo Data de 1621 a fundação deste primeiro agrupamento com a designação de Terço da Armada da Coroa de Portugal, da qual os Fuzileiros actuais são legítimos herdeiros.

Desde aquela data, e até meados do século XVIII, os “Soldados da Armada” ou os “Marinheiros do Fuzil”, designações por que eram conhecidos na época, os Infantes da Marinha combateram no Brasil, na fronteira sudeste do território Nacional, constituíram guarnições para a Esquadra de Guarda de Costa e combateram ao lado de Lorde Nelson no Mediterrâneo, somando sucessos na luta contra Franceses, Holandeses e Espanhóis.

Com a Restauração de 1640 passou a designar-se Terço da Armada Real do Mar Oceano, compreendendo as suas missões a defesa da costa contra a acção dos corsários, a guarda do rei e a constituição de parte das guarnições dos navios da Armada real, sendo enviado a combater nos pontos mais ameaçados e por vezes mais distantes, onde se encontrava em causa a soberania de Portugal.

Durante os séculos XVII e XVIII, este corpo de tropas foi evoluindo, tomando distintas nomeações e actuando de maneira mais brilhante. São as intervenções na reconquista de São Salvador da Baía aos holandeses (1625), na batalha do Montijo ou no ataque a Badajoz os sinais mais claros da importância militar que atinge.

Com inteira justiça o terço era considerada uma unidade de elite, tendo o Rei D. João IV designando-o como sua guarda pessoal.

Em 1727, altera-se a sua estrutura, articulando-se em dois Regimentos de Infantaria e uma Unidade de Artilharia, assumindo a designação de Brigada Real de Marinha, composta pelos Corpos de Arilheiros-Marinheiros, de Artífices e Lastradores e de Fuzileiros Marinheiros, este último com doze companhias e um total de 2124 homens.

No Mediterrâneo, integrada na esquadra que sob o comando de D. Domingos Xavier de Lima, marquês de Nisa, se encontrava sob as ordens de Lorde Nelson, a Brigada toma parte em diversas acções contra os Franceses e em 1808 acompanha a família real portuguesa na sua ida para o Brasil. Com a independência daquele país, dá origem ao actual Corpo de Fuzileiros Navais da Armada Brasileira.

Na transição do século XIX para o século XX, quando a Europa inicia o processo de afirmação colonial em África, e Portugal precisou de afirmar a presença nacional na sequência dos tratados de Berlim, face à maior capacidade militar de países como a França, Alemanha e Inglaterra, foram novamente os “Marinheiros de Fuzil”, que integrando os Batalhões expedicionários e as Companhias de Marinha, cumpriram as missões militares necessárias à afirmação de soberania naquele continente.

Até 1926 foram várias as organizações de fuzileiros na Armada Portuguesa, geralmente servindo a bordo como infantaria de marinha e em terra para guarnecer as fortalezas dos territórios ultramarinos, das quais se salientam a que leva à criação em 1837, do Batalhão Naval com oito companhias e efectivos de 681 homens e aquela que em 1851 integrou os marinheiros fuzileiros no Corpo de Marinheiros Militares.

- Período da Guerra Colonial -

Em 1961, antecedendo de perto o início das guerras em África, é decidido recriar os fuzileiros na Armada Portuguesa. Durante a Guerra Colonial, houve a necessidade de infiltrar tropas altamente treinadas e preparadas e território Africano e praticar a guerra de contra guerrilha, tendo a polivalência desta força militar sido provada ao serem das principais forças mobilizadas para o combate. De 1961 a 1975 prestaram serviço em Angola, Guiné e Moçambique, 64 Destacamentos de Fuzileiros Especiais, 46 Companhias de Fuzileiros e 15 pelotões independentes ou de reforço, perfazendo um total de cerca de 12250 homens, sem tomar em conta o pessoal fuzileiro em serviço nos Comandos Navais e Comandos de Defesa Marítima.

As forças de fuzileiros tiveram, durante a guerra em África, comportamento militar de extraordinário mérito como atestam as medalhas militares que lhe foram concedidas que colectivamente (3 Cruzes de Guerra de 1ª Classe), quer individualmente aos seus elementos, onde se destacam 4 condecorações com a Ordem Militar de Torre e Espada, 7 Medalhas de Valor Militar, 133 Cruzes de Guerra e 164 Medalhas de Serviços Distintos com Palma, ostentando os estandartes as mais altas distinções que testemunham a forma relevante como foram conduzidas as acções nos diversos teatros de operações, tendo falecido no total 236 fuzileiros, 81 dos quais em combate, sendo os restantes vítimas de acidentes vários e doenças.

