O actual modelo das F.Armadas tem futuro?

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papatango

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O actual modelo das F.Armadas tem futuro?
« em: Março 03, 2005, 10:29:19 pm »
As questões relacionadas com o GALE, levam-me a pensar na possibilidade de, mais uma vez, estarmos a tentar utilizar “configurações” tácticas e a adoptar doutrinas de exército grande, num país pequeno.

Durante a nossa história, muitas vezes foi o que fizemos. Mas durante muito tempo, embora a realidade fosse diferente, tentámos fazer figura de grande potência colonial.

Nos dias de hoje, somos apenas um país europeu, com algumas ilhas no Atlântico, que continuam a dar a Portugal uma importância estratégica que por enquanto, e enquanto os Açores forem território português, é importante.

Mas, independentemente disto, o que se passa em termos de forças terrestres?
Já tivemos um exército pensado para combater em África, um para servir de apoio de retaguarda na NATO, e agora... Bom, agora não sei bem o que temos ou o que pretendemos.

Faria sentido, pensar numa reorganização completa das forças armadas?
Será uma reorganização completa das Forças Armadas, qualquer coisa de demasiado complicado e que implica pedir demais a pessoas que foram ensinadas segundo doutrinas, ou formas de pensar que ainda têm muito dos tempos da guerra colonial?

Com umas Forças Armadas, pequenas - cada vez mais pequenas - fará sentido continuarmos a ter Exército, Marinha e Força Aérea, com fronteiras absolutamente definidas, quando concluímos que essas fronteiras já não são as mesmas, sendo que as funções do exército, da Marinha e da F.Aérea acabam ficando inevitavelmente interligadas?

Isto obviamente são apenas hipóteses e ideias, porque sei que seria preciso uma revolução nas mentalidade. No entanto, talvez não fosse má ideia, pensar no que fazem países como a Dinamarca, a Holanda, a Noruega, ou mesmo a Hungria e a República Checa, considerando, claro, que somos um país Atlântico.

Cumprimentos
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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Luso

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« Responder #1 em: Março 03, 2005, 11:03:03 pm »
Não creio que tenha futuro. Talvez a Marinha esteja melhor preparada mas...
É um excelente tema.

Eu vejo-o simplisticamente como "Letalidade/kg x €"

Uma 4x4 rápida e a diesel com motor confiável e com lançador de "Spike", FN MAG e Carl Gustav seria mais "eficiente" na defesa de Portugal que um Bradley ACAV.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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Yosy

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« Responder #2 em: Março 04, 2005, 12:04:55 pm »
As forças armadas de grande dimensão justificavam-se na altura da Guerra Fria. Actualmente, Portugal tem que começar a olhar para países como a Bélgica e a Holanda - embora Portugal tenha uma maior posição estratégica do que eles. As forças armadas do século XXI são essencialmente para "peacekeeping", não para grandes batalhas terrestres. Acho que estamos no bom caminho - o Exército está a ficar mais pequeno e mais profissional; a Marinha vai (finalmente) ter o equipamento de que tanto precisa - os submarinos e (talvez ainda mais importante) o NavPol.

Será que Portugal devia acabar com a separação entre ramos e juntar tudo no mesmo saco (como Israel com a IDF)? Sinceramente não sei se será melhor ou pior.
 

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Miguel

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« Responder #3 em: Março 04, 2005, 05:50:13 pm »
Bem

na minha opinião as forças armadas deviam ser conjuntas , com um comando unico a semelhança das IDF, etc...

a FAP teria a responsabilidade de todos os meios aéreos (incluindo os Hélis)

a Armada deveria continuar a ter todas as unidades navais menos o Fuzileiros, esse corpo passaria para o exército como em França e outros paises.

o Exército por fim seria a componente terrestre em apoio, com forças especiais, Brigadas, etc...
 

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Yosy

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« Responder #4 em: Março 06, 2005, 08:34:15 pm »
Citar
a Armada deveria continuar a ter todas as unidades navais menos o Fuzileiros, esse corpo passaria para o exército como em França e outros paises.


Bem, Israel não tem um corpo de fuzileiros, mas a suas forças especiais navais estão sob o comando da Marinha.
 

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Miguel

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« Responder #5 em: Março 09, 2005, 09:33:37 pm »
Concordo que tanto a Armada e FAP devem ter Forças Especias, mas a responsabilidade da tropas de desembarque(Fuzileiros) devem estar no Exército.

Outro exemplo: na Grécia a Brigada Anfibia faz parte do Exército e as forças especiais tipo "SEAL" (OYK) fazem parte da Marinha....
 

