Primavera Brasileira?

  • 13 Respostas
  • 4199 Visualizações
*

P44

  • Investigador
  • *****
  • 18187
  • Recebeu: 5488 vez(es)
  • Enviou: 5851 vez(es)
  • +7123/-9508
Primavera Brasileira?
« em: Junho 21, 2013, 08:46:53 am »
Brasil (atualizada)
Manifestantes tentam invadir e danificam o Itamaraty

por Lusa, publicado por Luís Manuel Cabral Hoje


Grupo de manifestantes junto ao Palácio do Itamaraty Fotografia © Gustavo Froner - Reuters

Um grupo de manifestantes tentou invadir o Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, e foram reprimidos pela polícia que utilizou bombas de gás para dispersá-los, segundo imagens da televisão local.

O edifício, projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, é um dos mais importantes da capital brasileira.

No Rio de Janeiro, 22 pessoas deram entradas no Hospital Souza Aguiar com sintomas de ferimentos provocados por balas de borracha e pedras, segundo informações da emissora de televisão "Globo".

Manifestantes lançaram uma bomba no acesso ao Hospital onde os feridos estavam a ser atendidos, gerando um foco de incêndio. O fogo foi controlado pelos bombeiros.

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, António Patriota, afirmou hoje que os danos ao edifício do Itamaraty foram "consideráveis" e condenou os atos de vandalismo ocorridos durante a manifestação desta quinta-feira na capital brasileira.

"Fiquei muito indignado com o que ocorreu, o prédio é um património da nação brasileira, que representa a busca do entendimento pelo diálogo com base no direito, foi um ato de vandalismo que não pode se repetir", afirmou o ministro em entrevista à emissora de rádio "CBN".

Durante a manifestação, que reuniu cerca de 30 mil pessoas em Brasília na quinta-feira à noite (madrugada de sexta-feira em Lisboa), uma parte dos manifestantes tentou invadir o Palácio do Itamaraty enquanto outros atiraram pedras contra o edifício, considerado uma das grandes obras da arquitetura moderna.

De acordo com o ministro, havia um número reduzido de funcionários dentro do prédio no momento do conflito, mas ninguém ficou ferido. Já os danos materiais foram importantes, com vidros partidos e buracos, "provavelmente provocados por algum tipo de bala".

"Conclamaria a todos os manifestantes que observassem a calma e que respeitassem o património da nação brasileira. Saudamos as manifestações pacíficas, mas quando se trata de distribuição do património já são ações que precisam ser condenadas", reforçou.

Os protestos começaram no início de junho em São Paulo, exclusivamente contra a subida das tarifas dos transportes públicos, mas estenderam-se a outras cidades no Brasil e de outros países.

A repressão policial às manifestações motivou outras pessoas a protestarem pela paz e pelo direito de manifestação, bem como outras queixas, entre quais corrupção e a falta de transparência.

Em particular, as manifestações criticam os elevados gastos com a organização de eventos desportivos como o Mundial2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, em detrimento de outras áreas como a saúde e na educação.

http://www.dn.pt/inicio/globo/interior. ... LP&page=-1

--------


Presidente do Brasil convoca ministro da Justiça para avaliar protestos

Lusa 21 Jun, 2013, 07:14 / atualizado em 21 Jun, 2013, 07:14

A Presidente do Brasil, Dilma Rousseff, marcou uma reunião de emergência com o ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, após mais uma noite de protestos que reuniu cerca de um milhão de pessoas em todo o país.

O encontro consta na agenda oficial de Dilma Rousseff, divulgada no final da noite de quinta-feira (madrugada de sexta-feira em Lisboa) pela assessoria da Presidência da República.

A líder brasileira já havia cancelado esta quinta-feira a viagem oficial de uma semana que faria ao Japão, a partir do próximo domingo. A justificativa, de acordo com seus assessores, era de que Dilma Rousseff preferiu não deixar o país nesse momento.

De acordo com a imprensa brasileira, outros ministros também foram convocados para a reunião, na qual a líder brasileira deverá avaliar a proporção e o alcance dos atos que terminaram com episódios de vandalismo e violência em algumas cidades, incluindo Brasília e Rio de Janeiro.

