Património: Município de Elvas apresenta proposta ao Ministério da Defesa para recuperação do Forte da GraçaA Câmara de Elvas apresentou uma proposta ao Ministério da Defesa para a recuperação do Forte da Graça, monumento classificado como Património Nacional em 1910, disse hoje à agência Lusa o presidente do município, José Rondão Almeida.
“O que pretendemos é que haja colaboração por parte do Ministério da Defesa, proprietário do monumento, em aceitar a proposta de requalificação do Forte da Graça e, dessa forma, aproveitarmos as verbas comunitárias para o efeito”, explicou.
O autarca esclareceu que, para a requalificação daquele monumento militar do século XVIII, não será necessário o dinheiro do Estado.
“Não será necessário um único cêntimo do dinheiro do Orçamento do Estado ou do Governo. A ajuda comunitária seria de 85 por cento e a autarquia de Elvas compromete-se a pagar o restante”, assegurou.
O Forte da Graça, situado a dois quilómetros a norte da cidade de Elvas, constitui um dos símbolos máximos das fortalezas abaluartadas em zonas fronteiriças.
O monumento está há longos anos abandonado e a sua degradação tem vindo a aumentar.
“O importante é parar a degradação do forte e recuperá-lo. Após esse trabalho, o próprio monumento por si só será uma grande atração turística. Só depois pensaremos noutras formas de o rentabilizar”, disse o autarca.
O município de Elvas tem vindo a apostar na recuperação do património militar da cidade raiana.
“Ainda muito recentemente adjudicámos a empreitada de requalificação ambiental e paisagística da envolvente às Muralhas Seiscentistas, no troço entre as Portas de Olivença e o Baluarte do Trem, por um valor próximo de 850 mil euros, que, com a aplicação do IVA, ascenderá a cerca de um milhão de euros”, referiu.
Ainda no âmbito da recuperação do património construído, o executivo camarário de Elvas já decidiu lançar o concurso para a recuperação dos Fortins de São Mamede e São Domingos, integrada na valorização das fortificações abaluartadas de fronteira Elvas/Badajoz (Espanha).
O autarca socialista lembrou, neste âmbito, a importância da recuperação do património militar existente na cidade.
“Por um lado, estamos a respeitar a obra legada pelos nossos antepassados e, por outro, estamos a valorizar o património para mais tarde colhermos frutos, como seja a consagração das fortificações da cidade como Património Mundial”, sublinhou.
O conjunto de fortificações militares de Elvas, cuja fundação remonta ao reinado de D. Sancho II, é o maior do mundo na tipologia de fortificações abaluartadas terrestres, possuindo um perímetro de oito a dez quilómetros e uma área de 300 hectares.
A candidatura das fortificações de Elvas a Património Mundial continua a decorrer nas instâncias internacionais, como afirmou o presidente da câmara.
“Ainda muito recentemente tivemos na nossa cidade, durante quatro dias, elementos da Missão de Acompanhamento da Comissão Nacional do Conselho Internacional dos Monumentos e Sítios (ICOMOS)”, indicou.
“Estes responsáveis estiveram a fazer o estudo de avaliação do nosso património e agora o processo de candidatura prossegue com mais avaliações. Pensamos que ainda durante este ano iremos ter notícias em relação à candidatura das fortificações de Elvas a Património Mundial”, previu.
@Lusa
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