Orgulho de Ser Português

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P44

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« Responder #255 em: Março 29, 2009, 07:30:09 pm »
jmosimões,


 :Palmas:  :Bajular:
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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TOMSK

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« Responder #256 em: Março 29, 2009, 08:38:19 pm »
Alguma coisa vai muito mal mesmo!

A Pátria não se vende, a Pátria não se muda, a Pátria não é móbil para moeda de troca por mais dinheiro ao fim do mês, a Pátria não se evoca por necessidade!

Penso para mim, que pessoas que pensam que a União Ibérica vai ser o fim dos seus problemas, a maneira fácil de subirem na vida, no fundo a solução para a Crise e o défice de bons políticos, não tem outro apelido de "traidores". E de pouca inteligência.

Aguardo ansiosamente a explicação da sua visão sobre a União Ibérica.
Eu e com certeza mais alguns... s1x2x
 

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jmosimoes

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« Responder #257 em: Março 30, 2009, 08:46:01 pm »
Citação de: "TOMSK"
Alguma coisa vai muito mal mesmo!

A Pátria não se vende, a Pátria não se muda, a Pátria não é móbil para moeda de troca por mais dinheiro ao fim do mês, a Pátria não se evoca por necessidade!
Pátria tem sido uma Senhora, que tem sido montada de toda a maneira e feitio para não usar o termo mais corrente, já se esqueceu do politico português que cuspiu na bandeira em França, a Pátria tem sido moeda de troca veja o acordo ortográfico, veja os tratados da UE temos sido vendidos ao desbarato, fomos e somos pagos para ser descaracterizados como nação, somos uma Pátria de pedintes sem orgulho que invoca o passado de forma leviana fizemos história é verdade, daqui a muitos anos as gerações vindouras terão orgulho na nossa geração na triste história que lhes vamos deixar, se eu tiver a minha filha a passar fome vou pensar na Pátria ?. Se serviste a Pátria cumpriste o teu dever, se ela não fez nada por ti fez o habitual, palavras de um politico a um veterano da 1ª Guerra Mundial,
posto isto com quem conotamos a Pátria com politicos com Estado.
Na hora de defender a Pátria são os gentios quem estão prontos, cabendo aos outros patriotas a fuga deles a das familias.





Penso para mim, que pessoas que pensam que a União Ibérica vai ser o fim dos seus problemas, a maneira fácil de subirem na vida, no fundo a solução para a Crise e o défice de bons políticos, não tem outro apelido de "traidores". E de pouca inteligência.
-O tempo do orgulhosamente sós acabou, temos de olhar para o futuro o passado não põe pão na mesa, quando estamos de barriga cheia todos os ideais são bons, a sobrevivência da pessoa é superior a qualquer Pátria
-Quanto à União Ibérica pergunte aos habitantes de Olivença se querem voltar a ser portugueses.


Aguardo ansiosamente a explicação da sua visão sobre a União Ibérica.
Eu e com certeza mais alguns... :Amigos:

[/b]
DEUS FEZ OS HOMENS SAMUEL COLT TORNOU-OS IGUAIS
BEM DA TRISTE E POBRE NAÇÃO  E DA CORRUPTA DEMOCRACIA
 

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TOMSK

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« Responder #258 em: Março 31, 2009, 12:56:32 am »
Você misturou aí para o meio um discurso que não é meu.
Mas vamos dar este assunto por encerrado.

Pensar que existem pessoas que devido ao dificíl momento em que vivemos ou à podridão política em que nos encontramos achem que estes possam ser ser argumentos para abdicarmos da Pátria, de sermos portugueses, e de nos orgulharmos disso é profundamente repugnante.

Nem mais conversa.
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Os Feitos de Diu



O primeiro cerco de Diu, onde em 1531 pouco mais de 600 portugueses resistiram gloriosamente ao ataque de mais de 20.000 turcos, foi palco das mais notáveis acções de valentia da história munidlal, algumas delas por galhardia de determinados indivíduos, outras, obra do esforço colectivo. De tal forma impressionante foi o acontecimento, que os relatos da formidável resistência portuguesa percorreram as coortes da Europa daquele tempo, perante o ouvido atento e maravilhado de reis, príncipes e capitães...

Dos nomes mais conhecidos que ficaram para a história do cerco, um deles foi António da Silveira, o capitão da fortaleza, autor da célebre carta enviada ao comandante turco, onde afirmava que todos os portugueses ali tinham "tomates mais fortes" que as balas dos canhões dos turcos...

Mas muitos outros se destacaram. E como já tive a oportunidade de falar de alguns deles anteriormente, falarei-vos hoje da façanha de João da Fonseca.

Decorria o cerco, e numa certa manhã desse longíquo ano de 1531, os turcos acometiam mais uma vez à fortaleza de Diu, já severamente castigada pelos constantes ataques, bem como a guarnição portuguesa, mal armada e exausta.

Junto ao baluarte de Diogo Lopes de Sequeira, pouco mais de 60 turcos principiaram o ataque, subindo pelas destruídas muralhas. Aí, grande dose de valentia teve Gaspar de Sousa e os seus homens, que revezando-se. conseguiram unidos fechar a brecha, e suster, vaga após vaga, o ímpeto turco,
Durante este peleja, que provocou vários mortos de parte a parte, um dos feridos foi um rapaz chamado João da Fonseca, que tinha sido gravemente alvejado na mão direita, acorrendo imediatamente ao sangradouro para assistência médica.

Porém, vendo a confusão em que este se encontrava, numa algazarra de de gritos de dor, mortos e feridos a serem amontoados, ignorou o gravíssimo ferimento que lhe impedia os movimentos do braço direito e lhe causava incomportável dor, e, conseguindo a custo tomar um escudo no braço decepado, levantou-o mais alto que pôde.

