LPD- Navio Polivalente Logístico

  • 5684 Respostas
  • 1338427 Visualizações
*

Pescador

  • Investigador
  • *****
  • 4074
  • Recebeu: 2649 vez(es)
  • Enviou: 2195 vez(es)
  • +5704/-2814
Re: LPD- Navio Polivalente Logístico
« Responder #5565 em: Setembro 20, 2023, 03:48:11 pm »
Espera aí camandro! Estou a acabar o caviar Royal Ossetra que chegou hoje de manhã e para acompanhar um simples Dom Pérignon.

PS: e chama-me Isaltino a partir de agora sff. E Pêra Manca era só para distrair os media.

Porra, que cultura nos aspectos navais da Marinha este Homem tem.  ;D

A mim uma cerveja de malte, ou um syrat da Ermelinda já me sabe bem
« Última modificação: Setembro 20, 2023, 03:48:25 pm por Pescador »
 
Os seguintes utilizadores agradeceram esta mensagem: Cabeça de Martelo

*

Pescador

  • Investigador
  • *****
  • 4074
  • Recebeu: 2649 vez(es)
  • Enviou: 2195 vez(es)
  • +5704/-2814
Re: LPD- Navio Polivalente Logístico
« Responder #5566 em: Setembro 20, 2023, 03:49:52 pm »
Como sabemos isto é um assunto debatido até à exaustão, por isso, toca "avacalhar" o tópico.

É este navio ou nenhum! Tenho dito!...












Citação de: Naval Analyses
One of the most important assets in the #ROCN inventory is Taiwan's first indigenous LPD, Yushan (LPD-1401). The 10,000-ton Taiwanese amphibious vessel was commissioned in June 2023 and features a very heavy armament that includes 1 x 76mm gun, 2 x 20mm guns, two Phalanx CIWS and 4 x missile launchers for either 16 HF-II SSM or 32 TC-2N SAM! The 153-meter LPD can carry several vehicles of various types (AAV-7, Humvees, artillery, trucks, etc.), LCM and LCU while it has a large flight deck with two hangars able to accommodate one Seahawk each.

2 destes já devem esgotar o efectivo do exército que está operacional
 

*

Cabeça de Martelo

  • Investigador
  • *****
  • 20284
  • Recebeu: 2999 vez(es)
  • Enviou: 2251 vez(es)
  • +1345/-3467
Re: LPD- Navio Polivalente Logístico
« Responder #5567 em: Setembro 20, 2023, 04:27:21 pm »
Agora voltando ao tópico.

Não estou a ver como um LST em pleno século 21 teria grande hipótese, numa altura onde qualquer pé rapado consegue ter um UAV. Sim eu sei que o USMC quer adquirir LST para transportar os seus homens entre ilhas do pacifico, mas tenho sérias dúvidas que os mesmos fossem usados em zonas controladas pelo IN. Para mim faz mais sentido que estes navios fossem usados para transportar Pelotões de Fuzileiros e misseis antinavio para ilhas/zonas controladas pelos EUA e seus aliados, mais como reforço rápido e para negar o uso dessas localizações pelo IN e possível uso dessas rotas maritimas.

Na prática eu vejo a Holanda a abandonar o conceito de LPD pelos Crossover e MRSS. Eu vejo os britânicos a trocarem também eles os LPD por MRSS.

E nós? Bem a única solução possível para a Marinha Portuguesa (na minha humilde opinião de quem nunca foi militar da Marinha, e pouco percebe disto), é de que o navio a ser adquirido tem que ter em conta a doutrina que está a ser implementada neste preciso momento na Marinha e no CF em relação a este tipo de operações. O que é que eles precisam?

1 - Um navio que tenha uma boa autonomia;
2 - Possa transportar toda uma FFZ com todos os "módulos" possíveis (150/180 Fuzileiros?);
3- Ter um bom convés de voo e respetivo hangar para operar pelo menos dois helicópteros médios ao mesmo tempo;
4 - Possa transportar e transferir entre navios combustível, víveres, munição, sendo capaz de fazer reabastecimento no mar substituindo o NRP Bérrio;
5 - Ter capacidade de fazer roll-on/roll-off.
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

*

P44

  • Investigador
  • *****
  • 18299
  • Recebeu: 5541 vez(es)
  • Enviou: 5957 vez(es)
  • +7165/-9542
Re: LPD- Navio Polivalente Logístico
« Responder #5568 em: Setembro 20, 2023, 04:42:48 pm »
O antigo AOR neo zelandês também não servia....para estas kengas da reta de coina nada serve...
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

*

Mentat

  • Membro
  • *
  • 163
  • Recebeu: 96 vez(es)
  • Enviou: 129 vez(es)
  • +35/-2
Re: LPD- Navio Polivalente Logístico
« Responder #5569 em: Setembro 20, 2023, 04:52:10 pm »
Agora voltando ao tópico.

