Longevidade das Unidades Militares Portuguesas

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rpedrot

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Longevidade das Unidades Militares Portuguesas
« em: Abril 06, 2010, 10:23:07 pm »
Boa noite

Espero estar a postar no local correcto... gostava que dissessem quais as unidades militares do nosso exército com maior longevidade e com mais tradição histórica.

gostava ainda de obter informações sobre a guarda real portuguesa... alguém me pode ajudar

obrigado.
"Se se observar sempre uma mesma coisa, não é possível vê-la" Antonio Porchia
 

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sergio21699

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Re: unidade militar portuguesa
« Responder #1 em: Abril 06, 2010, 11:29:24 pm »
-Meu General, estamos cercados...
-Óptimo! Isso quer dizer que podemos atacar em qualquer direcção!
 

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rpedrot

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Re: unidade militar portuguesa
« Responder #2 em: Abril 07, 2010, 08:30:42 am »
queria agradecer a resposta, em todo o caso mantenho a pergunta: qual a unidade militar portuguesa com maior longevidade e com intervenções mais importantes em batalha?

quanto à segunda questão, realmente escrevi guarda real portuguesa mas não me queria referir à apresentada no link anterior. queria saber sobre a guarda da corte portuguesa. numa ocasião, num museu, um guia disse-me que existia uma guarda tudesca (?) guarda pessoal dos reis portugueses. teria sido recrutada no norte de Itália e mantida com efectivos recrutados entre os seus descendentes.  nunca consegui encontrar nada na net sobre isso...

atentamente
"Se se observar sempre uma mesma coisa, não é possível vê-la" Antonio Porchia
 

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nelson38899

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Re: unidade militar portuguesa
« Responder #3 em: Abril 07, 2010, 09:32:41 am »
Citação de: "rpedrot"
queria agradecer a resposta, em todo o caso mantenho a pergunta: qual a unidade militar portuguesa com maior longevidade e com intervenções mais importantes em batalha?

quanto à segunda questão, realmente escrevi guarda real portuguesa mas não me queria referir à apresentada no link anterior. queria saber sobre a guarda da corte portuguesa. numa ocasião, num museu, um guia disse-me que existia uma guarda tudesca (?) guarda pessoal dos reis portugueses. teria sido recrutada no norte de Itália e mantida com efectivos recrutados entre os seus descendentes.  nunca consegui encontrar nada na net sobre isso...

atentamente

Pela ideia que tenho a unidades mais antigas e com mais importância só me consigo lembrar dos fuzileiros e dos lanceiros
"Que todo o mundo seja «Portugal», isto é, que no mundo toda a gente se comporte como têm comportado os portugueses na história"
Agostinho da Silva
 

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Cabecinhas

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Re: unidade militar portuguesa
« Responder #4 em: Abril 07, 2010, 10:22:38 am »
Fuzileiros ->  Terço da Armada da Coroa de Portugal
Um galego é um português que se rendeu ou será que um português é um galego que não se rendeu?
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corapa

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Re: unidade militar portuguesa
« Responder #5 em: Abril 07, 2010, 10:46:39 am »
Em relação às Forças Armadas, terá que ser uma unidade da Armada, por ser o ramo mais antigo.
Quanto ao Éxercito, que é o ramo em questão
Citar
unidades militares do nosso exército com maior longevidade e com mais tradição histórica.
julgo ser  o Regimento de Infantaria Nº1 e  a passo a citar a Wikipédia:

"História
RESENHA DE UM REGIMENTO COM 360 ANOS DE HISTÓRIA

A história do Regimento de Infantaria Nº 1 é longa e enobrecida por gloriosos feitos. A sua origem remonta a 1648, ao Terço da Junta do Comércio. Em 1762 era conhecido pela designação de 2.º Regimento da Armada, este foi desdobrado em dois regimentos sendo comandados pelo visconde de Mesquitela, e, pelo coronel D. José de Portugal.

Por decreto de 10 de Maio de 1763 toma a designação de Regimento de Infantaria de Lippe, homenageando Conde de Lippe, pela forma meritória como este organizou o nosso Exército. Em 1806 as Unidades passam a ser numeradas, cabendo ao Regimento de Lippe a denominação de Regimento de Infantaria N.º1.

Em 22 de Dezembro de 1807 foi licenciado por ordem do Marechal Junot, integrando o 1.º Regimento de Infantaria da futura Legião Portuguesa, comandado pelo coronel Joaquim de Saldanha e Albuquerque.

Em 30 de Setembro de 1808 foi mandado reunir em Lisboa, e em 14 de Outubro foi formalmente restabelecido.

Em 1890, por reconhecimento e apreço de Sua Majestade El-Rei D. Carlos, pela lealdade e serviços prestados por este Regimento e querendo dar a sua Esposa, Rainha D. Amélia, uma prova particular de estima, determina que o mesmo passe a designar-se por Regimento da Rainha.