- Período pós-25 de Abril até à actualidade -

Após o 25 de Abril de 1974 e o fim das Guerras em África, altera-se significativamente o papel das Forças Armadas Portuguesas, dando-se a reestruturação dos Fuzileiros de modo a responder aos novos cenários e missões, levando a descolonização a uma redefinição dos fuzileiros aos novos cenários e missões, tendo em vista o cenário de Guerra Fria entre a ex-URSS e os Estados Unidos com os seus aliados, tendo os efectivos sido reduzidos em cerca de 50%, quedando-se nos cerca de 2500 efectivos, 60% dos quais dos quadros permanentes.

Em 24 de Junho de 1974, pelo Decreto nº275/75, é criado o Comando do Corpo de Fuzileiros (CCF) como comando superior das unidades de fuzileiros constituídas, dependendo directamente do Almirante Chefe do Estado-Maior da Armada, com a missão de assegurar a preparação, o treino e a prontidão das unidades e dos meios de fuzileiros atribuídos. Com a entrada em vigor da Lei Orgânica da Marinha, o Corpo de Fuzileiros passou a integrar a estrutura operacional da Marinha ficando na dependência do Comando Naval.

Em 1993, é de novo alterada a estrutura do Corpo de Fuzileiros. O Decreto Lei nº49/93, publicado a 23 de Fevereiro de 1993, fixa o Corpo de Fuzileiros com um efectivo máximo de 2000 elementos e atribui-lhe como missões a projecção de forças militatres em terra a partir do mar, vigilância e defesa da costa portuguesa e das instalações militares portuguesas e da NATO situadas em território nacional, cooperação em missões de interesse público, destacamentos a bordo de unidades navais da Armada Portuguesa, de modo a garantir a segurança nestas e executar missões em terra se necessário, cooperação técnico-militar com os países de expressão portuguesa ou membros da Nato. Em 1995, foi definida uma orgânica de dois batalhões de infantaria, unidades de apoio e logística, e respectivos, órgãos de comando.

O ano de 1998 constitui para os fuzileiros um grande desafio às suas capacidades, devido à guerra civil na Guiné-Bissau, e consequentemente, à necessidade de evacuar cidadãos portugueses aí residentes para salvaguardar a sua segurança. Os três Ramos das Forças Armadas detacaram meios e tropas para executarem a operação de resgate e apoio às populações civis, cabendo a grande responsabilidade à Armada Portuguesa, com o envio dos meios necessários para a evacuação dos refugiados por via marítima, contribuindo para além de meios navais, com uma Força de Fuzileiros que garantiram a segurança dos refugiados durante os desembarques nos navios portugueses, uma missão arriscada tendo em conta a vulnerabilidade face a ataques vindos da costa.

De Dezembro de 1999 a Julho de 2000, o Corpo de Fuzileiros, destaca uma Companhia de Fuzileiros, para a missão de estabilização de paz da NATO, na Bósnia-Herzegovina, SFOR (“Stabilization Force”), que constituiu o Agrupamento ALFA/BLI (Brigada Ligeira de Intervenção), sob o comando do Tenente-Coronel João Manuel Marques Pinheiro Moura, agrupamento este composto por 353 efectivos, 150 dos quais fuzileiros, pertencentes à Companhia de Fuzileiros 21. A missão da SFOR consistia, em na verificação no terreno de cumprimento dos acordos de paz, levando a cabo deversos tipos de acções, nomeadamente patrulhamentos apeados e motorizados, inpecções a locais de depósito de armamento e munições das facções, apoio a actos eleitorais e organizações internacionais, reforço das fronteiras em alturas críticas, apoio a refugiados e ajuda humanitária.

Em Fevereiro de 2000, este agrupamento deixa o sector de Rogatica e a brigada de comando italiano, passando a constituir a componente terrestre da reserva operacional do comandante da SFOR, aquartelado em Visoko a 30 quilómetros a noroeste de Sarajevo. A missão genérica do Agrupamento ALFA/BLI, passa a ser de actuar preventivamente ou ofensivamente em todo o teatro de operações da Bósnia, em situações de crise ou, em situações de rotina, substituindo ou reforçando unidades com sectores atribuídos, nas suas tarefas normais.

