Algumas das armas das nossas polícias

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foxtrotvictor

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Algumas das armas das nossas polícias
« em: Agosto 24, 2006, 07:53:58 pm »
Assim um pouco de memória, aqui estão algumas armas que utilizam as nossas polícias. Claro que faltam algumas e muitas mais haverá que eu não conheço. A PSP também tem a Walther ppk, mas creio que já não deve ter na rua a Star B 7,65mm, assim como a PJ  tem a PP e a PPK. A GNR também deve ter a PP, pelo menos as herdadas da Guarda Fiscal, assim como as velhinhas Star 7,65 e 9mm. Alguns elementos da GNR também equipam com a HK USP Compact. Os elementos do Corpo de Segurança Pessoal da PSP equipavam com a Sig (com a P226??) mas julgo que agora também tem a Glock.

PSP

Creio que a maioria ainda está equipada com  a Walther PP Calibre 7,65mm


Mas também tema Browning B Calibre 7,65mm


A Walther P99 Calibre 9mmx19


A HK USM  (compact??) Calibre 9mmx19


GNR

A grande maioria dos seus elementos porta a Walther P38 e creio que também a variante P1 Calibre 9mmx19


Mas também tem a Browning HP Calibre 9mmX19


SEF

Beretta 85 Calibre 7,65mm


Sig P230 Calibre 7,65mm


S&W 36 Calibre 38 sp.


Beretta PX4 Storm Calibre 9mmX19


PJ

Glock 17 Calibre 9mmX19


Glock 19 Calibre 9mmX19


HK P7M Calibre 9mmx19


Colt Detective Special Calibre 38 SP.
« Última modificação: Agosto 25, 2006, 11:57:11 am por foxtrotvictor »
 

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Bravo Two Zero

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« Responder #1 em: Agosto 24, 2006, 08:15:27 pm »
Um mito que ouvi por aí..........
A PJ ou o GOE tiveram ou ainda tem pistolas automáticas como a Beretta 93R ou a Glock 18 nos seus arsenais?
"Há vários tipos de Estado,  o Estado comunista, o Estado Capitalista! E há o Estado a que chegámos!" - Salgueiro Maia
 

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foxtrotvictor

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« Responder #2 em: Agosto 24, 2006, 08:20:47 pm »
Não me admiro que algumas circulem por aí, embora para “desperdício” de munições existam outras coisas mais lógicas e controláveis.
« Última modificação: Agosto 25, 2006, 12:03:10 pm por foxtrotvictor »
 

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lecavo

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« Responder #3 em: Agosto 24, 2006, 10:49:09 pm »
Viva!

Isto e muito mais: Também a FN 1922 em calibre 7,65mm (ainda no activo!!!!!); Mauser HSc 7,65mm (ainda no activo).

Verdadeiras peças de museu.....

Um abraço.
Um abraço.

--Lecavo
 

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ricardonunes

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« Responder #4 em: Agosto 24, 2006, 11:00:53 pm »
Estou a ver que temos perfeitos conhecedores do material bélico das nossas forças de segurança, o que é uma mais valia para o forum.
Um pedido a estes Sr.'s, podem indicar o material "pesado" e "semi-pesado"?
Potius mori quam foedari
 

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lecavo

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« Responder #5 em: Agosto 25, 2006, 02:27:48 pm »
Viva!

A PSP deixou de ter armamento pesado há muitos anos. Havia metralhadoras Madsen, em calibre 7,92 (Julgo que era esta a marca) e julgo que também morteiros (mas não tenho a certeza) - No tempo do antigo regime. É possível que as companhias móveis estacionadas em África no tempo da guerra colonial tivessem armamento ainda mais pesado, mas nunca me dei ao trabalho de "estudar" o assunto.

Hoje em dia, há ainda algumas HK G3 (a esmagadora maioria foi entregue ao exercito) pistolas-metralhadoras Beretta modelo 12S em calibre 9mm P. (9x19); HK MP5 e espingardas pump calibre 12, marca Mosseberg 500 (esmagadora maioria); Winchester 1300 Defender; Remington 870 e Fabarm (pode ser que também existam outras marcas, mas em franca minoria, já que sempre que há apreensões de armamento, logo que sejam liberadas pelo tribunal e tenham algum interesse para a PSP, esta aumenta-as à sua carga).