A seguir, pegando com o mão esquerda numa lança que tinha encontrado no chão da fortaleza, cambaleou, o mais rápido possível, para junto dos seus companheiros, que defendiam uma brecha aberta pelo inimigo.
Como o lugar onde a defesa se fazia era tão apertado que em ele não cabiam mais de doze ou treze homens, ficavam muitos detrás dos outros, esperando um espaço deixado livre pelos que iam morrendo ou ferindo-se, para entrar na peleja.

Isto não teve que esperar o bravo João da Fonseca, que saltou para a primeira linha de combate, desferindo tão maravilhosamente poderosas lançadas com o seu braço esquerdo, quase tão bem como antes de perder o direito!
Duarte Mendes, que se encontrava atrás dele, vendo João da Fonseca sangrar gravemente do seu braço decepado, gritava-lhe para que este lhe desse o lugar.

Mas João da Fonseca, ou por não ter ouvido, ou por não querer ouvir, continou a distribuir lançadas pelos inimigos, indiferente às dores que sentia e ao sangue que jorrava furiosamenta do seu braço direito...

Tornando Duarte Mendes a chamá-lo, desta vez puxou-o para junto de si, apartando-o da luta, pedindo-lhe que se retirasse e fosse tratar da ferida, que ele tomava o seu lugar.
A resposta de João da Fonseca não se fez esperar:

«Como? Se eu ainda tenho o braço esquerdo saudável e pronto a lutar, sois assim tão atrevido para pedir o meu lugar? Deixai-vos disso e não me ocupeis nessas coisas o tempo que posso aproveitar!»

Sem mais conversa, voltou para a luta como dantes, animando todos os portugueses com a sua valentia. E assim continuou, até que o Capitão Lopo de Sousa, temendo pela saúde de tão valioso soldado, lhe rogou que este se fosse curar, quase obrigando-o à força!

E lá se retirou o grande soldado, profundamente zangado, mas obedecendo a ordens superiores.

Exemplo máximo da coragem e espiríto de sacrificío da alma portuguesa ao serviço de uma causa, João da Fonseca ficará para sempre recordado em Diu como o homem que depois de ter perdido um braço na peleja, logo a ela voltou, pronto a lutar com o outro, ou sem ele, se assim fosse necessário...

Fonte: O primeiro cerco de Diu, Lopo de Sousa Coutinho
 

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typhonman

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« Responder #259 em: Março 31, 2009, 03:33:24 pm »
Citar
Você misturou aí para o meio um discurso que não é meu.
Mas vamos dar este assunto por encerrado.

Pensar que existem pessoas que devido ao dificíl momento em que vivemos ou à podridão política em que nos encontramos achem que estes possam ser ser argumentos para abdicarmos da Pátria, de sermos portugueses, e de nos orgulharmos disso é profundamente repugnante.

Nem mais conversa.


Sem mais.  :!:
 

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jmosimoes

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« Responder #260 em: Abril 02, 2009, 07:15:36 pm »
Tanto lirismo e devaneio,  :lol:
DEUS FEZ OS HOMENS SAMUEL COLT TORNOU-OS IGUAIS
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jmosimoes

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« Responder #261 em: Abril 02, 2009, 07:21:27 pm »
Como entendo que nem só Portugal se fez de futebol e feitos de armas

Egas Moniz (1874-1955)



Antonio Caetano de Abreu Freire Egas Moniz, nasceu em Avanca, concelho de Estarreja, em 29 de Novembro de 1874. Filho de Fernando Pina Resende Abreu e de Maria do Rosário de Almeida de Sousa Abreu. Em 1866 realizou o exame de instrução primária na Escola do Conde Ferreira em Estarreja. Devido a dificuldades financeiras, o seu pai emigrou para a Beira (Moçambique) e alguns dos bens de família foram colocados à venda, em hasta pública. Foi o abade Caetano de Pina Resende Abreu de Sá Freire, seu tio, que apoiou os seus primeiros estudos. Após a Escola Primária, Egas Moniz estudou no Colégio de São Fiel, em Castelo Branco, e fez o último ano do ensino secundário no Liceu de Viseu. Em 1891, ano da morte do seu pai, fixou-se em Coimbra para estudar Medicina. Durante o curso faleceram os seus familiares mais próximos, o seu irmão, em 1895, a sua mãe, em 1898 e o seu tio abade, também em 1898. São desta data as primeiras crises de reumatismo gotoso, uma doença que o acompanhou durante toda a sua vida. Casou em 1901 com Elvira Macedo Dias, natural do Rio de Janeiro.


Formou-se em Medicina na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra em 1899, e defendeu a tese de licenciatura em 1900. Em 1901 prestou provas de doutoramento e em 1902 entrou para o quadro docente como professor substituto.



Inicialmente trabalhou nas disciplinas de Anatomia, Histologia e, mais tarde, de Patologia Geral. Em 1910 tornou-se professor catedrático. Em 1911 transferiu-se para a Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, onde ficou responsável pela cadeira de Clínica Neurológica. Abriu consultório em Lisboa e começou a fazer deslocações regulares a outros países, principalmente a França.