Mas a mais importante missão de paz, foi em Timor-Leste, onde providenciaram a segurança e manutenção da lei e ordem no âmbito da UNTAET, sob a égide da ONU, que administrou o território durante o período de transição atá à independência deste país. A participação portuguesa contava com um Batalhão do Exército reforçado com uma Companhia de Fuzileiros, aprontada pelo Comando do Corpo de Fuzileiros. Esta Companhia de Fuzileiros estava organizada em comando, secções técnicas, 3 pelotões de infantaria e 1 pelotão de apoio de combate, totalizando 155 efectivos; de Fevereiro de 2000 até Junho de 2002, prestaram serviço na missão da UNTAET, um total de 4 Companhias de Fuzileiros e 620 efectivos.

Após a independência de Timor-Lorosae em 20 de Maio de 2002, a ONU inicia a missão UNMISET, que consistia em apoiar o governo de Timor-Lorosae a garantir a segurança interna e externa do novo estado, tendo o Corpo de Fuzileiros contribuindo, entre Junho de 2002 e Junho de 2004, com mais 4 Companhias de Fuzileiros totalizando 600 efectivos. Estas companhias de fuzileiros ficaram instaladas em Liquiça (30 quilómetros a oeste de Díli) e na capital, em Díli; em Luiqiça ficou instalado o primeiro núcleo, composto por comando, secções técnicas e dois pelotões de atiradores, que asseguraram a defesa, através de patrulhamentos motorizados, assim como suporte logístico e segurança às guarnições dos navios da Armada, mantendo a presença militar em todo o Distrito de Liquiça, deslocando em sistema rotativo uma secção de atiradores respectivamente para o Sub-distrito de Bazartete (20 kms a Sudeste) e Sub-distrito de Maubara (20 kms a Oeste, junto à orla marítima). O segundo núcleo manteve-se em Díli para assegurar a defesa e o patrulhamento à área envolvente ao Aeroporto de Comoro.

Como testemunho da sua acção, os Estandartes Nacionais do Corpo de Fuzileiros ostentam numerosas condecorações individuais e as mais altas distinções:

•   Ordem Militar da Torre e Espada do  Valor, Lealdade e Mérito.
•   Três Cruzes de Guerra, colectivas.
•   Duas Medalhas de Ouro de Serviços  Distintos.
•   Ordem do Infante D. Henrique
•   Ordem de Liberdade

Desde 1621 mantemos bem vivo o espírito da Infantaria de Marinha, prenuncio do  conceito actual das chamadas "Forças Expedicionárias".
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sturzas

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Corpo de Fuzileiros Navais
« Responder #2 em: Janeiro 28, 2006, 02:34:30 am »
Estrutura Organizacional

ESTADO-MAIOR E COMANDO DO CORPO DE FUZILEIROS (CCF)

É um órgão de implementação territorial, ao qual incumbe promover o aprontamento e o apoio logístico e administrativo das forças, unidades e meios operacionais que lhe estejam atribuídas e assegurar as acções de formação que lhes sejam cometidas (Dec. Lei nº49/93, de 23 de Fevereiro).

Na dependência do CCF, situam-se a Escola de Fuzileiros e a Base de Fuzileiros, as Forças e Unidades de Fuzileiros (Força de Fuzileiros do Continente - FFC) quanto no seu conjunto, constituem o Corpo de Fuzileiros. De acordo com a Lei Orgânica de Marinha (LOMAR), o comandante do Corpo de Fuzileiros, encontra-se na dependência directa do Vice-Almirante Comandante Naval.



FORÇA DE FUZILEIROS DO CONTINENTE

   Em 29 de Abril de 1969, pela Portaria nº24049, do Ministro da Marinha, é criada na área da Base Naval de Lisboa, localizada no Alfeite, a Força de Fuzileiros do Continente, como unidade independente e com a missão de organizar e adestrar unidades de fuzileiros a fim de serem empregues como forças de desembarque e anfíbias.