E nós? Bem a única solução possível para a Marinha Portuguesa (na minha humilde opinião de quem nunca foi militar da Marinha, e pouco percebe disto), é de que o navio a ser adquirido tem que ter em conta a doutrina que está a ser implementada neste preciso momento na Marinha e no CF em relação a este tipo de operações. O que é que eles precisam?

1 - Um navio que tenha uma boa autonomia;
2 - Possa transportar toda uma FFZ com todos os "módulos" possíveis (150/180 Fuzileiros?);
3- Ter um bom convés de voo e respetivo hangar para operar pelo menos dois helicópteros médios ao mesmo tempo;
4 - Possa transportar e transferir entre navios combustível, víveres, munição, sendo capaz de fazer reabastecimento no mar substituindo o NRP Bérrio;
5 - Ter capacidade de fazer roll-on/roll-off.

Para isso seria necessário que as cúpulas da Armada e do MD traçassem um plano a curto/médio prazo onde estejam vertidas dois eixos principais:

- Que equipamentos/valências operacionais não possuímos e temos premência em ter.
- Qual a estratégia de futuro próximo (5-10 anos) que as FA, neste caso na Marinha, ambiciona percorrer e que equipamentos necessitamos para a cumprir.

Tenho sérias, SÉRIAS dúvidas que este tipo de debate seja tido internamente por quem de direito. Sem palavras vácuas e chavões de "holístico" ,"disruptivo" ou "elevada capacidade de combate". No fundo, fazer aquilo que os amaricanos  fazem. Olhar para o todo e ver se as partes estão conforme o projeto e as necessidades. Quando não estão, não tem pejo algum em reconhecê-lo de forma (minimamente) transparente.

Deixo aqui um exemplo. Algum conseguiria antever o enorme boom que os "drones" (nas suas mais variadas configurações) tiveram desde o início da guerra na Ucrânia? Poucos, muitos poucos.
Resultado... Mesmo sabendo que há que ter em consideração toda a parte de air supremacy, a defesa anti aérea e auto-defesa naval contra micro aeronaves e micro embarcações é fundamental no contexto atual e será ainda mais premente no futuro.
Por aqui andamos a penar há décadas para substituir os Chaparral no Exército mas vá, ao menos as VdG tem as GoalKeeper.  ::)
Perdoem-me o mini rant.  ;D

A LPM é um instrumento altamente tóxico. Radioativo diria. É uma Lei que deveria ser um plano estratégico apenas.
Estabeleçam metas anuais de aquisições/manutenção/logística/ordenado e gastem a verba atribuída. Com 100% (ou perto disso) de execução. Se daqui a 5 anos se verificar que equipamento X  que hoje ambicionámos já não é necessariamente aquilo que precisamos, não temos de esperar por revisões de LPM para mudar o rumo. É na hora, a não ser que o contrato já tenha sido assinado. Basta haver um pingo de vontade em servir a Pátria com racionalidade e humildade em mudar o rumo.
E não me venham com tretas de "ai e tal 3 Fragatas custam 3000M€" ou "5 Kacetes custam 1000M€".
Há formas de contornar a questão só com orçamentos anuais.

Foi um pouco de OT, pelo qual peço desde já desculpa.
« Última modificação: Setembro 20, 2023, 05:11:10 pm por Mentat »
 

*

mafets

  • Investigador
  • *****
  • 8684
  • Recebeu: 3263 vez(es)
  • Enviou: 1002 vez(es)
  • +4063/-6488
Re: LPD- Navio Polivalente Logístico
« Responder #5570 em: Setembro 20, 2023, 05:03:40 pm »
Quanto era o Siroco? 80 Milenas e não servia por causa dos Merlin, etc. Agora a Fap tem BlackHawk.   :mrgreen:



Saudações
"Nunca, no campo dos conflitos humanos, tantos deveram tanto a tão poucos." W.Churchil

http://mimilitary.blogspot.pt/
 
Os seguintes utilizadores agradeceram esta mensagem: P44

*

P44

  • Investigador
  • *****
  • 18299
  • Recebeu: 5541 vez(es)
  • Enviou: 5957 vez(es)
  • +7165/-9542
Re: LPD- Navio Polivalente Logístico
« Responder #5571 em: Setembro 20, 2023, 05:17:01 pm »
Quanto era o Siroco? 80 Milenas e não servia por causa dos Merlin, etc. Agora a Fap tem BlackHawk.   :mrgreen:



Saudações

Cornos mansos que lhes deixam que lhes comam a mulher e no fim ainda ficam a ver e a bater palmas.

