CM: Bons alunos não querem ser militares

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PereiraMarques

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CM: Bons alunos não querem ser militares
« em: Abril 11, 2006, 12:52:34 am »
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Actualidade  
 
2006-04-10 - 00:00:00

Bons alunos não querem ser militares
Só cábulas querem tropa

Só quem não tem outra perspectiva de futuro – desempregados e jovens com pouca escolarização – pondera o ingresso nas Forças Armadas. Bons alunos, filhos de famílias com meios económicos e rapazes das grandes cidades não querem ser militares.
 
Os desempregados, a par dos jovens menos escolarizados e com maior número de reprovações são quem mais quer entrar nas Forças Armadas (FA). Um objectivo pouco sedutor para os estudantes que frequentam o 12.º ano ou a Universidade. Esta é uma das conclusões do estudo ‘Os Jovens e as Forças Armadas’, realizado pelo Fórum Sociológico da Universidade Nova de Lisboa, que será apresentado na próxima quarta-feira. Um trabalho arrasador quanto ao perfil do jovem que procura a tropa como carreira.

O estudo, a que o CM teve acesso, foi elaborado com base nas respostas de 42 704 jovens do sexo masculino que completaram 18 anos em 2004 e participaram no Dia da Defesa Nacional. Quarenta por cento disseram ter interesse em ingressar nas FA. Um ‘sim’ especialmente vigoroso entre os jovens que não completaram o 9.º ano – perto de metade encara a vida militar como hipótese de futuro, partilhada, com quase igual abrangência, pelos que chegaram ao fim do 9.º ano.

Mas, à medida que a escolaridade avança, o interesse pela vida militar diminui. Dos jovens com o 12.º ano, só 39, 9 por cento deseja entrar e entre os universitários a percentagem de resposta negativa é esmagadora – só um em cada cinco alunos do Superior admite ingressar nas FA.

Os cábulas são os mais sensíveis ao apelo da carreira militar. “Os dados relativos ao insucesso escolar revelam que são sobretudo os jovens cujos percursos escolares estão marcados pela reprovação que têm maior propensão para o ingresso”, lê-se no estudo. “Inversamente, verifica-se que são os jovens sem reprovações escolares que tendem a ter uma posição menos favorável face à proposta de ingresso proporcionada pelas FA.”

Os oriundos de famílias com menor rendimento económico e cujos pais apresentam baixos níveis de escolaridade contam-se, igualmente, entre os mais dispostos ao ingresso.

Da análise por distritos, parece evidente que os rapazes das grandes cidades fogem da tropa. Os mais interessados são os de Aveiro, Beja, Viseu, Portalegre, Évora e Castelo Branco.

Dos três ramos das Forças Armadas é o Exército que merece maior preferência, expressa sobretudo, mais uma vez, pelos que já reprovaram. Os melhores alunos inclinam-se para a Marinha.

Ter um trabalho fixo é a primeira razão apontada para justificar a ida para a vida militar. Seguem-se a possibilidade de integrar os quadros permanentes, de obter formação profissional e participar em missões de Paz.

Quase ninguém invoca os valores militares e o prestígio social de estar nas Forças Armadas.

"QUALQUER DIA ENTRAM MARGINAIS"

O general Loureiro dos Santos, ex-chefe de Estado Maior do Exército, teme a degradação da qualidade das Forças Armadas num contexto de profissionalização.

Correio da Manhã - Os jovens mais capazes não querem ir para as Forças Armadas [FA]. Isso preocupa-o?

Loureiro dos Santos – O mesmo acontece nos países ocidentais com Forças Armadas profissionais, como os Estados Unidos, a França ou a Bélgica. Essa falta de interesse tem levado à degradação dos níveis de rigor exigidos no que respeita à escolaridade, idade e capacidade física. Em Portugal, como temos tido a sorte de sofrer poucas baixas, o fenómeno afecta-nos menos.

