A concentração de forças russas, mais que uma resposta à concentração de forças ucranianas, que o nosso caro Lusitan nega, mas que até neste fórum foi noticia e que os próprios relatórios da missão de observadores confirmaram, foi um aviso à NATO para não ter ideias no caso de as coisas aquecerem.
Na realidade, a capacidade da NATO intervir na Ucrânia é baixa/nula. Conseguiria mobilizar num relativo curto espaço de tempo 4 BTG, completamente irrisório perante o que os russos concentraram nos três eixos de provável avanço, isto mesmo com o exercício da NATO atualmente a decorrer que, coincidência, coincidência, foi programado exactamente para a altura em que os ucranianos começaram armados em tolos.
Creio que a fase mais critica passou, que a pressão alemã, francesa e italiana, juntamente com o cair na realidade em Kiev que percebeu que os americanos estavam dispostos a chatear os russos até à ultima gota de sangue ucraniano e a dar apoio moral (you can do it go for the ruskyes) e com o sinal de Moscovo que aquela era uma linha vermelha que teria resposta militar russa fez com que toda a gente acalmasse.
O Nord Stream II está a poucas semanas de estar completo, os países do leste da Europa vão ter de começar a pagar a energia ao preço que todos os outros pagam e a influência americana ali, que tem trabalhado fortemente contra os interesses da UE no plano global vão perder força, nós aqui no Sul da Europa vamos ficar mais competitivos perante essa malta, até porque a nossa capacidade de renováveis é exponencialmente superior e, no novo arranjo geopolítico que está a atingir a sua fase de consolidação, Portugal tem uma posição e papel que, com politicas certas, o fará um ponto fulcral no desenvolvimento do eixo para o Atlântico Sul.