Crise nas Honduras

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cromwell

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Crise nas Honduras
« em: Junho 29, 2009, 07:30:18 pm »
Como já sabem, há crise nas Honduras.

O presidente foi deposto devido a ter pedido apenas um referendo para alargar o seu mandato.

http://ultimahora.publico.clix.pt/notic ... id=1389108

E claro, os snhor Chavez teve que logo por o nariz, declarando guerra às Honduras. :evil:

http://tvnet.sapo.pt/noticias/detalhes.php?id=45272

E as Honduras respondeu:

http://dn.sapo.pt/inicio/globo/interior ... Am%E9ricas

Vejam só o que causou o senhor Chavez.

Haja santa paciência!

A Venezuela não tem capacidade de enviar tropas por mar, mas os Sukhoi podem causar estragos, visto que as Honduras não têm capacidade anti-aérea.
"A Patria não caiu, a Pátria não cairá!"- Cromwell, membro do ForumDefesa
 

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Ataru

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« Responder #1 em: Junho 29, 2009, 09:53:37 pm »
Se a Guerra Plena acontecer mesmo então acho que a Venezuela vai esmagar as Honduras, a Venezuela terá sem dúvida o apoio de muitos paises na região, Bolívia, Equador, Cuba, Nicarágua... Este último pode ser importante para albergar as tropas venezuelanas de forma a poderem atacar as Honduras por Terra.

Só gostava de saber o é que o povo hondurenho pensa disto tudo? estará a favor dos militares ou do antigo Presidente?

Vamos lá ver se o antigo inimigo das Honduras, El Salvador também não aproveita para se vingar da famosa Guerra do Futebol...

A ver vamos...
Greater Portugal = Portugal + Olivença + Galiza and the Eonavian Region + border villages that speak galaico-portuguese dialects + Cape Verde + St. Tomé and Principe + Cabinda + Timor
 

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teXou

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Re: Crise nas Honduras
« Responder #2 em: Junho 29, 2009, 10:21:36 pm »
Citação de: "cromwell"
Como já sabem, há crise nas Honduras.

O presidente foi deposto devido a ter pedido apenas um referendo para alargar o seu mandato.....

Coisa que o Chavez nunca fez.  :rir:
"Obviamente, demito-o".

H. Delgado 10/05/1958
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" Não Apaguem a Memória! "

http://maismemoria.org
 

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Ataru

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« Responder #3 em: Junho 29, 2009, 10:22:47 pm »
Daí o Chavez (e o resto do Mundo) apoiar o antigo Presidente e ser contra este golpe militar!
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cromwell

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« Responder #4 em: Junho 29, 2009, 10:23:23 pm »
Citação de: "Ataru"
Se a Guerra Plena acontecer mesmo então acho que a Venezuela vai esmagar as Honduras, a Venezuela terá sem dúvida o apoio de muitos paises na região, Bolívia, Equador, Cuba, Nicarágua... Este último pode ser importante para albergar as tropas venezuelanas de forma a poderem atacar as Honduras por Terra.

Só gostava de saber o é que o povo hondurenho pensa disto tudo? estará a favor dos militares ou do antigo Presidente?

Vamos lá ver se o antigo inimigo das Honduras, El Salvador também não aproveita para se vingar da famosa Guerra do Futebol...

A ver vamos...



Espero que o Grupo do Rio, que pôs fim à crise no ano passado nos Andes, se organize caso haja acções militares, para que assim se mantenha a paz.

Mas com a Venezuela a espicaçar, tudo é possível... :roll:
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André

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« Responder #5 em: Junho 30, 2009, 08:17:44 pm »
Pode um golpe de estado defender a democracia nas Honduras?


Manuel Zelaya estava de pijama quando, às cinco da manhã de domingo, foi perturbado pelo som de um disparo. As forças militares hondurenhas leais ao General Romeo Vásquez Velásquez - que Zelaya tinha demitido dias antes - entravam sem pedir licença pelo palácio presidencial em Tegucigalpa, capital das Honduras. Sem tempo para mais, Zelaya foi metido num avião com destino à vizinha Costa Rica. Deportado. "Isto foi um rapto brutal, sem justificação", vociferava ontem o deposto presidente hondurenho.

Para esse domingo, os planos do presidente eram bem diferentes. Era o dia em que os hondurenhos deveriam votar a possível mudança do texto constitucional, conferindo ao presidente a oportunidade de se recandidatar a um cargo cujo exercício está limitado a um só mandato de quatro anos. Contra a vontade do congresso, do Tribunal Constitucional, do Procurador-Geral, da Igreja Católica e de todos os ramos das forças armadas (que se demitiram perante o cenário de um referendo "ilegal"), Zelaya insistiu em levar os hondurenhos às urnas. Com um argumento que começa a fazer escola na América Latina: a constituição actual permite a reprodução da elite dominante no poder e mantém 70% da população das Honduras na pobreza.

Em vez de se mudar a constituição, os militares preferiram - com o apoio do Tribunal Constitucional e boa parte da classe política - mudar de presidente.

