Galego, variante do português

  • 33 Respostas
  • 11241 Visualizações
*

manuel liste

  • Especialista
  • ****
  • 1032
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #15 em: Janeiro 13, 2005, 01:57:23 pm »
Citação de: "emarques"
Essa cantiga de amigo, uma barcarola, está escrita em galaico-português. Dizem-no filólogos portugueses, espanhóis, ingleses, estado-unidenses, alemães, etc.


Es posible. Eso no convierte a la lengua gallega en una variante del portugués, de la misma forma que el portugués no es una variante de la lengua gallega. Lo más apropiado es decir que tienen un origen común, como lo tienen todas las lenguas romances.

Cumprimentos
 

*

manuel liste

  • Especialista
  • ****
  • 1032
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #16 em: Janeiro 13, 2005, 02:04:23 pm »
Unas preguntas a los foristas portugueses: ¿Cual es el origen de la forma moderna de la lengua portuguesa? ¿Durante la Reconquista contra los musulmanes se hablaba la misma lengua en la zona de Lisboa que en el norte, o bien variedades distintas? ¿Se puede decir que la variedad del centro se impuso sobre la del norte, o bien al contrario? ¿En qué siglo se editó la primera gramática portuguesa?

Pura curiosidad, agradezco una respuesta.

Cumprimentos
 

*

Paisano

  • Especialista
  • ****
  • 901
  • Recebeu: 6 vez(es)
  • +1/-0
    • http://defesabrasil.com/forum
(sem assunto)
« Responder #17 em: Janeiro 13, 2005, 06:43:57 pm »
Prezado manuel liste,

Você é integracionista ou isolacionista?

Um abraço.
As pessoas te pesam? Não as carregue nos ombros. Leva-as no coração. (Dom Hélder Câmara)
_________________
Volta Redonda
_________________
 

*

papatango

  • Investigador
  • *****
  • 7484
  • Recebeu: 962 vez(es)
  • +4593/-871
(sem assunto)
« Responder #18 em: Janeiro 13, 2005, 07:11:49 pm »
Eu tenho que confessar que questões de filologia não são o meu forte. Há um individuo que conheço que já convidei a participar neste fórum que percebe destas coisas, mas acho que não gosta muito de coisas que tenham a ver com a tropa. Mas foi-me explicado que, de facto, o Galego e o Português não são nem nunca foram línguas efectivamente diferentes. Que para haver uma derivada da outra, seria o português o derivado do galego e não o galego o derivado do português. Os acontecimentos históricos e a evolução política, que eu conhecia, embora desconhecesse as questões linguisticas, acabam dando razão a esta tese. A partir de D. Dinis, a língua é normalizada como língua da corte, e passa a ter precedência sobe o latim. A partir de aí, a sua normalização determina o caminho que a língua percorreu até chegar ao português de hoje. Na Galiza, não tendo havido normalização, porque a língua castelhana foi imposta, para documentos e poesia, não houve possibilidade de normalizar a língua e portanto, ela acabou sendo mais e mais “castelhanizada”. O galego actual, advém da tentativa de um movimento galego, no fim do século XIX (não me lembro do nome do movimento) que tentou recuperar a língua da Galiza.

Mas de facto, não sou a pessoa mais adequada para discutir estes temas.

Também não entendo isso do isolacionista e do integracionista, o que representa ou significa. Acho que provavelmente ninguém entende.