Ps- as Goalkeeper são das BD
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 
Os seguintes utilizadores agradeceram esta mensagem: Mentat

*

Red Baron

  • Investigador
  • *****
  • 2869
  • Recebeu: 580 vez(es)
  • Enviou: 355 vez(es)
  • +153/-469
Re: LPD- Navio Polivalente Logístico
« Responder #5572 em: Setembro 20, 2023, 07:52:19 pm »
Citar
The Royal Navy faces a significant capability gap, with no active Landing Platform Dock (LPD) currently available.

HMS Albion, one of two Albion class Landing Platform Docks, has entered a state of reduced readiness, while her sister ship, HMS Bulwark, remains under maintenance.

During a recent parliamentary session, John Healey, the Shadow Secretary of State for Defence, sought clarity on the status of the HMS Bulwark. “For what reason is HMS Bulwark not ready for operations?” Healey queried.

James Cartlidge, the Minister of State, Ministry of Defence, replied, “HMS Bulwark is undertaking scheduled maintenance before transitioning into regeneration to replace her sistership HMS Albion. We do not disclose the fine detail of forward availability to preserve the operational security of the Fleet.”

Please note, reader, this stance contrasts with past practices as the Ministry of Defence previously confirmed a Summer 2023 return for Bulwark.

Cartlidge, however, also recently elaborated on their longevity:

“On current plans, HMS Albion and HMS Bulwark will retire from service by the end of 2034. As part of the transformation of our Commando Forces, future amphibious capabilities are being developed in the form of the Multi Role Support Ship (MRSS).”

Since 2010, a policy has been in place to alternate the readiness of the RN’s two LPDs to save on costs. This means one ship is in ‘extended readiness’ while the other remains operational, switching roles approximately every five to six years.


É daqui que vem as ideias do CEMA.

Em relação ao NPL, é tirar o P que o Exercito fica contente na mesma.
 

*

P44

  • Investigador
  • *****
  • 18299
  • Recebeu: 5541 vez(es)
  • Enviou: 5957 vez(es)
  • +7165/-9542
Re: LPD- Navio Polivalente Logístico
« Responder #5573 em: Setembro 20, 2023, 08:12:00 pm »
O unico problema é que o cema tem uma garagem cheia de carros a cairem de podre e passa os dias a sonhar em ter um Lamborghini...
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

*

Visitante123

  • Especialista
  • ****
  • 981
  • Recebeu: 339 vez(es)
  • Enviou: 188 vez(es)
  • +48/-139
Re: LPD- Navio Polivalente Logístico
« Responder #5574 em: Setembro 20, 2023, 08:16:00 pm »
Citar
The Royal Navy faces a significant capability gap, with no active Landing Platform Dock (LPD) currently available.

HMS Albion, one of two Albion class Landing Platform Docks, has entered a state of reduced readiness, while her sister ship, HMS Bulwark, remains under maintenance.

During a recent parliamentary session, John Healey, the Shadow Secretary of State for Defence, sought clarity on the status of the HMS Bulwark. “For what reason is HMS Bulwark not ready for operations?” Healey queried.

James Cartlidge, the Minister of State, Ministry of Defence, replied, “HMS Bulwark is undertaking scheduled maintenance before transitioning into regeneration to replace her sistership HMS Albion. We do not disclose the fine detail of forward availability to preserve the operational security of the Fleet.”

Please note, reader, this stance contrasts with past practices as the Ministry of Defence previously confirmed a Summer 2023 return for Bulwark.

Cartlidge, however, also recently elaborated on their longevity:

“On current plans, HMS Albion and HMS Bulwark will retire from service by the end of 2034. As part of the transformation of our Commando Forces, future amphibious capabilities are being developed in the form of the Multi Role Support Ship (MRSS).”

Since 2010, a policy has been in place to alternate the readiness of the RN’s two LPDs to save on costs. This means one ship is in ‘extended readiness’ while the other remains operational, switching roles approximately every five to six years.


É daqui que vem as ideias do CEMA.

