Ia falar precisamente dos Merlin AEW. No nosso caso, talvez até fosse uma aquisição interessante se algum dia tivéssemos um LPD/LHD.
O helicóptero cabe claro, mas pergunto se a nível de doutrina têm lógica. É que o costume é ver os aparelhos AEW em conjunto com caças. Os LPD/LHD costumam ser navios dedicados a projecção de poder para terra, não ao controlo do ar/mar.
Mas com o aparecimento de navios híbridos, porta-avioes ligeiro e LHD, como o Juan Carlos isso já é possível.
E a utilização sem caças têm lógica? Os Mistral? O Ocean? Os Galicia? Alguma vez usaram? Os Holandeses acho que não possuem nada do género. Um heli destes em coordenação com os navios escolta?
Pensar fora da caixa pode trazer soluções improváveis.
Os Holandeses chegaram a fazer combate à pirataria da Somália com um LPD como navio-mãe às lanchas CB90 Suecas a bordo.
Eu veria um Merlin AEW como um meio de garantir um certo grau de detecção sem uso dos sensores dos navios. Mais concretamente para as ameaças recorrentes a uma força naval, como os mísseis anti-navio cada vez mais rápidos e difíceis de detectar. Muitos países não optam por isso, lá terão as suas razões, se calhar muitos preferem depender dos sensores mais poderosos dos navios. Nós, por outro lado, não temos nada, nem radares modernos nos navios, nem meios aéreos com capacidade AEW. Olhómetro e radares dos anos 80 ou civis, chegam.
Quanto à necessidade de caças para dar sentido à capacidade AEW, não é bem assim, apesar de a doutrina geral ser essa. Ao teres um avião AEW no ar, permite que possíveis ameaças sejam detectadas antecipadamente, para que os navios de escolta possam reagir a tempo e de acordo com a ameaça. O tempo de resposta neste caso deve ser bem superior do que, do que esperar que um míssil supersónico entre no alcance dos sensores do navio por exemplo.
Quanto aos CB-90, a Damen tem um conceito, o Crossover 131/139, e a sua doca alagável pode transportar precisamente os CB-90 e RHIBs para a função de combate à pirataria. A diferença face a um LPD convencional, é que estes Crossover são fragatas com doca.
NVF, sejamos francos, com um inimigo minimamente sofisticado, com ou sem o P-3 a servir de Early Warning, a MP no estado actual não tinha salvação. Mesmo com as BD com ESSM Block 2, qualquer míssil anti-navio com alcance de 50km pode ser uma ameaça. Neste caso o P-3 ou avião AEW, não faziam nada, estes só seriam úteis se houvesse capacidade de combate digna desse nome, nomeadamente AAW.