Governo entrega substituição do Aviocar à espanhola CASA

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Maginot

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Governo entrega substituição do Aviocar à espanhola CASA
« em: Abril 20, 2005, 02:54:37 pm »
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Governo entrega substituição do Aviocar à espanhola CASA
A espanhola CASA foi a escolhida pelo novo ministro da Defesa, Luís Amado, para fornecer os 12 aviões de transporte ligeiro que o Estado português pretende adquirir para substituir, num futuro próximo, os velhos aviões de transporte táctico e vigilância marítima Aviocar da Força Aérea Portuguesa.



Segundo avança a edição desta quarta-feira do Diário de Notícias, Luís Amado terá sido colocado um ponto final num concurso aberto à cerca de um ano e que envolve um valor na ordem dos 300 milhões de euros.

Ao concurso concorreram dois construtores, o construtor espanhol CASAS, em colaboração com o gigante aeronáutico europeu EADS, que apresentou como opção o CASA 295, uma versão mais evoluída do actual Aviocar, e o grupo italo-anglo-americano Alenia-Lockheed Martin, com o C-27J Spartan, um Hercules C-130 – avião que a FAP já utiliza há cerca de duas décadas - em tamanho mais pequeno.

Em termos de valores, a CASA propôs um preço de 247 milhões de euros pelos 12 aviões C-295, já com contrato de manutenção, enquanto a Alenia apresentou um preço ligeiramente mais alto, de 291 milhões, com peças sobressalentes incluídas, pelo que, face á semelhança entre custos de aquisição, manuntenção e operacionais, a decisão acabou por pender para o lado do modelo espanhol devido às contrapartidas oferecidas pela CASA

Ainda segundo o Diário de Notícias, a decisão governamental já terá sido comunicada a ambos os concorrentes na passada sexta-feira, sendo que estes dispõem agora de um prazo de dez dias para, em audiência prévia à assinatura do despacho definitivo, se pronunciarem sobre o sentido da decisão ou contestarem alguns dos seus aspectos se assim o entenderem.

A Lei de Programação Militar (LPM) previa um investimento de 359 milhões de euros na aquisição destes aviões. Os valores obtidos nesta fase final do concurso representam assim uma poupança na ordem dos 60 milhões.
EX MERO MOTU
 

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Jorge Pereira

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« Responder #1 em: Abril 20, 2005, 09:01:20 pm »
Confesso que fico um pouco desiludido com esta escolha. Espero é que as contrapartidas sejam de facto “irrecusáveis” de modo a justificar esta decisão.
Um dos primeiros erros do mundo moderno é presumir, profunda e tacitamente, que as coisas passadas se tornaram impossíveis.

Gilbert Chesterton, in 'O Que Há de Errado com o Mundo'






Cumprimentos
 

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Major Alvega

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« Responder #2 em: Abril 20, 2005, 10:15:21 pm »
De facto a notícia é no mínimo estranha. Quando há poucos meses vários orgãos da imprensa noticiaram a abertura das propostas, anunciando que a mais barata seria a da Alenia/Lockheed sem que isso tivesse sido desmentido.

 Neste caso particular, só o critério do preço não chega mas o da operacionalidade também é muito importante.
 
 Senão tivessemos as ilhas adjacentes Açores/Madeira a escolha do
C-295M seria uma escolha natural. Mas no nosso caso particular, penso que o C-27J seria a escolha mais indicada e apropriada, pois a capacidade de transporte e autonomia do avião espanhol nas missões no triângulo continente e ilhas é muito deficitária e fica muito áquem dessas capacidades oferecidas pelo C-27J Spartan.

 A confirmar-se a notícia estamos perante uma escolha meramente de cariz político sem qualquer critério objectivo. E neste caso, o nosso actual governo é mais sensível e permeável à pressão vinda da Europa do que outra proveniente da Casa Branca ou do governo do Sr. Silvio.
 

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Maginot

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« Responder #3 em: Abril 21, 2005, 12:45:24 pm »
A OGMA-EADS deve ter tido peso.

Acham que estes são piores que os C27?
EX MERO MOTU
 

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papatango

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« Responder #4 em: Abril 21, 2005, 03:20:34 pm »
A comparação dos números conhecidos está feita aqui:
http://www.areamilitar.net/opiniao/C27J ... a=Portugal

Se há outros dados que favoreçam o C-295, não sabemos.
Mas, espero que, a confirmar-se a notícia, haja muito boas contrapartidas, que justifiquem a compra de uma aeronave civil adaptada para militar, como o C-295, em vez de uma aeronave militar, de raiz, como o C-27J.