   Até 1975 na Força de Fuzileiros do Continente foram activados Destacamentos de Fuzileiros Especiais e Companhias de Fuzileiros para actuarem em África e desactivados no final das comissões. Com a criação do Comando do Corpo de Fuzileiros, a Força de Fuzileiros do Continente passou a ser uma unidade dependente daquele comando, competindo ao Comando da Força de Fuzileiros do Continente:

•   Exercer o comando sobre as unidades atribuídas pelo Comandante do Corpo de Fuzileiros;
•   Assegurar a preparação e treino dessas unidades;
•   Assegurar a organização, preparação e prontidão da força operacional como força de desembarque;
•   Planear, coordenar e controlar o empenhamento das unidades atribuídas.

Assim sendo, a Força de Fuzileiros do Continente, é organicamente constituída por:

- Batalhão de Fuzileiros Nº1

   O Batalhão de Fuzileiros Nº1, é uma unidade de atiradores, constituído organicamente por duas companhias (Companhia de Fuzileiros 11 e 12), que tem como principais tarefas assegurar e/ou reforçar/garantir a protecção de pontos sensíveis de responsabilidade da Marinha, ou pertencentes à NATO, numa perspectiva de segurança e defesa imediata e vigilância próxima, constituindo uma unidade de reforço do Corpo de Fuzileiros, garantindo em tempo de paz o treino de tropas (inclusive a preparação para participações em missões de paz); atribuir e aprontar pequenos destacamentos para embarque em unidades navais, para cumprimento de vistorias no mar; cumprir os Planos de Contingência NATO de apoio aos Comandos Operacionais dos arquipélagos dos Açores e da Madeira e constituir uma unidade operacional de reserva, podendo neste caso a sua orgânica aumentar por mobilização de efectivos.


Elementos do 1º Batalhão de Fuzileiros, durante uma cerimónia realizada na Base Naval do Alfeite

Deste Batalhão, também depende, organicamente, o Pelotão de Abordagem (PELBORD) que foi criado em meados da década de 90, com base nas secções de fuzileiros que a bordo de navios da Armada Portuguesa, tinham como missão fazerem vistorias em outros navios. Estas abordagens tanto se podem realizar a pequenos barcos de pesca para fiscalização de redes, como se podem fazer a cargueiros suspeitos de transportarem emigrantes ilegais ou qualquer outra carga ilícita. Este pelotão foi totalmente reequipado em 2003, estando apto para fazer inserções por mar ou por ar, através de embarcações semi-rígidas ou da descida de equipas de fuzileiros em fast-rope através dos helicópteros orgânicos da Armada Portuguesa.


Elementos do PELBORD, em exercícios na “NRP Vasco da Gama”

O treino e formação dos elementos pertencentes ao Pelotão de Abordagem, é de 4 meses e, engloba cursos como a inactivação de engenhos explosivos, abandono de aeronave em imersão, limitação e avarias, luta e combate com tiro real, realizando regularmente, treinos com a sua congénere britânica “Boading Team” da Royal Navy. A primeira missão operacional de relevo desta unidade no estrangeiro, foi sob a égide da STANAVFORLAND, em 1995, no Mar Adriático durante o bloqueio naval à ex-Jugoslávia. Durante o ano de 2003 o Pelotão de Abordagem realizou treze missões ao largo da costa portuguesa, permanecendo todas elas como classificadas.


Exercício Táctico de abordagem a um navio mercante.




Equipamento diverso – Pelotão de Abordagem


Equipa de Abordagem

[img=http://img23.imageshack.us/img23/2271/lobos0wh.jpg]
“Patch” – Lobos Reais – Equipa de Abordagem

[img=http://img23.imageshack.us/img23/8585/vampiros3gw.jpg]
“Patch” – Vampiros da Corte – Equipa de Abordagem

[img=http://img23.imageshack.us/img23/9471/vampiros23ng.jpg]
“Patch” – Vampiros da Corte – 2ª missão

[img=http://img23.imageshack.us/img23/481/sharkteam9vj.jpg]
“Patch” – Shark Team – Equipa de Abordagem
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Miguel Silva Machado

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Fuzileiros
« Responder #3 em: Janeiro 28, 2006, 07:52:54 pm »
Se já existia um tópico "Fuzileiros da Armada Portuguesa", porquê agora outro? E o termo correcto é "Fuzileiros" e não "Fuzileiros Navais", isso foi usado quando havia "Navais" e "Especiais", ou seja, antes do 25ABR74 e do Corpo de Fuzileiros.
Um Abraço,
MMachado
Miguel Silva Machado
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TOMKAT

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« Responder #4 em: Janeiro 29, 2006, 06:20:53 pm »
sturzas, uma questão a titulo de curiosidade.

