Não me admirava que vendessem 10 Alphas á empresa canadiana e que estes ficassem a operar em Beja tendo a FAP como clientes para treino avançado
Em princípio a venda das dez células e material complementar estará associado de facto à empresa canadiana Discovery Air Defence Services, antiga Top Aces, e que supostamente pretenderá instalar-se em Beja.

E, verdade seja dita, desta vez até é uma venda que a mim pessoalmente me afecta pouco; se de 50 células operacionais recebidas há 20 anos temos somente 6 a voar, abdicar de 10 é uma gota num copo quase vazio. A frota mais cara de operar na FAP tem hoje um tamanho ridículo para o que deveriam ser as necessidades normais de formação de pilotos de combate, mas basta termos lido os jornais da última semana para saber que as horas de voo estão no mínimo dos mínimos, tendo valido já o aviso da NATO.
O que é para mim mais importante é saber o que virá a seguir ao Alpha-Jet, já que ninguém (entenda-se, MDN) fala disso. Vamos ter capacidade própria novamente com novas aeronaves a jacto ou a hélice, vamos enviar a totalidade dos nossos pilotos destinados às Esquadras de Caça para outro país a fim de completarem a sua formação, vamos recorrer aos serviços privados de alguma firma, o que vai acontecer? De acordo com o afirmado recentemente na "Mais Alto", há a intenção por parte da FAP de operar o Alpha-Jet A até 2019; em França e na Bélgica aparelhos idênticos foram modernizados para continuar a voar até meados da próxima década apesar do advento no mercado de novos aviões de treino. É bom não confundir racionalidade com austeridade porque assim sendo a Força Aérea Portuguesa corre o risco a médio prazo de ficar descaracterizada.