Desde os seus tempos de estudante que tinha uma actividade política intensa. Era defensor activo da liberdade de expressão e pensamento e em 1908 foi preso por estar envolvido na tentativa de golpe de estado de 28 de Janeiro contra a ditadura de João Franco (1855-1929). Foi deputado em várias legislaturas, de 1903 a 1917. Em 1910 fez a sua iniciação na maçonaria, na Loja Simpatia e União, de Lisboa. Em 1917 fundou o Partido Centrista, que pretendia unir antigos monárquicos de corrente progressista e republicanos que se afastavam do Partido Evolucionista. Defendia uma aliança entre o capital e o trabalho e preconizava a aplicação de medidas de protecção das classes trabalhadoras. Defensor das liberdades públicas e dos direitos individuais, liderou a corrente parlamentarista do Partido Nacional Republicano resultante da aliança entre os Partido Centrista e os sidonistas, apoiantes do golpe que instaurou em 1917 a ditadura de Sidónio Pais (1872-1918). Em 1917 foi nomeado Ministro de Portugal em Madrid e em 1918 foi Ministro dos Negócios Estrangeiros do governo de Sidónio Pais. No desempenho deste último cargo presidiu a delegação portuguesa na Conferência de Paz de Versalhes em 1918. Em 1919, após o assassinato de Sidónio Pais, foi substituído neste cargo por Afonso Costa (1871-1937) e decidiu abandonar a política activa.



Passou então a dedicar-se à sua carreira científica, após ter publicado a obra Um Ano de Política, onde expõe os seus sentimentos e opiniões sobre o seu percurso político.



Foi nomeado director do Hospital Escolar de Lisboa em 1922 e tornou-se sócio efectivo da Academias das Ciências de Lisboa em 1923, instituição de que veio a ser presidente pela primeira vez em 1928, vindo a ocupar posteriormente esse cargo por diversas vezes. Foi director da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa entre 1929 e 1931. Em 1939, quando tinha 65 anos, sofreu um atentado no seu consultório, por parte de um seu doente, que o alvejou com oito tiros, dois quais cinco o atingiram. Sobreviveu e jubilou-se em 1944. Em 1945 foi-lhe entregue o prémio de Oslo e em 1949 foi-lhe atribuído o prémio Nobel de Medicina e Fisiologia.



Faleceu em Lisboa em 13 de Dezembro de 1955.

 

Obras

A bibliografia de Egas Moniz é extensa, com mais de 300 títulos de sua autoria ou com a sua colaboração. Para além da Medicina publicou também obras políticas e literárias.

Destacam-se aqui apenas alguns dos títulos mais significativos da sua obra científica:

Tese de Licenciatura, Alterações anátomo-patológicas na difteria, apresentada em 1900.

Tese de Doutoramento, A Vida Sexual - Fisiologia, apresentada em 1901.

Provas de concurso para lente da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, em 1902 com o trabalho A Vida Sexual - Patologia.  Estes dois últimos trabalhos vieram mais tarde a ser reunidos com modificações na sua obra A Vida Sexual (Fisiologia e Patologia), editada pela primeira vez em 1913 e que se tornou uma obra polémica e muito procurada, com 19 edições até 1933. Com o governo de Salazar (1889-1970), a sua aquisição só podia ser feita com receita médica.

A Neurologia na Guerra, Lisboa, Livraria Ferreira, 1917.

Clínica Neurológia, Lisboa, Faculdade de Medicina, 1925.

O Padre Faria na História do Hipnotismo, Lisboa, Faculdade de Medicina, 1925.

Diagnostic des Tumeurs Cérébrales et Épreuve de l'Encéphalographie Arthérielle, Paris, Masson&Cie, 1931.

L'Angiographie Cérébrale. Sea Applications et Résultats en Anatomie, Physiologie et Clinique, Paris, Masson&cie., 1934.

Tentatives Opératoires dans le Traitement de Certaines Psychoses, Paris, Masson&Cie., 1936.

La Leucotomie Préfrontal. Traitement Chirurgical de Certaines Psychoses, Torino, Baravalle e Falconieri, 1937.

Clínica delle Angiografia Cerebrale, Torino, Iter, 1938.

Die Cerebrale Arteriographie und Phlebographie, Berlin, Julius Springer, 1940.

Trombosis Y Otras Obstrucciones de las Carotidas, Barcelona, Salvat, 1941.

Última Lição - Bibliografia, Lisboa, Portugália Editora, 1944.

Para além destes livros, publicou muitos artigos em revistas especializadas, portuguesas e estrangeiras, em nome individual e em colaboração com diversos especialistas como Almeida Lima, Almeida Dias, António Martins, Eduardo Coelho, Amândio Pinto, Luiz Pacheco, Lopo de Carvalho, Romão Loff, Victor Fontes, Cancela de Abreu, Cândido de Oliveira, Abel Alves, Fernando de Almeida, Aleu Saldanha, Pereira Caldas, Diogo Furtado, Ruy de Lacerda, Joaquim Imaginário, Abel Cancela de Abreu, João Lobo Antunes, Cruz e Silva e Lídia Manso Preto.

 

Principais contributos científicos



 
 
Exame em Raios X dos vasos sanguíneos do cérebro, utilizando o método – angiografia cerebral – introduzido por Egas Moniz. Um contraste opaco aos raios foi introduzido num dos quatro vasos do pescoço (artéria carótida) que o conduzem ao cérebro.

Estado normal (primeira imagem). Um caso de malformação situado na parte parietal do cérebro e provocado por uma artéria dilatada (segunda imagem)

In Nobel e-Museum

 
As suas duas descobertas mais importantes foram a angiografia cerebral, conseguida em 1927 e a leucotomia pré-frontal, concretizada em 1935. A primeira foi premiada com o Prémio de Oslo de 1945 e a segunda com o Prémio Nobel de Medicina e Fisiologia em 1949.



