Eu posso não ter percebido tudo quanto foi descrito, por isso, com a devida ressalva, fico com a impressão de que uma das principais deficiencias do Leopard-2A6, a sua falta de proteção vertical especialmente sobre a torre, não é sequer considerada.
Todos os sistemas referidos, tanto quanto sei fazem parte dos pacotes de upgrade dos carros Leopard-2A4 e A5 por exemplo da Polónia e da Suécia.
No entanto, não há grande coisa que possa permitir comparar um Leopard-2A6 com este tipo de modernizações, com o Leopard-2A7, que foi feito especialmente a pensar em combate urbano.
O que a guerra neste momento está a mostrar, é que para um conflito “normal” toda a parafernália que querem colocar em cima dos tanques, achando que são capazes de fazer tudo, acaba sendo de pouca utilidade.
Os alemães não encomendaram Leopard-2A7 para substituir os A6 enviados para a Ucrânia, eles encomendaram o Leopard-2A8.
Na verdade, os tanques estão cada vez mais complicados e o 2A8, que a Noruega também vai adquirir, podem vir equipados com todos os sistemas que permitem combate urbano.
O que é de realçar, é que o custo por unidade, dependendo das condições de fornecimento e restantes obrigações contratuais, pode ir de 20 a 36 milhões de Euros por cada carro de combate.
Pelo menos para já, a União Europeia não está a fazer nada para tentar normalizar um veículo aceite por todos.
Os ingleses, por exemplo, discutem se valerá a pena desenvolver um novo carro de combate, com alguns especialistas a defender que o Challenger III mantenha o atual casco e adote a torre do Leopard-2.
Os franceses não querem pelo menos por agora aceitar alterar o LeClerq, que tem uma torre única, mas poderá haver alguma influencia vinda da Itália, que considera adaptar o Ariete e transforma-lo em mais uma versão do Leopard-2.
O principal problema se os vários países começam a “kitar” os seus veículos conforme as suas exigências, é que embora o Leopard-2 seja de facto o tanque europeu, as diferentes versões são tão dispares, que se perde muita da vantagem da uniformização.
