Caro Pescador,
que não hajam dúvidas sobre a tentativa de aproveitamento dos Suecos para fazermos, digamos, um "ménage" a três 🤣
Comercialmente faz todo o sentido, desde logo para eles, que querem vender.
Quanto a nós, dependerá do que realmente são as intenções. Ou, se quiseres, da nossa "posição" na brincadeira...🤣🤣🤣
Se for só para vender o Gripen, no meu entender não interessa.
Mas, por exemplo, se a ideia passar por termos o modelo transitoriamente até estar disponível algo novo onde possamos estar, como acontece no KC390, porque não avaliar?
Se somarmos a isso os tempos necessários envolvidos e outras variáveis como , por muito que sei não gostares de misturar, as possiveis vantagens económicas e industriais, é preciso termos a razoabilidade de compreender que às vezes o que parece óbvio pode enganar.
Já defendi essa ideia anteriormente e cada vez mais acredito nessa viabilidade.
Quando Portugal saiu fora do "combóio" de projectos europeus, como o NH90 e A400, algo que sempre critiquei, perdemos todo o já de si pouco interesse que tínhamos para o núcleo duro das restantes países que se mantiveram.
Na realidade ficamos condenados a ser apenas clientes, pequenos, destes e dos EUA.
A parceria com a EMBRAER no KC390 e a possibilidade de entrarmos em algo sólido em que estes estejam com os Suecos, parece-me suficientemente apelativo para ser uma opção. Não uma obrigação.
A realidade é que o Brasil e a EMBRAER em particular, se calhar de forma surpreendente, colocaram-se na linha da frente da aviação. Primeiro na executiva e depois na comercial. E neste momento o KC390 está a demonstrar ser um produto de topo no seu segmento.
Analisar o que era essa empresa há 20 anos e actualmente dá que pensar. E podermos estar aí também o deveria.
Mais uma vez, apenas se for de interesse. Não por compadrio.
O problema dessa "opção", é que a FAP é obrigada a gastar dinheiro duas vezes. E não estamos a falar de tostões, estamos a falar de uma dose dupla de programas que, individualmente, podem custar 4 ou 5 mil milhões. Tudo isto para quê, para esperar por uma autêntica incógnita, que pode custar depois o dobro ou o triplo do F-35?
O melhor que se pode fazer na óptica de "esperar", é modernizar os F-16 e ver o que há mais perto de 2040, caso contrário, só pode ser F-35.
Ontem li um artigo de que os chineses acham que conseguem interceptar os stealth usando hipersónicos com IA. Aparentemente eles consideram que é mais fácil fazê-lo usando plataformas que atacam de cima (quase espaço) para baixo em vez dos tradicionais SAMs que obviamente funcionam de baixo para cima. Mais uma vez tudo isto carece de credibilidade para já.
Os chineses referem-se aos B-21. No entanto, levanta mais questões de como o conseguiriam fazer, quando o problema para abater uma aeronave furtiva, não é esta ser indestrutível, mas sim detectar e obter soluções de tiro. Ora se a kill chain para usar mísseis balísticos e hipersónicos para atacar PAs, já é uma complicação dos diabos, como é que pensam fazer com bombardeiros subsónicos furtivos, que podem surgir de qualquer direção, e que conseguem transportar armamento com centenas de km de alcance? Isto implicava (suponho) a utilização de satélites para o seguir as aeronaves, 24/7, de todas as direcções excepto da Rússia e ter um míssil capaz de atacar essas aeronaves em voo, sabendo que as aeronaves podem fazer sucessivas correcções de curso, para tornar a sua rota imprevisível. Com isto, a pergunta é, quantas correcções de percurso conseguiria o míssil fazer? Acabava por ser mais prático, havendo essa capacidade de detecção com antecedência de bombardeiros furtivos, o envio de caças para os interceptar.
Voltando ao F-35, a questão da furtividade, é que aumenta as chances de sobrevivência. Mesmo supondo que o IRST conseguia detectar e originar uma solução de tiro contra um F-35, o mesmo se aplicaria para um caça não furtivo. Ou seja, não haveria razão para não escolher o F-35, mesmo que num 1 contra 1 houvesse um empate técnico (ambos conseguem destruir-se mutuamente), já que em todos os outros cenários, o F-35 apresenta mais capacidade de sobrevivência.
Simplificando, os principais mísseis anti-aéreos e ar-ar, são guiados por radar, e um F-35 tem muito mais chances de escapar a estas ameaças ileso, do que um caça não furtivo.