Para conseguir fazer a angiografia cerebral, Egas Moniz fez muitas experiências, na tentativa de encontrar substâncias que pudessem ser injectadas nas artérias do cérebro de forma a tornar visíveis os vasos cerebrais nas radiografias. A opacidade conseguida com a injecção desses produtos permitiria obter um contraste, detectar tumores cerebrais e assim facilitar o seu tratamento. Foi em 28 de Junho de 1927 que Egas Moniz obteve a primeira arteriografia do corpo humano vivo. Este feito deu-lhe um grande prestígio internacional e veio a ser muito importante na divulgação do seu trabalho de investigação posterior no domínio da psicocirurgia.



Após este conjunto de trabalhos de investigação, Egas Moniz passou a dedicar-se a um outro projecto de tratamento de algumas doenças mentais que constituíam um dos alvos prioritários da medicina neurológica da época, antes do desenvolvimento da farmacologia e dos psicotrópicos. Pensava ser possível tratar algumas doenças por meios físicos, através do corte das fibras de ligação entre os neurónios. Este tratamento seria feito nos lobos pré-frontais.



Este tratamento foi classificado como leucotomia pelo próprio Egas Moniz. Embora inicialmente tenha utilizado um método que consistia na introdução de álcool puro, posteriormente passou a utilizar um instrumento especial, a que chamou leucótomo, com o qual se cortava uma pequena esfera da substância branca dos lobos pré-frontais. Estas intervenções eram realizadas pelo cirurgião Almeida Lima, principal colaborador de Egas Moniz. Este método teve uma rápida divulgação e aplicação em diversos países.



A leucotomia foi depois transformada e desenvolvida pelo americano Walter Freeman, cujo método ficou conhecido por lobotomia. Estes métodos levantaram muita controvérsia principalmente a partir dos anos 50, quando começaram a existir alternativas de tratamento da esquizofrenia através de medicamentos farmacológicos. A imagem negativa da lobotomia e a sua identificação muitas vezes abusiva com a leucotomia está intimamente relacionadas com a metodologia de actuação de Freeman, que fez uma verdadeira ‘campanha’ de lobotomização pelos Estados Unidos, onde realizou mais de 3500 operações, no que foi imitado por muitos outros psicocirurgiões em diversos países. Embora a leucotomia e a lobotomia sejam métodos hoje em dia praticamente abandonados, a controvérsia continua aberta.

Fernando Reis



Bibliografia

Bibliografia de Egas Moniz, Separata do Boletim dos Hospitais da Santa Casa da Misericórdia do Porto, 2ª Série, Vol. I, 3, Maio 1974.

FERNANDES, Barahona, Egas Moniz, Pioneiro de Descobrimentos Médicos, Lisboa, ICLP, 1983.

PEREIRA; Ana Leonor; PITA; João Rui; RODRIGUES, Rosa Maria, Retrato de Egas Moniz, Lisboa, Círculo de Leitores, 1999.

PEREIRA; Ana Leonor; PITA; João Rui, org., Egas Moniz em livre exame, Coimbra, Minerva Coimbra
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jmosimoes

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« Responder #262 em: Abril 02, 2009, 07:26:32 pm »
Mais um português que se comportou com grande humanidade e dignidade.


SOUSA MENDES

Diplomata: 1885 - 1954

1885: Filhos de Maria Angelina Ribeiro de Abranches e do juiz José de Sousa Mendes, os gémeos César e Aristides de Sousa Mendes do Amaral e Abranches nascem em Cabanas de Viriato, Distrito de Viseu, Portugal. - 1907: César e Aristides licenciam-se em Direito na Universidade de Coimbra e depois seguem a carreira diplomática. - 1908: Em Portugal, el-Rei D. Carlos e o príncipe herdeiro são assassinados. Aristides casa com a sua prima Angelina; o casal virá a ter 14 filhos. - 1910: Aristides é nomeado Cônsul em Demerara, Guiana Francesa. Revolução de 5 de Outubro e proclamação da República portuguesa - 1911/16: Aristides Cônsul em Zanzibar, problemas de saúde para toda a família. - 1914: Início da I Guerra Mundial. - 1916: Portugal entra na I Guerra Mundial a favor dos Aliados; batalha de Verdun, massacre do corpo expedicionário português. - 1918: Termina a I Guerra Mundial com a vitória dos Aliados (França, Reino Unido, etc.). Aristides é nomeado Cônsul em Curitiba (Brasil). - 1919: Por causa das suas convicções monárquicas, Aristides é castigado pelo governo de Sidónio Pais. - 1921/23: Aristides dirige, temporariamente, o Consulado de S. Francisco da Califórnia, cidade onde nasce o seu 10.º filho. - 1924: Aristides Cônsul em S. Luís do Maranhão (Brasil). Depois, passa a dirigir, interinamente, o Consulado de Porto Alegre (Brasil). - 1926: Aristides regressa a Lisboa para prestar serviço na Direcção-Geral dos Negócios Comerciais e Consulares. Em Portugal, revolução militar do 28 de Maio conduzida pelo Marechal Gomes da Costa. - 1927: A Ditadura Militar portuguesa confia em Aristides e nomeia-o Cônsul em Vigo. - 1928: Salazar, Ministro das Finanças. - 1929: Aristides é nomeado Cônsul-geral em Antuérpia (Bélgica). - 1930: Salazar, Presidente do Conselho de Ministros.  - 1936: O rei belga, Leopoldo III, condecora Aristides de Sousa Mendes, decano do corpo diplomático. - 1938: Salazar nomeia Aristides de Sousa Mendes Cônsul de Portugal em Bordéus. - 1939: Salazar e Franco assinam o Pacto Ibérico. A Alemanha de Hitler invade a Polónia, início da II Guerra Mundial. Com a Presidência do Conselho, Salazar acumula a pasta de Ministro dos Negócios Estrangeiros. - 1940: Contrariando as ordens de Salazar, Aristides de Sousa Mendes, no Consulado de Portugal em Bordéus, passa mais de 30.000 vistos a judeus e outras minorias perseguidas pelos nazis.  Salazar condena Sousa Mendes a um ano de inactividade e depois aposenta-o sem qualquer vencimento. - 1945: Termina a II Guerra Mundial com a vitória dos Aliados (França, Grã-Bretanha, Estados Unidos da América, União Soviética, etc.). Aristides de Sousa Mendes dirige carta à Assembleia Nacional, reclamando (em vão) contra o castigo que lhe fora imposto pelo Governo. - 1948: Morre Angelina de Sousa Mendes. - 1954: Assistido apenas por uma sobrinha, Aristides de Sousa Mendes morre «pobre e desonrado», no Hospital da Ordem Terceira, em Lisboa. - 1967: Yad Vashem, autoridade estatal israelita para a recordação dos mártires e heróis do Holocausto, homenageia Aristides de Sousa Mendes com a sua mais alta distinção: uma medalha com a inscrição do Talmude «Quem salva uma vida humana é como se salvasse um mundo inteiro». - 1998: A Assembleia da República e o Governo português finalmente procedem à reabilitação oficial de Aristides de Sousa Mendes.