Além das alteração a nível de número de batalhões e das atribuições, por exemplo, no meu tempo de fuzo o BF1 era composto pela Polícia Naval, o BF2 e o BF3 eram batalhões operacionais, haviam unidades auxiliares como:  
UAF - Unidade de Apoio de Fogo, Composta por um poletão de reconhecimento e um poletão equipado com morteiro 120mm e outro com morteiro de 80mm
UAMA - Unidade de Apoio de Meios Aquáticos que operava com todos os pneumáticos (zebros) utilizados pelos Fuzileiros.

A questão é se essas unidades auxiliares ainda se mantêm, e com a mesma denominação, ou se foram substituidas ou integradas nos batalhões operacionais?
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Cabeça de Martelo

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« Responder #5 em: Janeiro 31, 2006, 12:59:07 pm »
Tomkat a UAF foi "substituida" pela CAF (Companhia de Apoio de Fogos). Se não me engano tem 1 pelotão de Morteiros, 1 pelotão de misseis anti-carro Milan, veiculos TT com Brownings de 12.7 e lança-granadas de 40 mm automáticas e é claro o pelotão de reconhecimento.
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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sturzas

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« Responder #6 em: Janeiro 31, 2006, 08:14:15 pm »
Caro Tomkat

De facto actualmente, essas unidades ainda existem (com outra nomenclatura) mas não estão integradas em nenhum dos Batalhões; servem somente para Apoio de Combate e Apoio de Fogos à unidade de manobra que é o Batalhão Ligeiro de Desembarque.

Actualmente as unidades existentes são: Companhia de Apoio de Fogos (CAF - Pelotão de Morteiros Pesados, Pelotão de Reconhecimento e Pelotão Anticarro), Companhia de Apoio de Transporte Táctico (CATT - à qual irão pertencer os Pandur no futuro Pelotão Blindado de Viaturas Anfíbias); Unidade de Meios de Desembarque (UMD - Grupo de Lanchas Anfíbias, Grupo de Lanchas de Desembarque e Grupo de Botes de Assalto) e finalmente temos a Unidade de Polícia Naval e claro, o Destacamento de Acções Especiais .

Cumprimentos
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TOMKAT

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« Responder #7 em: Janeiro 31, 2006, 08:50:52 pm »
Citação de: "Cabeça de Martelo"
Tomkat a UAF foi "substituida" pela CAF (Companhia de Apoio de Fogos). Se não me engano tem 1 pelotão de Morteiros, 1 pelotão de misseis anti-carro Milan, veiculos TT com Brownings de 12.7 e lança-granadas de 40 mm automáticas e é claro o pelotão de reconhecimento.

Integrei a UAF e na altura já existiam os morteiros (80 e 120mm) e os veículos TT (Land Roover) com Brownings. Dava um gozo tremendo sentir o Land Roover a saltar com o fogo da Browning.
Milan's.... talvez só no papel,...nunca os vi... :?
A curiosidade é que ambos desapareceram (a UAF com outro nome).

Evolução dos tempos, pois claro. :wink:
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rjales

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BLD
« Responder #8 em: Fevereiro 01, 2006, 04:58:23 pm »
Num numero da revista francesa RAIDS em 1994, aparecia a composição do Batalhão Ligeiro de Desembarque, que deve ser hoje o Batalhão de Fuzileiros n°2.

A organisação era a seguinte :

- 3 companhias (come hoje),

- cada companhia tinha cinco equipas Carl Gustav, cinco equipas MG-3, 6 equipas morteiro de 60,

- cada equipa tinha 4 elementos, 3 dos quais equipados com a G-3 e o elemento restante com a arma pesada.



Fazendo as contas, temos companhias de 64 homens (aproximando-se dos effectivos dos DFEs da Guerra Colonial)  e no total um batalhão com 192 homens, o que me parece pouco para uma estrutura global de 1500 a 2000 homens.

Não havera um erro ?

Sera essa a actual organisação do Batalhão de Fuzileiros n°2 ?