Cumprimentos
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

*

Viriato

  • 9
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #19 em: Janeiro 14, 2005, 12:00:42 am »
Citação de: "papatango"
Eu tenho que confessar que questões de filologia não são o meu forte. Há um individuo que conheço que já convidei a participar neste fórum que percebe destas coisas, mas acho que não gosta muito de coisas que tenham a ver com a tropa. Mas foi-me explicado que, de facto, o Galego e o Português não são nem nunca foram línguas efectivamente diferentes. Que para haver uma derivada da outra, seria o português o derivado do galego e não o galego o derivado do português. Os acontecimentos históricos e a evolução política, que eu conhecia, embora desconhecesse as questões linguisticas, acabam dando razão a esta tese. A partir de D. Dinis, a língua é normalizada como língua da corte, e passa a ter precedência sobe o latim. A partir de aí, a sua normalização determina o caminho que a língua percorreu até chegar ao português de hoje. Na Galiza, não tendo havido normalização, porque a língua castelhana foi imposta, para documentos e poesia, não houve possibilidade de normalizar a língua e portanto, ela acabou sendo mais e mais “castelhanizada”. O galego actual, advém da tentativa de um movimento galego, no fim do século XIX (não me lembro do nome do movimento) que tentou recuperar a língua da Galiza.

Mas de facto, não sou a pessoa mais adequada para discutir estes temas.

Também não entendo isso do isolacionista e do integracionista, o que representa ou significa. Acho que provavelmente ninguém entende.

Cumprimentos


Boa  noite,
Basicamente reintegracionista é aquele que acha que o Galego e o Português é a mesma coisa e como tal deveriam ter regras gramaticais comuns, salvaguardando os devidos regionalismos existentes tanto na Galiza como em Portugal. Infelizmente o poder instalado tende a fazer confundir questões linguísticas com questões políticas, ou seja, tenta "colar" esta opção linguística a uma posição subalterna a Portugal. Isolacionista defende a especificidade do Galego dentro do ramo linguístico Castelhano.

O movimento foi o "Rexurdimento".

Para quem quiser mais informações e pasmar-se com a proximidade linguística e mesmo com algumas opções dos reintegracionistas:

http://clientes.vianetworks.es/colectivo/amesanl/
http://www.ciberirmandade.org/
http://www.galizanova.org/
http://galizalivre.org
http://www.agal-gz.org/
Imperdivél: http://www.va-ca.org/

E por fim um artigo que pode ajudar a compreender as opções dos prezados forenses que se exprimem em Castelhano:
"Diz-me como falas e dir-te-ei quem és.
A respeito do galego-português e do galego-espanhol."
http://membres.lycos.fr/questione/academia/rodriguesfajim3.html

Não nos esquecemos que a familia de um dos nossos maiores poetas (bem como grande parte da nobreza Galega) fugiu da Galiza devido a perseguição pelo poder Castelhano após as revoltas Irmandiñas e posterior promulgação da "doma y castración del reino de Galicia" que só acabou em 1833 com o desaparecimento formal do Reino da Galiza.

Cumprimentos
Nos liberi sumus; Rex noster liber est, manus nostrae nos liberverunt, et dominus Rex qui talia consenferit moriatur, et si Rex fuerit non regnet super nos.
 

*

Viriato

  • 9
  • +0/-0
Hino Galego (Eduardo Pondal)
« Responder #20 em: Janeiro 14, 2005, 12:13:52 am »
Citar
OS PINOS. HIMNO GALEGO.

¿Que din os rumorosos
na costa verdecente,
ao raio transparente
do prácido luar?
¿Que din as altas copas
de escuro arume harpado
co seu ben acompasado
monótono fungar?

-Do ten verdor cinguido
e de benignos astros,
confín dos verdes castros
e valeroso chan,
non des a esquecemento
da inxuria o rudo encono;
desperta do teu sono
fogar de Breogán.

-Os bos e xenerosos
a nosa voz entenden,
e con arroubo atenden
o noso rouco son,
mais sóo os iñorantes,
e féridos e duros,
imbéciles e escuros
non os entenden, non.
 
Os tempos son chegados
dos bardos das edades
que as vosas vaguedades
cumprido fin terán;
mais onde quer, xigante
a nosa voz pregoa
a redenzón da boa
nazón de Breogán.

Teus fillos vagorosos
en quen honor só latte
a intrépido combate
dispondo o peito van;
sé por ti mesma libre
de indigna servidume
e de oprobioso alcume
rexión de Breogán.