Fonte: vidaslusofonas
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« Responder #263 em: Abril 03, 2009, 10:13:02 am »
Uma nau contra 21 navios
Calicut, 11 de Dezembro de 1752



Sensivelmente pela mesma altura em que os Portugueses da Índia começaram a ter problemas com os Árabes de Omã, começaram também os conflitos com os Maratas que, ocupando a faixa costeira entre Damão e Goa, possuíam um grande número de portos fortificados e dispunham de uma armada importante que chegou a atingir os setenta navios entre gurabos, palas e galvetas. Os gurabos eram navios de três mastros semelhantes às fragatas europeias, mas mais pequenos, menos robustos, menos veleiros e pior armados; as palas eram navios de dois mastros semelhantes aos patachos europeus, mas também de pior qualidade; as galvetas eram navios mistos (vela e remo) semelhantes às nossas antigas galeotas de convés. Das guarnições dos navios maratas faziam parte numerosos artilheiros ingleses e holandeses a quem os Maratas pagavam bastante melhor que as respectivas Companhias.

De início os Maratas limitaram-se a fazer guerra de corso à custa da navegação indiana, abstendo-se de hostilizar os navios portugueses e ingleses. Porém, a partir de 1685, sentindo-se mais fortes, começaram também a atacar os destas duas nações. Em finais de 1739 dois grandes exércitos maratas avançaram inesperadamente sobre Goa e Baçaim. A primeira conseguiu salvar-se a troco do pagamento de uma pesada indemnização; a segunda acabou por se perder e com ela todas as terras que os Portugueses possuíam entre Damão e Bombaim.

Dos inúmeros combates que a armada portuguesa da Índia travou com os Maratas merece destaque o que teve lugar entre a nau Nossa Senhora da Misericórdia, do comando do capitão-de-mar-e-guerra João de Melo Saraiva e uma esquadra marata composta por 3 gurabos, 7 palas e 11 galvetas.
Encontrando-se aquela nau em Calicut a carregar madeira para o arsenal de Goa, foi avistada a esquadra marata dirigindo-se para lá. Melo Saraiva levantou ferro de imediato e fez-se ao mar.

Entretanto acorrera à praia o Samorim, acompanhado por muito povo e pelos embaixadores de várias nações europeias que tinha na sua corte. Pensando que a nau portuguesa fugira para evitar o combate com os maratas começou a vituperar os Portugueses por deixarem o porto à mercê daqueles. Subitamente, a Misericórdia, que só tinha ido para o mar para ganhar barlavento, virou de bordo e arremeteu sozinha contra a esquadra marata!

Teve então lugar um encarniçado combate, que se prolongou por cinco horas, em que a nau portuguesa, disparando continuamente a sua artilharia e manobrando habilmente por forma a evitar ser abordada, conseguiu avariar grande parte dos navios maratas e causar-lhe muitas baixas, obrigando-os a bater em retirada.

Na praia, o Samorim exultava e não se cansava de elogiar os Portugueses!

http://www.marinha.pt/Marinha/PT/Menu/D ... alicut.htm
 

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« Responder #264 em: Abril 03, 2009, 06:22:20 pm »
Citação de: "jmosimoes"
Mais um português que se comportou com grande humanidade e dignidade.

SOUSA MENDES

Diplomata: 1885 - 1954




http://tribunalsantooficio.com.sapo.pt/#po

PASTA Nº 27
Mitos Comunistas

(Grandes Aldrabices)

Em Maio de 1940, enquanto que a França colaboracionista se ajoelhava às patas de Hitler, 700 mil refugiados judeus amontoavam-se em Bordéus. Apercebendo-se da situação desesperada daquela gente, o cristão António de Oliveira Salazar deu ordens ao pessoal do consulado para darem com urgência os vistos. Aristides Sousa Mendes viu nisto uma fonte extra de rendimentos, para assim poder satisfazer a sua exigente mulher, cumpriu a ordem , mas a troco de 500$00 cada passaporte. O negociante diplomata partiu para Bayone, foi até à fronteira de Henday e, com a sua caneta, começou a assinar a papelada….dando assim início ao negócio. Quando Salazar é informado da situação, manda regressar o responsável e expulsa-o do Corpo Diplomático, obrigando-o a devolver o dinheiro. Ficará célebre a frase de Salazar: ‘Salvarei todos os que puder ‘”.