Um general hondurenho reformado explicou à CNN que o golpe evitou que Hugo Chávez governasse as Honduras por inerência. Horas depois de Zelaya ter sido expulso do país, os "golpistas" impuseram o recolher obrigatório e convidaram Roberto Micheletti para se sentar na cadeira do poder, depois de lida uma carta de abdicação alegadamente escrita pelo presidente deposto.

Antigo presidente do congresso, Micheletti foi recebido com aplausos e vivas às "Honduras! Honduras!" pelos membros do Congresso controlado pelo Partido Liberal, o mesmo de Zelaya. Aliás, decorria na câmara hondurenha uma investigação para averiguar se Manuel Zelaya teria ainda "capacidade mental" para governar o país.

Cowboy hondurenho Engenheiro civil de formação, Zelaya é dono de muitos hectares de terras e tem interesses no mercado madeireiro e na criação de gado. Homem de sucesso nos negócios, não abdica do chapéu de cowboy e do bigode farto. Eleito em 2006 pelo Partido Liberal, com uma margem muito curta, foi-se afastando progressivamente do seu eleitorado com derivas de esquerda.

O seu currículo como presidente também não ajudou: a economia hondurenha continua a produzir extraordinárias desigualdades na distribuição de recursos entre os 7,7 milhões de habitantes, colocando o país no pódio dos capitais mais pobres da América Central. Situação para a qual contribuiu uma balança comercial muito vulnerável e dependente da exportação de bananas, café e camarões.

A mudança de políticas ao nível doméstico foi tendo correspondência no plano externo. Zelaya alienou o seu aliado tradicional, Washington, para assinar a adesão das Honduras à Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba) e cair na esfera de influência da Venezuela.

Estas e outras razões - como o despacho presidencial a ordenar duas horas diárias de propaganda nos canais de rádio e televisão nacionais - foram cavando um fosso no partido. E no passado recente, Zelaya envolveu-se numa troca de mimos com Micheletti: "Não passa de um patético congressista de segunda classe que só chegou onde chegou por minha causa", disparou Zelaya.

A situação nas ruas hondurenhas continua calma. E Micheletti exibe credenciais democráticas: "Respeitamos toda a gente e só pedimos que nos respeitem a nós, para que este país siga em paz para eleições livres". Micheletti promete que só vai exercer o cargo de presidente até ao final do mandato de Zelaya, mas talvez nem chegue lá.

Chávez ameaça A comunidade internacional condena o mais grave golpe ocorrido nas últimas décadas na América Central e há quem, como Hugo Chávez, já tenha prometido derrubar Micheletti. Chávez fala em "golpe de estado" patrocinado pela CIA e forçou Barack Obama a distanciar-se. Não deixa de ser surpreendente que a diplomacia americana esteja alinhada com toda a esquerda sul-americana num movimento pro-Zelaya.

Este é o momento chave as lideranças políticas latinas avaliarem as verdadeiras intenções de Barack Obama para o Sul. "Esta é a oportunidade de ouro para cortar com o passado e mostrar que Obama está mesmo do lado da democracia mesmo que não goste do tipo [Zelaya]", aponta o antigo vice-presidente da Costa Rica, Kevin Casas-Zamora, à Reuters.

Qualquer passo em falso do presidente americano só servirá para dar gás aos revolucionários bolivarianos: "O compromisso dos Estados Unidos com a democracia é essencial para que Chávez não seja o centro das atenções", acrescenta Kevin Casas-Zamora.

Completamente centrado no Golfo Pérsico e no Afeganistão, os Estados Unidos negligenciaram a manutenção do seu "quintal" na América do Sul. Chávez - e também o Irão e a Rússia - aproveitaram a fraqueza estratégica americana para reforçar posições na região.

Mas o regresso de um golpe de estado clássico à América Central, também é um problema para Chávez. Mais concretamente, é um desafio ao chavismo na América Latina. Chávez é o arquitecto da Alba e porta-estandarte do anti americanismo. Na opinião de vários especialistas internacionais, o presidente venezuelano não pode deixar reverter o curso da revolução bolivariana e deixar que "as elites hondurenhas" voltem a ocupar o poder. Para Juan Carlos Hidalgo, especialista em temas latino-americanos do Cato Institute, estas ameaças do homem forte da Venezuela "denunciam o envolvimento externo naquilo que constitui claramente uma crise política interna das Honduras" em grande parte "deliberadamente provocada por Zelaya".

A situação das Honduras vem mais uma vez colocar no centro do debate a eficácia da política norte-americana. Todos os anos, Tegucigalpa recebe 200 milhões de dólares em ajudas ao desenvolvimento. Do ponto de vista militar, os Estados Unidos mantêm interesses estratégicos nas Honduras com uma base em Soto Cano, onde estão estacionados cerca de 600 militares. Foi daqui que, na década de 80, partiram as operações dos "Contras", movimento paramilitar apoiado financeira e militarmente por Washington no ataque ao regime "Sandinista" da Nicarágua.

A história de ingerência de Washington na agenda política interna sul americana não é esquecida. Num dos exemplos mais recentes, muitos no Sul pensam que a tentativa falhada de derrube de Hugo Chávez, em 2002, também teve a mão de Washington.

Ionline