Não sendo especialista na matéria, vou dar uma opinião alternativa para animar a discussão aqui no FD.
E como não sou especialista, vou usar termos não técnicos.
Aqui vai:
O treino da sede não é para treinar a sede. O treino da sede é para criar soldados mais maus. Mais agressivos. mais resistentes a todo o tipo de sofrimento.
Transforma-se um jovem num Comando tanto com aquilo que ele aprende como por aquilo que ele desaprende.
Desaprende a ser pacífico e aprende a ser agressivo. Desaprende o medo de levar uma tareia e aprende a sofrer e levar a missão até ao fim.
Quanto mais sofre na formação mais apto fica para cumprir a missão de Comando.
Não se cria um elemento de uma força especial sem o sujeitar ao sofrimento.
E só depois é que vale a pena investir em treiná-lo em primeiros socorros.
Cada força especial tem os seus métodos para conseguir o que estou a descrever.
Se os comandos chegaram á conclusão que o treino da sede é demasiado arriscado, acho bem.
Podem substituir esse treino por o de amarrar pernas e mãos, deitá-los a uma piscina e exigir que desmaiem debaixo de água sem espernear. Chama-se treino para tornar o soldado "á prova de afogamento". Bem controlado, não morre ninguém.
Já agora:
É verdade que as populações locais da RCA "gostam" dos Pára-quedistas e "não gostam" dos Comandos?
Se é verdade, será por causa do treino da sede?
Não levem a mal.
É só para animar a discussão.
Um abraço!
Tem conteúdo a sua exposição.
Claro que o exagero, ou melhor dito, a falta de atenção aquilo que se exige é a maior causa de acidentes. Seja sede ou o que for.
Nos Comandos no passado, dizia um velho segundo sargento que tinha estado em combate em África: "Estes putos da academia veem para aqui inventar e nem sabem o que estão a fazer" ". Referia-se aos instrutores alferes domésticos.
Existe um ditado que é: "ser mais papista que o Papa".
Muitas vezes é isto.
O sofrimento, algo agora em maioria dos casos ausente da juventude pensa ser radical a asneirar na noite a competir quem emborca mais copos, é um factor de dureza de caráter e do físico. Os mancebos vindos de regiões de dureza de vida, tinham esse caráter moldado por natureza e muitos outros, mesmo em regiões mais urbanas, o tinham por força de muitas circunstancias de vida.
Hoje, ginásio, suplementos, ou tipo de "suplementos", e regimes de treino ao fresco e com conversa e avaliar corpos à mistura, são diferentes do que se depois vai exigir nas Operações Especiais. E digo Operações Especiais de uma forma abrangente , não aqueles que só tenham essa designação no nome. Comandos, Fuzileiros e outros são "operações especiais".
Se querem fazer dos cursos dos operações especiais, um ginásio ao ar livre, é lá com os técnicos actuais. Se querem moldar caráter é outra coisa. Mas claro, sempre zelando por aquilo que se exige e não fazer disso tortura e piadas para contar mais tarde como prancharam etc. Falta de profissionalismo e de bom senso.
Também vou ao encontro do que é dito aqui sobre competência técnica.
Sem querer melindrar egos, não é só por carregar peso ou fazer muitas flexões que se vê o militar das operações especiais. Menos ainda no tamanho do físico, muitas vezes inchado a custa de.....perguntem aos bombados.
A condição física, deve estar equilibrada com técnica e todos aqueles factores psicológicos e de inteligência que fazem operacional um todo.
Que importa fazer, por exemplo 100 flexões(mal tantas vezes) e depois nem capacidade para planear ou gerir situações inopinadas?
Que importa o tamanho do individuo, se não possuir a capacidade de técnica individual e de usar as armas e todos os meios disponíveis com superior eficácia, ou de perceber devidamente o seu emprego?
Que importa levantar muito peso e depois ser psicologicamente menos forte?
Não é garantidamente com treino tipo ginásio, que se formam militares das forças especiais.
Vi muitos valentões do ferro, chumbarem, desistirem e darem desculpas depois.
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Quanto ao não gostarem de uns e gostarem de outros, seria outra polémica e melindre aqui.
Caráter, não se compra , nem se encontra por acaso ao vira da esquina.
Vejamos os "casos" conhecidos pela comunidade militar e até falados aqui e, dos outros fora que os leem nos jornais.
Encontramos pistas.
Porque vão? quem são? o que fazem? e com quem se dão?
Escolham melhor
Uma vez, num País estrangeiro, que vou omitir, estavam "uns" portugueses a dar em cima de umas garotas adolescentes. "Outros" nossos, foram chamar a tenção deles que uma das miúdas era filha de um carola importante do governo lá do sitio e que se deviam de abster de problemas.
Os valentões pensavam que eram para abate e as garotas se encantavam com os bicípites deles.
Noutro Pais "um" que até veio em noticia na TV, teve problemas e foi perseguido por lá. Parece que lhe queriam acertar o passo.
A razão não disseram na comunicação social. Mas alguns sabemos porque foi. Mas não foi da Missão de Risco.
São só dois exemplos e por acaso na mesma temática, mas podia ser outra. Infelizmente estes dois exemplos vieram da mesma farda.
Caráter, sentido de Dever, faz falta.
Algo que falhou também na morte recente e falhou outras vezes e, provavelmente irá falhar novamente dentro de pouca semanas com os do costume metidos em "cenas" habituais fora do prato onde se deveriam manter e, até acompanhados de cadastrados.
Um militar ou policia, por força das suas obrigações juramentadas perante a Nação devia ter atenção a isto.
Ninguém se quer Santo ou Ingénuo, mas Canalha também não.