Apesar da crise, 2008 foi um bom ano para o turismo da Madeira
O sector do turismo da Madeira, apesar da crise financeira global, teve um ano "extremamente positivo e não sofreu ainda consequência negativa", diz a secretária regional do Turismo madeirense.
"Neste momento, o sector do turismo não sofreu ainda nenhuma consequência negativa, até datas estatisticamente apuradas, porque temos crescimento global perto dos 6 por cento, uma boa taxa de ocupação, crescimento ao nível dos proveitos e dos rendimentos por quarto em relação ao ano anterior", disse à Agência Lusa Conceição Estudante.
A governante insular sustenta que 2008 foi "um ano extremamente positivo para a Madeira", lamentando que as actuais dificuldades económicas a nível mundial surjam quando a Madeira "estava no início de uma nova onda de crescimento".
"Claro que crise vai atingir-nos e o nosso objectivo é tanto quanto possível amenizar os seus efeitos e tornar menos fortes os impactos que eventualmente possam chegar".
Para Conceição Estudante esta "crise vem no pior momento".
Quanto à ocupação hoteleira no arquipélago nesta altura do ano, garante que "o Natal está dentro padrões normais para a época, acima 50 por cento, e o Fim-de-Ano, de acordo com a última sondagem é de 85 por cento", adiantando ser "legitimo ter expectativa de crescimento, visto que nos tempos actuais há as decisões de última hora".
Instada a confirmar eventuais cancelamentos de viagens por causa da actual conjuntura económica, considerou ser "natural que existam alguns", destacando existirem "também novas reservas".
"Desde que se mantenham nestes níveis, atendendo à situação actual, acima dos 85 por cento, a taxa de ocupação é muito boa", declarou.
A responsável pelo turismo insular não quis arriscar numa "antecipação para 2009", sustentando que "será seguramente um ano difícil, porque há menos companhias a voar, menos voos a serem programados".
"Temos de acompanhar a situação dia-a-dia, mês a mês, porque não há capacidade de grandes previsões, mas não será seguramente ano igual a 2008", realçou.
Confirma que a Madeira vai continuar a apostar no mercado interno para "colmatar situações internacionais menos estáveis", um esforço que começou a ser desenvolvido este ano "aproveitando o que aconteceu no mercado em matéria da transportes, designadamente as campanhas internacionais da TAP e Sata, a entrada da EasyJet no mercado, o que alterarou a forma de fazer férias na Madeira a partir do continente, além do investimento na novela da TVI, um veiculo de promoção excelente".
Argumenta que "não há nada de concreto" quanto à entrada de novas companhias na linha aérea para a Madeira, opinando que "surgirão no futuro, visto que o cenário desenhado para surgimento de novas companhias e alargamento do mercado não tinha nada a ver com o actual momento".
"É preciso dar tempo ao tempo para que os ajustamentos se façam e progressões se concretizem embora em tempos diferentes", explica.
Sobre novos mercados, Conceição Estudante destaca o trabalho desenvolvido em diversos destinos, casos dos Estados Unidos da América, onde "começa a aparecer números superiores a anos anteriores" e os alguns países do leste europeu, casos da Polónia, Rússia, República Checa e Hungria, que "dão sinais de crescimento".
"Não podemos alargar espectro de mercados ao mundo inteiro, temos de nos localizar e ver quais distancias adequadas para nossas intervenções, pois se conseguirmos desenvolver estas operações Europa de Leste, acompanhando a continuidade com mercados tradicionais temos algum conforto no desenvolvimento sustentado do turismo da Madeira", aponta.
Para 2009, Conceição Estudante faz votos que as pessoas "tenham a serenidade, o bom senso e mantenham a lucidez na procura da resolução dos problemas".
Lusa