os praças Fap e exe contratados sempre tiveram mudanças na modalidade de prestação de serviço ao longos dos anos e nenhumas ate agora venceu e isso devia ser alvo de profundas reflexões, mas ora vejemos 4 exemplos ao longos dos anos e de vários governos.
-contratos renováveis anualmente até ao limite do 30 anos
-contratos de máximo de 9 anos
-contratos de máximo de 6 anos
-actualmente ou a brevemente contratos de 18 anos.
sei tb que houve uma experiência com quadros praças nos anos 80 no exe, mas não tenho grande informação
pessoalmente acho que deveria ser como na marinha, pessoal contratado (max 9 anos) para o pessoal que não tem aspirações a carreira e QP para pessoal que queria continuar como militar
A questão não é tão simples assim no caso do Exército principalmente, não é só uma questão do pessoal querer.
A maioria das funções de praças no Exército são (ou deveriam ser) essencialmente militares e algumas das que não são deveriam ser desempenhadas por civis, até mesmo contratadas a terceiros.
E essas funções militares que sobram exigem pessoal relativamente jovem, não apenas devido aos aspectos físicos mas também psicológicos. O corpo e a mente mudam com a idade e não é só na força, resistência, velocidade. Dormir no chão é muito diferente aos 20 ou aos 35/40, para não ir mais longe. Recuperar de uma noite sem dormir idem. Correr riscos físicos então nem se fala, aos 20 é quase um impulso, aos 40 com filhos em casa há toda uma outra perspectiva. E receber e executar ordens de tipos com metade da tua idade sem pestanejar? E aturar os cromos da tua unidade dias e noites a fio, em condições de grande desconforto? A disponibilidade mental para essas coisas vai diminuindo com a idade.
O Exército existe em última análise para a guerra e este tipo de decisões têm que ser ponderadas com essa possibilidade em mente. Pensa na RCA, dias a fio a comer pó e a ser moído em não estradas, a dormir no mato, a tomar banho só de vez em quando na parte de traz de um camião cisterna, a dar o corpo às balas literalmente, sem saber de onde virá a próxima. E isto num cenário de baixa intensidade. É para isto que o Exército tem que estar preparado, seja numa RCA seja aqui ao virar da esquina.
Por isso a questão é também se interessa à missão do Exército e à Defesa Nacional ter Quadros Permanentes de Praças, que além de tudo o que escrevi acima passam também a ser basicamente um corpo de funcionários públicos, com uma estrutura fixa e rígida com os problemas que isso implica e que são amplamente conhecidos no caso das outras classes.
A mim parece-me que não é por aí e antes de considerar o modelo de contratação esgotado no Exército acho que o maior problema é que este nunca foi devidamente implementado, nunca houve uma verdadeira transformação de práticas e mentalidades. Há tanto por fazer ao nível do recrutamento e retenção, da formação profissional certificada como deve ser, dos vencimentos, do equipamento, das condições de alojamento, etc.
Na Força Aérea o problema é diferente, as funções são mais técnicas e existe concorrência com o mercado civil, que não se resolve com a simples criação de quadros permanentes, embora também não seja de desconsiderar a possibilidade.