Na PSP a ordem unida deixou de ser feita com a G3, hoje apenas se usa a pistola individual, no caso dos agentes; com a pistola-metralhadora os Subchefes e Chefes e os oficiais com a espada. No dia a dia o uso da G3 é pouco recomendado, já que um tiro dado com esta arma num meio urbano torna-se extremamente perigoso para terceiros. Mesmo que se atinja o alvo pretendido, nada nos garante que a munição não siga em frente e vá fazer mais estragos. O poder perfurante destas munições (calibre .308 Winchester – 7,62x51 NATO) é muito grande.

Neste momento e na minha humilde opinião, falta substituir todas as armas individuais velhas em calibre 7,65mm por novas armas em calibre 9mm P. (é urgente faze-lo) Acho igualmente que a PSP deveria comprar algumas armas em calibre 5,56x45 - .223 Remington – semi-automáticas (versão civil da Colt m4; Ruger Mini 14; Tavor; Steyr AUG, etc), em número suficiente de modo a equipar todos os carros patrulha com uma arma destas. Comprar igualmente as Taser, para pelo menos haver uma por tripulação de carro patrulha e estaríamos equipados com meios capazes de fazer frente ás ameaças mais comuns em Portugal.

Claro que tudo isto deveria ser acompanhado de treino adequado em intensidade e número.

Um abraço.
Um abraço.

--Lecavo
 

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Cabeça de Martelo

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« Responder #6 em: Agosto 25, 2006, 02:34:23 pm »
Concordo completamente com a ua "lista" de compras, o problema é saber se há vontade politica. As forças de segurança estavam inseridos no mesmo programa de aquisição de novos armamentos das Forças Armadas, mas pelos vistos não era legal e agora têm o seu próprio programa. Vamos ver se é para comprar mais cedo ou mais tarde, já que pistolas de 40 anos, já pouco mais podem fazer que servir para andar à coronhada... :?
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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Yosy

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« Responder #7 em: Agosto 25, 2006, 06:41:00 pm »
Citação de: "ricardonunes"
Estou a ver que temos perfeitos conhecedores do material bélico das nossas forças de segurança, o que é uma mais valia para o forum.
Um pedido a estes Sr.'s, podem indicar o material "pesado" e "semi-pesado"?


Concordo. Dois verdadeiros especialistas.  :)
 

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lecavo

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« Responder #8 em: Agosto 25, 2006, 10:33:55 pm »
Viva!

Estas reliquias ainda estão ao serviço!!!!!!!

FN 1922 e Mauser HSc, ambas em calibre 7,65mm.

Cliquem no link e escolham o modelo no painel à esquerda. Podem ver as imagens e ler o historial - é interessante. Eram todas boas armas (no seu tempo). tal como era o VW Carocha. Mas hoje ninguém julgaria conveniente que a polícia patrulhasse as nossas ruas com um VW Caracha. Fazendo a analogia com as armas, é isso mesmo que se passa. Muitos agentes ainda hoje patrulham as nossas ruas com uma arma destas à cintura.

http://www.luftwaffe39-45.historia.nom. ... stolas.htm
Um abraço.

--Lecavo
 

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foxtrotvictor

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« Responder #9 em: Agosto 26, 2006, 05:50:03 pm »
Entre a Browning FN M1922 da PSP e a Beretta PX4 Storm do SEF, colocada no mercado em 2005,  vão muitos anos de história.
 

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lecavo

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Foxtrotvictor
« Responder #10 em: Agosto 26, 2006, 09:26:56 pm »
Viva!

Muitos anos de história e de desenvolvimento tecnológico no que ás armas diz respeito.