Com a abolição da Monarquia em 1910, o Regimento volta a designar-se Regimento de Infantaria N.º 1, designação que manteve até 1974, passando a partir desta data a denominar-se Regimento de Infantaria de Queluz.

Em 1988, por Decreto-Lei de 22JUL88 volta a designar-se “REGIMENTO DE INFANTARIA N.º 1”
O RI1 tem inscrito a letras de ouro a sua participação nas seguintes Batalhas: Grijó 1809; Buçaco 1810; Pombal e Rendinha 1811; Ciudad Rodrigo e Salamanca 1812; Victória, Tolosa, Nivelle e Nive 1813; Bayona 1814; Arminou 1837; Fauquissart 1917; Lalys 1918.

Num passado bem recente, a Transformação do Exército determinou a extinção do Regimento de Infantaria N.º 2 em Abrantes, passando o Regimento de Infantaria N.º 1 a assumir a sus missão constituindo-se como Centro de Formação Geral Comum de Praças do Exercito (CFGCPE), na dependência do Comando da Instrução e Doutrina (CID).

No decurso do corrente ano a Directiva n.º 12/CEME/08 altera a missão, organização e dispositivo do Regimento de Infantaria N.º 1. O encargo da formação passa para a Escola Prática de Infantaria; a directiva determina ainda a cedência das instalações na Serra da Carregueira ao Centro de Tropas Comando (CTC) e a transferência do RI1 para o PM – 07/T (Quartel da Atalaia, em Tavira), passando desde então para a dependência do Comando Operacional (Cmd Op)."

Cumps
 

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rpedrot

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Re: unidade militar portuguesa
« Responder #6 em: Abril 07, 2010, 02:10:15 pm »
obrigado pelos vossos post... fiquei admirado com a pesquisa que depois fiz: o Terço da Armada teve funções de guarda de defesa do rei... também interessante a história do RI 1.

quanto à guarda tudesca, nada?
"Se se observar sempre uma mesma coisa, não é possível vê-la" Antonio Porchia
 

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Lightning

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Re: unidade militar portuguesa
« Responder #7 em: Abril 07, 2010, 06:15:59 pm »
O seguinte site também possui muita informação sobre muitos regimentos de infantaria, cavalaria e artilharia e a sua historia.

http://www.arqnet.pt/exercito/
 

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papatango

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Re: unidade militar portuguesa
« Responder #8 em: Abril 07, 2010, 06:39:38 pm »
Na lingua italiana «Alemães» escreve-se «Tedeschi» o que em português se lê tedesqui.
A expressão Guarda Tudesca, é introduzida com a Coroa dos Habsburgos (vulgo, dinastia filipina). Os tudescos eram mercenários alemães, pagos para proteger a coroa. Afinal, a monarquia dos Habsburgos tinha origem germânica.
Grande parte das tropas de Carlos V e dos Filipes, era constituida por italianos e alemães.

Os alemães eram normalmente mais eficientes e contratados para guarda pessoal de altas individualidades. No entanto aparentemente em Portugal, quando não eram pagos, transformavam-se numa turba de ladrões e assassinos.
Os guardas Tudescos, tanto quanto sei foram guardas alemães, que existiram como força real, quando Portugal esteve sob a alçada da Coroa dos Habsburgos, o ramo espanhol da monarquia austríaca.

Exemplo disso, foi o que ocorreu quando em 1589, em retaliação pela tentativa de invasão de Inglaterra, a rainha Isabel I envia uma força inglesa para apoiar os direitos de D. Antonio ao trono de Portugal.
A guarda real em Lisboa e as forças mercenárias do rei D.Filipe I (Felipe-II em Castela) eram constituidas por mercenários italianos e alemães (os tais Tudescos). Como a coroa tinha entrado em Falência e não tinha dinheiro, os Tudescos não defendiam coisa nenhuma e tinham-se transformado numa guarda indolente e inutil.

Nessa altura, é o Duque de Bragança, D. Teodósio II,  que para evitar a chegada a Lisboa do seu arqui-inimigo e ódio de estimação, D. Antonio Prior do Crato, reúne uma exército português que derrota os ingleses.