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Yosy

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« Responder #6 em: Março 12, 2005, 09:17:29 pm »
Mas os Fuzileiros têm uma grande tradição em Portugal e sempre foram muito ligados á Marinha. E como Portugal segue o modelo britanico em relação ás suas forças armadas dúvido que eles mudem de ramo (os Royal Marines são parte integrante da Royal Navy).
 

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TOMKAT

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« Responder #7 em: Março 14, 2005, 01:41:24 pm »
saudações
é a minha primeira intervenção no forum ( visitante durante muito tempo
finalmente registei-me :oops: , fuzo durante 2 anos :roll:
( cabo da marinha: almirante das praças  :twisted:  )
IMPROVISAR, LUSITANA PAIXÃO.....
ALEA JACTA EST.....
«O meu ideal político é a democracia, para que cada homem seja respeitado como indivíduo e nenhum venerado»... Albert Einstein
 

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Yosy

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« Responder #8 em: Março 18, 2005, 11:02:27 pm »
^^^^bem vindo  :Soldado2:

Como ex-fuzileiro gostava de passar a ser feijão verde?
 

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TOMKAT

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« Responder #9 em: Março 19, 2005, 02:38:39 am »
Yosy escreveu
Citar
Como ex-fuzileiro gostava de passar a ser feijão verde ?


Fiejão verde só na sopa ou acompanhado com uma bela posta de bacalhau regado com um branco da terra do papatango  :lol:
respeito bastante todos os que passaram por essa instituição.
Para dizer a verdade eu estive quase para fazer o SMO no Exército e isso só não aconteceu por uma "ironia do destino" que ficaria demasiado
off-topic para contar aqui (talvez noutra altura e noutro local).
 
Cumprimentos :Amigos:
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psychocandy

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« Responder #10 em: Março 20, 2005, 02:25:17 pm »
Feijao verde ? Entao mas estamos no intervalo do secundario ou num forum de gente adulta ?  Depois querem respeito ao país e bandeira, as forças armadas e policiais.

Caro tomkat, pode parecer a partida facil a questao das patentes mais baixas serem "mais faceis" do que na marinha, mas tambem tem de se pensar que no exercito uma praça normal, tem 6 anos de contrato, ora, se nao forem promovidos "rapidamente", nunca passaram de soldados. Na marinha existe um quadro para praças, e' portanto imperioso que essas ascençoes se façam mais rapido. Mas nao va' mais longe, a força aerea nao tem soldados ;) Qualquer "maçarico" na força aerea, que apos a "especialidade" e' promovido ao posto de 2º cabo eh mais antigo do que um soldado no exercito com 5 anos de serviço. Ta a ver, nao eh muito facil a comparação.
"The nation which forgets its defenders will be itself forgotten."
 

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dremanu

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« Responder #11 em: Março 24, 2005, 12:56:41 am »
Eu continuo a achar que o modelo ideal para o futuro seria uma mistura de forças armadas professionais, a tempo inteiro, com forças armadas que servem em regime de "part-time".
"Esta é a ditosa pátria minha amada."
 

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TOMKAT

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« Responder #12 em: Março 24, 2005, 10:15:14 pm »
Citação de: "dremanu"
Eu continuo a achar que o modelo ideal para o futuro seria uma mistura de forças armadas professionais, a tempo inteiro, com forças armadas que servem em regime de "part-time".


 :?: Em que contexto?
Juntar amadores com profissionais nunca deu bons resultados.
O nível de preparação seria completamente diferente.
Num conflito mesmo a rectaguarda tem que estar preparada para qualquer eventualidade.
IMPROVISAR, LUSITANA PAIXÃO.....
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Luso

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« Responder #13 em: Março 24, 2005, 10:19:23 pm »
Repor o serviço militar obrigatório por dois anos.
A garotada que para aí anda precisa bem de disciplina e de regras de sociabilidade.
E de levar no lombo.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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dremanu

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« Responder #14 em: Março 24, 2005, 11:01:04 pm »
Citação de: "TOMKAT"
Citação de: "dremanu"
Eu continuo a achar que o modelo ideal para o futuro seria uma mistura de forças armadas professionais, a tempo inteiro, com forças armadas que servem em regime de "part-time".

 :?: Em que contexto?
Juntar amadores com profissionais nunca deu bons resultados.
O nível de preparação seria completamente diferente.
Num conflito mesmo a rectaguarda tem que estar preparada para qualquer eventualidade.


Tomkat:

Dê uma olhada nestes dois tópicos para entender ao que me refiro, e depois comente.


http://www.forumdefesa.com/forum/viewtopic.php?t=1180

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"Esta é a ditosa pátria minha amada."