O calibre 7,65mm Browning (7,65x17 - .32ACP) foi em tempos muito popular por vários factores, sendo o principal o tamanho da arma. Comparativamente ao 9mm Luger (9mm Parabellum - 9x19) tem muito menos potência. Na altura aceitava-se um calibre anémico, com muito menos stopping power que o 9mm P, mas que permitia a construção de armas muito mais compactas, leves e baratas. Devido à pouca potência da munição, as armas não necessitavam de travamentos, funcionavam perfeitamente com o sistema blowback ou seja, com o peso da corrediça e com a ajuda da mola recuperadora, tornando-se assim mais leves, compactas e mais baratas de fabricar devido à menor maquinação das peças.

Hoje, passados todos estes anos e com a evolução da criminalidade, que adquiriu hábitos muito mais violentos, nomeadamente com a grande proliferação de armas de grande calibre, este calibre foi completamente relegado para segundo plano. O seu baixíssimo stopping power não lhe permite ombrear com o 9mm P., muito menos com o agora em grande expansão .40SW. Do ponto de vista da defesa pessoal de um civil, se for usada uma bala expansiva, vai tendo alguma validade, mas na verdade o seu baixo stopping power inviabiliza-o numa utilização táctica no campo policial ou militar.

Mesmo o 9mm P, grande paixão dos europeus, deixa muito a desejar, quando comparado com o .40SW; o 10mm Auto ou o .45ACP. Sobretudo se se usar munição FMJ (full metal jacket), que é a munição oficial das diversas polícias portuguesas. Não compreendo esta medida, pois as polícias não estão obrigadas à Convenção de Genebra. Aliás as polícias americanas não usam munição FMJ, usam normalmente munição tronco-cónica (a munição expansiva está desaconselhada, porque não passa a chapa de uma viatura, já que se expande ao entrar em contacto com uma qualquer superfície que apresente resistência – há relatos de munições expansivas que se expandiram ao embater numa peça de roupa estendida num estendal), que oferece um maior stopping power. Daí a utilização de munição tronco-cónica.

Os países da América do norte, central(Mexico) e alguns do sul (pelo menos o Brasil) abandonaram o 9mmP e adoptaram o .40SW. Esta troca faz sentido. O stopping power deste calibre é muito superior ao 9mmP. Muitas das SWAT americanas voltaram ao .45ACP!

Na minha opinião, a ter que mudar todo o armamento individual das nossas polícias, dever-se-ia optar pelo .40SW. Este calibre é o calibre do futuro no que ás armas individuais diz respeito. Não tenho dúvidas. Tem apenas com handicap o menor número de munições por carregador, normalmente 12 a 13, ao paço que com o 9mmP chega facilmente ás 15, 16 e 17.
Um abraço.

--Lecavo
 

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lecavo

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« Responder #11 em: Agosto 26, 2006, 09:32:41 pm »
Viva!

Esqueci-me do preço! Claro que o preço da munição .40SW é mais cara que a munição 9mmP.
Um abraço.

--Lecavo
 

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foxtrotvictor

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« Responder #12 em: Agosto 26, 2006, 11:49:22 pm »
Muito bem, lecavo. Subscrevo inteiramente tudo quanto escreveste.

Um disparo de 9x19mm com projéctil ogival FMJ, utilizado, por exemplo, em meios urbanos, pode resultar numa sucessão de ricochetes de muitas centenas de metros.
 

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lecavo

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« Responder #13 em: Agosto 27, 2006, 01:13:15 am »
Viva!

Quanto aos ricochetes, depende muito do ângulo em que a munição bate na superfície que vai causar o ricochete. Se o ângulo for muito aberto, a munição sofre abrandamento, mas leva certamente energia suficiente para causar danos (físicos ou materiais). Mas não nos devemos esquecer que a cada ricochete a munição sofre grande abrandamento e quanto mais fechado for o ângulo (mais próximo dos 90º), mais energia perde. Mas tudo isto depende da velocidade inicial e da distância a que está da boca do cano. No caso de uma pistola, dificilmente vai fazer ricochetes sucessivos durante centenas de metros – embora nestas coisas ninguém pode afirmar nada com certeza absoluta. O melhor é não passar por essa experiência.

