Substituição dos Alpha-jet

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Lightning

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Re: Substituição dos Alpha-jet
« Responder #1635 em: Março 22, 2023, 02:55:30 pm »
Então a ideia era os UH-60 irem para a esquadra 103?
Os Caracóis passavam a usar helicópteros?

Ou a 103 continuava sem meio e comprava-se UH-60 para enviar para missões em Africa?

A esquadra 103 é uma esquadra de aviões de instrução, poderia receber era um avião de outro modelo, como o PC-21.

Helicópteros UH-60 tácticos, tinha que se criar uma unidade nova, ou na Força Aérea, ou no exército, ou algo mais inovador, algo conjunto se desse (??).
 

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Red Baron

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Re: Substituição dos Alpha-jet
« Responder #1636 em: Março 22, 2023, 03:26:30 pm »
Voltamos ao PC-21 portanto.

Isto anda em círculos  :mrgreen:
 

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mafets

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Re: Substituição dos Alpha-jet
« Responder #1637 em: Março 22, 2023, 03:45:14 pm »
Podemos ver o At6 para não serem sempre os mesmos.  :mrgreen:

https://defense.txtav.com/en/at-6

Citar
CAS/Coin/Irregular Warfare
Close Air Support, Forward Air Control-Airborne, Armed Reconnaissance, Strike Coordination and Reconnaissance, Airborne Interdiction and Intelligence, Combat Maritime Patrol, and Surveillance and Reconnaissance (ISR).

Citar
Flight Training
Including Undergraduate Pilot Training, Introduction to Fighter Fundamentals, Joint Terminal Attack Controller training, and collaborative training.





Saudações  :mrgreen:
"Nunca, no campo dos conflitos humanos, tantos deveram tanto a tão poucos." W.Churchil

http://mimilitary.blogspot.pt/
 

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Lightning

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Re: Substituição dos Alpha-jet
« Responder #1638 em: Março 22, 2023, 04:01:33 pm »
Voltamos ao PC-21 portanto.

Isto anda em círculos  :mrgreen:

Falei nesse pois é o que se tem falado mais, mas existem mais aeronaves no mercado, a jacto até temos o M346, o T-50...
 

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JohnM

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Re: Substituição dos Alpha-jet
« Responder #1639 em: Março 22, 2023, 04:25:21 pm »
Epá, isto anda por aqui uma confusão do caraças com argumentos circulares em toda a parte. Vamos lá a ver, e pedindo desde já desculpa pelo tamanho do post, quais as três questões que têm que ser esclarecidas e por qual ordem:

1. O Sahel e o Norte/Centro de África em geral, é ou não de importância estratégica para Portugal? Podemos discordar (e eu até discordo), mas este governo claramente acha que é, e que em vez de nos andarmos a “meter em confusões” na Ucrânia, o nosso papel é “assegurar” o flanco Sul. Quem discorda, forme um partido político, concorra a eleições, ganhe, e implemente o seu próprio conceito estratégico… é assim que as coisas funcionam em Democracia.

2. Partindo então deste princípio, temos então que ver quais os meios mais adequados para as missões em causa. Helicópteros de Apoio, de Ataque e aviões (normalmente turboprop, mas por vezes a jato) têm todos papéis diferentes e sempre tiveram, desde a Guerra do Vietname. Por isso é que existem UH-60, Apaches e STs, por exemplo. O meio mais adequado para efetuar COIN é, sem sobra de dúvidas, o avião turboprop; os américas usaram-nos no Vietname e depois migraram para os A-10 quando ficaram sem missão no final da Guerra Fria, os Filipinos usam-nos, os Colombianos usam-nos, etc., etc. Fazer COIN com helicópteros é caçar com gato… são mais lentos, e portanto, com tempo de reação maior, mais complexos e, portanto, mais caros de operar, e, acima de tudo, muito mais vulneráveis a fogo de terra. Portanto, quem pode usa turboprops, e quem pode ainda mais (ahem… Franceses e Americanos), usa caças a jato… o que ninguém usa é apenas helicópteros.