Em relação ao NPL, é tirar o P que o Exercito fica contente na mesma.

E bem. Dois MRSS significa que podes ter em 100% do tempo uma capacidade anfíbia e capacidade de replenishment de 50%.

Ter um AOR e um LPD vais ter uma disponibilidade de 50% do tempo onde terás 100% das capacidades? E nos outros 50% do tempo terás 0% de capacidades.

Espero que faça sentido. No fórum não é tão fácil de explicar como seria verbalmente. (Percentagens são apenas para efeitos de exemplo, serão certamente outras mais específicas)
 

*

Mentat

  • Membro
  • *
  • 163
  • Recebeu: 96 vez(es)
  • Enviou: 129 vez(es)
  • +35/-2
Re: LPD- Navio Polivalente Logístico
« Responder #5575 em: Setembro 20, 2023, 08:31:54 pm »
Como já foi aqui dito por várias pessoas, o ideal é efetivamente ter (pelo menos) 2 navios multifunções de média dimensão ao invés de um "mamute".
Os Fuzos não tem, a curto/médio prazo, necessidade de equipamento de transporte/desembarque pesado. Bem sei que estamos em testes para reformular a filosofia dos Fuzos, mas daqui até à hipotética reconfiguração não me doa a cabeça.
Que se comprem meios multifunções de média dimensão e se dotem os Fuzos das restantes capacidades (leia-se equipamento) que não tem ou estão totalmente obsoletos.
Lanchas de desembarque, veículos de assalto anfíbio, defesa antiaérea autotransportada, contra-guerra eletrónica, desminagem, engenharia, etc etc.

 

*

Red Baron

  • Investigador
  • *****
  • 2869
  • Recebeu: 580 vez(es)
  • Enviou: 355 vez(es)
  • +153/-469
Re: LPD- Navio Polivalente Logístico
« Responder #5576 em: Setembro 20, 2023, 09:10:22 pm »
Citar
The Royal Navy faces a significant capability gap, with no active Landing Platform Dock (LPD) currently available.

HMS Albion, one of two Albion class Landing Platform Docks, has entered a state of reduced readiness, while her sister ship, HMS Bulwark, remains under maintenance.

During a recent parliamentary session, John Healey, the Shadow Secretary of State for Defence, sought clarity on the status of the HMS Bulwark. “For what reason is HMS Bulwark not ready for operations?” Healey queried.

James Cartlidge, the Minister of State, Ministry of Defence, replied, “HMS Bulwark is undertaking scheduled maintenance before transitioning into regeneration to replace her sistership HMS Albion. We do not disclose the fine detail of forward availability to preserve the operational security of the Fleet.”

Please note, reader, this stance contrasts with past practices as the Ministry of Defence previously confirmed a Summer 2023 return for Bulwark.

Cartlidge, however, also recently elaborated on their longevity:

“On current plans, HMS Albion and HMS Bulwark will retire from service by the end of 2034. As part of the transformation of our Commando Forces, future amphibious capabilities are being developed in the form of the Multi Role Support Ship (MRSS).”

Since 2010, a policy has been in place to alternate the readiness of the RN’s two LPDs to save on costs. This means one ship is in ‘extended readiness’ while the other remains operational, switching roles approximately every five to six years.


É daqui que vem as ideias do CEMA.

Em relação ao NPL, é tirar o P que o Exercito fica contente na mesma.

E bem. Dois MRSS significa que podes ter em 100% do tempo uma capacidade anfíbia e capacidade de replenishment de 50%.

Ter um AOR e um LPD vais ter uma disponibilidade de 50% do tempo onde terás 100% das capacidades? E nos outros 50% do tempo terás 0% de capacidades.

Espero que faça sentido. No fórum não é tão fácil de explicar como seria verbalmente. (Percentagens são apenas para efeitos de exemplo, serão certamente outras mais específicas)

Mas Portugal não quer MRSS, quer navios de ataque terrestre.
 

*

papatango

  • Investigador
  • *****
  • 7493
  • Recebeu: 974 vez(es)
  • +4596/-871
Re: LPD- Navio Polivalente Logístico
« Responder #5577 em: Setembro 20, 2023, 10:41:36 pm »


Já agora, e relativamente ao que os britânicos poderão vir a pensar no futuro, chamo a atenção para o fato de eles terem recentemente  feito a primeira aterragem de um drone de asa fixa e longo alcance a bordo de um porta-aviões.

https://www.royalnavy.mod.uk/news-and-latest-activity/news/2023/september/08/20230907-first-aircraft-drone-on-board-hms-prince-of-wales

O normal, será que à medida que a tecnologia se desenvolva, e como acontece com todos os outros meios, os drones aumentem de tamanho e passem a ter uma importância cada vez maior.
Não só em termos de capacidade de reabastecimento, mas posteriormente em termos de capacidade de vigilância e mesmo de combate.