Para uns, Sousa Mendes é recordado como um «homem bom e justo» que, em Junho de 1940, contrariando as ordens do Governo de Lisboa, emitiu vistos e passaportes e, nalguns casos, chegou mesmo a atribuir falsamente a identidade portuguesa a milhares de foragidos, sobretudo judeus, que pretendiam a todo o custo alcançar os lugares tidos por seguros. Como Portugal, que Salazar conseguiu manter neutral no conflito.
Para outros, o cônsul está longe de justificar o papel de «herói» que muitos lhe atribuem e, aqui e ali, tentam repor a verdade àquilo a que chamam «falsificação da História» e, através de factos, muitos deles documentados, desmistificam a «lenda» Sousa Mendes. Bastará uma pesquisa atenta no arquivo do MNE ao processo do antigo cônsul — apesar de muitas peças do seu dossier terem misteriosamente desaparecido, sem que até hoje ninguém tenha procurado investigar quem foi o autor (ou autores) do desvio — para que algumas pessoas «verdades» deixem de o ser.
Ao contrário do seu irmão gémeo César, que também fez carreira na diplomacia tendo alcançado o posto de Ministro Plenipotenciário de 2.ª classe, Aristides arrastou-se entre postos consulares de pequeno relevo, foi acumulando processos e mais processos disciplinares desde o longínquo ano de 1917, na I República, até 1940, tendo acabado por passar à disponibilidade e aguardar aposentação, mas continuando a auferir a totalidade do vencimento correspondente à sua categoria (1.595$30). O que desde logo «mata» a tese dos que teimam em acusar Salazar de ter «perseguido» o cônsul e de o ter «obrigado» a «morrer na miséria». Pelo contrário, o então Presidente do Conselho mostrou-se benevolente com Aristides em muitas alturas, nomeadamente quando, contrariando o parecer do Conselho Disciplinar do MNE que, na sequência de mais um processo disciplinar, propôs a pena de descida de categoria do cônsul, apenas determinou a sua inactividade por um ano, com vencimento de categoria reduzido, mas recebendo a totalidade do salário correspondente ao exercício.
Outra verdade que tem sido ocultada pelos defensores de Aristides Sousa Mendes: o cônsul condicionava a emissão de vistos e passaportes ao pagamento de verbas e à obrigatoriedade de contribuição para um estranho «fundo de caridade» por si próprio instituído e gerido, situação que viria a ser denunciada junto do MNE quer pelos serviços da embaixada britânica quer por muitos dos que beneficiaram das «facilidades» de Mendes.
Também esclarecedora para a verdade sobre Sousa Mendes é a carta que o Embaixador Carlos Fernandes(*) dirigiu, em Maio de 2004, a Maria Barroso Soares, presidente da entretanto criada «Fundação Aristides de Sousa Mendes», quando esta pretendeu promover uma homenagem nacional, custeada com dinheiros públicos, ao antigo cônsul.
O DIABO teve acesso à referida missiva, bem como a algumas «notas soltas» que o embaixador lhe juntou, que aqui publicamos na íntegra.

«Lisboa, 5/5/04

Senhora Dra. Maria Barroso Soares

Um antigo embaixador de Israel em Portugal, que foi «instrumental» na mistificação de Aristides de Sousa Mendes, publicou há dois dias no Diário de Notícias, a propósito do aniversário daquele antigo cônsul, um artigo de elogio a Sousa Mendes, reincidindo em duas mentiras que foram fundamentais para aquela mistificação:
a) que foi expulso da carreira diplomática;
b) que morreu na miséria (depreendendo-se que por ter sido expulso da carreira diplomática e sem vencimento).
Ora, tanto quanto eu pude averiguar, primeiro Sousa Mendes nunca foi da carreira diplomática, pertencendo sempre à carreira consular, que era diferente, e, em princípio, mais rendosa; depois, nunca dela foi expulso: como conclusão de um 5.º processo disciplinar, foi colocado na inactividade por um ano, com metade do vencimento de categorias e, depois desse tempo, aguardando aposentação com o vencimento da sua categoria (1.595$30 por mês) até morrer, sem nunca ter sido aposentado, situação mais favorável do que a aposentação.
Portanto, se morreu na miséria, ou pelo menos com grandes dificuldades financeiras, isso deve-se a outros factores que não à não recepção do seu vencimento mensal em Lisboa. Demais, A. Sousa Mendes viveu sempre com grandes dificuldades financeiras.
É óbvio que, quem tenha 14 filhos da mulher, uma amante e uma filha da amante não sairá nunca de grandes dificuldades financeiras, salvo se tiver outros rendimentos significativos, além do vencimento de cônsul.
Vi pelo artigo acima referido que a Sr.ª Dr.ª Maria Barroso é presidente da Fundação A. S. Mendes, e só por isso lhe escrevo esta carta e lhe remeto os elementos de informação anexos.
Eu escrevi sobre Sousa Mendes, de forma simpática, num livro publicado há dois anos (Recordando o caso Delgado e outros casos, Universitária Editora, Lisboa, 2002) de págs. 27 a 30, porque o conheci e tive ocasião de ajudar dois dos seus filhos, um em Lisboa e outro depois em Nova Iorque quando lá era cônsul.
Nada me move contra A. Sousa Mendes, antes o contrário, mas não posso pactuar com a mentira descarada e generalizada. Salazar é atacável por várias razões, mas não por ter «perseguido» A. Sousa Mendes, que, aliás teve problemas disciplinares em todos os regimes de 1917 a 1940.
Quando fui director dos Serviços Jurídicos e de Tratados do MNE, tive de estudar o último processo disciplinar de A. Sousa Mendes, de cuja pasta retiraram já muitas peças.
Por outro lado, o meu amigo Prof. Doutor Joaquim Pinto, sem eu saber, fez um estudo bastante completo sobre A. Sousa Mendes, e com notável imparcialidade.
Eu não pretendo vir a público atacar ou defender A. Sousa Mendes, e, por isso, nem penso rectificar o artigo do embaixador de Israel, mas em abono da verdade, e para seu conhecimento, entendo ser meu dever remeter-lhe uma cópia do estudo e notas em anexo, de que poderá fazer o uso que entender.
Com respeitosos cumprimentos,
Carlos Fernandes»"


