Os 28 F16A/B MLU da FAP

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Charlie Jaguar

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Re: Os 30 F16A/B MLU da FAP
« Responder #3300 em: Abril 06, 2024, 09:54:58 am »
O destacamento belga fez praticamente 500h de voo em 4 meses tendo efdctuado 14 Alfa scrambles e 3 tango scrambles, ninguém acha estes valores estranhos lol.

De certeza que andou a fazer mais coisas do que isso senão dava quase umas 30h de voo para cada scramble  :mrgreen:.

Faltam ai coisas de certeza, como por exemplo voos CAP, exercicios militares na região em que possam ter participado, (são coisas diferentes de uma activação do scramble real ou de treino), ou até as horas de voo em transito do país para a Lituânia e regresso que não sei se entram, etc.

Normalmente os F-16 fazem 2h de voo por saida, mas vamos por 3h na loucura, 17 scrambles, dá uma valor de 51h de voo para os scrambles,

Como dá para ver nesta simples conta ainda sobram mais de 400h horas de voo que podem ser usadas em scrambles, 17 scrambles em 121 dias dá um scramble por 7 dias, por isso basta quem está a fazer os planos de voo se adaptar, se começarem a aparecer scrambles mais regulares tem que diminuir outros voos para compensar.

494h/3h = 164 scrambles possíveis em 121 dias de missão

Mesmo a fazer voos de 3h e a ter scrambles reais todos os dias ainda tinham horas de voo para isso tudo, tinham que ser dois scrambles diários, mais de um mês durante a missão para ultrapassar as horas estabelecidas.

Claro que sim, há voos CAP, exercícios, presenças, etc. O estranho, e volto a repetir, é haver a necessidade de nos últimos anos inscrever o teto limite de horas de voo, que como se pode ver é facilmente ultrapassável.

Em 2023, por exemplo, quando éramos "lead nation", o número de HV estipulado ainda foi menor, e com a particularidade de excluir o tempo de voo em trânsito:

Citar
(...) 1 - É autorizado o Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas a empregar e sustentar, como contributo nacional no âmbito da NATO Air Policing Mission, designadamente na Baltic Air Policing Mission - Lituânia, em 2023, com o empenhamento de 4 (quatro) aeronaves F-16M, um efetivo de até 85 (oitenta e cinco) militares, num total de até 320 (trezentas e vinte) horas de voo (excluindo trânsitos), por um período de até 4 (quatro) meses.

https://diariodarepublica.pt/dr/detalhe/portaria/153-2023-211234662
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Charlie Jaguar

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Lightning

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Re: Os 30 F16A/B MLU da FAP
« Responder #3301 em: Abril 06, 2024, 10:52:31 am »
Claro que sim, há voos CAP, exercícios, presenças, etc. O estranho, e volto a repetir, é haver a necessidade de nos últimos anos inscrever o teto limite de horas de voo, que como se pode ver é facilmente ultrapassável.

O limite de horas de voo é gestão, também existe um limite de horas anual definido para cada frota de aeronaves, que muitas vezes nem atingem, o limite de horas de voo para esta missão pode ser para impedir que alguma aeronave tenha que parar para alguma inspecção prolongada antes do regresso, por exemplo.

E o que eu quero salientar é que 400 e tal horas de voo são praticamente impossíveis de ultrapassar com scrambles reais, quase de certeza que nem vão fazer 50h de voo em scrambles reais, vão ter de andar a "inventar", patrulhas, participação em exercicios locais, etc, para chegar perto do limite das horas estipuladas.

Se for preciso fazer 3 ou 4x mais scrambles não há problema nenhum, faz-se é menos "das outras coisas".

Os Belgas atingiram as 490 e tal horas porque quiseram, foi gestão deles, se calhar tinham definido 500h para a missão e fizeram 490 e tal, porque como se pode ver nos scrambles reais apenas fizeram umas 50h então tinham muita margem para outras coisas.
« Última modificação: Abril 06, 2024, 10:59:57 am por Lightning »
 

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NVF

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Re: Os 30 F16A/B MLU da FAP
« Responder #3302 em: Abril 06, 2024, 11:56:47 am »
Normalmente os F-16 fazem 2h de voo por saida, mas vamos por 3h na loucura, 17 scrambles, dá uma valor de 51h de voo para os scrambles,

Vezes dois, não? E os voos de trânsito são umas 5 horas, logo aí são 40 horas, praticamente 10% das HV autorizadas.
« Última modificação: Abril 06, 2024, 12:00:07 pm por NVF »
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Re: Os 30 F16A/B MLU da FAP
« Responder #3303 em: Abril 06, 2024, 10:33:23 pm »
Normalmente os F-16 fazem 2h de voo por saida, mas vamos por 3h na loucura, 17 scrambles, dá uma valor de 51h de voo para os scrambles,

Vezes dois, não?

Não percebi.