Os turcos não adquiriram nenhum LPD, foram direto para uma navio com capacidade para operar drones de maiores dimensões.

Um navio com esta capacidade será sempre infinitamente mais barato que um porta-aviões, mas um  navio sem uma coberta adequada para estas realidades, poderá não ter futuro, por ser uma duplicação de esforços.

Eu diria que, se os britânicos estão a estudar a questão com os holandeses, vai ter que aparecer um qualquer novo tipo de alternativa, porque pelo menos para já, não há nada que acomode estas capacidades, que aparentam ser vistas como o futuro.
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

*

dc

  • Investigador
  • *****
  • 8565
  • Recebeu: 3915 vez(es)
  • Enviou: 722 vez(es)
  • +4988/-790
Re: LPD- Navio Polivalente Logístico
« Responder #5578 em: Setembro 21, 2023, 01:20:49 am »
Agora voltando ao tópico.

Não estou a ver como um LST em pleno século 21 teria grande hipótese, numa altura onde qualquer pé rapado consegue ter um UAV. Sim eu sei que o USMC quer adquirir LST para transportar os seus homens entre ilhas do pacifico, mas tenho sérias dúvidas que os mesmos fossem usados em zonas controladas pelo IN. Para mim faz mais sentido que estes navios fossem usados para transportar Pelotões de Fuzileiros e misseis antinavio para ilhas/zonas controladas pelos EUA e seus aliados, mais como reforço rápido e para negar o uso dessas localizações pelo IN e possível uso dessas rotas maritimas.

Na prática eu vejo a Holanda a abandonar o conceito de LPD pelos Crossover e MRSS. Eu vejo os britânicos a trocarem também eles os LPD por MRSS.

E nós? Bem a única solução possível para a Marinha Portuguesa (na minha humilde opinião de quem nunca foi militar da Marinha, e pouco percebe disto), é de que o navio a ser adquirido tem que ter em conta a doutrina que está a ser implementada neste preciso momento na Marinha e no CF em relação a este tipo de operações. O que é que eles precisam?

1 - Um navio que tenha uma boa autonomia;
2 - Possa transportar toda uma FFZ com todos os "módulos" possíveis (150/180 Fuzileiros?);
3- Ter um bom convés de voo e respetivo hangar para operar pelo menos dois helicópteros médios ao mesmo tempo;
4 - Possa transportar e transferir entre navios combustível, víveres, munição, sendo capaz de fazer reabastecimento no mar substituindo o NRP Bérrio;
5 - Ter capacidade de fazer roll-on/roll-off.

Um LPD, em pleno século XXI, também não tem quaisquer hipóteses de sobreviver. Com a evolução das armas anti-navio, dos drones, e tudo mais, ou as tropas desembarcam a 200km da costa inimiga (e olhem que mesmo assim, depende dos mísseis e drones que o adversário tenha), e portanto para ele operar em segurança, precisas de ter capacidade de "amaciar" as defesas inimigas, para permitir um desembarque. Isto é um problema inerente a qualquer navio anfíbio, não há meios soluções milagrosas.

Também é preciso compreender, que uma operação anfíbia a sério implica uma cadeia de acontecimentos e conjugação de meios enorme. Espetar o fantástico LPD na MGP, não vai mudar as lacunas que existem, e que impedem de proceder a esta cadeia de acontecimentos para realizar e sustentar um desembarque anfíbio.

Dito isto, o "LPD" em Portugal, teria uma utilidade meramente civil, para a resposta a catástrofes aqui e ali, e depois para um ou outro exercício militar, e operações militares, só sob a alçada da NATO. Se é para isto, era preferível adquirir 2 a 4 LSTs, que servem perfeitamente e sendo mais do que um navio, têm uma taxa de disponibilidade muito superior, sendo possível ter uma verdadeira capacidade de resposta rápida anfíbia, com pelo menos um navio disponível todo o ano.