Dando seguimento ao post do Foxtrotvictor, vou contar aqui um episódio que se passou comigo há uns anos. Estava eu no fosso da carreira de tiro de carabina a 300 metros, acompanhado de outro colega, a fazer a sinalética da pontuação aos colegas que estavam a treinar e como estávamos a trabalhar com dois alvos, sempre que um estava em cima, aproveitávamos para ir colando as pastilhas no que estava descido. Estávamos perfeitamente protegidos pela protecção de betão armado que “cobria” perfeitamente o alvo que estava descido em mais de 50 cm. Quer isto dizer, que a bala que passasse a rasar a protecção passaria sempre 50 cms acima do topo do alvo. Para tapar alguns buracos no topo do alvo, tínhamos de subir acima de um banco e esticar completamente o braço. A cabeça ficava cerca de um metro abaixo da protecção. Sentíamo-nos completamente seguros. Aquilo era uma seca, estávamos lá em baixo cerca de hora e meia (o tempo médio de cada sessão de treino) e só depois trocávamos. Para tentar não haver perdas de tempo, lá procedíamos como atrás disse, colando o alvo que estava em baixo durante a sessão de tiro do colega. Sempre que o colega dava um tiro, nós parávamos a colagem e fazíamos a sinalética. Tudo isto era misturado com alguma galhofa através da sinalética e das comunicações rádio – para ajudar a passar o tempo. Voltando ao início, sobre a barreira de terra que cobria o abrigo, havia uma fiada de pneus de fragoneta, o que aumentava ainda mais a nossa protecção. Áh! Já me esquecia, mediava mais ou menos 1,5 metros, entre a estrutura de suporte do alvos e  a protecção de betão armado. Estava em eu cima do banco, pronto a esticar o braço direito para tapar um 2 às 13H00, quando ouvi um estrondo enorme e um cheiro a pneu queimado muito intenso. Ficamos meio surdos! Quando nos demos conta do que aconteceu, ficamos sem pinga de sangue! O colega deu um tiro muito baixo, que atingiu um dos pneus, o projéctil ao passar pelos arames do pneu desceu num ângulo talvez superior a 45º, vindo a atingir de lado o alvo que estava descido e que eu me preparava para colar, na linha do 3 ás 13H00!!!!!!!!!! Quer isto dizer que se eu estivesse a colar o buraco no 2 ás 13H00, tinha ficado sem a mão!!!!!!!!!!!!!!!! Felizmente para mim nada aconteceu, para alem do susto. Portanto quando o Foxtrotvictor fala dos ricochetes e das medidas para os minimizar, tem toda a razão, porque as ruas das nossas cidades não são carreiras de tiro com todas as condições de segurança, nem o agente que faz uso da arma está perfeitamente calmo. Portanto nestas condições, pode facilmente haver danos colaterais.

Peço desculpa por vos maçar com este episódio, mas sempre que me lembro dele fico deveras nervosos e não resisti a contá-lo, já que vinha no seguimento do assunto aqui tratado.
Um abraço.

--Lecavo
 

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foxtrotvictor

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« Responder #14 em: Agosto 27, 2006, 09:36:56 am »
Episódio interessante e ilustrativo do que pode resultar de um disparo mal dirigido. Comigo aconteceu, também no serviço militar e em instrução de tiro com a P38, um episódio que ainda hoje não consigo explicar. Senti uma ligeira pancada na perna e quando olhei estava no chão um projéctil de 9x19mm, muito pouco deformado, mas com sinais de um embate angular. As voltas que ele não deve ter dado até regressar à linha de tiro. Guardei-o como recordação e ainda deve andar por aí.

Lecavo, esse efeito de uma sucessão de ricochetes de 9x19mm atingir varias centenas de metros quem o afirma é o especialista Javier Pecci, no seu excelente Manual de Tiro Táctico Policial e de Defesa. Chega a afirmar que esses ricochetes podem acontecer sem perda de velocidade do projéctil, o que a mim também me parece algo exagerado, mas as leis da física lá estarão para explicar tal fenómeno.