A entrada da Georgia e da Ucrânia na NATO não podem ocorrer já, porque a NATO não pode acolher membros que tenham «pendengas» com outros.
A Georgia tem que resolver de forma definitiva a questão antes de entrar.
Outra coisa que não explicaram ao presidente da Georgia, é que a NATO é uma aliança defensiva. Se ele atacar alguém, ou cair numa armadilha e parecer atacar alguém, ele automaticamente perde a legitimidade para pedir auxílio.
É exactamente assim e há duas questões que podem ilustrar na perfeição esse raciocínio.
1º A imaturidade demonstrada pela liderança política da Georgia, que deu um passo perfeitamente aventureirista (não interessa agora saber se foi de iniciativa própria ou por reacção a qualquer provocação).
2º O que teria acontecido se, conforme os EUA queriam, a Georgia já fizesse parte da NATO.
É portanto crucial que a Georgia resolva este problema definitivamente antes de entrar na NATO, se é que é isso que realmente pretende. E aqui entramos no que realmente interessa, que pode parecer muito complicado, mas que se calhar não o é.
A Ossétia do Sul faz parte da Georgia mas pessoalmente não entendo porque a Georgia provocou uma guerra e arrisca a própria existência como estado independente, por causa de uma província em que mais de 90% dos habitantes são russófilos e que só faz parte do seu território desde 1921, data em que Estaline, vá lá saber-se porquê, decidiu incluir aquele território na Georgia.
Ou seja na realidade, não fora aquele acto administrativo de Estaline, NADA liga a Georgia à Ossétia do Sul. Isto dá que pensar!
Pois é, a Ossétia do Sul faz parte da Georgia somente há 87 anos (não são 870 anos nem "eternidades", como muita gente possa pensar), e foi uma "prenda" do tio José Estaline, que era georgiano e ditador todo o poderoso da então União Soviética.
Além do mais como já referi, a população é quase toda de origem russa, com lingua, cultura e até alfabeto diferente dos da Georgia. Posto isto cabe perguntar: O que procura a Georgia na Ossetia do Sul? ou então: Fará sentido aquele território pertencer à Georgia?
Em minha opinião não. Creio que a Georgia devia abdicar pura e simplesmente daquele território, negociando em contrapartida um acordo de segurança com os russos (valha isso o que valha), e obtendo do ocidente ajuda financeira para que os poucos georgianos da Ossétia do Sul possam reconstruír as suas vidas noutro local da Georgia se assim o entenderem.
Ao fazer isso o governo da Georgia arrumava de vez com as duas questões que acima indiquei. Mostrava a maturidade necessária para solucionar definitivamente este assunto e criava as condições necessárias para resolver a questão da sua segurança, aderindo à NATO e promover o desenvolvimento económico através dos financiamentos que a UE não deixaria de lhes conceder, como incentivo/prémio para que esta questão fosse arrumada de vez.