A nobre Lusitania
os brazos tende amigos,
ós eidos ben antigos
con un punxente afán;
e cumpre as vaguedades
dos teus soantes pinos
duns máxicos destinos
oh grei de Breogán.

Amor da terra verde,
da verde terra nosa,
acende a raza briosa
de Ousinde e de Froxán;
que aló nos seus garridos
xustillos, mal constreitos,
os doces e albos peitos
das fillas de Breogán;
que á nobre prole ensinen
fortísimos acentos,
non mólidos concentos
que ás virxes só ben están;
mais os robustos ecos
que, oh patria, ben recordas
das sonorosas cordas
das arpas de Breogán.

Estima non se alcanza
cun vil xemido brando;
calquer requer rogando
con voz que esquecerán;
mais cun rumor xigante,
subrime e parecido
ao intrépido sonido
das armas de Breogán.

Galegos, sede fortes,
prontos a grandes feitos;
aparellade os peitos
a glorïoso afán;
fillos dos nobres celtas,
fortes e peregrinos,
luitade plos destinos
dos eidos de Breogán.


Mais sobre Eduardo Pondal:
http://www.instituto-camoes.pt/cvc/projtelecolab/tintalusa/numerodois/tl8.html
Nos liberi sumus; Rex noster liber est, manus nostrae nos liberverunt, et dominus Rex qui talia consenferit moriatur, et si Rex fuerit non regnet super nos.
 

*

manuel liste

  • Especialista
  • ****
  • 1032
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #21 em: Janeiro 14, 2005, 08:39:28 am »
Citação de: "Paisano"
Prezado manuel liste,

Você é integracionista ou isolacionista?

Um abraço.

Mmm... siempre integracionista!  :D

Bromas aparte, si me estás preguntando si creo que la lengua gallega tiene una historia y vida propias, o bien es un dialecto del portugués, la respuesta para mí es obvia: se trata de otra lengua distinta del portugués. Con semejanzas, pero distinta. Y para comprobarlo por tí mismo solamente tendrías que venir a una calle de Galicia y escuchar las conversaciones en gallego. Enseguida te darías cuenta de las diferencias.



Citar
A partir de D. Dinis, a língua é normalizada como língua da corte, e passa a ter precedência sobe o latim. A partir de aí, a sua normalização determina o caminho que a língua percorreu até chegar ao português de hoje

Papatango: Eso fué a finales del siglo XIII, entonces.


Citar
Isolacionista defende a especificidade do Galego dentro do ramo linguístico Castelhano


Viriato: Yo creo que ningún filólogo de la lengua gallega defiende que el gallego pertenezca a la "rama lingüística castellana". Lo que se ha defendido siempre por la inmensa mayoría (no todos, hay que decirlo) es su especificidad, su diferencia respecto a portugués y castellano. Precisamente, el Rexurdimento fué un movimiento específicamente gallego de unos escritores que utilizaban la lengua que hablaba buena parte de la gente. Quisieron ser expresión de la lengua de los gallegos, no miraban al sur porque no tenían razones para hacerlo. En Galicia ni esperamos ni queremos redentores que nos salven de la lengua castellana. Aquí conviven dos lenguas en perfecta armonía y nada va a cambiar en ese aspecto, como es natural.

Eso no quiere decir que no queramos llevarnos estupendamente con Portugal (y Brasil), e intercambiar ideas. Desde Galicia los vemos muy cercanos, y tenemos todo el interés en estrechar relaciones. Por el momento ya tenemos la misma moneda y podemos cruzar la raia a voluntad. Lo que no queremos es que piensen de nosotros que somos unos irredentos, unos portugueses frustrados o que nos miren desde arriba. No, de igual a igual estrecharemos lazos, no podrá ser de otra manera.