O vice-presidente, Michel Temer, e o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Alves, que estavam em visita à Rússia, anteciparam os seus regressos ao país e chegaram esta noite a Brasília.

As manifestações, que começaram no início de junho, foram originalmente convocadas para protestar contra o aumento da tarifa do transporte público.

Os atos ganharam força após imagens de repressão policial na semana passada, tendo reunido mais 65 mil pessoas, em São Paulo, e 100 mil pessoas, no Rio de Janeiro, na última segunda-feira.

A crescente adesão ao movimento fez com que uma série de cidades brasileiras revogasse o aumento das tarifas na quarta-feira à noite.

O anúncio, no entanto, não foi o suficiente para conter as insatisfações e os protestos que já estavam marcados para esta quinta-feira foram mantidos.

Somente no Rio de Janeiro, mais de 300 mil pessoas foram às ruas em uma passeata sem incidentes nas duas primeiras horas, mas que terminou com confrontos com polícias, focos de incêndio e instalações públicas depredadas no final da noite.

Em Brasília, um pequeno grupo de radicais tentou invadir o Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores e uma das obras arquitetónicas mais importantes do capital brasileira, tendo sido contido com bombas de efeito e gás pimenta pela polícia.

http://www.rtp.pt/noticias/index.php?ar ... &visual=49
« Última modificação: Junho 21, 2013, 01:40:58 pm por P44 »
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

*

Miguel

  • Investigador
  • *****
  • 2490
  • Recebeu: 45 vez(es)
  • Enviou: 8 vez(es)
  • +461/-579
Re: Primavera Brasileira
« Responder #1 em: Junho 21, 2013, 11:59:47 am »
O povo brasileiro e menos atrasado que outros... nao sao comprados com futebois e romarias :mrgreen:
 

*

P44

  • Investigador
  • *****
  • 18187
  • Recebeu: 5488 vez(es)
  • Enviou: 5851 vez(es)
  • +7123/-9508
Re: Primavera Brasileira
« Responder #2 em: Junho 21, 2013, 01:48:47 pm »
Citação de: "Miguel"
O povo brasileiro e menos atrasado que outros... nao sao comprados com futebois e romarias :new_argue:
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

*

Paisano

  • Especialista
  • ****
  • 901
  • Recebeu: 6 vez(es)
  • +1/-0
    • http://defesabrasil.com/forum
Re: Primavera Brasileira?
« Responder #3 em: Junho 29, 2013, 04:07:56 am »
As pessoas te pesam? Não as carregue nos ombros. Leva-as no coração. (Dom Hélder Câmara)
_________________
Volta Redonda
_________________
 

*

Paisano

  • Especialista
  • ****
  • 901
  • Recebeu: 6 vez(es)
  • +1/-0
    • http://defesabrasil.com/forum
Re: Primavera Brasileira?
« Responder #4 em: Junho 29, 2013, 04:24:44 am »
O poder se mexe

Fonte: http://www.istoe.com.br/reportagens/311 ... ternalPage

Citar
Num processo iniciado pela presidenta Dilma, Executivo, Legislativo e Judiciário respondem às manifestações, mas ainda há muito o que fazer

Paulo Moreira Leite, Izabelle Torres, Josie Jeronimo e Laura Daudén


Depois de atravessar o País inteiro em passeatas memoráveis, confrontos duros com a polícia e embalar cenas lamentáveis de baderna, o terremoto político iniciado com o Movimento Passe Livre de São Paulo obrigou o poder de Brasília a se mover. Entre medidas de subsídio e investimentos diretos no transporte público, gastos definidos para saúde e educação e outras rubricas do Estado brasileiro, encaminharam-se demandas estimadas R$ 115 bilhões anuais, grandeza que só costuma ocorrer após grandes catástrofes e situações de guerra.