Já para a defesa dos arquipélagos (principal argumento a favor dos navios anfíbios), nunca iríamos desembarcar grandes quantidades de blindados, mas sim forças ligeiras e meios que se adequem à defesa de ilhas. Com 2 arquipélagos e tantas ilhas, quantos mais navios com capacidade anfíbia melhor. Boa sorte ter que reforçar os meios nos Açores e Madeira, com apenas um navio anfíbio.  ::)

As opções parecem-me claras:
-LPDs mais pequenos, baratos e de guarnição reduzida, de forma a permitir ter 2 navios
-LSTs, navios com 100 metros capazes de transportar mais de 200 militares e vários veículos, com custos e guarnições muito inferiores a um grande LPD
-Crossover, ou na variante de combate para substituir as VdG ou na variante Security para substituir os 4 NPOs iniciais

MRSS depende do tipo de navio que fosse escolhido pela RN. Um dos designs até agora demonstrados, é tão ou mais complexo que um LPD, portanto não será nada barato, mantendo-se portanto o mesmo defeito de ser apenas um navio. MRSS ou similares, só faziam sentido, se fossem relativamente baratos, e pudessem ser adquiridos 2, eliminando-se a necessidade do AOR. Mas sabemos que navios tipo JSS, tendem a ser extremamente caros.



Já agora, e relativamente ao que os britânicos poderão vir a pensar no futuro, chamo a atenção para o fato de eles terem recentemente  feito a primeira aterragem de um drone de asa fixa e longo alcance a bordo de um porta-aviões.

https://www.royalnavy.mod.uk/news-and-latest-activity/news/2023/september/08/20230907-first-aircraft-drone-on-board-hms-prince-of-wales

O normal, será que à medida que a tecnologia se desenvolva, e como acontece com todos os outros meios, os drones aumentem de tamanho e passem a ter uma importância cada vez maior.
Não só em termos de capacidade de reabastecimento, mas posteriormente em termos de capacidade de vigilância e mesmo de combate.

Os turcos não adquiriram nenhum LPD, foram direto para uma navio com capacidade para operar drones de maiores dimensões.

Um navio com esta capacidade será sempre infinitamente mais barato que um porta-aviões, mas um  navio sem uma coberta adequada para estas realidades, poderá não ter futuro, por ser uma duplicação de esforços.

Eu diria que, se os britânicos estão a estudar a questão com os holandeses, vai ter que aparecer um qualquer novo tipo de alternativa, porque pelo menos para já, não há nada que acomode estas capacidades, que aparentam ser vistas como o futuro.

Os britânicos provavelmente irão operar no futuro drones de asa fixa de grande dimensão a partir dos PA. Caso contrário, vêem-se obrigados a mandar construir um ou mais navios com convés de voo corrido para esse fim, o que me parece pouco provável. A Holanda, até agora, não demonstrou interesse em porta-drones, e a própria Damen, ainda não veio à tona com nenhum design de convés corrido, que pudesse indiciar de alguma forma esse interesse. Isto não quer dizer que não mude, mas o mais provável, é preocuparem-se menos em ter navios anfíbios clássicos (LPDs) e avançarem mesmo para os Crossover.

Os turcos, por outro lado, têm um LHD porta-drones, que originalmente foi pensado para operar o F-35B. Eles têm claramente um foco mais ofensivo, algo que não coincide com a maioria dos operadores de LPDs. Muitos países que não estão tão preocupados com a parte ofensiva, nem sequer sonham com navios porta-drones, para drones de asa fixa de grandes dimensões (até porque isso tem o mesmo custo de um pequeno porta-aviões), e quanto muito limitar-se-ão, pelo menos para já, aos drones VTOL ou lançados de catapulta.

Entretanto, a imprevisibilidade da evolução naval do futuro, acaba por favorecer ainda mais a aquisição para a MGP de navios anfíbios mais pequenos, ao invés de um LPD, de forma a se correrem menos riscos.
 

*

Pescador

  • Investigador
  • *****
  • 4074
  • Recebeu: 2649 vez(es)
  • Enviou: 2195 vez(es)
  • +5704/-2814
Re: LPD- Navio Polivalente Logístico
« Responder #5579 em: Setembro 21, 2023, 08:36:41 am »
Tivessem cá mais visão realista e menos fantasia de expedicionários do NADA.
Um País que não consegue manter metade dos meios das FA operacionais, para além de serem na maioria obsoletos ou a caminho e tem gente com ideias  expedicionárias.
É isso que querem mostrar a Nato, ter um mega navio e o resto décadas de atraso em aquisições e upgrades e, forças incompletas de meios.

Que carro tão lindo para estacionar frente a barraca
« Última modificação: Setembro 21, 2023, 08:44:16 am por Pescador »