Aqui entramos em questões culturais muito complexas: estou a falar um pouco de cor, não sei as percentagens em concreto, mas penso que Portugal tem apenas 10% da população com o ensino secundário (Nivel III da UE) e outros 10% com o ensino superior...
Por outro lado, quer no ensino secundário, quer no ensino superior a maior parte dos alunos são de humanidades e ciências sociais, havendo déficit de formação na área das ciências, tecnologias, engenharias e saúde...
Mais... Portugal apesar de ser uma República, ainda tem muita pseudo-aristocracia "saloia", e todos os licenciados (em inglês será "bachelor", se isso o ajudar) em qualquer área (excepto arquitectura e engenharia) é tratado respeitosamente por "Sr. Dr.", ora como todos sabemos em qualquer país civilizado "Drs." são apenas os Médicos e os Professores Universitários com Doutoramento (PhD)...
Tudo isto para dizer que o ensino superior em Portugal é, acima de tudo, uma questão de prestígio social, de se pertencer a uma determinada "elite", e essa "pseudo-elite" encara todo o trabalho braçal, em que podemos grosso modo incluir as forças armadas, como algo desprestigiante...
Aliás, tendo em conta que em Portugal o ensino secundário é aceite como base para aceder a oficial, para arranjarmos pessoal para esses contra-torpedeiros teriamos de encher os navios de oficiais e praticamente não haveriam sargentos e praças...
Espero que o texto não esteja muito confuso...
Cumprimentos
B. Pereira Marques