UMA VITÓRIA DAS RUAS
Sob pressão dos manifestantes que lotavam as
galerias da Câmara, parlamentares derrubam a PEC 37,
mantendo o poder de o Ministério Público investigar


Enquanto deputados, senadores e governadores mantinham absoluto silêncio, em meio às pressões das ruas, a presidenta deu às caras, foi à televisão, e concorde-se ou não com as medidas adotadas ao longo da semana para dar resposta efetivas às manifestações, ela chamou a responsabilidade para si. Tomou atitudes de quem compreende a gravidade da situação e seu lugar dentro dela. Cancelou uma viagem de sete dias ao Japão e, criticada por conversar pouco e mandar muito, passou a semana em diálogos variados. Recebeu prefeitos e governadores na segunda-feira 24, mas também conversou com a garotada que começou as mobilizações em São Paulo. Ainda reuniu-se com Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal, encontrou-se com sindicalistas e a oposição e, na sexta-feira 28, estava em audiência com lideranças do movimento gay. Do mesmo modo que o aumento da tarifa de transporte público foi a faísca que deflagrou os protestos no País, Dilma foi quem detonou a reação dos Três Poderes, até então desorientados e atônitos. Só, a partir daí, que Executivo, Legislativo e Judiciário passaram a se mexer. No capítulo das medidas de moralização do Estado, o Senado aprovou uma lei que define a corrupção como crime hediondo, reservando, para autoridades condenadas, penas que agravam sua condenação em um terço. Numa virada impressionante de humores na Câmara de Deputados, os parlamentares derrotaram a PEC 37 – que garantia exclusividade para a polícia realizar investigações criminais, diminuindo o papel do Ministério Público – por 430 votos a 9. Quinze dias antes, a aprovação da PEC 37 era vista como favas contadas pelos estudiosos do Congresso. Numa decisão que facilitará a punição de parlamentares condenados por corrupção, suspendeu-se o voto secreto na cassação de mandatos. O Supremo Tribunal Federal, por sua vez, mostrou estar em sintonia com o clamor popular ao pedir a prisão do deputado federal Natan Donadon (PMDB-RO), que já estava entrando no último ano de mandato. Acusado de peculato, o parlamentar estava condenado desde 2010. Depois de passar mais de 24h desaparecido, Donadon se entregou à polícia na sexta-feira 28 em Brasília.

Reforma política

A prisão de Donadon foi considerada um marco, além de mais uma vitória dos movimentos das ruas, já que desde a redemocratização nenhum parlamentar havia sido preso. Mas o que dominou os debates ao longo da semana foi a proposta de reformulação do sistema político-eleitoral brasileiro. Na segunda-feira 24, numa nova aparição pela TV em 72 horas, Dilma anunciou medidas para encaminhar uma reforma política, talvez a mais antiga quimera da democracia brasileira desde o fim do regime militar. Reelaborada várias vezes ao longo da semana, a proposta do governo consiste em duas etapas. Submeter um rascunho de possíveis mudanças em nosso sistema político a um plebiscito, cuja data esperada pelo Planalto é 18 de agosto, terceiro domingo daquele mês. Com este rascunho em mãos, o Congresso seria encarregado de formular uma nova lei eleitoral, com regras novas para financiamento de campanha, para eleições parlamentares – voto proporcional, como hoje, ou voto distrital – e outras medidas. Trabalhando em prazos acelerados, o governo espera que os trabalhos estejam concluídos a tempo das novas regras já se encontrarem em vigor no ano eleitoral de 2014, quando os eleitores irão às urnas durante a sucessão de Dilma Rousseff.


SAINDO DA INÉRCIA
Dilma Rousseff reúne prefeitos e governadores no Palácio do Planalto
na segunda-feira 24. Começava ali a reação dos Três Poderes


Considerando o tamanho monstruoso da crise que envolveu Brasília na semana passada, forçando o Congresso a tomar medidas insólitas – o Senado chegou a votar a lei que estabelece corrupção como crime hediondo durante o jogo Brasil x Uruguai pela Copa das Confederações -- pode-se dizer que a reação do governo foi apropriada. Diante de tremores de alcance imprevisível sobre o regime democrático, o Planalto foi buscar a saída na soberania popular e no voto dos brasileiros. Nem todos os encaminhamentos foram bem sucedidos, mas a presidenta teve capacidade para corrigir a rota quando achou necessário.