Já agora, convinha que houvesse alguma humildade da parte de alguns membros do Fórum por quem eu até tenho bastante respeito… colocar em causa o profissionalismo de aviadores militares profissionais com curso Tactical/Weapons Instructor só porque não lhe agrada as conclusões é no mínimo demonstrador de alguma soberba… respeitinho por quem sabe mais não ficava nada mal…

3. Partindo então do princípio que se aceita (goste-se ou não) que África é estratégica e que COIN é melhor feito com turboprops, o ST torna-se uma opção entre outras, como o AT-6 ou mesmo os Air Tractors que o SOCOM americano anda a experimentar. Além disso, neste momento existe uma lacuna grave na Instrução, que pode ser colmatada por alguns destes meios. Pode não o fazer tão bem como o PC-21, e ser mais caro, mas desempenha ambas as funções e o PC-21 não. É simples… Finalmente, por conta dos laços com a Embraer, existe a possibilidade de adquirir os ST e “matar dois coelhos”. Tudo isto leva a que a opção pelos ST seja natural. Podemos não gostar do conceito estratégico (e eu não gosto…), podemos não gostar da promiscuidade com a Embraer (e eu não gosto…), mas factos são factos. Só precisamos formar 2-4 pilotos por ano para os F-16, portanto uma frota de 10 unidades chega e sobra para as necessidades de instrução e para ter uma força de 4 unidades destacada, ser fôr necessário.

P.S.- Relativamente aos hélis de evacuação, o segredo está no nome… evacuação não é COIN. Novamente seria caçar com gato… vamos sempre ficar com dois tipos de aeronave (hélis EVAC e PC-21 ou ST) e com as respetivas estruturas logísticas. Sabendo que o PC-21 não faz COIN, teríamos sempre que adquirir mais que os famosos 6 hélis... dadas as desvantagens destes por comparação com aviões turboprop para COIN, especialmente custo de hora de vôo, duvido que um binómio hipotético 10xST+6xUH-60 fique mais caro de operar que um binómio 6xPC-21+10 UH-60… isto mesmo que resolvêssemos colocar os PC-21 em Espanha e fazer instrução conjunta...
 
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dc

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Re: Substituição dos Alpha-jet
« Responder #1640 em: Março 22, 2023, 04:41:55 pm »
Eu percebo o que quer dizer, mas os Humvee no Afeganistão não é equiparável, eles não foram comprados para o Afeganistão, nós já os tínhamos para Timor, a adaptação dos Humvee para o Afeganistão pode ter sido um "desenrascanso", nem sei se no início da guerra no Afeganistão, se já existiria MRAPs à venda. Quase de certeza que foi algo desenvolvido posteriormente como resposta a esses conflitos (Afeganistão e Iraque).

Sim, desenrascou-se com os Humvee não-blindados, que tiveram de ser substituídos com os Vamtac alugados, enquanto recebiam uma modernização/blindagem da Plasan Sasa. Depois foram empregues os Humvee blindados, e ao longo dos tempos foram adquiridos mais uns quantos, das versões M1151 (EP) mais os 3 do TACP da FAP (penso que da versão M1165). Já havia MRAPs em 2002, e alguns até antes disso, mas a partir de 2007 começaram a surgir muitos mais. Daí até à nossa saída no Médio Oriente, nunca comprámos nenhum (nem uma meia dúzia), ficando nos últimos anos dependentes do empréstimo dos Maxxpro e M-ATV americanos.

Portanto, num TO onde a ameaça assim o justificava, não foram capazes de gastar uns 10 milhões (se tanto) numa dezena de MRAP, mas para COIN em África, já se vai gastar dezenas ou mesmo uma centena de milhões na compra do meio "ideal" para aquela missão.

No mínimo, se querem que assim seja, adquirir o meio ideal para a missão COIN, então apliquem o mesmo racional no resto das FA. O meio ideal para tudo, e não apenas aquele que coincide com uma compra política.

Citar
Penso que nunca se falou em mais que 5 ou 6 helis de evacuação...

Falar não se falou. Havia a esperança que com a revisão da LPM, se arranjasse maneira de ter mais do que o número planeado (mesmo para 5 ou 6 helicópteros decentes, o orçamento já era curto).

Citar
Não tenho dados para isso.
Mas olhe que por regra, a hora de voo de helicóptero é sempre mais cara que de avião, tem inspecções muito mais frequentes, as partes móveis (rotores) exigem vigilância constante pelos mecânicos, etc.