Gracias por sus respuestas. Cumprimentos
 

*

emarques

  • Especialista
  • ****
  • 1177
  • Recebeu: 1 vez(es)
  • +1/-0
(sem assunto)
« Responder #22 em: Janeiro 14, 2005, 11:14:14 am »
O problema disso dos "autores que começaram a escrever na língua que falava o povo" é que, sem qualquer fonte de normalização, a língua que falava o povo dependia muito da área onde viviam e da proximidade a cada uma das fronteiras. (Por falar em uma, acho que a forma galega um->"um-a" tem muito mais lógica. Não escrevi unha porque isso dava confusão) O galego de A Guarda não era o mesmo do de Ribadeo.
Ai que eco que há aqui!
Que eco é?
É o eco que há cá.
Há cá eco, é?!
Há cá eco, há.
 

*

manuel liste

  • Especialista
  • ****
  • 1032
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #23 em: Janeiro 14, 2005, 12:27:15 pm »
Citação de: "emarques"
O problema disso dos "autores que começaram a escrever na língua que falava o povo" é que, sem qualquer fonte de normalização, a língua que falava o povo dependia muito da área onde viviam e da proximidade a cada uma das fronteiras. (Por falar em uma, acho que a forma galega um->"um-a" tem muito mais lógica. Não escrevi unha porque isso dava confusão) O galego de A Guarda não era o mesmo do de Ribadeo.


Como estamos a falar da língua galega, respóndolle nela (vostede dirá se é máis fácil de entender que a castelá):

Hai unha fonte de normalización. Chámase a Real Academia Galega (RAG), e está a funcionar dende 1906. Pego a súa web:

Real Academia Galega

A variabilidade falada do galego non é tanta como poidera pensar. É certo que non é exactamente o mesmo o galego de Ribadeo respeto o da Guarda, mais as diferencias que podan haber son debidas á entoación na maior parte ou ós xiros locais, cuestións non fundamentais e que non afectan á unidade da língua. Presumo que o portugués falado tampouco é ún dende Bragança a Madeira.

A existencia do galego non está en risco, non é a águia real ou outro animal en vías de extinción  :lol:

Cumprimentos

PD.: a forma galega é un-unha. A terminación -m é tipicamente portuguesa.
 

*

emarques

  • Especialista
  • ****
  • 1177
  • Recebeu: 1 vez(es)
  • +1/-0
(sem assunto)
« Responder #24 em: Janeiro 14, 2005, 01:16:41 pm »
Citação de: "manuel liste"
Hai unha fonte de normalización. Chámase a Real Academia Galega (RAG), e está a funcionar dende 1906. Pego a súa web:

Ou seja, quando os tais escritores do século XIX começaram a escrever a língua que o povo falava, não existia nenhuma fonte de normalização que tivesse mantido a unidade do galego. De certa forma, a RAG terá feito alguma "arqueologia linguistica" para criar uma norma de língua galega.

Citar
PD.: a forma galega é un-unha. A terminación -m é tipicamente portuguesa.


Sim, está certo. Eu tentei escrever de forma que fosse inteligível em português (já que a grafia "unha" não produz exactamente o mesmo resultado em português e em galego ;)), e por isso usei também o m em vez do n.
Ai que eco que há aqui!
Que eco é?
É o eco que há cá.
Há cá eco, é?!
Há cá eco, há.
 

*

Viriato

  • 9
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #25 em: Janeiro 15, 2005, 03:02:35 am »
Citação de: "manuel liste"
Citação de: "Paisano"
Prezado manuel liste,

Você é integracionista ou isolacionista?

Um abraço.

Mmm... siempre integracionista!  :D

Bromas aparte, si me estás preguntando si creo que la lengua gallega tiene una historia y vida propias, o bien es un dialecto del portugués, la respuesta para mí es obvia: se trata de otra lengua distinta del portugués. Con semejanzas, pero distinta. Y para comprobarlo por tí mismo solamente tendrías que venir a una calle de Galicia y escuchar las conversaciones en gallego. Enseguida te darías cuenta de las diferencias.