– Em Espanha recrutam-se estrangeiros.

– O facto de as Forças Armadas não serem um emprego atraente está a forçar a Espanha a facilitar a entrada de filhos de imigrantes dos países da América Latina, oferecendo-lhes a nacionalidade, como faziam os romanos. Os Estados Unidos elevaram os prémios à incorporação e recrutam condenados em troca do perdão de certas penas.

– Profissionalizar é mau?

– As Forças Armadas profissionais não são solução, designadamente para países desenvolvidos e democráticos que pretendem levar a cabo acções ofensivas no estrangeiro. Nos exércitos de base conscrita [serviço militar obrigatório] há um núcleo importante de quadros permanentes que garante a selecção e formação dos conscritos, o que permite manter o nível.

– O que é preciso para cativar os jovens mais capazes?

– Pagar-lhes bem e dar prestígio às Forças Armadas. Ninguém percebe por que é que os governos têm degradado os vencimentos militares em relação aos vencimentos congéneres na Administração Pública. Só se vai para a tropa em último recurso.

– O que pode isso significar a médio e longo prazo?

– Se não foram tomadas as medidas que se impõem no nosso país, as Forças Armadas vão degradar-se. Qualquer dia temos marginais nas carreiras curtas. Lembra-me o século XIX, quando era mais difícil manter a disciplina no Exército do que combater o inimigo. Ocorre-me ainda uma passagem de ‘O Príncipe’, de Maquiavel, em que um certo mercenário aconselha o príncipe a ter cuidado com os mercenários – em tempo de paz querem ganhar muito e em tempo de guerra não querem combater.

– O Serviço Militar Obrigatório garantia a qualidade?

– Dava mais segurança e prestígio às FA. Os conscritos são os principais publicitários das FA, pois quando estão lá apercebem-se da razão de ser das FA.

– Mas estão lá obrigados.

– Veja-se a quantidade de gente que foi obrigada a ir para a guerra e agora se reúne em convívios. Sentem orgulho por terem servido Portugal.

"TROPA NÃO PODE SER ESCAPE DA SOCIEDADE"

A forma de “atrair os jovens às Forças Armadas”, por parte do Governo, “com subsídios e outros incentivos”, é “extremamente negativa”, disse ao CM Lima Coelho, presidente da Associação Nacional de Sargentos. E tudo porque “este ingresso não qualificado quebra o espírito militar e as Forças Armadas não podem responder por dramas sociais ou servir de escape da sociedade”.

Os sargentos prometem não fechar os olhos, “até porque não se pode mentir aos cidadãos”. Lima Coelho recorda os “70 por cento de candidatos à Força Aérea” que ainda recentemente “não passaram nos testes físicos”. O excesso de incentivos “coloca uma linha ténue entre o mercenarismo e o espírito de servir dos militares”.

VIDA MILITAR

POSIÇÃO DOS JOVENS DACE AO INGRESSO NAS FORÇAS ARMADAS

Está interessado, 40%
Não está interessado, 35,4%
Não sabe, 24,3%

Quem são os jovens que pretendem ingressar?