Mesmo assim, serão duas linhas logísticas, mais pessoal de terra dedicado a cada uma das aeronaves, etc.
Agora claro, também haveria a opção de só enviar o ST, ficando todas as missões que um heli faz, dependentes de terceiros. E isto, também não favorece nada o ST, pois fazia mais sentido termos nós helicópteros, e pedir apoio de STs dos países vizinhos que já os possuem.

Citar
Eu percebo essas vantagens, mas algumas são teóricas, Qual navio é que existe de onde possam operar?

Enquanto esse navio não existir, a que ilhas consegue chegar?

Nos Açores a partir do grupo central consegue dar apoio a operações nas ilhas mais a ocidente?

É que nos arquipélagos todas as ilhas têm pista, de onde aviões tipo Super Tucano podem operar.

Um UH-60 não é um Merlin. Não haveria de ser difícil ter fragatas capazes de os operar, o mesmo para o AOR (e os NPO batch 3 deviam estar preparados para o mesmo). Agora, se não tivermos essa capacidade no futuro, é culpa nossa.

A ilha mais afastada do grupo central, situa-se a cerca de 310 km de distância. O UH-60 consegue fazer isso.

Então e ias usar o ST para dar mobilidade aérea entre ilhas? Tanto do ponto de vista civil como militar. E se falarmos em operar a partir de bases aéreas/aeródromos, podemos então falar de usar UAV/UCAV, que são muito superiores para a missão em questão.

Então a ideia era os UH-60 irem para a esquadra 103?
Os Caracóis passavam a usar helicópteros?

Ou a 103 continuava sem meio e comprava-se UH-60 para enviar para missões em Africa?

A esquadra 103 é uma esquadra de aviões de instrução, poderia receber era um avião de outro modelo, como o PC-21.

Helicópteros UH-60 tácticos, tinha que se criar uma unidade nova, ou na Força Aérea, ou no exército, ou algo mais inovador, algo conjunto se desse (??).

Obviamente que os UH-60 não iriam para os Caracóis. Para os Caracóis iria a opção mais adequada para treino, e com vantagens em termos de custos, e de preferência, que permitisse ter interoperabilidade com países aliados. A ideia passava por manter os custos nos mínimos.

Os UH-60, por serem mais versáteis para diversos TOs, esses sim deviam ter maior investimento.
 

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dc

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Re: Substituição dos Alpha-jet
« Responder #1641 em: Março 22, 2023, 04:56:13 pm »
Epá, isto anda por aqui uma confusão do caraças com argumentos circulares em toda a parte. Vamos lá a ver, e pedindo desde já desculpa pelo tamanho do post, quais as três questões que têm que ser esclarecidas e por qual ordem:

1. O Sahel e o Norte/Centro de África em geral, é ou não de importância estratégica para Portugal? Podemos discordar (e eu até discordo), mas este governo claramente acha que é, e que em vez de nos andarmos a “meter em confusões” na Ucrânia, o nosso papel é “assegurar” o flanco Sul. Quem discorda, forme um partido político, concorra a eleições, ganhe, e implemente o seu próprio conceito estratégico… é assim que as coisas funcionam em Democracia.

2. Partindo então deste princípio, temos então que ver quais os meios mais adequados para as missões em causa. Helicópteros de Apoio, de Ataque e aviões (normalmente turboprop, mas por vezes a jato) têm todos papéis diferentes e sempre tiveram, desde a Guerra do Vietname. Por isso é que existem UH-60, Apaches e STs, por exemplo. O meio mais adequado para efetuar COIN é, sem sobra de dúvidas, o avião turboprop; os américas usaram-nos no Vietname e depois migraram para os A-10 quando ficaram sem missão no final da Guerra Fria, os Filipinos usam-nos, os Colombianos usam-nos, etc., etc. Fazer COIN com helicópteros é caçar com gato… são mais lentos, e portanto, com tempo de reação maior, mais complexos e, portanto, mais caros de operar, e, acima de tudo, muito mais vulneráveis a fogo de terra. Portanto, quem pode usa turboprops, e quem pode ainda mais (ahem… Franceses e Americanos), usa caças a jato… o que ninguém usa é apenas helicópteros.