Citar
E os voos de trânsito são umas 5 horas, logo aí são 40 horas, praticamente 10% das HV autorizadas.

Isso depende dessas horas contarem ou não.
 

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raphael

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Re: Os 30 F16A/B MLU da FAP
« Responder #3304 em: Abril 06, 2024, 11:10:38 pm »
O x2 é porque nos scramble os F-16 vão sempre aos pares como cá!

parece pouco, mas 480h ainda é um número bastante aceitável.

E com o KC (nas piscinas) nas rotações de pessoal deve permitir intervalos mais curtos para o pessoal por isso vai permitir a todos os pilotos da esquadra manterem as qualificações.

E não se esqueçam dos dukes que têm de ficar em Portugal a garantir o QRA também... o resto da Esquadra fica em Portugal e também têm horas a cumprir.

E depois a segunda coisa mais importante a seguir ao voo...a manutenção...

Não é só reabastecer e siga...a não ser que seja uma missão mais longa com reabastecimento aéreo...

cada hora de voo equivale a quantas horas de manutenção?

dizem os experts...por cada hora de voo 16h de manutenção...2h de voo por avião... 32h...

nem todas as saídas vão exigir o mesmo nível de manutenção...porém não vai ser pera doce...

Voar voar e manter...manter...manter...o pássaro apto a voar!



Um abraço
Raphael
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Re: Os 30 F16A/B MLU da FAP
« Responder #3305 em: Abril 07, 2024, 01:23:50 am »
Verdade, faltou-me a parte de voarem aos pares. Assim consomem o dobro das horas por scramble que eu tinha referido.
 

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Charlie Jaguar

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Re: Os 30 F16A/B MLU da FAP
« Responder #3306 em: Abril 10, 2024, 10:47:28 am »
Mesmo tendo sido da versão Block 15 OCU, já foi um grande salto face ao que tínhamos, e ainda por cima para um plataforma que, como vimos, apresentou um grande potencial de ser melhorado (potencial que ainda hoje não foi atingido já que podia receber o derradeiro upgrade para V).

Os nossos nunca poderão receber o "derradeiro" upgrade para V, pelo simples facto de serem Block 15. A aquisição dos Block 15OCU foi importantíssima para a FAP, mas como é habitual em Portugal a carteira e a falta de visão trazem sempre implicações na bagagem. No nosso caso, nunca entendi o racional de se adquirirem Block 15OCU, quando os Block 50/52 já se encontravam em produção há muito. Se se tivessem gasto mais uns milhões de contos, hoje os nossos F-16 podiam ser "derradeiros" Viper.

Podem receber sim. ;)

Os nossos F-16 são MLU, logo Block 20, e a partir daí as células já estão aptas a receber o pacote de modernização Viper.



Tal como os F-16C/D Block 40/42 e 50/52 só poderiam ser modernizados depois de passarem pelo CCIP (Common Configuration Implementation Program), também apelidado por vezes de "MLU dos C/D."

Em relação à escolha por Block 15 OCU novos, foi o que se pôde fazer face ao sempre miserável orçamento para a Defesa. Inicialmente os norte-americanos queriam-nos espetar com 20 F-16A/B Block 10 já com 3 mil HV em cima, equipados com o ainda algo problemático motor F100-PW-200, mas pagos por Washington na totalidade pela utilização das Lajes (56 milhões de contos). No entanto, e bem neste caso, o Fernando Nogueira, depois de informado por técnicos que se tinham deslocado aos EUA, disse ao Dick Cheney que preferíamos aeronaves de um bloco superior, com um motor novo, modificado para operações de Defesa Aérea e com a célula reforçada. O Cheney relutantemente acabou por concordar, e disse então que teríamos de pagar a diferença (a 25 anos, se não estou enganado), e assim escolheu-se a derradeira variante A/B, o Block 15 OCU. Ficou tudo em 80 milhões de contos, dos quais 26 saíram do nosso orçamento para a Defesa.

Não foi muito grave porque nessa altura já havia quase a certeza de que os nossos aparelhos mais tarde ou mais cedo passariam pelo MLU, para além de trazerem provisões para a utilização do AIM-120 AMRAAM (razão para a não aquisição do Sparrow). No entanto, não deixa de ser mais um claro reflexo do contínuo e crónico desinvestimento nas nossas capacidades defensivas, até pelo facto curioso de em Fort Worth as nossas células A/B terem sido construídas lado a lado com os mais recentes F-16C/D Block 50/52 destinados à U.S. Air Force e clientes estrangeiros.