Estudante

Sim, 35,9%
Não, 39,2%
Não sabe, 24,9%

Trabalhador/estudante

Sim, 43,8
Não, 31,5%
Não sabe, 24,7%

Empregado

Sim, 44,4%
Não, 31,9%
Não sabe, 23,7%

POSIÇÃO FACE AO INGRESSO DE ACORDO COM A ESCOLARIDADE DOS INDIVÍDUOS

Menos que o 9º ano

Sim, 47,5%
Não, 27,6%
Não sabe, 24,9%

9º ano

Sim,45,3%
Não, 31,4%
Não sabe, 23,2%

10º ou 11º ano

Sim, 45,1%
Não, 30,5%
Não sabe, 24,4%

12º ano

Sim, 39,6%
Não, 35%
Não sabe25,4%

Frequência universitária

Sim, 19,4%
Não, 57,2%
Não sabe , 23,4%

POSIÇÃO FACE AO INGRESSO DE ACORDO COM O NÚMERO DE REPROVAÇÕES

Nunca reprovou

Sim, 28,7%
Não, 48%
Não sabe, 23,3%

Reprovou uma vez

Sim, 43,5%
Não, 31,8%
Não sabe, 24,7%

Reprovou duas vezes ou mais

Sim, 45,4%
Não, 30%
Não sabe, 24,6%

QUE RAZÕES FARIAM MUDAR DE OPINIÃO OS QUE NÃO QUEREM INGRESSAR

Melhor vencimento, 38,5%
Colocação perto de casa, 33,6%
Nada, 22,2%
Continuação de estudos, 21,7%.

Isabel Ramos

Fonte: http://www.correiomanha.pt/noticia.asp? ... nal=9&p=94
 

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Leonidas

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« Responder #1 em: Abril 13, 2006, 05:02:10 am »
Saudações guerreiras

Citação de: "General Loureiro dos Santos disse e C. da Manhã"


CM– Profissionalizar é mau?

Gen L.S.– As Forças Armadas profissionais não são solução, designadamente para países desenvolvidos e democráticos que pretendem levar a cabo acções ofensivas no estrangeiro. Nos exércitos de base conscrita [serviço militar obrigatório] há um núcleo importante de quadros permanentes que garante a selecção e formação dos conscritos, o que permite manter o nível.

CM– O Serviço Militar Obrigatório garantia a qualidade?

Gen L.S.– Dava mais segurança e prestígio às FA. Os conscritos são os principais publicitários das FA, pois quando estão lá apercebem-se da razão de ser das FA.

CM– Mas estão lá obrigados.

Gen L.S.– Veja-se a quantidade de gente que foi obrigada a ir para a guerra e agora se reúne em convívios. Sentem orgulho por terem servido Portugal.

"TROPA NÃO PODE SER ESCAPE DA SOCIEDADE"

A forma de “atrair os jovens às Forças Armadas”, por parte do Governo, “com subsídios e outros incentivos”, é “extremamente negativa”, disse ao CM Lima Coelho, presidente da Associação Nacional de Sargentos. E tudo porque “este ingresso não qualificado quebra o espírito militar e as Forças Armadas não podem responder por dramas sociais ou servir de escape da sociedade”.

Os sargentos prometem não fechar os olhos, “até porque não se pode mentir aos cidadãos”. Lima Coelho recorda os “70 por cento de candidatos à Força Aérea” que ainda recentemente “não passaram nos testes físicos”. O excesso de incentivos “coloca uma linha ténue entre o mercenarismo e o espírito de servir dos militares”.


Por mais defeitos que o homem tenha, isto que disse está carregado de 200% cheio de razão. A falta do (SEM- Serviço Efectivo Normal), vulgo serviço militar obrigatório está para a “tropa”, como a taxa de fertilidade está para Portugal. Esta entrevista lembra-me aquele artigo que um destacado jornalista escreveu há uns tempos atrás, por causa dos mercenários portugueses na Bósnia ou qualquer coisa assim. Não me recordo do nome dele.

Para mim, não é só o dinheiro que está em causa, ou a degradação das FA no seu geral, mas a degradação do futuro da sociedade no seu geral. Sem a aprendizagem ou sujeição dos mancebos(“as”) ao rigor e disciplina, como preparação para o resto da vida e correção de eventuais propensões para a asneira durante um ano, para mim tem o efeito como se de uma vacina se tratasse, o efeito preventivo na paz de uma sociedade. É evidente que se tem que olhar aos tempos. Uma atualização da aprendizagem é necessária.

Assim já não há desculpas para objetores de conciencia dizerem que partem as unhas ao manejarem uma G-3. Ser objetor de consciência para mim não significa que esse individuo não possa ser militar ou estar sob ação militar. Pode ter averssão sãs armas, como eu, mas como era se estivesse em guerra? Ía buscar a fisga ao fundo do baú que tinha no sótão. O resultado `tá-se mesmo a ver… Só por muito azar o inimigo era atingido.