Citar
A partir de D. Dinis, a língua é normalizada como língua da corte, e passa a ter precedência sobe o latim. A partir de aí, a sua normalização determina o caminho que a língua percorreu até chegar ao português de hoje

Papatango: Eso fué a finales del siglo XIII, entonces.


Citar
Isolacionista defende a especificidade do Galego dentro do ramo linguístico Castelhano

Viriato: Yo creo que ningún filólogo de la lengua gallega defiende que el gallego pertenezca a la "rama lingüística castellana". Lo que se ha defendido siempre por la inmensa mayoría (no todos, hay que decirlo) es su especificidad, su diferencia respecto a portugués y castellano. Precisamente, el Rexurdimento fué un movimiento específicamente gallego de unos escritores que utilizaban la lengua que hablaba buena parte de la gente. Quisieron ser expresión de la lengua de los gallegos, no miraban al sur porque no tenían razones para hacerlo. En Galicia ni esperamos ni queremos redentores que nos salven de la lengua castellana. Aquí conviven dos lenguas en perfecta armonía y nada va a cambiar en ese aspecto, como es natural.

Eso no quiere decir que no queramos llevarnos estupendamente con Portugal (y Brasil), e intercambiar ideas. Desde Galicia los vemos muy cercanos, y tenemos todo el interés en estrechar relaciones. Por el momento ya tenemos la misma moneda y podemos cruzar la raia a voluntad. Lo que no queremos es que piensen de nosotros que somos unos irredentos, unos portugueses frustrados o que nos miren desde arriba. No, de igual a igual estrecharemos lazos, no podrá ser de otra manera.

Gracias por sus respuestas. Cumprimentos

Boa noite,

segundo a opinião da Unesco o Galego está classificado como "Potentially endangered language" mas se calhar eles não percebem nada disso... Aliás, é curioso ver a quantidade de linguas que estão em risco de desaparecer em espanha. Se calhar é coincidência ou não...

Basco (ENDANGERED)
Asturiano (ENDANGERED)
Aragonês (ENDANGERED)
Leonês (SERIOUSLY ENDANGERED)

Aparte disso, é curioso a quantidade de poetas e políticos Galegos que defenderam uma aproximação e mesmo uma federação entre Portugal e a Galiza baseados na lingua e cultura comuns temos como alguns exemplos:

Manuel MURGUIA, 1833-1923:
Citar
"O primeiro, o nosso idioma(...); o formoso, o nobre idioma que do outro lado desse rio é lingua oficial que serve a mais de vinte milhões de homens e tem uma literatura representada pelo nome glorioso de Camões e vieira, de Garett e de Herculano; o galego, enfim, que é o que nos dà direito à inteira possessão da terra em que todos fomos nados(...). Podemos dizer com verdade que nunca, nunca, nunca pagaremos aos nossos irmãos de Portugal tudo que hajam feito do nosso galego um idioma oficial. Mais afortunado que o provençal -encerrado na sua comarca propria- não morrerà."
Discurso nos jogos florais de tui (1881) em: catedra da linguistica e literatura galega da Universidade de Santiago, prosa Galega I: desde os primeiros oitocentistas ao grupo Nòs, Galaxia, Vigo 1976, pp 110 e 113.

Eduardo PONDAL 1835-1917, autor do himno galego.
Citar
"Nobre e harmoniosa fala de Breogam;
Ti, sinal misterioso dos teus filhos seràs;
Seràs épica tuba, e forte sem rival;
que chamaràs os filhos que alô do Minho estão;
os boms filhos do Luso, apartados irmãos;
de nòs, por um destino invejoso e fatal;
com robustos acentos grandes, os chamaràs;
verbo do gram camões, fala de Breogam"
Xoam-Vicente Viqueira, 1886-1924
Citar
"O galego, não sendo uma lingua irmã do português senão uma forma do português (como o andaluz do castelhano), tem-se que escrever pois, como o português.viver no seu seio é viver no mundo; é viver sendo nos mesmos! Insisto muito nisto da ortografia, porque ela terà, unida à purificação da lingua, uma virtude magica: farà da nossa fala campesina, isolada, uma lingua universal, de valor internacional e instrumento de cultura. Ademais, capacitarà a todos os galegos de lerem português, o que, diga-se o que queira, hoje não podem fazer."
ensaios e poesias, galaxia, Vigo 1974, pag 170.

