Saudações guerreiras
Lendo este tópico fico com a ideia que há aqui um pequeno equívoco quanto ao entendimento do argumento do Balbúrdio em relação ás “novas” fragatas, embora também julgue o facto das OHP, se alguma vez chegassem a Portugal, seria pior a emenda que o soneto! Todos nós já conhecemos os grandes defeitos que as OHP iriam trazer para o país. Assunto esse que tem sido diversas vezes abordado, e sempre que se proporciona lá vem á baila e com razão! No entanto, e á parte desses defeitos, o balbúrdio não deixa de ter razão.
A solução pelas KD era porque não nos restava alternativa entre um tipo de fragata (OHP), que mesmo obsoleta que esteja para os padrões actuais seria sempre muito melhor que as KD que em termos de necessidade real para um país que queira ter uma credibilidade mínima com uma força naval derivando do que já havia e não mais do mesmo como disse ou pouco melhor do que já temos!
Não está em causa a qualidade de uma VdG ou KD ou as sua jovialidade, dado que só serão boas - e uma melhor que a outra - para aquilo que foram desenhadas! O que está em causa é o conceito, ou neste caso, o que mais se aproxima de uma verdadeira fragata anti-aérea, face ao que já temos.
Daquilo que entendi até agora, uma OHP será sempre superior militarmente a uma KD, porque se aporxuimava mais do conceito “anti-aérea”. A questão é que pela sua idade e obsolescência de equipamento as tornaria numa opção de compra ainda mais irracional face a outros navios mais recentes e já equipados com sensores melhores, mas nunca por comparação com uma KD ou VdG com os equipamentos que possuem! É isso?
Acho também que foi preferível as KD ás OHP, mas na realidade não se vai alterar muito, face a uma necessidade que está bem além das que já nos são oferecidas pelas actuais VdG e pelas futuras KD, sendo elas muito semelhantes. Só se verá uma melhoria nas capacidades se houver uma modificação nos sensores principais face ao que temos ou melhor do que aquilo que vamos receber por comparação com os OHP, aproximando-as todasou se possivel ultrapassando as OHP.
Ou seja, uma atualização nas VdG ou KD em que se melhorem substancialmente os sensores principais de modo a terem uma configuração suficientemente credível de acordo com os actuais padrões. Só assim, creio, é que se poderá já fazer uma comparação justa e qualitativamente superior para as VdG ou KD em relação as OHP.
O argumento “capacidade” não tem necessariamente que ver com o argumento “economia”! Viu-se isso quando os camones passaram das OHP para navios com maior capacidade! Aliás nem é a isso que importa aos militares, embora neste país (Portugal) se esteja sempre condicionado ou não por força das circunstâncias desse ou de outros argumentos, enfim!
Neste caso tem porque não se quer ir mais longe nas capacidades reais baseando uma decisão, não é função das reais necessidades do país com uma melhoria a olhos vistos, como foi o adquirir das VdG na altura, mas sim em função daquilo que se quer acreditar ou fazer acreditar – o argumento (medíocre, mentiroso e vergonhosamente demagógico, que é o) económico!
Na altura que se adquiriram as VdG ouvi n vezes o argumento económico, mas sempre pela perspectiva que nunca deve ser vista, ou seja, que eram caras de suportar! Tem lógica sim senhor. Mas as suas capacidades também são manifestamente superiores a qualquer outra classe de fragatas que (ainda) possuímos e ao que parece ninguém contesta isso!
Na altura o país não era mais rico do que hoje e que eu saiba as dificuldades, em proporção, eram então maiores que as de hoje! Então o que difere? Qual será o justo e honesto argumento político para que não se aposte a sério naquilo em que se tem que apostar? O défice? Aposto que sim, mas só se for o de inteligência!
Na minha prespectiva, numa fase crítica em que se reconhece dificuldades financeiras, só se poderia entender tudo o que se está a passar se houvesse uma clara opção política em apostar a sério em, pelo menos, num dos 3 ramos que constituem as FA’s portuguesas. O problema é que nem carne nem peixe, e aí a culpa é que já não morre somente com os políticos.
O que é certo é que as coisas não vão mudar e o que for alterado, meus senhores - nem que estivesse o PSD no governo -, as coisas só tenderiam a piorar. Aliás, volto atrás. Com o PSD só diferia numa coisa: a coisa ficava mais barata, ou seja, deixava-se de se optar pelo rent a ship com as F-100, porque de resto era tudo a mesma coisa! Amarfanhavam-se os subs e o navio polivalente era transformado num investimento imobiliário. Que mais poderia ser!
Não pensem que lá por este governo adquirir isto ou aquilo tem que ser olhado como corajoso, não! Em primeiro: eles estão lá para servir o país. Segundo: façam o que fizerem não estão a fazer favor nenhum a ninguém. Estão a cumprir com o dever.
Só se poderá aplaudir no dia em que se governe de acordo com os interesses de Portugal. Já nem falo em planos, mas ao menos que utilizem os recursos que temos numa lógica de desenvolvimento qualitativo e não numa lógica de poder, como se parece desenhar.
Cumprimentos