Não sei se aquilo que vou escrever estará correto, não tive tempo de confirmar se aquilo que ouvi corresponde ou não á verdade. A julgar por aquilo que se passa para admissão de pessoal na PSP, não sei se também será assim na GNR. Já no ano passado deixou de ser obrigatório a esses elementos, terem o SEN cumprido antes.

Isto é mesmo verdade? Se é como dizem, pergunto como é que isto é possível? Eu já nem, exijo isto para todos os que queiram ser funcionários públicos sem pertencerem á PSP e GNR. Mesmo assim é uma pena.

Cumprimentos
 

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emarques

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« Responder #2 em: Abril 13, 2006, 12:08:26 pm »
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CM– Profissionalizar é mau?

Gen L.S.– As Forças Armadas profissionais não são solução, designadamente para países desenvolvidos e democráticos que pretendem levar a cabo acções ofensivas no estrangeiro. Nos exércitos de base conscrita [serviço militar obrigatório] há um núcleo importante de quadros permanentes que garante a selecção e formação dos conscritos, o que permite manter o nível.
Treta. Como é que se garante a qualidade do quadro permanente? Exactamente da mesma maneira que nas FA profissionais.

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CM– O Serviço Militar Obrigatório garantia a qualidade?

Gen L.S.– Dava mais segurança e prestígio às FA. Os conscritos são os principais publicitários das FA, pois quando estão lá apercebem-se da razão de ser das FA.
Só se a "razão de ser das FA" fôr realmente uma perda de tempo, um disparate, e outras lindezas que se ouviam muito sobre o serviço militar.

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CM– Mas estão lá obrigados.

Gen L.S.– Veja-se a quantidade de gente que foi obrigada a ir para a guerra e agora se reúne em convívios. Sentem orgulho por terem servido Portugal.

Tem tudo a ver... É que é exactamente a mesma coisa. Na verdade, as pessoas que conheço que fizeram o SMO em tempo de paz até marcam reuniões e tudo.  :roll:
Ai que eco que há aqui!
Que eco é?
É o eco que há cá.
Há cá eco, é?!
Há cá eco, há.
 

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PereiraMarques

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« Responder #3 em: Abril 13, 2006, 01:30:51 pm »
Para mim isto é uma notícia "encomendada" pelos sectores "conservadores" que andam a "sonhar alto" com a possibilidade de se reintroduzir o serviço militar obrigatório.

E além disso o texto está cheio de falácias...querem enganar quem? No tempo do SEN/SMO em que não era obrigatório entregar certificados de habilitações, certificados de registro criminal, fazer provas físicas, análises sanguíneas, radiografias ao toráx, é que se garantia a qualidade dos mancebos???

Toda a gente sabe que no tempo do SEN/SMO é que se "aproveitava" toda a gente...quer tivessem apenas a 4ª classe ou fossem gordos, etc., etc.

Aquela dos marginais e dos estrangeiros ainda é mais rídicula...se agora obrigam a apresentar o certificado do registro criminal e, no caso da FAP, a certidão de nascimento, como é que podem ocorrer situações dessas? No tempo do SEN/SMO é que não havia controle sobre esta espécie de situações...

Cumprimentos
B. Pereira Marques
 

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MERLIN

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« Responder #4 em: Abril 13, 2006, 02:54:49 pm »
A credibilidade e a capacida analitica do LS sempre foi mais que duvidosa. E por termos generais assim que as as nossas FA's estão como estão.
"Se serviste a patria e ela te foi ingrata, tu fizestes o que devias, ela o que costuma"
Padrea Antonio Vieira
 

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Luso

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« Responder #5 em: Abril 13, 2006, 03:03:35 pm »
Alguém estudou as forças armadas alemãs no período de entre as guerras, ou melhor, durante a República de Weimar e os primeiros anos do III Reich?