In «O Diabo», n.º 1579, 03.04.2007, pág. 6

(*) Embaixador Carlos Augusto Fernandes, licenciado em Direito, com distinção, pela Faculdade de Direito de Lisboa. Entrou no MNE em Abril de 1948 como adido da Legação. Foi cônsul de Portugal em Nova Iorque e Encarregado de Negócios no Paquistão, Montevideu (Uruguai) e Venezuela. Foi conselheiro da Legação Portuguesa na NATO (Paris), Director Económico do MNE. Director dos Serviços Jurídicos e Tratados do MNE e Embaixador de Portugal no México, Holanda e Turquia.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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jmosimoes

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« Responder #265 em: Abril 03, 2009, 08:44:01 pm »
o decepado

 rei D. Afonso V apoiava o direito legitimo da sua sobrinha (e prevista esposa em segundas núpcias) ao trono castelhano, razão por que se deu a dita batalha. Duarte de Almeida estava responsável pelo estandarte real que defendeu incansavelmente mesmo depois de lhe terem cortado as mãos, segurando-o com os braços e com os dentes até ser aprisionado pelas tropas castelhanas. No fim da batalha, o Alferes-mor foi tratado em Espanha e só meses depois regressou a Portugal para viver com a família no Castelo de Vilarigas herdado do pai. Duarte de Almeida, apesar de todas as referências discretas e de ser homenageado quase apenas em Espanha, é um símbolo admirável e indiscutível de patriotismo para os portugueses em particular

Tanto patriotismo e só foi lembrado em Espanha dizem que o seu brasão está reproduzido num dos palácios do rei de Espanha.
DEUS FEZ OS HOMENS SAMUEL COLT TORNOU-OS IGUAIS
BEM DA TRISTE E POBRE NAÇÃO  E DA CORRUPTA DEMOCRACIA
 

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TOMSK

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« Responder #266 em: Abril 03, 2009, 09:00:51 pm »
Já referido.
 :arrow:
 

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André

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« Responder #267 em: Abril 04, 2009, 10:18:56 pm »
Português levou Descobertas de Galileu até à China


Em 1615, cinco anos depois de Galileu Galilei ter anunciado as suas descobertas em livro, o jesuíta português Manuel Dias publicou na China o seu livro Tien Wen Lueh. Foi através deste livro que as novidades científicas do astrónomo florentino chegaram pela primeira vez ao conhecimento dos intelectuais chineses. A obra está a ser estudada por dois portugueses

O livro é um diálogo entre um ocidental e um chinês. Às perguntas do oriental, o primeiro fala de astronomia e de cosmografia e relata, no fim, em pormenor, as descobertas de um grande sábio ocidental, com um "maravilhoso instrumento", que mostra "a Lua mil vezes maior". O livro, escrito em chinês, tem por título Tien Wen Lueh (Tratado de Questões sobre os Céus) e foi publicado na China, em 1615. O seu autor chamava-se Manuel Dias e era um jesuíta português. Foi pelo seu punho que a China tomou conhecimento, pela primeira vez, das descobertas realizadas por Galileu, cinco anos antes, graças às observações com telescópios.

"Este é um episódio central da ciência portuguesa, no que ela produziu de disseminação do conhecimento no mundo", explica o físico Henrique Leitão, investigador do Centro de História das Ciências da Universidade de Lisboa que, juntamente com o sinólogo português Rui Magone, do Instituto Max Planck de História da Ciência, em Berlim, está a fazer o primeiro estudo detalhado sobre aquela obra de Manuel Dias e as suas repercussões no Oriente.

Certamente um dos primeiros episódios de globalização do conhecimento e de descobertas científicas - praticamente em tempo real, já que uma viagem entre a Europa e a China demorava naquela época cerca de um ano - a publicação de Tien Wen Lueh não era ignorada. "O livro estava referenciado, mas o seu conteúdo científico nunca tinha sido lido e analisado, como estamos a fazer", conta Henrique Leitão.

O estudo dos dois investigadores portugueses, que já têm novidades para contar, será publicado ainda este ano, em inglês, e disponibilizado on line, no âmbito de um projecto do Instituto Max Planck. O objectivo é pôr na Internet, ao longo dos próximos anos, vários textos científicos escritos na China por autores portugueses. Tien Wen Lueh, de Manuel Dias, e o seu estudo crítico serão os primeiros.

Mas o que pode já dizer-se daquela obra do jesuíta português?

Apesar de conhecida a sua existência, a sua leitura por historiadores da ciência nunca tinha sido feita. Por isso, neste momento, já é possível afirmar que, em Tien Wen Lueh, Manuel Dias fala de todas as descobertas que o próprio Galileu tinha anunciado, apenas cinco anos antes, em 1610, no seu livro Siderius Nuncius.