Antom VILAR-PONTE, 1881-1936.
Citar
"Galiza considera o português como o galego nacionalizado e modernizado.""Enquanto viver o português, o galego não morrera(...) ou é que ainda ha quem pense, possuindo alguma cultura, que o nosso idioma vernaculo e o idioma de Portugal não são um e o mesmo, com identica sintaxe e identico léxico, salvo pequenas diferenças de morfologia, ortograficas e prosodias.""A unificação do galego e do português é tão facil, senão mais, que a realizada por flamengos e holandeses com o seu idioma comum".
pensamento e sementeira, Buenos Aires 1971, pp 221, 345-346.

Afonso Daniel rodriguez CASTELAO 1886-1950.
Citar
" eu desejo que em galiza se fale o galego como o castelhano, e o castelhano tão bem como o galego. Desejo ademais, que o galego se confunda com o português, de modo que tivéssemos assim dois idiomas extensos e uteis."
carta a Claudio Sanchez-Albornoz; em Grial (Vigo); num 47 janeiro-março 1975.

Ramon OTERO PEDRAIO 1886-1976
Citar
"Os melhores espiritos portugueses e galegos são cidadãos da integridade da Galiza antiga (...) A lingua deve voltar a ser a mesma,para fortelecimento do ser trancendental da celtiga iberica."
Morte e ressurreccion, em: pensamento galego I; edit. sept, Santiago-Vigo 1977, pag 131.

Com isto não estou a defender que o Português é superior ao Galego ou vice-versa. Estou a dizer que são a mesma coisa. Dizer Galego, Português ou Galego-Português deveria ser o mesmo. Chamar Portugal de Galiza do Sul ou a Galiza de Portugal do norte não me ofende se calhar Portugaliza é o ideal. Nem a mim nem a muitas pessoas. Infelizmente o processo de aproximação acabou abruptamente na decada de trinta com cerca de 17 mil mortos na Galiza e agora é muito dificil recomeçar tudo de novo. É pena.

Quanto à RAG, não foi a norma deles classificada como "castrapo" ou lingua de trapos por causa da castelhanização que fizeram do Galego?

Por fim se está a dizer que,  ...
Citar
se trata de otra lengua distinta del portugués. Con semejanzas, pero distinta
.. não será esta uma tese isolacionista!? É só uma pergunta, não se ofenda...

E conforme disse Ramon Pedrayo no Parlamento espanhol:
Citar
"Galicia tanto etnográfica como xeograficamente, e desde o aspecto lingüístico, é unha prologación de Portugal; ou Portugal unnha prolongación de Galicia, tanto dá"


Só por curiosidade a familia que fugiu da Galiza e deu origem a um dos expoentes máximos da nossa cultura tinha o sobrenome de Camões...

Saudinha.
Portugal sempre e Galiza enxebre e ceibe.
Nos liberi sumus; Rex noster liber est, manus nostrae nos liberverunt, et dominus Rex qui talia consenferit moriatur, et si Rex fuerit non regnet super nos.
 

*

Paisano

  • Especialista
  • ****
  • 901
  • Recebeu: 6 vez(es)
  • +1/-0
    • http://defesabrasil.com/forum
(sem assunto)
« Responder #26 em: Janeiro 15, 2005, 03:49:08 pm »
Citação de: "manuel liste"
Citação de: "Paisano"
Prezado manuel liste,

Você é integracionista ou isolacionista?