Já agora, convinha que houvesse alguma humildade da parte de alguns membros do Fórum por quem eu até tenho bastante respeito… colocar em causa o profissionalismo de aviadores militares profissionais com curso Tactical/Weapons Instructor só porque não lhe agrada as conclusões é no mínimo demonstrador de alguma soberba… respeitinho por quem sabe mais não ficava nada mal…

3. Partindo então do princípio que se aceita (goste-se ou não) que África é estratégica e que COIN é melhor feito com turboprops, o ST torna-se uma opção entre outras, como o AT-6 ou mesmo os Air Tractors que o SOCOM americano anda a experimentar. Além disso, neste momento existe uma lacuna grave na Instrução, que pode ser colmatada por alguns destes meios. Pode não o fazer tão bem como o PC-21, e ser mais caro, mas desempenha ambas as funções e o PC-21 não. É simples… Finalmente, por conta dos laços com a Embraer, existe a possibilidade de adquirir os ST e “matar dois coelhos”. Tudo isto leva a que a opção pelos ST seja natural. Podemos não gostar do conceito estratégico (e eu não gosto…), podemos não gostar da promiscuidade com a Embraer (e eu não gosto…), mas factos são factos. Só precisamos formar 2-4 pilotos por ano para os F-16, portanto uma frota de 10 unidades chega e sobra para as necessidades de instrução e para ter uma força de 4 unidades destacada, ser fôr necessário.

P.S.- Relativamente aos hélis de evacuação, o segredo está no nome… evacuação não é COIN. Novamente seria caçar com gato… vamos sempre ficar com dois tipos de aeronave (hélis EVAC e PC-21 ou ST) e com as respetivas estruturas logísticas. Sabendo que o PC-21 não faz COIN, teríamos sempre que adquirir mais que os famosos 6 hélis... dadas as desvantagens destes por comparação com aviões turboprop para COIN, especialmente custo de hora de vôo, duvido que um binómio hipotético 10xST+6xUH-60 fique mais caro de operar que um binómio 6xPC-21+10 UH-60… isto mesmo que resolvêssemos colocar os PC-21 em Espanha e fazer instrução conjunta...

Ah pronto. Afinal as decisões tomadas por um Governo de corruptos, têm racional.

Já sabem, o Governo é que manda, portanto o que este diz, não pode ser alvo de escrutínio. Qual líder absoluto qual quê!!!!

Oh grande PS, podem eliminar os F-16, submarinos, fragatas e tudo o resto de meios "convencionais" das FA portuguesa, porque o vosso conceito estratégico acha que o mundo gira à volta do Sahel, e como tal, é onde tem que se investir.

Se só formamos 3 a 4 pilotos de F-16 por ano, os quais custavam cerca de 3 ou 4 milhões (no total) para os formar lá fora, isto apenas nos diz o quão financeiramente inviável é manter a Esq.103.

Agora, já se questionaram que, se calhar, esta é a prioridade, por conveniência, e não tanto por ser realmente uma prioridade (ainda por cima para um país que tem responsabilidades enormes no Atlântico)?

Mas desde quando é que um conceito estratégico pode ser levado a sério, quando coloca a simples defesa nacional, para segundo ou terceiro plano?
 

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Red Baron

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Re: Substituição dos Alpha-jet
« Responder #1642 em: Março 22, 2023, 05:17:07 pm »
Epá, isto anda por aqui uma confusão do caraças com argumentos circulares em toda a parte. Vamos lá a ver, e pedindo desde já desculpa pelo tamanho do post, quais as três questões que têm que ser esclarecidas e por qual ordem:

1. O Sahel e o Norte/Centro de África em geral, é ou não de importância estratégica para Portugal? Podemos discordar (e eu até discordo), mas este governo claramente acha que é, e que em vez de nos andarmos a “meter em confusões” na Ucrânia, o nosso papel é “assegurar” o flanco Sul. Quem discorda, forme um partido político, concorra a eleições, ganhe, e implemente o seu próprio conceito estratégico… é assim que as coisas funcionam em Democracia.

