Sea Harriers Ingleses "Whacked" F16 Portugueses

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Miguel

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« Responder #15 em: Março 07, 2006, 09:46:02 pm »
Citação de: "luis filipe silva"
Miguel.

pergunte aos argentinos se é assim como diz.


Oh amigo, os Argentinos estavam equipados com Etendards e A4 Skyhawk

O F16 é a melhor maquina de combate na actualidade.

A culpa não é do material, porque era MLUs. Portanto devemos procurar outras causas.
 

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PereiraMarques

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« Responder #16 em: Março 07, 2006, 10:09:53 pm »
Mirage III argentinos contra Sea-Harrier britânicos
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Como prometido aqui vai uma pequena análise do primeiro combate aéreo com baixas nos céus frios do Atlântico Sul, quando os Mirages III argentinos encontraram os Sea Harriers britânicos na tarde do dia 1 de Maio de 1982. Como é que dois Mirages supersónicos foram abatidos por dois Sea Harriers subsónicos? É uma história que vale a pena recordar dividindo a análise por 5 itens.

Desempenho

Embora os Mirages fossem muito mais rápidos que os Sea Harrier, a verdade é que essa vantagem era apenas significativa a grandes altitudes (10 500 metros) e não em altitudes mais baixas, onde o combate foi travado. Nos primeiros encontros entre Mirages e Sea Harriers que ocorreram naquele dia, os Mirages mantiveram-se a grande altitude, a ver se pegavam aí os Harriers, mas estes não subiram para os interceptar e nada de especial aconteceu. Mas quando o encontro foi entre os Harrier de Paul Barton e Steve Thomas e os Mirages de Garcia e Perona, a situação mudou e os Mirages desceram para os 3300-3400 metros, onde tinham os Harriers à espera. A esta altitude, os Mirages ficaram limitados no seu desempenho. Além disso, devido à viagem de ida e volta às Malvinas, tinham que levar consigo tanques de 1700 litros de combustível sob as asas cujo arrasto diminuía ainda mais o desempenho dos Mirages a baixa altitude e os impedia de desenvolver velocidades supersónicas. Os Harrier também levavam tanques de 455 litros, que limitavam a sua velocidade máxima e capacidade de manobra, mas como eram aparelhos subsónicos não sofriam tanto com esse tipo de limitação como os Mirage. Além disso, o Harrier tinha uma alta relação de empuxo/peso devido à sua capacidade de deslocar verticalmente, o que tornava mais ágil que o Mirage. Podia também usar o VIFFing (Vectoring in Foward Flight) que lhe permitia vectorizar o voo para a frente. No entanto, este sistema não foi usado pelos Harrier.

Armamento

O armamento dos Harrier era dois canhões de 30 mm e dois AIM-9L. Os Mirages também tinham dois canhões de 30 mm e dois Matra R.550, além de um Matra R.530 de médio alcance sob a linha central da fuselagem. Naquele dia, os pilotos argentinos já tinham usado o R.530 contra dois Harriers, mas sem sucesso, pois tentavam apanhar os Harrier à distância. O mesmo aconteceu neste confronto em que os dois Mirage tentaram apanhar o avião de Thomas (que os abordava pela frente) disparando os seus R.530, que passaram ao lado do Harrier sem grandes consequências. No entanto, o AIM-9L era um míssil superior em relação a qualquer um dos Matra. Podia ser disparado em qualquer posição de ataque e tinha uma taxa de acerto muito superior (70% no caso da guerra das Malvinas). Embora tenha sido usado com o avião atacante localizado na parte de trás do aparelho-alvo, a verdade é que teve sucesso e conseguiu abater um dos Mirages e causar sérios danos ao outro.