A resposta está aí, na minha maneira de ver.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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PereiraMarques

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« Responder #6 em: Abril 13, 2006, 07:29:37 pm »
Citação de: "Luso"
Alguém estudou as forças armadas alemãs no período de entre as guerras, ou melhor, durante a República de Weimar e os primeiros anos do III Reich?

A resposta está aí, na minha maneira de ver.


E na Itália, Espanha ou Portugal não havia serviço militar obrigatório? O que é que a existência ou não de concripção tem a ver com o surgimento de regimes fascistas, ou nazis no caso da Alemanha?
 

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[Mumia_]

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« Responder #7 em: Abril 15, 2006, 03:30:39 pm »
a esta confusão toda... apenas digo... esta a entrar TUDO pro exército... o que faz com que aumente a quantidade de militares mas baixe MUITO e MUITO mesmo a qualidade... :cry:
"Quem faz do perigo o seu pão, do sofrimento seu irmão e da morte sua companheira"
 

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PereiraMarques

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« Responder #8 em: Abril 15, 2006, 04:08:09 pm »
Eu peço imensa desculpa, mas alguém pode-me explicar como é que a reimplementação do SEN (e provavelmente da sua panóplia de testes de selecção menos rigorosos) pode garantir um qualidade geral dos militares superior à do actual RC, em que o conjunto de testes físicos, médicos e psicológicos é muito superior?...Já para não falar de questões como a motivação e a possibilidade de se ter períodos de instrução maiores...

Cumprimentos
B. Pereira Marques
 

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typhonman

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« Responder #9 em: Abril 16, 2006, 02:20:29 pm »
Está a acontecer o que acontece nos EUA, a infantaria é constituida pelos menos cultos, provenientes sobretudo do interior e dos arredores das grandes cidades.
 

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PereiraMarques

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« Responder #10 em: Abril 16, 2006, 04:42:08 pm »
Citação de: "Typhonman"
Está a acontecer o que acontece nos EUA, a infantaria é constituida pelos menos cultos, provenientes sobretudo do interior e dos arredores das grandes cidades.


E querem-me convencer que não foi sempre assim...e quem disse as forças armadas, diz as forças de segurança...
 

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ricardonunes

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« Responder #11 em: Julho 01, 2006, 12:35:22 pm »
Enquanto bebia o meu café da manhã, ouvi o comentário de duas jovens, que tinham recebido uma carta para se apresentarem numa unidade militar para serem incorporadas.
Pelo que percebi as moças inscreveram-se no centro de emprego, e entretanto alguém arranjou um emprego para elas, nas Forças Armadas.
Quando cheguei a casa fui pesquisar e encontrei isto:
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Protocolo entre a Defesa e o Instituto do Emprego e Formação Profissional
2004-06-07
Os Ministros de Estado e da Defesa Nacional, Dr. Paulo Portas, e da Segurança Social e do Trabalho, Dr. António Bagão Félix, homologaram um protocolo de colaboração entre o Exército e o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) que visa apoiar a instituição militar a cumprir os objectivos de recrutamento de militares profissionais. Com a contratação de cerca de 810 jovens que estavam no desemprego, o Exército português atingiu na semana passada o objectivo de 11.900 soldados, mínimo definido no processo de profissionalização.
O protocolo prevê condições de incentivo para os jovens, previamente seleccionados, que aceitem os contratos propostos. Segundo o Dr. Bagão Félix, o valor do subsídio de desemprego para contratos terminados com as Forças Armadas só será reduzido se o valor da indemnização for superior a 25 salários mínimos, 11.000 euros.
O novo projecto-lei do desemprego prevê, para todos os outros casos, a redução de 50 por cento do valor do subsídio quando a indemnização recebida pelo trabalhador exceder os 1,5 meses de salário por ano. O ministro assegurou ainda que a não aceitação de oferta de emprego feita pelo Exército não é considerada como "recusa de emprego adequado", que pode levar à perda do subsídio para quem está actualmente no desemprego. Trata-se de "incentivos não só ao recrutamento, mas também à formação profissional e à situação no mercado de trabalho quando e se saírem das Forças Armadas", adiantou o Dr. Bagão Félix.
O protocolo prevê colaboração no tratamento de ofertas de emprego do Exército, selecção dos candidatos, e ainda na divulgação das acções nos Centros de Emprego. O Ministério da Defesa Nacional tem vindo a garantir também outro tipo de incentivos, como condições preferenciais de ingresso na Guarda Nacional Republicana e na Função Pública, findos os contratos com as Forças Armadas. Para o Ministro de Estado e da Defesa Nacional, o processo de profissionalização implica uma mudança atitude da instituição militar relativamente aos jovens portugueses. "A partir de agora, são as Forças Armadas que vão ter com os jovens, e têm de convencê-los de que fazer um contrato é uma vocação e uma oportunidade", afirmou.
Falando à imprensa no final da cerimónia de assinatura deste protocolo, o Dr. Paulo Portas afirmou que a colaboração com o IEFP vai ser alargada aos outros dois ramos das Forças Armadas.