2. Partindo então deste princípio, temos então que ver quais os meios mais adequados para as missões em causa. Helicópteros de Apoio, de Ataque e aviões (normalmente turboprop, mas por vezes a jato) têm todos papéis diferentes e sempre tiveram, desde a Guerra do Vietname. Por isso é que existem UH-60, Apaches e STs, por exemplo. O meio mais adequado para efetuar COIN é, sem sobra de dúvidas, o avião turboprop; os américas usaram-nos no Vietname e depois migraram para os A-10 quando ficaram sem missão no final da Guerra Fria, os Filipinos usam-nos, os Colombianos usam-nos, etc., etc. Fazer COIN com helicópteros é caçar com gato… são mais lentos, e portanto, com tempo de reação maior, mais complexos e, portanto, mais caros de operar, e, acima de tudo, muito mais vulneráveis a fogo de terra. Portanto, quem pode usa turboprops, e quem pode ainda mais (ahem… Franceses e Americanos), usa caças a jato… o que ninguém usa é apenas helicópteros.

Já agora, convinha que houvesse alguma humildade da parte de alguns membros do Fórum por quem eu até tenho bastante respeito… colocar em causa o profissionalismo de aviadores militares profissionais com curso Tactical/Weapons Instructor só porque não lhe agrada as conclusões é no mínimo demonstrador de alguma soberba… respeitinho por quem sabe mais não ficava nada mal…

3. Partindo então do princípio que se aceita (goste-se ou não) que África é estratégica e que COIN é melhor feito com turboprops, o ST torna-se uma opção entre outras, como o AT-6 ou mesmo os Air Tractors que o SOCOM americano anda a experimentar. Além disso, neste momento existe uma lacuna grave na Instrução, que pode ser colmatada por alguns destes meios. Pode não o fazer tão bem como o PC-21, e ser mais caro, mas desempenha ambas as funções e o PC-21 não. É simples… Finalmente, por conta dos laços com a Embraer, existe a possibilidade de adquirir os ST e “matar dois coelhos”. Tudo isto leva a que a opção pelos ST seja natural. Podemos não gostar do conceito estratégico (e eu não gosto…), podemos não gostar da promiscuidade com a Embraer (e eu não gosto…), mas factos são factos. Só precisamos formar 2-4 pilotos por ano para os F-16, portanto uma frota de 10 unidades chega e sobra para as necessidades de instrução e para ter uma força de 4 unidades destacada, ser fôr necessário.

P.S.- Relativamente aos hélis de evacuação, o segredo está no nome… evacuação não é COIN. Novamente seria caçar com gato… vamos sempre ficar com dois tipos de aeronave (hélis EVAC e PC-21 ou ST) e com as respetivas estruturas logísticas. Sabendo que o PC-21 não faz COIN, teríamos sempre que adquirir mais que os famosos 6 hélis... dadas as desvantagens destes por comparação com aviões turboprop para COIN, especialmente custo de hora de vôo, duvido que um binómio hipotético 10xST+6xUH-60 fique mais caro de operar que um binómio 6xPC-21+10 UH-60… isto mesmo que resolvêssemos colocar os PC-21 em Espanha e fazer instrução conjunta...

Ah pronto. Afinal as decisões tomadas por um Governo de corruptos, têm racional.

Já sabem, o Governo é que manda, portanto o que este diz, não pode ser alvo de escrutínio. Qual líder absoluto qual quê!!!!

Oh grande PS, podem eliminar os F-16, submarinos, fragatas e tudo o resto de meios "convencionais" das FA portuguesa, porque o vosso conceito estratégico acha que o mundo gira à volta do Sahel, e como tal, é onde tem que se investir.

Se só formamos 3 a 4 pilotos de F-16 por ano, os quais custavam cerca de 3 ou 4 milhões (no total) para os formar lá fora, isto apenas nos diz o quão financeiramente inviável é manter a Esq.103.

Agora, já se questionaram que, se calhar, esta é a prioridade, por conveniência, e não tanto por ser realmente uma prioridade (ainda por cima para um país que tem responsabilidades enormes no Atlântico)?

Mas desde quando é que um conceito estratégico pode ser levado a sério, quando coloca a simples defesa nacional, para segundo ou terceiro plano?

Neste momento estamos a formar 1 piloto por ano para F-16. Tivemos um ano de 2 mas foi por no ano anterior não tivemos vagas na escola internacional.

Só lembrar que o ST é barato de operar, logo é a ONU a pagar grande parte dos custos.
 