Um abraço.

Mmm... siempre integracionista!  :D

Citação de: "Viriato"
Por fim se está a dizer que,  ...
Citar
se trata de otra lengua distinta del portugués. Con semejanzas, pero distinta
.. não será esta uma tese isolacionista!? É só uma pergunta, não se ofenda...


Prezado manuel liste, creio que o Viriato tem razão.
As pessoas te pesam? Não as carregue nos ombros. Leva-as no coração. (Dom Hélder Câmara)
_________________
Volta Redonda
_________________
 

*

manuel liste

  • Especialista
  • ****
  • 1032
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #27 em: Janeiro 16, 2005, 03:05:24 am »
Citar
Com isto não estou a defender que o Português é superior ao Galego ou vice-versa. Estou a dizer que são a mesma coisa. Dizer Galego, Português ou Galego-Português deveria ser o mesmo

Pois lamento decirlle que non son o mesmo. A língua portuguesa endexamais foi a fala de Galicia, nin vexo a razón pola cal os galegos debamos transformar a nosa língua en outra que non é a nosa. Como dixen antes, en Galicia non entendemos a língua portuguesa falada de forma doada. Esa é unha boa sinal que está a indicar que non é cuestión de dialectos, senon dunhas diferencias máis profundas.

As opinións que puso son respetábeis (algo antigas), pero cecáis tamén podería poñer algunhas das moitas contrarias a ese punto de vista que existen, que son a inmensa maioría nesta terra. A anécdota non fai categoría. Por exemplo:

Citar
"Galiza considera o português como o galego nacionalizado e modernizado.""Enquanto viver o português, o galego não morrera(...) ou é que ainda ha quem pense, possuindo alguma cultura, que o nosso idioma vernaculo e o idioma de Portugal não são um e o mesmo, com identica sintaxe e identico léxico, salvo pequenas diferenças de morfologia, ortograficas e prosodias.""A unificação do galego e do português é tão facil, senão mais, que a realizada por flamengos e holandeses com o seu idioma comum".

O párrafo anterior non é unha língua propia de Galicia. Aquí ninguén fala nesa língua que supoño semellante á portuguesa, con todo o respeto.

Doutro lado, tampouco vexo a lóxica da afirmación "o galego e o portugués debería ser o mesmo". ¿Por qué deberían ser iguais dúas línguas diferentes? Non se preocupe, non seremos nós os que digamos ós portugueses a língua que deben de falar.

Eu reitero: veñan a esta terra, paseen polas súas rúas e escoiten falar á xente. E logo opinen se é un dialecto do portugués.


Citar
Infelizmente o processo de aproximação acabou abruptamente na decada de trinta com cerca de 17 mil mortos na Galiza e agora é muito dificil recomeçar tudo de novo

O proceso de aproximación cultural e comercial está agora mesmo en bó camiño. Pero non pida imposibles como que deixemos de falar a nosa língua. A converxencia entre o galego e o portugués nunca estivo cercana, nin antes nin despois da guerra civil de 1936.

Se en mil anos o galego non foi suplantado polo castelán, imaxine as posibilidades de que o sexa polo portugués, unha língua que respeto moito por outro lado.

Citar
Quanto à RAG, não foi a norma deles classificada como "castrapo" ou lingua de trapos por causa da castelhanização que fizeram do Galego?

Non o comprendo. Non comprendo a súa forma de facer crítica de institucións alleas sobre asuntos que non son da súa competencia. O que a RAG non pode facer é transformar o galego en portugués, e non o pode facer porque entón ningún galego-falante faríalle caso. A língua galega é o que é non polo que diga a RAG, senon pola súa auto-afirmación o traverso dos seus escritores e falantes. A RAG limítase a seguir á xente, o pobo que fala na súa língua sen imposicións de ninguén, e moito menos do extranxeiro.