Estão lá as novidades de que a Lua tem promontórios e depressões, que Vénus tem fases, como a Lua, que há muito mais estrelas no céu do que aquelas que se vêem a olho nu, que Júpiter tem duas pequeninas estrelas ao lado (os seus satélites) e que Saturno tem uma configuração estranha, com um corpo de cada lado - Galileu não percebeu que eram anéis. O jesuíta português não menciona, no entanto, o nome de Galileu, talvez porque isso não fosse relevante para os leitores chineses.

O publicação do seu livro na China, essa sim, foi relevante. "Até ao século XVIII, foram feitas várias edições para as bibliotecas imperiais, o que demonstra a sua importância junto dos intelectuais chineses", conclui Henrique Leitão.

DN

 

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TOMSK

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« Responder #268 em: Abril 10, 2009, 12:25:12 am »
Algumas histórias sobre portugueses


Por Rainer Daehnhardt

«Um certo dia, num jantar entre o embaixador alemão e um ministro português – jantar no qual eu fui intérprete – o embaixador perguntou ao ministro português o que fora feito de uma certa lei, redigida e publicada havia já algum tempo atrás, pois não via os resultados. Então, o nosso ministro disse-me para explicar ao embaixador que essa lei não «pegou»… Como explicar a um cérebro germânico que uma lei, feita e publicada, não «pegue»? (…) estávamos perante uma atitude nitidamente lusitana.»

«Um oficial meu amigo esteve lá naquela manhã (no 25 de Abril), na esquina histórica da Rua do Arsenal com o Largo do Município, e contou-me. Eram três blindados de um lado e cinco do outro, sendo uns comandados por uma facção e os outros pela facção inimiga. Em qualquer parte do mundo, os blindados disparariam e os prédios iriam pelo ar mas, não esquecer, estávamos em Portugal e o que aconteceu então?
De um dos lados, alguém perguntou: «É pá! O que é que vocês estão a fazer aí?» Do outro responderam-lhe: «É pá, a gente recebeu ordem do nosso coronel Não Sei Quantos». «Mas nós recebemos ordens do general Não Sei Quê. Vê lá o que fazes! Olha que eu tenho mulher e filhos lá em casa» – tornou o primeiro.
Argumentar que se tem mulher e filhos lá em casa, numa situação de guerra?! Eu não conheço povo tão espantoso como o lusitano, mestre em arranjar as últimas das últimas hipóteses para salvar a situação.
E como terminou a situação?
Ficaram lá… Os três blindados de um lado e os cinco blindados do outro, enquanto os militares saíram de dentro deles para trocarem cigarros. Olhe que estiveram no local durante sete longas horas, à espera de reconfirmação de ordens…
A vontade do lusitano não é a de matar mas, sim, o desejo de arranjar uma forma de convivência pacífica, conforme se revela em toda a história de Portugal.»

«O lusitano tem uma capacidade inédita em relação aos outros povos: a capacidade de filtrar, de aceitar o invasor de uma forma não belicosa, só recebendo dele aquilo que acha conveniente e necessário mas rejeitando tudo o resto. Trata-se de uma atitude feminina mas de elevada grandiosidade porque outros povos, que rejeitam totalmente o invasor, acabam por sucumbir, mais cedo ou mais tarde, bastando surgir um adversário com mais força.»

«A Polícia monta, nas estradas, um sistema de radar para multar quantos automobilistas sigam com excesso de velocidade. Pois os portugueses, ao saberem que ali está um sistema desses, avisam os outros condutores do perigo, abrindo e fechando as luzes dos máximos… É que o adversário do lusitano é a autoridade.»

«O português é o mais pretendido de todos os trabalhadores no estrangeiro, estando à cabeça da lista dos operários que se desejam, devido à sua fabulosa capacidade de se adaptar às circunstâncias e de arranjar soluções.
(…) o próprio termo «desenrascar» não é entendido pelos estrangeiros…»

«Nos países nórdicos as brigas acabam em problemas entre advogados, nos Estados Unidos sai logo tiro de pistola, em Espanha rapam da navalha e espetam-na com grande facilidade, e em Portugal como é que é a briga?
Num restaurante qualquer, por causa de um copo de vinho a mais, alguém começa a briga e o primeiro gesto é o de empurrar a cadeira para trás, de forma a toda a gente ouvir. Abre a camisa, rompendo os botões caso seja necessário, e grita: «Tiramos o casaco e vamos já lá para fora !» Depois salta a história da genealogia da avó e da mãe do outro, com insultos de todo o género, só no fim se escutando o grande grito: «Agarrem-me, senão eu mato esse gajo!»
E o homem fica desejoso que alguém o agarre… Este é o caminho de quem está a tentar arranjar solução atrás de solução para, realmente, evitar o pior.»

 :lol:
 

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PereiraMarques

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« Responder #269 em: Abril 10, 2009, 02:30:22 pm »
Citação de: "TOMSK"
De um dos lados, alguém perguntou: «É pá! O que é que vocês estão a fazer aí?» Do outro responderam-lhe: «É pá, a gente recebeu ordem do nosso coronel Não Sei Quantos». «Mas nós recebemos ordens do general Não Sei Quê. Vê lá o que fazes! Olha que eu tenho mulher e filhos lá em casa» – tornou o primeiro.
Argumentar que se tem mulher e filhos lá em casa, numa situação de guerra?! Eu não conheço povo tão espantoso como o lusitano, mestre em arranjar as últimas das últimas hipóteses para salvar a situação.
E como terminou a situação?
Ficaram lá… Os três blindados de um lado e os cinco blindados do outro, enquanto os militares saíram de dentro deles para trocarem cigarros.


Obviamente que este diálogo não foi nem de perto, nem de longe assim. Está bem documentado, com registos tanto de uma "facção", como da outra.