Bons dias caros Spectral (Boas Férias) e JNSA
Eu também sou da opinião que os EUA tem um poderio militar imenso, o melhor do mundo, nem poderia pensar de outra maneira.
Mas (e há sempre um mas) estou longe de pensar que um embate com a China seria um «passeio no parque»... muito pelo contrário.
Ora vamos lá ver algumas coisas.
É justamente junto ao litoral que a China tem concentrado o seu potencial militar, o que também é uma vantagem para eles.
Para as task-forces de porta-aviões se «chegarem» precisariam de garantir a supremacia no mar, o que tb me parece difícil, sobretudo com a marinha chinesa, com submarinos nucleares capazes, a navios como os da Classe Sovremny, com os temíveis mísseis Sunburn (código Nato), que são mísseis que voam a altitudes médias, mas que têm uma velocidade abissal e cujos americanos reconhecem não ter capacidade para os «barrar»...
Em relação aos Tomahawk, vamos exercitar a nossa imaginação, a meu ver o uso de Tomahawk levanta uma questão importante, que é - são mísseis capazes de transportar ogivas nucleares, o que por sua vez levaria os chineses a reagir de uma maneira não convencional, como poderão saber que transportam ogivas convencionais? a juntar ao facto que os chineses são de facto arrogantes no tocante a diplomacia/política - o que tb já li algures ser a sua cultura.
Ora será que os EUA correriam esse risco? Parece-me que não.
Depois veremos, que eficiência teria um B-1 a lançar mísseis de cruzeiro a 300 quilómetros para lá da fronteira, ou no mar, já viram um Tomahawk a voar? Não se destaca certamente pela velocidade.
Por outro lado, voa baixo - a sua vantagem - mas é precisamente aí que os chineses têm concentrada a sua AAA.
Depois, os reabastecedores voariam com escoltas - detectáveis e por isso interceptáveis - ficando os F22, os F117 e o B2 com o grosso das operações. Também sabemos que o seu número não é elevado e a perda de um deles custaria mais aos EUA que um J-7 aos chineses.
E agora entra aqui a questão principal, razão pela qual acho que nunca eliminariam totalmente a ameaça aérea, é que como se disse eles (americanos) não conseguiriam garantir operações aéreas no interior da China.
É precisamente aí que se daria (a suposta) reviravolta. Os chineses têm fabrico próprio e um poder industrial imenso, bem capaz de passar fábricas de armamento para essa zonas remotas (já para não falar em novas bases...)
Tal como os Russos o fizeram para a Sibéria na 2 GM. Também eles tinham um Força Aérea obsoleta na sua maioria. E todos sabemos como a história nos dá lições, assim como a soberba.
Ora isso leva-nos ao ponto da desmistificação. Apesar de ser em moldes diferentes, alguém me diz quantos caças colocaram os americanos no ar - para guardar o espaço aéreo - logo após os ataques do 11/9?
Parece-me que foram 2 F-16 na hora seguinte e apenas um deles estava armado (corrijam-me se estiver errado - mas dentro do tempo referido), na inteira costa leste, onde há centenas de bases aéreas!!!!
E mesmo os americanos têm limitações no tocante a abastecimentos e manutenção, nem tudo funciona bem atenção! Nem eles são os maiores e nem os chineses são parvos.
Veremos outras considerações. Em caso deste cenário altamente hipotético, os russos não enjeitariam uma hipótese destas (quase fortuita) de voltarem à mó de cima na liderança mundial, enfraquecendo os EUA, com apoio à China. E o que viria de cima?
Ajuda militar e matérias primas como o Petróleo (calcanhar de aquiles da China).
Resumindo, os americanos não ganhariam a supremacia no mar (pelo menos no primeiro ano do conflito) e certamente não o fariam no Ar (muito menos em duas semanas como foi avançado), sem hipótese alguma de o fazer por Terra, e aqui nem preciso de dizer porquê...
Acho, sinceramente, que a China não sendo uma ameaça a nível mundial para os EUA, não está já (actualmente) «ao alcance» dos americanos.
Isto é claro ao nível convencinal.
Uma última consideração. A História prova que todos os impérios e nações têm o seu declínio e que os conflitos militares não estão resolvidos à partida, e sobretudo que os conflitos trazem novidades, de métodos, de armamantos, etc...
Lembro as vitórias militares dos Judeus no Médio-Oriente, que combateram (em alguns conflitos) com material obsoleto e em menos número...
Cumprimentos