Treinamento

Talvez o factor chave neste confronto e noutros que se seguiram. Os pilotos britânicos tinham obviamente um treinamento superior ao dos argentinos, o que lhes permitia tirar um melhor rendimento dos seus aviões. Neste confronto, o primeiro erro começa logo no tipo de formação que os argentinos apresentavam. Os Mirages viajavam praticamente colados um ao outro, num tipo de formação que não lhes trazia qualquer tipo de vantagem táctica e que os impossibilitava de exercer uma vigilância em redor da formação. O líder da dupla (o nº 1) era o capitão Garcia Cuerva e o nº 2 era o tenente Carlos Perona, um piloto inexperiente, totalmente dependente do seu líder. Os britânicos usavam um tipo de formação defensiva em que cada um dos aviões voava a 1,5 km do outro permitindo uma cobertura da chamada “zona cega” (atrás e debaixo do avião) do companheiro. Quando detectaram os argentinos naquele tipo de formação, os britânicos pensaram que os dois Mirages estavam a coordenar um ataque combinado com dois outros caças para num movimento em pinça atacarem os Harrier pelos quadrantes laterais. Mas quando perceberam que não era nada disso que estava em jogo concluíram que os argentinos não sabiam mesmo o que estavam a fazer. Portanto, os pilotos argentinos apesar de corajosos não tinham o treinamento nem a experiência dos britânicos habituados a padrões NATO e, por isso, muito melhores em manobras de combate.

Apoio externo

Os britânicos tinham para as suas intercepções a ajuda dos navios da força-tarefa capazes de os guiar até aos seus alvos. Os argentinos operavam longe da base e contavam apenas com os aviónicos dos seus aviões, que eram inferiores aos dos britânicos. Neste combate, os Harrier foram guiados pelo HMS Glamorgan, que os avisou da presença dos Mirage. Thomas foi o primeiro a detectá-los pelo radar dos Harrier e deu as coordenadas a Barton para começar a intercepção.


Consciência Situacional (SA)

Os aviónicos, a falta de apoio externo e o treinamento dos pilotos argentinos foram factores importantes na SA deste combate e de outros que se seguiram. Os dois pilotos argentinos apenas se aperceberam do Harrier de Thomas que se dirigia para eles. Enquanto isso Barton acelerava pela direita para se colocar atrás dos aviões inimigos, deixando Thomas ir ao encontro dos alvos. Depois do desvio à direita, Barton vira à esquerda para ficar atrás dos Mirage e enquanto fazia a curva para os apanhar apercebe-se que o nº 2 podia ser atingido e dispara os canhões, mas sem grande resultado. No entanto, os dois Mirages continuaram em direcção a Thomas sem se aperceberem de nada. Só quando Perona foi atingido pelo Sidewinder lançado pelo Harrier de Barton, é que os dois pilotos argentinos se aperceberam que tinham alguém atrás deles. Só aí é que Garcia percebeu a gravidade da situação e tentou fugir para as nuvens para evitar os Harrier. Mas Thomas foi atrás dele e antes que ele sumisse nas nuvens lançou-lhe um Sidewinder, que deve ter explodido muito perto do Mirage causando-lhe sérios danos. Com o avião danificado e a perder combustível, Garcia tentou aterrar em Port Stanley. Depois de passar sobre a cidade ejectou os tanques para tentar aliviar o peso do Mirage, mas os artilheiros antiaéreos pensaram que os tanques eram bombas inimigas e abateram o Mirage matando Cuerva.

E foi assim que os Sea Harrier começaram a impor o seu domínio nos céus do Atlântico.

Fonte: http://para-quedas.blogspot.com/2005_05 ... chive.html
 

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papatango

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« Responder #17 em: Março 07, 2006, 10:43:32 pm »
Não conhecemos todos os detalhes do ocorrido, pelo que é sempre necessário alguma reserva relativamente a estas questões.

Por exemplo:

Os americanos estão sempre a levar porrada de toda a gente nos seus "Dogfights" porque em grande medida, não divulgam as tácticas que normalmente utilizariam para combate BVR.

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Or, as one pilot put it, "We whacked Them"

A impressão de um piloto britânico, a bordo de um porta-aviões que vai deixar de ter aviões, e pilotando um avião que vai deixar de estar operacional por causa dos gastos, é interessante, mas não a podemos considerar isolada.

Para mim isto trata-se de propaganda daqueles que ainda acreditam que se pode impedir a marinha britânica de abandonar os Harrier, deixando a França a Espanha e a Italia como os unicos países com porta-aviões na Europa.

