A USAF quer o F-16 sobretudo para missões de CAS. Sobretudo em cenários de baixa e media intensidade.
Permita-me discordar, mas é uma afirmação um pouco duvidosa; os cenários onde a USAF emprega o F-16, quer actualmente, quer no passado, foram tudo menos de baixa/média intensidade. Se me falar no aspecto da falta de uma ameaça ar-ar, depois de estabelecida a superioridade aérea nesse mesmo cenário, até posso concordar em parte, mas também com F-15 e F-22 à disposição não faria sentido utilizá-lo como um caça puro. Porém, ameaças como SAM's e outras mais particulares como aquelas encontradas no Iraque e Afeganistão, por exemplo, tornaram o F-16 no workhorse do CAS da USAF e assim se irá manter por mais umas décadas, o que já de si quer dizer bastante.
Transformar o F-35 num "bomb truck" (se é que tal é possível) vai comprometer-lhe a furtividade, no entanto com a excelente SA proporcionada pelo seu conjunto de sensores será um bom complemento e nunca substituto directo do F-16 quer a nível de CAS como de Defesa Aérea. Muitos, felizmente, já se começaram a aperceber disso. E quanto a este último aspecto [Defesa Aérea], também convém não esquecer que a Air National Guard vai modernizar 72 F-16 com o radar Northrop Grumman AN/APG-83 Scalable Agile Beam Radar (SABR, o mesmo do F-16V) para esse fim:
https://nationalinterest.org/blog/the-buzz/americas-f-16-fighters-are-getting-new-radar-russia-partly-21054Um F-16 MLU com novos computadores, DATALINK , Anti GPS jamers e CFT. Era o ideal para os jaguares, mas mesmo os F-16v/Block70/72 são curtos para os próximos 20/30 anos para os Falcões.
Os F-16V Viper, a optar-se por modernizar a nossa frota nesse sentido, não deverão nunca ter essa esperança de vida; não são células novas, mesmo as do PA1, e isso decerto que acarretará questões apesar dessa mesma modernização poder contemplar mais reforços estruturais. Os Block 15 OCU do PA1 em princípio não precisariam, as aeronaves vindas do PA2 têm-no e as de um futuro PA3 também precisarão. E com o Viper ficaríamos bem servidos, com um caça de geração 4.5 interoperável com os de 5ª geração, e mais tarde fazendo uma transição mais suave para futuros F-35, Gripen, o que for.
A questão neste momento, e muito mais grave na minha opinião, é a demora na tomada de decisão (pelo menos até 2021 nenhuma decisão será tomada, espero sinceramente enganar-me), a infelizmente inesgotável pouca vontade política em avançar para o que quer que seja, o pouco sentido que fará, depois do 15141, as próximas células serem ainda modificadas para MLU, e mais importante: os ecos recentes vindos de Monte Real que dão conta que poderemos muito bem vir a ficar apenas com 27 aeronaves após esta última venda à FAR. Isso sim é que é preocupante, bastante preocupante.