No entanto, uma companhia com 5 Carl Gustav, 5 MG-3, e 6 Morteiros, ja impõe um certo respeito.

Cumprimentos

Rogério
 

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Cabeça de Martelo

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« Responder #9 em: Fevereiro 01, 2006, 05:08:35 pm »






Este é o lança-granadas usado pelo CAF.
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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Re: BLD
« Responder #10 em: Fevereiro 01, 2006, 05:10:32 pm »
Citação de: "rjales"
Num numero da revista francesa RAIDS em 1994, aparecia a composição do Batalhão Ligeiro de Desembarque, que deve ser hoje o Batalhão de Fuzileiros n°2.

A organisação era a seguinte :

- 3 companhias (come hoje),

- cada companhia tinha cinco equipas Carl Gustav, cinco equipas MG-3, 6 equipas morteiro de 60,

- cada equipa tinha 4 elementos, 3 dos quais equipados com a G-3 e o elemento restante com a arma pesada.



Fazendo as contas, temos companhias de 64 homens (aproximando-se dos effectivos dos DFEs da Guerra Colonial)  e no total um batalhão com 192 homens, o que me parece pouco para uma estrutura global de 1500 a 2000 homens.

Não havera um erro ?

Sera essa a actual organisação do Batalhão de Fuzileiros n°2 ?

No entanto, uma companhia com 5 Carl Gustav, 5 MG-3, e 6 Morteiros, ja impõe um certo respeito.

Cumprimentos

Rogério


Fizeste algum erro de análise ou tradução já que uma companhia são uns 120 homens em qq unidade.
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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« Responder #11 em: Fevereiro 01, 2006, 05:43:30 pm »
Cabeça de Martelo :
Citar
Fizeste algum erro de análise ou tradução já que uma companhia são uns 120 homens em qq unidade.


Para mim se erro houve foi da parte do autor, por isso queria a confirmação dum especialista dos Fuzos.

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Jorge Pereira

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« Responder #12 em: Fevereiro 28, 2006, 10:07:26 pm »
Hélder, vamos defender a nossa língua. Vamos escrever em português por extenso. :wink:
Um dos primeiros erros do mundo moderno é presumir, profunda e tacitamente, que as coisas passadas se tornaram impossíveis.

Gilbert Chesterton, in 'O Que Há de Errado com o Mundo'






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TOMKAT

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« Responder #13 em: Março 05, 2006, 07:13:33 pm »
Citação de: "Hélder"
qual é k era a diferença quando durante a guerra colonial havia fuzileiros navais e fuzileiros especiais?


Hélder a resposta à tua questão já foi dada num outro tópico, que anda perdido algures aqui pelo fórum...

A formação inicial era a mesma.
Os recrutas que não passavam, por inaptidão, para a última fase do Curso de Fuzileiros, os últimos 3 meses creio, ficavam como Fuzileiros Navais. Os que concluiam a última fase eram Fuzileiros Especiais.

A nível de fardamento distinguiam-se pelo uso em fardas de "cerimónia"  de um cordão vermelho no ombro esquerdo, que ainda hoje destingue quem tem o curso de Fuzileiro, e o direito a usar o  símbolo de FZ Especial... o sabre com duas palmas.

Concluída a formação, a diferença entre fuzileiros especiais e navais estava na própria missão que lhes estava destinada.
Os Fuzileiros Navais limitavam-se a fazer o segurança ás instalações navais.
Aos Fuzileiros Especiais eram-lhes destinadas as missões de combate.
IMPROVISAR, LUSITANA PAIXÃO.....
ALEA JACTA EST.....
«O meu ideal político é a democracia, para que cada homem seja respeitado como indivíduo e nenhum venerado»... Albert Einstein
 

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Rui Elias

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(sem assunto)
« Responder #14 em: Março 10, 2006, 03:06:55 pm »
Ontem, frente à Assembleia da República, um dos 3 ramos que estava a prestar honras militares ao novo presidente, era a Marinha.

E esta era representada pelo Corpo de fuzileiros da Armada.

Notava-se pelo símbolo nas boinas azul-ferrete.

E o oficial que acompanhou o Cavaco na passagem da revista às tropas era exatamente um fuzileiro, para além de um outro oficial da Marinha.

Aliás, pareceu que nessa cerimónia, a Marinha estava em lugar de destaque.