Trilhando caminhos jurídicos que foram experimentados, em seu devido tempo, pelos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, que também cogitaram reformar o sistema político por uma estratégica parecida, a presidenta entrou nos debates com a proposta de realizar um plebiscito para convocar uma Constituinte destinada, exclusivamente, a aprovar reformas definidas por parlamentares eleitos especialmente para este fim. O problema desta ideia não era o que fazer, somente. Mas como.

Adversário conhecido da tese de Constituinte exclusiva, o vice-presidente Michel Temer não foi consultado. Outros integrantes da cúpula do governo, inclusive os ministros que em tese seriam os mais próximos da presidenta, só receberam a notícia quando parecia um fato consumado. Dentro e fora do Planalto, criou-se um ambiente que podia ser de aplauso ou de crítica, mas sempre exibia algum grau de perplexidade. Vinte e quatro horas depois, durante um encontro com entidades que haviam preparado um projeto de lei eleitoral, a Constituinte foi abandonada.



Na manhã de terça feira, num encontro que reuniu onze pessoas no Planalto, entre elas Marcus Vinícius Furtado Coelho, presidente do Conselho Nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, e o juiz Marlon Reis, principal liderança do movimento Ficha Limpa, a presidenta declarou-se animada com um dos itens do projeto apresentado pelos dois – que prevê eleição em dois turnos para escolha de deputados, numa primeira rodada por listas partidárias e, numa segunda, por voto nominal. Com isso, o eleitor é atendido em seu costume de votar em indivíduos, tradição bem brasileira e, ao mesmo tempo, os partidos políticos são fortalecidos. “Vocês colocaram o ovo em pé,” elogiou a presidenta. Discutindo como se poderia avançar em direção das mudanças pretendidas, os visitantes demonstraram que seria possível aprovar tudo sem passar por uma Constituinte – nem mesmo por uma PEC, ou proposta de emenda constitucional. Tudo poderia passar por lei comum, disseram. Voltando-se para Michel Temer e José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, a presidenta consultou os dois pelos olhos. Não se falou mais em Constituinte.

Na quinta-feira 27, a bancada do governo no Senado estava tão animada com a ideia que já discutia até a formação de grupos temáticos, mas o ambiente de Brasília não justificava otimismo quanto a ritmos e prazos. As relações entre o governo e o PT continuam delicadas, enquanto o convívio entre o Planalto e o PMDB atingiu a fronteira entre civilização e barbárie. Se quiser levar a proposta de plebiscito em frente, o governo irá precisar do apoio do PMDB, mais do que nunca. Embora ninguém possa prever como o Congresso vai se comportar depois do terremoto de protestos, o PSDB, o DEM e o PPS já se colocaram como adversários do plebiscito. Eles querem debater a reforma política dentro do Congresso, entre senadores e parlamentares, e só então submeter o resultado final à aprovação popular. Num debate a portas fechadas pelo Congresso, será mais difícil aprovar proposições que agradam ao governo e ao PT, como o financiamento público de campanha. As medidas de caráter administrativo o governo Dilma pode resolver em conjunto com os ministros. As mudanças ocorridas em outras áreas são naturalmente mais fáceis de realizar. Foi ali que ocorreram os maiores avanços ao longo da semana.

Educação

Em ruas de todo o Brasil se ouviu o grito “Da Copa eu abro mão. Eu quero mais dinheiro para saúde educação”. O pedido foi atendido. Primeiro pela presidenta Dilma Rousseff, que, em pronunciamento na sexta-feira 21, pediu que o Congresso votasse a proposta destinava 100% dos royalties da exploração do petróleo para a educação. Depois pela própria Câmara dos Deputados, que seguiu as orientações do governo e aprovou a medida, ainda que com alterações: 75% dos recursos irão para as escolas e 25% serão destinados à saúde. Além disso, os deputados também decidiram reservar à educação 50% dos recursos do Fundo Social do Pré-Sal. O projeto segue agora para o Senado, onde será votado em regime de urgência.



 É certo, como lembra Priscila Cruz, da ONG Todos pela Educação (TPE), que a vinda de mais recursos não resolve, sozinha, o problema dos estudantes brasileiros. A grande questão consiste em definir prioridades corretas. “O Brasil é um país que contém diversos países. Temos a Suíça, mas também a África do Sul.” Ela aponta, como um dos grandes desafios, a melhoria do Ensino Médio. “Dobramos o investimento por aluno nessa fase do ciclo escolar, mas não conseguimos reverter a estagnação dos resultados em Matemática, por exemplo, ao contrário dos anos iniciais do Ensino Fundamental, onde conseguimos grandes avanços nos últimos anos”, diz.

