Papatango, os Ingleses durante a crise de Goa apoiaram no plano diplomático, mas se segundo se fala ( não sei a veracidade). não deixaram utilizar bases inglesas, para os aviões portugueses seguirem para Goa e boicotaram a passagem de navios de guerra portugueses no canal de suez.
Creio que o problema aqui é a expressão «segundo se fala».
Faz bem em colocar em causa a veracidade desse disparate, porque em 1956 o Egipto assumiu o controlo do Canal do Suez, e em 1957 ocorreu a crise do Suez, com a tentativa anglo-francesa de tomar a região:
http://www.areamilitar.net/HISTbcr.aspx?N=111É preciso ter cuidado com muitas conclusões, porque infelizmente há na Internet muito que se diz, que não tem nem pés nem cabeça.
Embora Churchill, tivesse essa opinião , mas 1939 a aliança foi renovada , e com a visita da rainha, e foi útil para a Inglaterra , porque Salazar conseguiu abrandar as intenções bélicas de Franco, contra Gibraltar e Portugal, e com os serviços secretos ingleses a subornar alguns generais espanhóis, e o tratado de não agressão com Espanha .
Portugal trabalhou em pleno a favor da Inglaterra, e quando estava numa situação complicada como em 1940.
A acreditar no que já foi publicado sobre as relações ibéricas, ou sobre os planos de rearmamento portugueses nos anos 30, no periodo da guerra civil espanhola, Portugal não teve nenhum tipo de influência digna desse nome junto do regime de Franco.
E se houve momento em que a «Aliança Inglesa» esteve periclitante, foi na segunda metade dos anos 30.
Foram os ingleses que fizeram tudo em Espanha para evitar a entrada na guerra dos espanhóis. E o principal argumento foi o argumento militar. Os espanhóis tinham medo dos ingleses. Tinham medo que ocorresse na peninsula algo parecido com o que aconteceu com as invasões napoleónicas. Isso implicava outra vez a desagregação da Espanha, e deitava a perder tudo, absolutamente tudo o que eles tinham conseguido com a vitória na guerra civil.
Como já escrevi aqui, acredito que a capacidade dos britânicos de continuar a bombardear as cidades alemãs, mesmo depois da queda da França, foi determinante para meter medo a Franco. A partir daí, os espanhóis metem o rabinho entre as pernas e pedem aos alemães que clarifiquem a situação (fechem o Mediterrâneo no Suez).
Os apoiantes da alemanha ou os germanófilos, tinham alguma admiração ,não pelo regime , mas pelo avanço tecnológico, indústria , a fiabilidade de máquinas e carros , etc.Com o fim da Guerra , e conhecimento do Holocausto, e de outras atrocidades, mudaram a opinião.
Mas se Portugal fosse invadido , deixavam de admirar , para odiar. Penso que não haveria a quantidade de colaboracionistas que a França teve.
Aquilo que o José Tello designa no seu livro (Portugal e a NATO, que já discutimos aqui várias vezes) como o «periodo alemão», parece ser muito mais resultado das opções dos britânicos.
O exército achava (e com toda a razão) que os armamentos alemães eram superiores ao que os britânicos nos ofereciam, porque o rearmamento britânico estava atrasado e por isso eles só nos disponibilizavam equipamento de segunda linha.
Ao contrário, os alemães tinham iniciado a sua modernização muito mais cedo e tinham disponíveis para venda, equipamentos mais modernos.
Por isso Portugal compra aeronaves Junkers à Alemanha. Mas não testámos equipamentos blindados alemães. Os primeiros blindados alemães que recebemos foram os Leopard-IIA6.
Da Alemanha veio essencialmente armamento ligeiro, a reorganização das OGMA e peças de artilharia.
Os ingleses tinham equipamento que era pelo menos tão bom quanto o alemão ao nível dos caças e Portugal pede para comprar caças Spitfire.
Os ingleses recusam, porque precisam deles, e em contrapartida fornecem-nos os Gladiator.
Mas antes do fim da guerra, ocorre outra coisa, que é o inicio do chamado período americano.
Antes da derrota da Alemanha, a preferência portuguesa passa para os equipamentos norte-americanos.
Isto nota-se pela primeira vez, quando os portugueses comparam a qualidade de construção dos aviões americanos que pousam de emergência em Portugal, e que é considerada muito superior à qualidade dos seus equivalentes alemães.
Aliás, os próprios alemães reconheciam a superior qualidade de aeronaves como o Boeing B-17. A qualidade de construção dos caças também era exemplar, e superior à qualidade alemã.