Os 19 F-16 remanescentes do Peace Atlantis I comemoram este ano 3 décadas de serviço na FAP, e já passam 7 anos desde que se falou em modernizar a nossa frota para F-16V. Palavras para quê?  ::)

https://www.dn.pt/portugal/modernizar-f-16-custa-dez-vezes-menos-que-comprar-novos-cacas-6215894.html/
« Última modificação: Abril 10, 2024, 11:38:06 am por Charlie Jaguar »
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Re: Os 30 F16A/B MLU da FAP
« Responder #3308 em: Abril 10, 2024, 02:20:16 pm »
Podem receber o pacote  :mrgreen: mas nunca serão tão “derradeiros” como os Block 50/52, faltando-lhes os motores mais potentes bem como as alterações estruturais que lhes possibilitariam um emprego mais musculado. Mas como se trata de PT, onde se adquirem quatro bombas e menos de um míssil por célula, isso também não pesa muito.

Serão sempre Viper coxos, mas qualquer coisinha é melhor do que o cenário actual, se querem que os nossos F-16 aguentem, pelo menos, mais dez anos.
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Re: Os 30 F16A/B MLU da FAP
« Responder #3309 em: Abril 10, 2024, 04:19:36 pm »
Podem receber o pacote  :mrgreen: mas nunca serão tão “derradeiros” como os Block 50/52, faltando-lhes os motores mais potentes bem como as alterações estruturais que lhes possibilitariam um emprego mais musculado. Mas como se trata de PT, onde se adquirem quatro bombas e menos de um míssil por célula, isso também não pesa muito.

Serão sempre Viper coxos, mas qualquer coisinha é melhor do que o cenário actual, se querem que os nossos F-16 aguentem, pelo menos, mais dez anos.

Por acaso os Peace Atlantis I traziam já o Falcon UP e Falcon STAR, além de possuírem a célula reforçada estruturalmente do C/D Block 30, nomeadamente as asas e parte dorsal da fuselagem. É sobretudo nestas 19 aeronaves que se deveria apostar, que ainda possuem vários milhares de hora de voo disponíveis.

Os 500M€ avançados em 2017 para 30 aeronaves já denotavam que a modernização incidiria em pouca coisa, indo o maior destaque muito provavelmente para o SABR e talvez o Automatic Ground Collision Avoidance System (Auto GCAS). Portanto sim, nunca seriam "full Viper", nem tão pouco Block 72.

Se pensarmos que Taiwan gastou 500M€ apenas em sistemas IRST (pods) para os F-16V e vindouros F-16C/D Block 70, vemos quão pouco se continua a investir no reequipamento militar em Portugal.

« Última modificação: Abril 10, 2024, 04:21:10 pm por Charlie Jaguar »
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Re: Os 30 F16A/B MLU da FAP
« Responder #3310 em: Abril 10, 2024, 05:04:01 pm »
Já se falou aqui 500 vezes, upgrade aos 19 do PA I a começar ontem, e aquisição de um primeiro lote de 12 F-35 no início da década de 30. Mas a indecisão prolonga-se, e os nossos F-16 continuam a ser plataformas subaproveitadas, seja do ponto de vista de upgrades, seja de armamento e equipamento externo.
 
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Re: Os 30 F16A/B MLU da FAP
« Responder #3311 em: Abril 10, 2024, 07:13:20 pm »
Estão a esquecer-se que mais importante era gastar 200 milhões nos 10 tucanitos que davam cá um poder aéreo estrondoso. Com  misseis fantásticos e napalm
 

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CruzSilva

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Re: Os 30 F16A/B MLU da FAP
« Responder #3312 em: Abril 10, 2024, 07:41:17 pm »
Estão a esquecer-se que mais importante era gastar 200 milhões nos 10 tucanitos que davam cá um poder aéreo estrondoso. Com  misseis fantásticos e napalm
Brilhante!  :mrgreen:
"Homens fortes criam tempos fáceis e tempos fáceis criam homens fracos - homens fracos criam tempos difíceis e tempos difíceis criam homens fortes."
 

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Re: Os 30 F16A/B MLU da FAP
« Responder #3313 em: Abril 10, 2024, 07:53:55 pm »
Estão a esquecer-se que mais importante era gastar 200 milhões nos 10 tucanitos que davam cá um poder aéreo estrondoso. Com  misseis fantásticos e napalm
Brilhante!  :mrgreen:


Por falar em NAPALM...

Sugiro verem e ouvirem este vido do Billy Joel - "Goodnight Saigon"  ---- "We Will all Go Down Together".
É uma música (de que eu gosto muito) da Guerra do Vietnam.

Quanto a NAPALM:
parem no min. 03:30 e vejam o que está escrito no capacete do soldado.

Não há nada como o cheiro de NAPALM pela manhã.




 

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raphael

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Re: Os 30 F16A/B MLU da FAP
« Responder #3314 em: Abril 10, 2024, 09:48:39 pm »
devemos ter paióis a abarrotar disso e de muito outro armamento obsoleto...mas entretanto, atualmente isso não tem utilização prática,,,correto?

Acho que ninguém aqui sentiu o cheiro de napalm...era mau sinal...
Um abraço
Raphael
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