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dc

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Re: Substituição dos Alpha-jet
« Responder #1643 em: Março 22, 2023, 05:53:58 pm »
Mais me ajudas, para formar 1 ou 2 pilotos por ano, não se justifica ter uma esquadra própria. A ideia da escola internacional tinha como principal objectivo dividir a despesa de uma esquadra de aeronaves de treino avançado (fosse qual fosse o modelo escolhido), entre vários países participantes.

Há que ser pragmático, e se calhar em vez de se fazer estudos e grupos de trabalho para coisas sem nexo, se calhar deviam avaliar a rentabilidade de se ter determinadas capacidades "in house" vs no estrangeiro.

Mas se querem tanto o Super Tucano, em vez de se estarem a prender a estudos teóricos/opiniões, dêem garantias que a sua vinda:
-não vai afectar o já curto orçamento de manutenção dos meios existentes;
-não vai obrigar a cortar no nº F-16;
-não vai pôr em causa aquisição de armamento para os F-16;
-não vai bloquear a compra de armamento "a sério" para os (mais versáteis em tudo o que é missão de combate que não COIN) para os helicópteros de evacuação;
-não vai bloquear futuras intenções de compra de UCAVs;
-não vai obrigar a que seja canalizado pessoal de outras esquadras, para "guarnecer" os ST, desde pilotos a pessoal de terra.

Como todos sabemos, ninguém conseguirá arranjar garantias. É atirar-nos de cabeça para um meio como o ST, e depois logo se vê que consequências terá a curto, médio e longo prazo.
 

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Re: Substituição dos Alpha-jet
« Responder #1644 em: Março 22, 2023, 06:13:03 pm »
Mais me ajudas, para formar 1 ou 2 pilotos por ano, não se justifica ter uma esquadra própria. A ideia da escola internacional tinha como principal objectivo dividir a despesa de uma esquadra de aeronaves de treino avançado (fosse qual fosse o modelo escolhido), entre vários países participantes.

Há que ser pragmático, e se calhar em vez de se fazer estudos e grupos de trabalho para coisas sem nexo, se calhar deviam avaliar a rentabilidade de se ter determinadas capacidades "in house" vs no estrangeiro.

Mas se querem tanto o Super Tucano, em vez de se estarem a prender a estudos teóricos/opiniões, dêem garantias que a sua vinda:
-não vai afectar o já curto orçamento de manutenção dos meios existentes;
-não vai obrigar a cortar no nº F-16;
-não vai pôr em causa aquisição de armamento para os F-16;
-não vai bloquear a compra de armamento "a sério" para os (mais versáteis em tudo o que é missão de combate que não COIN) para os helicópteros de evacuação;
-não vai bloquear futuras intenções de compra de UCAVs;
-não vai obrigar a que seja canalizado pessoal de outras esquadras, para "guarnecer" os ST, desde pilotos a pessoal de terra.

Como todos sabemos, ninguém conseguirá arranjar garantias. É atirar-nos de cabeça para um meio como o ST, e depois logo se vê que consequências terá a curto, médio e longo prazo.

Mas os ST não vêm para treino de pilotos. Embora possam ajudar no weapons training.

Se vierem é para apoio próximo a forças destacadas, no cenário africano. Mas ao contrario do que muitas pessoas aqui pensão não é para ir largar bombas.  Porque temos de respeitar as regras de empenhamento para as operações no seio da ONU.
« Última modificação: Março 22, 2023, 06:19:34 pm por Red Baron »
 

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JohnM

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Re: Substituição dos Alpha-jet
« Responder #1645 em: Março 22, 2023, 06:15:05 pm »
Epá, isto anda por aqui uma confusão do caraças com argumentos circulares em toda a parte. Vamos lá a ver, e pedindo desde já desculpa pelo tamanho do post, quais as três questões que têm que ser esclarecidas e por qual ordem:

1. O Sahel e o Norte/Centro de África em geral, é ou não de importância estratégica para Portugal? Podemos discordar (e eu até discordo), mas este governo claramente acha que é, e que em vez de nos andarmos a “meter em confusões” na Ucrânia, o nosso papel é “assegurar” o flanco Sul. Quem discorda, forme um partido político, concorra a eleições, ganhe, e implemente o seu próprio conceito estratégico… é assim que as coisas funcionam em Democracia.