Não bastava voluntários "cábulas", como também se arranjam uns voluntários á força.
Potius mori quam foedari
 

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Luso

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« Responder #12 em: Julho 01, 2006, 01:50:14 pm »
Citação de: "PereiraMarques"
Citação de: "Luso"
Alguém estudou as forças armadas alemãs no período de entre as guerras, ou melhor, durante a República de Weimar e os primeiros anos do III Reich?

A resposta está aí, na minha maneira de ver.

E na Itália, Espanha ou Portugal não havia serviço militar obrigatório? O que é que a existência ou não de concripção tem a ver com o surgimento de regimes fascistas, ou nazis no caso da Alemanha?


Quem falou na relação entre o surgimento entre regimes nazis?
Lá vêm os fantasmas, Pereira Marques!

Quando as forças alemãs estavam limitadas pelo tratado de Versalhes, a opção foi formar um forças armadas MUITO competentes e capazes de servirem de estrutura a uma eventual mobilização geral.
É isto que eu quero dizer.
Os bons exemplos devem buscar-se a todo o lado.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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Cabeça de Martelo

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« Responder #13 em: Julho 01, 2006, 02:27:18 pm »
Citação de: "ricardonunes"
Enquanto bebia o meu café da manhã, ouvi o comentário de duas jovens, que tinham recebido uma carta para se apresentarem numa unidade militar para serem incorporadas.
Pelo que percebi as moças inscreveram-se no centro de emprego, e entretanto alguém arranjou um emprego para elas, nas Forças Armadas.
Quando cheguei a casa fui pesquisar e encontrei isto:
Não bastava voluntários "cábulas", como também se arranjam uns voluntários á força.



Pois é Ricardonunes toda esta situação é deveras preocupante. Alguém acredita que estas jovens vão ser militares de alma e coração? Alguém acredita que elas vão envergar o uniforme com orgulho e determinação? Até poderá acontecer, mas toda a situação é muito má, é trocar o SEN por outra situação de obrigatoriedade ainda pior. Quem vai não é o filho do sô doutor, mas do Zé Povinho...quem se lixa é mexilhão!  :oops:
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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Marauder

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« Responder #14 em: Julho 01, 2006, 02:53:05 pm »
Citação de: "Cabeça de Martelo"
Quem vai não é o filho do sô doutor, mas do Zé Povinho...quem se lixa é mexilhão!  :oops:


E quando é que isso se verificava?

Nos tempos mais recentes sempre foi o Zé Povinho a ir à tropa...filho de doutor passa a reserva, ou tem adiamento por estudos em univ ou etc...etc...cof...