Eu não me admirava nada que nós tivessemos feito um jeitinho à Royal Navy, para tentar ajuda-los a explicar a necessidade de manter os Harrier a voar. :mrgreen:

Cumprimentos
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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Spectral

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« Responder #18 em: Março 07, 2006, 11:15:38 pm »
Epa, não acham que estão a "over-reacting" um bocado ?

Exercícios há em todas as alturas, umas vezes perde-se outras ganha-se, e sem se saber mais informações não vale a pena tar aqui a atirar bocas.


Já agora, o radar Blue Vixen do Sea Harrier é superior ao APG-66(v-não-sei-quantas) do F-16MLU.



PS: Não deixa de ser uma notícia muito interessante e muito obrigado ao paraquedista por pô-la aqui.
I hope that you accept Nature as It is - absurd.

R.P. Feynman
 

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Marauder

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« Responder #19 em: Março 07, 2006, 11:23:41 pm »
Se formos a ver pelas horas de treino...acho que levamos uma cabazada maior....

    Na Guerra do Vietname, os Mig-15 demonstraram ser superiores aos Sabre (em algumas vertentes), mas devido à grande desproporcionalidade relativamente ao treino, os americanos tb whacked them pretty good....

  Sem falar de algumas componentes técnicas, como o Spectral referiu..o caso do radar..
 

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papatango

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« Responder #20 em: Março 07, 2006, 11:53:36 pm »
De facto em termos de alcance, o radar Blue-Vixen tem um alcance superior ao alcance dos AN/APG 66(V), mas, pelo menos em  em teoria a diferença não é assim tão significativa porque o AN/APG-66(V)2a tem um alcance máximo quase idêntico. O radar do Harrier terá no papel um alcance 5% superior para alvos de grande reflexão. Para alvos de tamanho mais pequeno, como caças a diferênça é nenhuma. O F-16MLU deverá detectar um Harrier a 90Km de distância e o Harrier idem.

Além disto, o Sea-Harrier consegue apenas monitorizar quatro alvos, contra dez no caso do F-16MLU, embora o Harrier possa disparar contra quatro ao mesmo tempo, contra seis do F-16MLU.

Provavelmente a maior capacidade do Blue-Vixen será a superioridade deste radar quando se trata de ataque ao solo (ou a navios).

Mas podem-se obter vantagens tácticas aproveitando o conhecimento do inimigo. Há várias formas de enganar um F-16, se esse for o objectivo.

Também há formas de enganar os Harrier utilizando as capacidades de datalink dos F-16 junto com os seus radares, mas isso implica a necessidade de utilização de dois ou mais aviões.

Sem termos conhecimento exacto do que aconteceu fica quase impossível concluir alguma coisa.

Cumprimentos
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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luis filipe silva

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« Responder #21 em: Março 08, 2006, 12:28:42 am »
Marauder esvreveu

Citar
Na Guerra do Vietname, os Mig-15 demonstraram ser superiores aos Sabre (em algumas vertentes), mas devido à grande desproporcionalidade relativamente ao treino, os americanos tb whacked them pretty good....


Mig 15? F 86?
Não terá sido na Coreia?
-----------------------------
saudações:
Luis Filipe Silva
 

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Leonidas

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« Responder #22 em: Março 08, 2006, 01:51:49 am »
Saudações guerreiras.

Bem, eu não gosto de ser desmancha prazeres e nunca fui piloto. Também não sei até que ponto é que isto que escrevo é assim tão linear, mas, caso seja verdade, não me admira nada que tudo se tenha passado assim. Penso que devemos fazer uma comparação que penso correta, ou seja, os ingleses há séculos que têm mísseis BVR (Beyond Visual Range – fora do alcance visual (humano)). Nós ´tugas só os temos há meses, possivelmente. Logo por aí, muito provavelmente não há como dar a volta a décadas de experiência (inclusive com diversos tipos de mísseis BVR e também com as mais variadas aeronaves), contra uma força aérea que, por muito empenho e profissionalismo de todos os seus pilotos de F-16 tugas, têm só uma percentagem experimental ínfima. Estas coisas não se obtêm por muito boa vontade e intencionalidade.  

