Luís Amado defende que NATO tenha posição «firme»
O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Luís Amado, defendeu hoje, em Bruxelas, que a NATO deve definir uma posição «firme» sem «agressividade» sobre a crise entre a Rússia e a Geórgia.
«A reunião ministerial de hoje deve ser capaz de definir uma posição de unidade, de firmeza, mas sem agressividade que, do nosso ponto de vista, a situação não justifica», disse Amado à entrada de um encontro extraordinário dos ministros dos Negócios Estrangeiros da Aliança Atlântica.
Os responsáveis da NATO reúnem-se informalmente para discutir a crise na Geórgia, a quem deverão manifestar o seu apoio, e decidir a resposta a dar à Rússia.
O encontro realiza-se a pedido dos Estados Unidos, que nos últimos dias têm criticado com dureza a agressividade das tropas russas na Geórgia e insistido que as regiões separatistas da Ossétia do Sul e Abkházia devem ser controladas pelo governo de Tbilissi, um aliado chave de Washington na região.
Os restantes membros da NATO coincidem na condenação da utilização excessiva da força militar por parte de Moscovo no conflito com a Geórgia e repetem que as suas tropas devem regressar às posições que tinham antes do início do conflito.
O ministro dos Negócios Estrangeiros português também manifestou o desejo de que o acordo de paz assinado entre a Rússia e a Geórgia «estivesse a ser implementado de forma mais ágil».
As tropas russas entraram na Geórgia a 08 de Agosto em resposta a uma ofensiva lançada na véspera por Tbilissi para tentar retomar o controlo da Ossétia do Sul, uma república separatista apoiada por Moscovo.
Os dirigentes máximos da NATO recusaram em Abril dar à Geórgia o estatuto reclamado de país candidato à adesão na organização. Alemanha e França manifestaram na altura as suas dúvidas.
Os países membros da NATO deverão hoje reafirmar o seu apoio à soberania da Geórgia e ao respeito da sua integridade territorial e reafirmar que as possibilidades de adesão se mantêm, assim que Tbilissi implementar as reformas consideradas necessárias.
Luís Amado defendeu que o compromisso assumido em relação ao processo de adesão da Geórgia «deve ser continuado», esperando-se que em Dezembro a Aliança volte a discutir essa questão.
Lusa