Comércio Portugal-Brasil cresce 20% a cada ano
As trocas comerciais entre Portugal e Brasil têm crescido a uma taxa média de 20 por cento nos últimos cinco anos, e nos primeiros oito meses de 2008, as exportações aumentaram 27 por cento e as importações 15 por cento.
De Janeiro a Agosto deste ano, as importações provenientes do Brasil totalizaram 1.008 milhões de euros, um aumento de quase 15 por cento face aos 878 milhões no mesmo período do ano passado, indicam os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE).
Por outro lado, nos mesmos oito meses Portugal exportou para o Brasil bens no valor de 195 milhões de euros, mais 27 por cento que os 154 milhões do período homólogo de 2007.
O coeficiente de cobertura entre as exportações e importações no período em análise foi de 19,3 por cento, um acréscimo de 1,8 pontos percentuais face a 2007.
Quando analisados os últimos 5 anos, a taxa média de crescimento das importações e das exportações entre Portugal e Brasil de 2003 a 2007 foi, em ambos os casos, de cerca de 20 por cento.
De 2003 para 2006, as importações quase duplicaram, dos 660,6 milhões de euros para os 1.232 milhões de euros há dois anos.
«Apesar de o Brasil e Portugal representarem pouco um para o outro no volume de comércio total, os fluxos nos dois sentidos têm progredido mais do que a média do crescimento mundial do comércio. Está a haver uma maior convergência entre as duas economias em relação às médias mundiais e este crescimento têm-se cifrado na ordem dos dois dígitos em termos médios», explicou à Lusa o presidente da Câmara do Comércio e Indústria Luso-Brasileira, António Bustorff.
Este crescimento, explicou a mesma fonte, «decorre de um esforço recíproco de aproximação entre as duas economias, um maior fluxo de visitas e de missões empresariais e uma maior procura, sobretudo por parte dos portugueses, pelas oportunidades do mercado brasileiro».
No entanto, o investimento português no Brasil decresce há uma década. Dos 4.000 milhões de euros registados em 1998 este indicador baixou para os 373 milhões no ano passado.
Ricardo Espírito Santo, presidente do BES Investimento Brasil, declarou recentemente à Lusa que «o investimento directo estrangeiro de Portugal para o Brasil tem vindo a diminuir efectivamente, pois nos anos anteriores houve um volume muito grande de investimentos, que são difíceis de manter nos mesmos níveis por muito tempo».
Nos primeiros seis meses do ano, o investimento líquido de Portugal no Brasil foi de 166,9 milhões de euros, menos 2,5 por cento que os 171,1 milhões no mesmo período do ano passado, indicam os dados mais recentes do Banco de Portugal.
Sem contar com aquilo que as empresas desinvestiram, o investimento directo bruto de Portugal no Brasil no primeiro semestre deste ano ano foi de 526,7 milhões de euros, um acréscimo de 83 por cento em relação ao mesmo período do ano passado.
Se de Janeiro a Junho do ano passado o principal sector de investimento bruto foi a «actividade imobiliária, alugueres e serviços às empresas», com 186,2 milhões de euros investidos, no primeiro semestre deste ano o princiopal sector foi o das «actividades financeiras», com 261,1 milhões de euros.
Nos primeiros seis meses de 2007, o investimento bruto português na «actividade financeira» no Brasil tinha sido de 8,9 milhões de euros.
O Brasil tornou-se este semestre no terceiro maior destino de investimento directo português.
No sentido inverso, o investimento directo brasileiro em Portugal no primeiro semestre do ano foi de 13,5 milhões de euros, um descréscimo de 69 por cento face aos 43,7 milhões de euros de Janeiro a Junho do ano passado.
No entanto, o desinvestimento também caiu 90 por cento, pelo que em termos líquidos as empresas brasileiras investiram 10,1 milhões de euros em Portugal.
O investimento brasileiro em Portugal é historicamente pouco significativo, e, no ano passado, ficou-se pelos 92 milhões de euros, a 19ª posição no fluxo de investimento directo estrangeiro total em Portugal.
Lusa