Embora não o seja em idade cronológica, sou membro novo deste Fórum.
Também é verdade que não tenho seguido de perto todas as contribuições acerca dos principais assuntos que mais interessam a Marinha de Guerra portuguesa. O meu conhecimento das questões técnicas é limitado, até porque a minha ligação ao mar e aos barcos é apenas afectiva, por ter nascido e vivido sempre junto ao mar, não ter conseguido fazer a vida dos sonhos da minha infância e, hoje, não ser mais do que um professor de Língua Portuguesa, a melhor maneira que encontrei para exprimir na vida o meu patriotismo.
Quando escrevo neste Fórum, procuro chamar um pouco a atenção dos foristas que "sabem da poda", em parte para tentar aprender também com eles. Por outro lado, já encontrei aqui textos muito bons, tanto no sentido técnico como no aspecto da expressão humana dos seus autores. E sinto-me muitas vezes reconfortado por me identificar com tais portugueses, que admiro.
Só não gosto de ler determinados comentários, que têm mais de política do que de navios de guerra. Compreendo que haja um sentimento de impotência e conformismo, quando verificamos a indiferença de tantos dos nossos políticos, acerca das questões navais que dizem respeito à Nação portuguesa, por razões do presente como por aquelas, históricas, que precisamente deram ao nosso País a grandeza que tem no cenário mundial. Por outro lado, não aceito que alguém se sirva destas questões para fazer comentários reaccionários e, assim, introduzir uma nota que não cabe aqui.
Se isto é um Fórum, tal significa que é um sítio onde se entrecruzam opiniões várias, nenhuma delas 100% autêntica, mas que, pela aproximação tendencial, acabam por chegar a um certo consenso de razoabilidade. Todas guiadas pela vontade de se conseguir sugerir o projecto de uma boa Armada, mas nenhuma totalmente verdadeira...
Assim, tendo começado num estádio de quase completa ignorância, fui, pouco a pouco, aprendendo e informando-me, até chegar ao ponto a que cheguei hoje. E também não creio que as minhas ideias sejam as únicas adequadas.
É claro que vai uma grande distância, desde aquilo que gostaríamos que fosse a nossa Armada até ao que é sensatamente possível ambicionar...
Apenas sublinho um aspecto: não me agrada que andemos, no mercado de segunda mão, a pedir proddutos baratinhos... Entre as fragatas OHP da sucata americana e as Karel Doorman, que acabámos por comprar, prefiro mil vezes estas últimas. Mas, quando falamos de capacidade de defesa aérea de área, que acho que devemos ter, não pensaria em mercado de segunda.
Foi aqui que senti vir ao meu encontro as opiniões do forista MIGBAR2.
Como ele, julgo que deveremos projectar, para a nossa Marinha de Guerra, duas fragatas anti-aéreas de média dimensão, como, por exemplo, as MEKO A-200, que andam aí pelas 3.800 tons. e sem arroubos de pensar em navios de 6.000 tons.. (Embora os preços daqueles dinamarqueses me façam hesitar...)
Em suporte do que digo, acrescento que, deste modo, ganharíamos uma posição privilegiada junto dos estaleiros alemães, que talvez nos pudessem então facilitar uma futura encomenda (quem sabe a construir cá) de três MEKO-D (3.500 tons.), para, dentro de dez anos, substituir as nossas actuais VdG. Não se esqueça que a opção tomada pelas BD vai fazer com que a totalidade das nossas fragatas oceânicas atinjam a obsolescência em simultâneo, na mesma altura.
E então, de novo, se vai colocar o problema das verbas, mas de forma muito pior!...
E aí, "aqui del-rei"!!!