Estima-se que apenas 5,2% dos alunos da rede pública terminam o terceiro ano do Ensino Médio com os conhecimentos adequados na disciplina. Situação similar se verifica no 9º ano do Ensino Fundamental: apenas 22% dos alunos da rede pública demonstraram possuir conhecimentos adequados em Português. Segundo o relatório divulgado na terça-feira 25 pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), os investimentos em educação no Brasil passaram de 3,5% do PIB em 200º para 5,6% em 2010 – a média dos países membros da organização é de 6,3% do PIB. Ainda assim, o gasto com cada aluno do Ensino Médio foi de US$ 2,5 mil, o que equivale a 28,5% do gasto que os países desenvolvidos têm com seus estudantes na mesma série.

Saúde

Sem um sistema de saúde coerente para atender toda população, o País ameaça reunir deficiências dos dois mundos, o da saúde privada e o da saúde pública. Com um pouco mais de dinheiro no bolso, e a convicção de que jamais serão bem atendidos na rede pública, um número cada vez maior de famílias tornou-se cliente de planos privados de saúde capazes de atrair as pessoas pelo baixo preço – e que pelo mesmo motivo não consegue oferecer o atendimento prometido.

Num quadro que não será resolvido do dia para a noite, a saúde recebeu duas boas notícias, nos últimos dias. Ao garantir 25% dos royalties do petróleo a saúde, a Câmara destinou-lhe R$ 70 bilhões nos próximos dez anos.

Num esforço para produzir efeitos rápidos, o governo está convencido de que a saúde da população mais pobre, que reside longe dos centros urbanos, pode melhorar, e muito, se tiver um médico por perto. Para tanto, o Planalto decidiu comprar uma briga para trazer médicos estrangeiros, mas mudou de tática. Irá, primeiro, levantar todos os empregos disponíveis, onde ficam e o salário oferecido. Numa primeira etapa, as vagas serão oferecidas aos médicos brasileiros. Os postos restantes serão ocupados por estrangeiros interessados em mudar-se para o País.

Transporte Público

Se tarifas fossem o único problema do transporte público, o problema estaria bem encaminhado. Nos últimos dias, doze capitais reduziram o preço do transporte e um número incalculável de municípios menores fez o mesmo. A realidade é que faltam investimentos de fôlego, para criar um sistema eficiente, com um mínimo de conforto para atrair cidadãos que, na primeira oportunidade, preferem sentar-se no volante de seu automóvel. Para Maurício Broinizi, coordenador executivo da Rede Nossa São Paulo, vivemos, nesse âmbito, uma situação limite. “Nada contra o direito de ter um carro, mas o problema é o uso intensivo sem que haja uma alternativa.”
 Quem esperava que a realização da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas em 2016 poderia reverter esse quadro também se frustrou. Conforme o TCU, até agora houve desembolso de apenas 27% dos valores já contratados, que somam R$ 4,8 bilhões. A previsão de investimentos nessa área é de 11,8 bilhões. “Em um determinado momento as autoridades desistiram de fazer os investimentos em mobilidade e só se preocuparam em fazer estádios”, afirma o engenheiro Jaime Waisman, professor da Escola Politécnica da USP. “O que seria o legado desses eventos simplesmente não vai acontecer.”

Diante da insatisfação, a presidenta Dilma Rousseff anunciou a criação de um Conselho Nacional de Transporte Público e instou as cidades a fazerem o mesmo – algumas, como São Paulo e Florianópolis já possuem esse órgão. A proposta veio acompanhada de uma promessa: Dilma prometeu disponibilizar R$ 50 bilhões para obras de mobilidade. O esforço do Executivo foi acompanhado pelo Legislativo. A Câmara aprovou na quarta-feira 26 a redução para zero do PIS/Pasep e do COFINS, impostos que incidem sobre o transporte coletivo e podem ajudar na redução das tarifas. A proposta segue para o Senado. Já nas cidades, a preção por mais transparência surtiu efeito imediato. Em São Paulo, o prefeito Fernando Haddad suspendeu a licitação que renovaria por mais 15 anos os contratos das empresas de transporte público da capital. O valor da licitação é de R$ 46 bilhões. Quase ao mesmo tempo, a Câmara de Vereadores aprovou a instalação de uma CPI para investigar o setor – o mesmo aconteceu na cidade do Rio de Janeiro – o que pode ajudar a mapear o encontro entre verbas de campanhas e interesses políticos.