Esse episódio é aliás uma demonstração de que quando não nos interessou a ajuda inglesa, também lhes soubemos dar um pontapé no traseiro.
Filipe-I ficou aliás muito grato a D. Teodósio II, por ter feito o trabalho que os mercenário Tudescos não tinham feito, por causa da sua indisciplina. A acção aumentou ainda mais o poder do Duque, cujo filho (Duque D.João II e futuro Rei D.João VI ) não foi como sabemos tão fiel quanto o Pai.
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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Luso

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Re: unidade militar portuguesa
« Responder #9 em: Abril 07, 2010, 07:18:43 pm »
D. João V não tinha um "terço de estrangeiros", unidade essa que o Marquês dissolveu e dizimou após o atentado a D. José?
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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rpedrot

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Re: unidade militar portuguesa
« Responder #10 em: Abril 07, 2010, 09:02:43 pm »
muito interessante a sua dissertação sobre os tudescos... um guia no Palácio de Vila Viçosa garantiu-me que existiria uma Guarda Tudesca como guarda pessoal dos reis portugueses... mas nunca consegui confirmar a informação que me parece u sempre estranha.
essa função pertenceu ao Terço Real da Armada... e depois a que corpos mais?

há uns tempo encontrei um livro sobre o império romano, mais concretamente sobre uma legião que acompanhou César e depois esteve sempre presente nos principais momentos da história do império...
fiquei curioso sobre qual a unidade militar portuguesa sobre a qual se poderia fazer trabalho semelhante? se não é que já existe...

obrigado pela vossa erudição...
"Se se observar sempre uma mesma coisa, não é possível vê-la" Antonio Porchia
 

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papatango

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Re: Longevidade das Unidades Militares Portuguesas
« Responder #11 em: Abril 08, 2010, 11:43:09 pm »
Luso ->

As tropas estrangeiras existiram em muitos dos reinados e até ao século XIX, sendo mesmo uma tradição a utilização de forças mercenárias. Aliás, várias figuras importantes da nossas forças militares foram estrangeiros, e havia a tradição de importar principes normalmente alemães para comandar forças militares.

Mas não conheço nenhuma força estrangeira, que tenha estado na génese de nenhuma unidade militar portuguesa (mas posso estar enganado).


Eu também estive em Vila Viçosa e ouvi a mesma dissertação sobre os «Tudescos». Já na altura eu achei que aquilo não fazia nenhum sentido.
Nos vários monumentos de Vila Viçosa, só há um guia que me pareceu saber o que dizia e entender «da Cepa», foi o guia da fortaleza de Vila Viçosa (o Castelo), onde às vezes há outras exposições.
Para quem gosta de armas de fogo, a exposição que lá se encontrava quando lá fui era impressionante.
O guia era uma pessoa com alguma idade, mas que sabia dar explicações sobre que monarcas ali tinham estado, quem eram, e o que fizeram.

Já na visita ao Palácio Real de Vila Viçosa, onde nos explicam que a Fundação da Casa de Bragança é uma instituição completamente privada, e onde se fala de Tudescos, como se fosse uma espécie de especialidade militar (estilo Alabardeiro, Fuzileiro ou outra coisa no género :mrgreen: ) não se fica tão impressionado com os conhecimentos do guia.
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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PereiraMarques

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Re: Longevidade das Unidades Militares Portuguesas
« Responder #12 em: Abril 09, 2010, 11:30:23 am »
Citação de: "papatango"
Mas não conheço nenhuma força estrangeira, que tenha estado na génese de nenhuma unidade militar portuguesa (mas posso estar enganado).

Citar
Para compreender em toda a dimensão o significado da divisa "MORTE OU GLÓRIA" , teremos que a enquadrar no seu conteúdo histórico, remontando à Guerra Civil do século passado em que se bateram absolutistas - miguelistas ou realistas - e liberais - constitucionalistas.
A ocupação do trono por D. Miguel, o regresso ao sistema do governo absolutista e a impiedosa perseguição aos elementos liberais que desejavam uma monarquia constitucional, vai lançar o Pais numa guerra civil. Em 1831, D. Pedro, Imperador do Brasil, pai da jovem Rainha espoliada nos seus direitos à coroa, encorajado pelos exilados de Londres e Paris vai impulsionar a libertação do Pais do jugo absolutista. É nos meados do Verão de 1832 que se iniciam as hostilidades, ficando, em breve decidida a organização de um Regimento de Cavalaria em Inglaterra para apoiar a causa da jovem Rainha. É assim que no Inverno de 1832, o Coronel Anthony Bacon é contactado pelos recrutadores de D. Pedro, oferecendo-lhe o posto de Coronel do Exército Liberal e o encargo de formar um Regimento de Lanceiros com o efectivo de 400 homens. Bacon aceitou de bom grado esta ideia, iniciando de imediato o recrutamento, aceitando homens das mais variadas partes da Europa. Com a criação do Regimento de Lanceiros da Rainha - Ordem do Dia n.º 46, de 1833, dada no Quartel General Imperial da sitiada cidade do Porto, o Coronel Bacon assumiu o comando do Regimento que estruturou à imagem e semelhança do seu antigo Regimento, o 17th Lancers, dando-lhe a mesma divisa "MORTE OU GLÓRIA" . Tema por demais apropriado pois tinha um duplo significado para aqueles que sob ele lutaram, associando a morte dos Lanceiros ao nome da jovem Rainha, Dona Maria da Glória.

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