Mesmo admitindo que Portugal opere, desde há dois anos, essa arma, não sei se se pode admitir, sequer, se estavam em condições mínimas aceitáveis para o rendez-vous. Eu digo isto porque, só para se pilotar um F-16 em condições, no mínimo, são precisos mais de uma década aos comandos do “bicho” (ouvi 13 anos), mas, enfim, posso estar enganado. Há que ver também a questão do treino, o que é que fazem mesmo. Considerando o treino especifico BVR, contra que tipo de aeronaves e outros pormenores importantes que escapam a todos aqueles que não são pilotos e que no mínimo só têm que se contentar a vê-los passar, como eu, bolas.  :cry:  Rico consolo…  :twisted:

Também é de admitir que possa ser mesmo uma grande gabarolice daqueles snobs.

Cumprimentos
 

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Shar[K]

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« Responder #23 em: Março 08, 2006, 09:17:14 am »
Claro que "esmagamos os gajos" é gabarolice no entanto não me admira que seja verdade e assim sendo é gravissimo!

Temos uma FA com poucos recursos, logo o melhor é apostar na qualidade quer do equipamento quer do pessoal. Agora claro que tambem existe a hipotese dos pilotos dos harrier serem de "elite" no entanto penso que é necessario ter atenção extrema a este tipo de situações... quer dizer não tarda temos ai 40F-16 MLU ou 20 F-16A/B e 20 MLU e não temos um conjunto de pilotos aptos e experientes...

Volto a dizer pode ser gabarolice, mas sendo verdade é necessario analisar a sitação e tomar medidas para que NUNCA se repita. Uma coisa é um piloto ser "abatido" outra coisa é serem esmagados :shock:
 

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Pedro Monteiro

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« Responder #24 em: Março 08, 2006, 10:21:05 am »
Citação de: "Shar[K
"]
Volto a dizer pode ser gabarolice, mas sendo verdade é necessario analisar a sitação e tomar medidas para que NUNCA se repita. Uma coisa é um piloto ser "abatido" outra coisa é serem esmagados :roll: Não será uma vitória para a RN sobre a FAP com perdas aceitáveis? Sem a versão da 201 (se fosse mentira, iria a 201 desmentir?), nem detalhes, não acho que possamos pedir que rolem cabeças...
Cumprimentos,
Pedro Monteiro
 

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Johnnie

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« Responder #25 em: Março 08, 2006, 11:18:54 am »
Possivemente nem se tratou de dogfights, mas sim de uma simulação de um ataque á frota me que os nossos vipers seriam a força atacante...e nesse caso salvando-se esta para eles já é uma vitória e diga-se...Não temos equipamento adequado para meter a pique uma força tarefa...Não é com Mavericks que o faremos...para isso precisavamos de integrar os Harpoons nos MLU ou o noruegues Pinguim.
«When everything is coming your way... You are in the wrong lane!!!!"
 

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papatango

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« Responder #26 em: Março 08, 2006, 11:37:32 am »
Bom, "dogfight" não deve ter sido, no caso de os Harrier terem utilizado armamento BVR, poderia tratar-se apenas de um recontro fora do alcance visual e mais nada.

Os Harrier podem ter vantagem de serem mais manobraveis num "dogfight" ou seja num combate dentro do alcance visual.

Para mim, trata-se evidentemente de um ataque de gabarolice de ingleses que vão ficar desempregados dentro de meses, exactamente porque estes Harrier vão ser desactivados.

Cumprimentos
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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Miguel

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« Responder #27 em: Março 08, 2006, 11:48:26 am »
Seria possível ter a versão da FAP :?:
 

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Pedro Monteiro

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« Responder #28 em: Março 08, 2006, 01:23:44 pm »
Citação de: "Miguel"
Seria possível ter a versão da FAP :?:


Com estas RP (cuja resposta a perguntas muito mais simples é lenta e, por vezes, inexistentes) dúvido muito.
Cumprimentos,
Pedro Monteiro
 

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MERLIN

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« Responder #29 em: Março 08, 2006, 01:26:57 pm »
Miguel, o F16 é a melhor maquina de combate da actualidade?!? :twisted:  :wink:
"Se serviste a patria e ela te foi ingrata, tu fizestes o que devias, ela o que costuma"
Padrea Antonio Vieira