Corrupção

Além da prisão de Natan Donadon, Legislativo e Judiciário tiraram da gaveta medidas que dormitavam há anos. Proposição que transforma a corrupção em crime hediondo também foi aprovada pelo Senado. A Câmara votou o fim do voto secreto para cassação de mantados.



As pessoas te pesam? Não as carregue nos ombros. Leva-as no coração. (Dom Hélder Câmara)
_________________
Volta Redonda
_________________
 

*

P44

  • Investigador
  • *****
  • 18187
  • Recebeu: 5488 vez(es)
  • Enviou: 5851 vez(es)
  • +7123/-9508
Re: Primavera Brasileira?
« Responder #5 em: Junho 29, 2013, 12:01:45 pm »
Aqui está um exemplo do que se pode conseguir lutando. Pena que os portuguesinhos continuem a dormir.
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

*

Paisano

  • Especialista
  • ****
  • 901
  • Recebeu: 6 vez(es)
  • +1/-0
    • http://defesabrasil.com/forum
Re: Primavera Brasileira?
« Responder #6 em: Junho 29, 2013, 06:51:45 pm »
O que dizem as pesquisas pós-manifestações

Fonte: http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... ifestacoes

Citar
Enviado por luisnassif, sab, 29/06/2013 - 12:34

Autor:  Luis Nassif

Algumas considerações sobre a pesquisa Datafolha registrando queda de popularidade de Dilma Rousseff.


Foi uma bela queda, mas Inês não é morta.

O que ocorreria se o Datafolha incluísse em sua pesquisa a avaliação sobre outros personagens da política: Geraldo Alckmin, Antônio Anastasia, Sergio Cabral, PT, PSDB, Aécio Neves, Congresso, STF? Todos registrariam queda similar. Foi o mundo político que desabou, não apenas um personagem ou outro. Obviamente, o personagem maior - a presidente - está exposta a desgaste maior.

Esta semana, pesquisa similar ao da Datafolha – contratado por um grupo de empreiteiras – revelou o seguinte:

1 - Queda de Dilma e Alckmin, Dilma um pouco mais, Alckmin um pouco menos.

2 - Queda expressiva tanto do PT quanto do PSDB. Incluindo aí o presidenciável Aécio Neves.

3 - Quem ganha são apenas Marina Silva, que sobe um pouco e Lula, que sobe mais – tanto na avaliação pessoal quanto do seu governo.

Chama atenção, no entanto alguns aspectos da pesquisa Datafolha:

1 - Mesmo tendo desabado, os índices de Dilma ainda são positivos. A maior parte dos que saíram do campo do ÓTIMO e BOM migrou para REGULAR. Agora, são 25% de RUIM e PÉSSIMO – um salto expressivo, ante os 9% da última pesquisa. Mas são 43% de REGULAR e 30% de ÓTIMO e BOM.

2 - O Datafolha omitiu a aprovação pessoal de Dilma. Como existe proporcionalidade entre a nota e a aprovação, analistas estimam que possa estar entre 55% e 58%.

3 - Em relação aos passos pós-crise, dois pontos a favor de Dilma. Em relação ao comportamento de Dilma frente aos protestos, 26% avaliaram como RUIM e PÉSSIMA contra 32% de ÓTIMA ou BOA e 36% de REGULAR. E 68% aprovaram a ideia do plebiscito.