Não sendo assim, teríamos que considerar que o governo, e o Ministro da Defesa, entraram com o pé esquerdo a fazer disparates.

Cumprimentos
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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Pedro Monteiro

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« Responder #5 em: Abril 21, 2005, 04:07:18 pm »
Citação de: "papatango"
A comparação dos números conhecidos está feita aqui:
http://www.areamilitar.net/opiniao/C27J ... a=Portugal

Se há outros dados que favoreçam o C-295, não sabemos.
Mas, espero que, a confirmar-se a notícia, haja muito boas contrapartidas, que justifiquem a compra de uma aeronave civil adaptada para militar, como o C-295, em vez de uma aeronave militar, de raiz, como o C-27J.

Não sendo assim, teríamos que considerar que o governo, e o Ministro da Defesa, entraram com o pé esquerdo a fazer disparates.

Cumprimentos


É muito importante, em nome da verdade, referir que esta decisão vai ser tomada com base num estudo do Governo anterior e que dava o C-295M como a melhor opção: ou seja, a decisão a anunciar por Portas seria a que será anunciada. Creio que dois aspectos contaram: as contrapartidas no âmbito das OGMA (a EADS, de certo modo, condicionou a sua participação a este concurso) e o peso numérico e qualitativo da versão de vigilância marítima, nesse aspecto a proposta da EADS é melhor.
Cumprimentos,
Pedro Monteiro
 

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papatango

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« Responder #6 em: Abril 21, 2005, 09:40:42 pm »
O mais provável, é que esta opção já tivesse sido tomada. Se não tiver sido assim, é certo que ouviremos dentro de algum tempo as criticas.

No entanto, a situação não muda. Seja qual for o governo, a opção por um equipamento inferior, é sempre negativa.

No entanto, também é verdade que, há uma coisa que sempre me fez confusão:
O C-27J, por muito superior que seja ao C-295, tem um custo de operação superior, e é muito mais pesado (tem por isso maior resistência estrutural mas isso é outra coisa).

Sempre achei que o C-27J sería mais caro de operar que o C-295, porque o C-295, é um avião civil, militarizado, por isso é muito mais leve e gasta, naturalmente menos combustível (por necessidades comerciais).
Logo, para avião de patrulha, que terá um grande numero de horas de vôo, o consumo de combustível é um factor da maior importância.

Ou seja, o C-295, sendo inferior em quase tudo, tem a vantagem de ter uma versão de patrulha, que é eficaz.

As noticias entretanto vindas a lume, davam a indicação de que a Lockeed/Alenia tinha apresentado uma proposta que sería melhor que a da EADS, o que confesso me surpreendeu. Toda a gente reconhece o C-27J como superior ao C-295, mas, por ser mais caro, acaba ficando fora do orçamento (daí a minha surpresa na altura).

Espero que a questão seja bem explicada, embora, como é normal, nos fiquemos provavelmente com informações da nossa imprensa "especializada" que tem dificuldade em explicar a diferença entre turbopropulsor  turboreactor.

Pelo menos, é um avião que tem algum componente português, o que não acontecia com o C-27J.
Podendo comprar apenas 12 unidades, temos que nos contentar com um aviãozito, que dá para o gasto e pode servir para várias funções.

De qualquer maneira, pior é continuar com os Aviocar.

Cumprimentos
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Major Alvega

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« Responder #7 em: Abril 22, 2005, 02:18:51 pm »
Para quem não sabe, o C-27J tb já tem uma versão para patrulhamento
marítimo designada HC-27J.
 

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JLRC

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« Responder #8 em: Abril 22, 2005, 04:03:47 pm »
Citação de: "Major Alvega"
Para quem não sabe, o C-27J tb já tem uma versão para patrulhamento
marítimo designada HC-27J.


A Alenia também fabrica um aparelho de vigilância marítima, o ATR 42-MP, que pode complementar o C-27J.
 

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Major Alvega

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« Responder #9 em: Maio 04, 2005, 12:01:53 am »
É verdade! Mas aí colocar-se-ia um problema de linha de logistíca. Apesar de serem oriundos do mesmo fabricante, não faria sentido de se optar uma aeronave com sistemas e motores diferentes. Isto no caso de o Governo optasse pelo C-27J.
 

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Luso

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« Responder #10 em: Maio 06, 2005, 10:10:47 pm »
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...