Citar
.. não será esta uma tese isolacionista!? É só uma pergunta, não se ofenda...

Non me ofendo en absoluto, mais eu non poño etiquetas ou adxectivos a miña postura, que é a común e sabida nesta terra pola inmensa maioría. Se me dixera "isolacionista" levaría impricado unha vontada de illamento, que nada máis lonxe da miña vontade. A miña opinión é a xeral da xente aquí, polo tanto podería chamala "opinión xeral" se quere denominada dunha forma que poida catalogala.

Citar
Portugal sempre e Galiza enxebre e ceibe

Galicia é enxebre e ceibe dende fai moito, gracias pola interese. ¿todo ben en Portugal?  :roll:


Citar
Prezado manuel liste, creio que o Viriato tem razão


Estimado Paisano: o Viriato non é quen de dicirme a mín cal é o idioma en que escreben os meus paisanos mais eu. Esa é a razón que a miña lóxica pode entender, ¿non é?.
 

*

emarques

  • Especialista
  • ****
  • 1177
  • Recebeu: 1 vez(es)
  • +1/-0
(sem assunto)
« Responder #28 em: Janeiro 17, 2005, 02:03:21 am »
Citação de: "manuel liste"
Como dixen antes, en Galicia non entendemos a língua portuguesa falada de forma doada.
Dizer que se a pronúncia é diferente isso significa que as línguas são diferentes é extremente discutível. Um português do continente normalmente tem dificuldade em perceber a pronúncia açoreana. Em geral, um brasileiro tem alguma dificuldade em comprender um português. E no entanto, todos falamos a mesma língua.
Citar
Eu reitero: veñan a esta terra, paseen polas súas rúas e escoiten falar á xente. E logo opinen se é un dialecto do portugués.

Sem estar a dizer que o galego é um dialecto do português (que não é), dê um passeio pelo interior minhoto, ou por Trás-os-Montes, e ouça falar as pessoas. E depois venha-me dizer se a fala é muito diferente do galego. :P
Ai que eco que há aqui!
Que eco é?
É o eco que há cá.
Há cá eco, é?!
Há cá eco, há.
 

*

manuel liste

  • Especialista
  • ****
  • 1032
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #29 em: Janeiro 17, 2005, 10:35:10 am »
Citação de: "emarques"
Dizer que se a pronúncia é diferente isso significa que as línguas são diferentes é extremente discutível. Um português do continente normalmente tem dificuldade em perceber a pronúncia açoreana. Em geral, um brasileiro tem alguma dificuldade em comprender um português. E no entanto, todos falamos a mesma língua.

Non o sabía, paréceme curioso e interesante. Pero a mesma regra valería para a fala castelá, que tamén ten semexanzas coa galega, e nembargantes ninguén pode afirmar que galego e castelán sexan o mesmo.

Por descontado que hai modismos e variedades rexionais en todas as línguas, por elo deberíanse comparar as diferenzas da fala culta de cada lugar. Se hai dificultades de comprensión tamén na fala culta é indicativo de que se está ante algo máis que unha variabilidade dialectal.

O feito é que a fala culta portuguesa ten xiros e verbas moi distintas ás galegas, ainda que tamén é certo que a podemos entender cunha pouca boa vontade do que fala e do que escoita  :lol:

Citar
Sem estar a dizer que o galego é um dialecto do português (que não é), dê um passeio pelo interior minhoto, ou por Trás-os-Montes, e ouça falar as pessoas. E depois venha-me dizer se a fala é muito diferente do galego


É probábel, debería comprobalo. Tampouco teño unha especial interese en remarcar o que nos está a separar, por mín a ensinanza da língua portuguesa debería ser unha opción na escola pública para que calquera galego poida moverse con soltura polo seu país (non exclúo ó resto de españois).

Como xa dixen, eu son partidario do intercambio de ideas e miro con simpatía a Portugal, doutra forma non participaría neste foro.

Cumprimentos