Em suma, a bola continua com Dilma. Passado o impacto emocional das passeatas, sua maior ou menor aprovação dependerá de seus próximos passos. Se conseguir reestruturar seu governo e dar provas maiúsculas de melhoria de gestão e de interlocução, supera o momento. Se não conseguir, seu governo irá se arrastar até as eleições.
As pessoas te pesam? Não as carregue nos ombros. Leva-as no coração. (Dom Hélder Câmara)
_________________
Volta Redonda
_________________
 

*

Paisano

  • Especialista
  • ****
  • 901
  • Recebeu: 6 vez(es)
  • +1/-0
    • http://defesabrasil.com/forum
Re: Primavera Brasileira?
« Responder #7 em: Junho 29, 2013, 11:32:56 pm »
Jabor e Globo ridicularizados em TV Argentina

Fonte: http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... -argentina

Citar
Enviado por luisnassif, sab, 29/06/2013 - 15:23

Por Walter Serralheiro

A hipocrisia da mídia


(os argentinos desmascarando a Rede Bobo)

As pessoas te pesam? Não as carregue nos ombros. Leva-as no coração. (Dom Hélder Câmara)
_________________
Volta Redonda
_________________
 

*

Paisano

  • Especialista
  • ****
  • 901
  • Recebeu: 6 vez(es)
  • +1/-0
    • http://defesabrasil.com/forum
Re: Primavera Brasileira?
« Responder #8 em: Junho 29, 2013, 11:35:12 pm »
MPL oferece a pauta para a próxima pesquisa Datafolha

Fonte: http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... -datafolha

Citar
Enviado por luisnassif, sab, 29/06/2013 - 19:02

Do TarifaZero.org

Dez sugestões de perguntas para o Datafolha


Hoje, 29 de junho, a Folha de S. Paulo publicou uma pesquisa na qual 65% dos entrevistados seriam contra a tarifa zero no transporte público. Ocorre que a pergunta do Datafolha para os entrevistados não foi “Você é a favor da tarifa zero no transporte público?”, mas: “As prefeituras deveriam parar obras e serviços e investir dinheiro de impostos para cobrir o custo total do transporte ou deveriam manter investimentos em obras e serviços?”. Achando graça da cara de pau do jornal, faço aqui dez sugestões de reformulação da pergunta, para pesquisas futuras:

1. Você é a favor da tarifa zero no transporte público?

2. Você é a favor de um aumento no IPTU de bancos, shopping centers e mansões para subsidiar a tarifa zero no transporte público?

3. Você é a favor da tarifa zero no transporte público se o dinheiro vier da suspensão do pagamento da dívida com os banqueiros?

4. Segundo o Ipea, o Brasil investe onze vezes mais em transporte privado do que em transporte público. Você é a favor de uma inversão de prioridades? Você é a favor que o governo invista mais em transporte público?

5. Você concorda que 35 milhões de brasileiros estejam excluídos do transporte e, consequentemente, excluídos da educação pública e da saúde pública, porque não conseguem pagar as tarifas de ônibus para chegar às escolas e aos hospitais?

6. Você é a favor que multas de trânsito e impostos sobre automóveis, como o IPVA, sejam destinados para o transporte público?

7. Você é a favor que o dinheiro desviado por políticos e construtoras em grandes obras urbanas como os estádios da Copa de 2014 subsidiem a tarifa zero no transporte público?

8. Você é a favor que o dinheiro gasto em bombas de gás lacrimogêneo, sprays de pimenta e demais armas subsidie a tarifa zero no transporte público?

9. Você é a favor que pessoas como Ronaldo Fenômeno, Eike Batista e donos de jornais como a Folha de S. Paulo devem pagar impostos mais altos para subsidiar a tarifa zero no transporte público?

10. Você é a favor de parar Belo Monte para subsidiar a tarifa zero no transporte público?
As pessoas te pesam? Não as carregue nos ombros. Leva-as no coração. (Dom Hélder Câmara)
_________________
Volta Redonda
_________________
 

*

papatango

  • Investigador
  • *****
  • 7484
  • Recebeu: 962 vez(es)
  • +4581/-871
Re: Primavera Brasileira?
« Responder #9 em: Julho 01, 2013, 02:16:05 am »
Bom, pelo que conheço do Brasil, o país tem realmente uma esquerda muito antiquada e mesmo completamente ultrapassada pelo tempo e pela História.
Até nisso o Brasil é parecido com Portugal.
E essas pessoas que estão paradas no tempo, são faceis de manipular.