2. Partindo então deste princípio, temos então que ver quais os meios mais adequados para as missões em causa. Helicópteros de Apoio, de Ataque e aviões (normalmente turboprop, mas por vezes a jato) têm todos papéis diferentes e sempre tiveram, desde a Guerra do Vietname. Por isso é que existem UH-60, Apaches e STs, por exemplo. O meio mais adequado para efetuar COIN é, sem sobra de dúvidas, o avião turboprop; os américas usaram-nos no Vietname e depois migraram para os A-10 quando ficaram sem missão no final da Guerra Fria, os Filipinos usam-nos, os Colombianos usam-nos, etc., etc. Fazer COIN com helicópteros é caçar com gato… são mais lentos, e portanto, com tempo de reação maior, mais complexos e, portanto, mais caros de operar, e, acima de tudo, muito mais vulneráveis a fogo de terra. Portanto, quem pode usa turboprops, e quem pode ainda mais (ahem… Franceses e Americanos), usa caças a jato… o que ninguém usa é apenas helicópteros.

Já agora, convinha que houvesse alguma humildade da parte de alguns membros do Fórum por quem eu até tenho bastante respeito… colocar em causa o profissionalismo de aviadores militares profissionais com curso Tactical/Weapons Instructor só porque não lhe agrada as conclusões é no mínimo demonstrador de alguma soberba… respeitinho por quem sabe mais não ficava nada mal…

3. Partindo então do princípio que se aceita (goste-se ou não) que África é estratégica e que COIN é melhor feito com turboprops, o ST torna-se uma opção entre outras, como o AT-6 ou mesmo os Air Tractors que o SOCOM americano anda a experimentar. Além disso, neste momento existe uma lacuna grave na Instrução, que pode ser colmatada por alguns destes meios. Pode não o fazer tão bem como o PC-21, e ser mais caro, mas desempenha ambas as funções e o PC-21 não. É simples… Finalmente, por conta dos laços com a Embraer, existe a possibilidade de adquirir os ST e “matar dois coelhos”. Tudo isto leva a que a opção pelos ST seja natural. Podemos não gostar do conceito estratégico (e eu não gosto…), podemos não gostar da promiscuidade com a Embraer (e eu não gosto…), mas factos são factos. Só precisamos formar 2-4 pilotos por ano para os F-16, portanto uma frota de 10 unidades chega e sobra para as necessidades de instrução e para ter uma força de 4 unidades destacada, ser fôr necessário.

P.S.- Relativamente aos hélis de evacuação, o segredo está no nome… evacuação não é COIN. Novamente seria caçar com gato… vamos sempre ficar com dois tipos de aeronave (hélis EVAC e PC-21 ou ST) e com as respetivas estruturas logísticas. Sabendo que o PC-21 não faz COIN, teríamos sempre que adquirir mais que os famosos 6 hélis... dadas as desvantagens destes por comparação com aviões turboprop para COIN, especialmente custo de hora de vôo, duvido que um binómio hipotético 10xST+6xUH-60 fique mais caro de operar que um binómio 6xPC-21+10 UH-60… isto mesmo que resolvêssemos colocar os PC-21 em Espanha e fazer instrução conjunta...

Ah pronto. Afinal as decisões tomadas por um Governo de corruptos, têm racional.

Já sabem, o Governo é que manda, portanto o que este diz, não pode ser alvo de escrutínio. Qual líder absoluto qual quê!!!!

Oh grande PS, podem eliminar os F-16, submarinos, fragatas e tudo o resto de meios "convencionais" das FA portuguesa, porque o vosso conceito estratégico acha que o mundo gira à volta do Sahel, e como tal, é onde tem que se investir.

Se só formamos 3 a 4 pilotos de F-16 por ano, os quais custavam cerca de 3 ou 4 milhões (no total) para os formar lá fora, isto apenas nos diz o quão financeiramente inviável é manter a Esq.103.

Agora, já se questionaram que, se calhar, esta é a prioridade, por conveniência, e não tanto por ser realmente uma prioridade (ainda por cima para um país que tem responsabilidades enormes no Atlântico)?