Estive à procura dos meus comentários de há algum tempo atrás, antes de a Dilma ser eleita.
Eu lembro-me que disse que a economia brasileira tinha sido aquecida pelo dinheiro que o Lula deitou em cima e que mais tarde ou mais cedo aquilo tinha que acabar, porque o Brasil não teria dinheiro para sustentar aquele tipo de despesismo.

A imprensa portuguesa é de oito ou de oitenta. E não é só a portuguesa e a internacional.

Em primeiro lugar, o Brasil nunca esteve tão bem quanto alguns pretendiam dizer, pretendendo tecer os maiores elogios ao governo do Lula.
Em segundo lugar, as manifestações não são assim tão significativas. Esquecemo-nos da dimensão do país.
Esquecemo-nos nós e esquece-se a imprensa internacional.
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

*

Cabecinhas

  • Investigador
  • *****
  • 1505
  • Recebeu: 5 vez(es)
  • Enviou: 11 vez(es)
  • +4/-0
Re: Primavera Brasileira?
« Responder #10 em: Julho 03, 2013, 09:35:37 am »
PT,

Um milhão é sempre um milhão.
Um galego é um português que se rendeu ou será que um português é um galego que não se rendeu?
---
 

*

PereiraMarques

  • Moderador Global
  • *****
  • 7926
  • Recebeu: 1260 vez(es)
  • Enviou: 344 vez(es)
  • +5169/-235
Re: Primavera Brasileira?
« Responder #11 em: Julho 03, 2013, 09:37:26 pm »
Um milhão em 190 milhões, nem chega a 1%...aproxima-se mais de 0,5%...Em proporção é como haver em Portugal uma manifestação com 50.000/55.000 pessoas...
 

*

Cabecinhas

  • Investigador
  • *****
  • 1505
  • Recebeu: 5 vez(es)
  • Enviou: 11 vez(es)
  • +4/-0
Re: Primavera Brasileira?
« Responder #12 em: Julho 03, 2013, 11:44:47 pm »
Citação de: "PereiraMarques"
Um milhão em 190 milhões, nem chega a 1%...aproxima-se mais de 0,5%...Em proporção é como haver em Portugal uma manifestação com 50.000/55.000 pessoas...


Caro Pereira Marques,

eu percebi o que o PT quis dizer. ;) No entanto, não deixa de ser impressionante o Milhão, é como as movimentações do Egipto.
Um galego é um português que se rendeu ou será que um português é um galego que não se rendeu?
---
 

*

papatango

  • Investigador
  • *****
  • 7484
  • Recebeu: 962 vez(es)
  • +4581/-871
Re: Primavera Brasileira?
« Responder #13 em: Julho 04, 2013, 11:18:14 am »
Na última passagem de ano em Copacabana, estiveram 2.300.000 de pessoas.
Na passagem de ano de 2011-2012 estiveram mais de 3 milhões. E isto no Rio de Janeiro que tem menos população que São Paulo.

No entanto, as manifestações são uma demonstração de que a mensagem transmitida de Brasil como paraiso para onde se deve imigrar, é uma mensagem completamente distorcida, como é distorcida a mensagem transmitida em Portugal de que os brasileiros estão a voltar.

Volta a classe média que imigrou para cá na última década. Pessoas com alguma formação e que não tinham um estilo de vida muito diferente.
Continuam cá os que se forem para o Brasil vão direto para as favelas (e favelas do nordeste).
O salário minimo no Brasil continua a ser metade do português e no Brasil proporcionalmente há muito mais gente a ganhar salário mínimo que cá.

Faz parte da natureza do ser humano querer sempre mais.
Se amanhã derem um subsidio aos brasileiros equivalente ao salário que já têm, garanto que em dois anos eles voltarão às ruas a pedir mais coisas.

E isto não tem que ver com os brasileiros, tem que ver com a natureza humana.
E depois tente tirar alguma coisa a alguém para ver o que acontece...

Ninguém quer abrir mão de nada que conseguiu (ou que lhe caiu no colo sem esforço nenhum).
E ninguém quer saber se o país se endividou para dar o que deu.
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...