Mas desde quando é que um conceito estratégico pode ser levado a sério, quando coloca a simples defesa nacional, para segundo ou terceiro plano?
Concordo com todas essas observações e, no entanto, isso não muda uma linha do que eu escrevi, que continua, factualmente, a ser verdade.
 

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dc

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Re: Substituição dos Alpha-jet
« Responder #1646 em: Março 22, 2023, 09:03:15 pm »
Mas os ST não vêm para treino de pilotos. Embora possam ajudar no weapons training.

Se vierem é para apoio próximo a forças destacadas, no cenário africano. Mas ao contrario do que muitas pessoas aqui pensão não é para ir largar bombas.  Porque temos de respeitar as regras de empenhamento para as operações no seio da ONU.

Os argumentos a favor do ST vão variando. Ora é primariamente para treino, ora primariamente para CAS/COIN. Mais vale dizerem de uma vez por todas que se vai adquirir o ST, porque convém, e o que se faz com ele depois logo se vê.

Entretanto, não dizem que é paga pela ONU a sua utilização na missão em causa? Então se é pago, o custo de h/voo nem se deve colocar, ficando mais barato para a FAP não comprar uma aeronave de propósito para esse fim, e "aproveitar a mama" para enviar uns F-16, para dar o tal apoio aéreo próximo, e ao mesmo tempo, ganhar valiosa experiência em combate. Isto até servia de pretexto para investir mais na frota de F-16.

Quanto a largar bombas, não sei, sei que bombas "burras" teriam riscos inerentes de fogo amigo e/ou danos colaterais, já as bombas guiadas seriam demasiado caras para andar a rebentar com meia dúzia gajos com uma AK. O que sempre presumi era mais na ordem da utilização de canhões e foguetes.
 

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Red Baron

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Re: Substituição dos Alpha-jet
« Responder #1647 em: Março 22, 2023, 09:47:59 pm »
Mas os ST não vêm para treino de pilotos. Embora possam ajudar no weapons training.

Se vierem é para apoio próximo a forças destacadas, no cenário africano. Mas ao contrario do que muitas pessoas aqui pensão não é para ir largar bombas.  Porque temos de respeitar as regras de empenhamento para as operações no seio da ONU.

Os argumentos a favor do ST vão variando. Ora é primariamente para treino, ora primariamente para CAS/COIN. Mais vale dizerem de uma vez por todas que se vai adquirir o ST, porque convém, e o que se faz com ele depois logo se vê.

Entretanto, não dizem que é paga pela ONU a sua utilização na missão em causa? Então se é pago, o custo de h/voo nem se deve colocar, ficando mais barato para a FAP não comprar uma aeronave de propósito para esse fim, e "aproveitar a mama" para enviar uns F-16, para dar o tal apoio aéreo próximo, e ao mesmo tempo, ganhar valiosa experiência em combate. Isto até servia de pretexto para investir mais na frota de F-16.

Quanto a largar bombas, não sei, sei que bombas "burras" teriam riscos inerentes de fogo amigo e/ou danos colaterais, já as bombas guiadas seriam demasiado caras para andar a rebentar com meia dúzia gajos com uma AK. O que sempre presumi era mais na ordem da utilização de canhões e foguetes.

Não sei onde viste a variação. A FAP apenas falou que queria um meio de asa fixa para apoiar as forças destacadas em África. Antes disso saiu na imprensa internacional que Portugal estava interessado num avião COIN antes do anuncio do CEMGFA .

O treino só foi colocado a quando da oferta da Elbit, que era de ST e M345. Mas morreu rápido.

A minha má língua diz que a vir(não acredito) o ST vai é fazer vigilância a incêndios e nunca vai colocar as rodas em África.
 

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antoninho

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Lightning

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Re: Substituição dos Alpha-jet
« Responder #1649 em: Março 22, 2023, 10:44:16 pm »
"aproveitar a mama" para enviar uns F-16, para dar o tal apoio aéreo próximo, e ao mesmo tempo, ganhar valiosa experiência em combate.

E os americanos deixam?

E existem condições nas pistas desses países para F-16 operarem? É que o F-16 tem a entrada de ar para o motor muito perto do chão.

No Afeganistão era assim.

« Última modificação: Março 22, 2023, 10:44:43 pm por Lightning »