Saída dos EUA dividirá o Iraque em três nações

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André

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« Responder #30 em: Janeiro 12, 2008, 02:25:17 pm »
Bush pede à Síria para colaborar mais e adverte Irão

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O presidente George W. Bush afirmou este sábado que tudo está «no bom caminho» para reduzir o número de tropas norte-americanas no Iraque para 130 mil soldados até Julho, conforme se comprometeu, e que a esperança está a regressar àquele país.

Falando à imprensa num campo militar norte-americano no Kuwait ao quarto dia do seu périplo pelo Médio Oriente, Bush apelou à Síria para «impedir a onda de terroristas» que se infiltram no Iraque e apelou ao Irão que «deixe de apoiar as milícias» que atacam as forças da Coligação, os soldados e os policias iraquianos.

«A única coisa que digo, é que estamos no bom caminho para voltar a ter no Iraque apenas 15 brigadas daqui até Julho, contra as 20 que lá se encontram actualmente, declarou Bush.

O presidente dos Estados Unidos anunciou em Setembro de 2007 o início de uma retirada limitada que visa reduzir os efectivos das tropas norte-americanas para cerca de 130.000 homens daqui até Julho de 2008. Há actualmente cerca de 160.000 soldados dos Estados Unidos no Iraque.

George W. Bush respondia a perguntas da imprensa durante uma visita ao Campo Arifjan, a principal base militar norte-americana no Kuwait, após encontros com o comandante das forças norte-americanas no Iraque, general David Petraeus, e o embaixador dos Estados Unidos em Bagdad, Ryan Crocker.

O presidente norte-americano voltou a confirmar que o seu plano para reduzir a violência no Iraque, que consistia essencialmente no envio cerca de 30.000 soldados suplementares, está a produzir resultados.

«O nível de violência foi reduzido de forma significativa«, afirmou.

«A esperança está a regressar a Bagdad e às cidades e aldeias através do Iraque», prosseguiu, afirmando não ter dúvidas quanto ao «êxito».

No que respeita ao número das tropas, Bush precisou na sua declaração que se o general Petraeus considerar que é necessário retardar o ritmo de redução dos efectivos, isso será feito conforme o seu parecer.

Também considerou que o compromisso norte-americano no Iraque para garantir a segurança deste país irá «para além da (sua) presidência», ou seja, que as tropas norte-americanas ainda estarão no Iraque após Janeiro de 2009.

A propósito do ramo iraquiano da rede Al Qaeda, Bush considerou que continua a ser «perigoso», apesar dos «golpes severos» que lhe foram infligidos pelas forças da Coligação e pelas tropas iraquianas.

Relativamente à Síria, declarou que Teerão «deve reduzir ainda mais o fluxo de terroristas» que cruzam a sua fronteira com o Iraque para combater as forças da Coligação, enquanto que «o Irão deve deixar de apoiar as milícias» que atacam as forças aliadas e as tropas iraquianas.

Diário Digital / Lusa

 

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« Responder #31 em: Janeiro 17, 2008, 11:16:11 pm »
Retirada das tropas norte-americanas depende da preparação das iraquianas

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O secretário da Defesa norte-americano assegurou hoje que a retirada dos militares norte-americanos depende da preparação das tropas iraquianas.

Falando aos jornalistas, Robert Gates reafirmou a intenção anunciada em Setembro de 2007 pelo general David Petraeus - máxima patente militar norte-americana no Iraque -, de retirar cinco brigadas de combate até ao Verão.

"Estamos no bom caminho (...) e espero que a retirada de tropas (norte-americanas) no segundo semestre (deste ano) possa decorrer ao ritmo previsto para o primeiro semestre", disse o chefe do Pentágono.

No entanto, Gates afirmou esperar uma avaliação do general David Petraeus, prevista par Março e fundamental para saber o passo a dar depois de Julho.

Dos actuais 160.000 soldados no Iraque, 130.000 deverão permanecer no terreno.

As questões fundamentais - de acordo com o secretário da Defesa - são o ritmo do treino e apetrechamento do exército iraquiano, a par da transferência de responsabilidades.

O general norte-americano James Dubik, responsável por este processo, admitiu perante a Comissão das Forças Armadas da Câmara dos Representantes que a transferência de responsabilidades decorrerá entre o primeiro trimestre de 2009 e 2012 e que o exército iraquiano estará à altura de garantir a segurança nacional entre 2018 e 2020.

O titular da Defesa iraquiano, Abdel Kader al-Obeidi, concordou com as datas apontadas, numa entrevista publicada na passada terça-feira pelo jornal New York Times.

Nove das 18 províncias do Iraque já estão na mão do exército local.

Lusa

 

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« Responder #32 em: Janeiro 29, 2008, 01:56:32 pm »
Bush contra a «retirada prematura» do Iraque

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O Presidente George W. Bush apelou na segunda-feira aos norte-americanos a que mantenham a confiança na economia, ameaçada de recessão, e não comprometam o «sucesso» no Iraque com uma retirada prematura das tropas.

No seu sétimo e último discurso anual sobre o estado da União, diante das duas câmaras legislativas, Bush advertiu para a possibilidade do recrudescimento da violência e reforço da Al Qaeda se se verificar uma retirada, que considerou precipitada, das tropas dos EUA no Iraque, medida desejada pela maioria dos norte-americanos.

«Membros do Congresso, depois de termos chegado tão longe e de termos conseguido tanto, não devemos permitir» a retirada das tropas, disse o Presidente.

George W. Bush preveniu também o Irão que terá de enfrentar os EUA se ameaçar as suas tropas ou os interesses de Washington e dos seus aliados.

Bush recordou que, há um ano, o Iraque estava à beira do caos e que tomou a decisão de reforçar os efectivos norte-americanos naquele país.

Segundo afirmou, a decisão produziu «resultados que poucos de nós imaginaríamos há um ano».

«Aplicámos rudes golpes aos nossos inimigos no Iraque», disse Bush. «Eles ainda não foram vencidos e devemos esperar combates muito duros.»

Para Bush, o objectivo de 2008 deve ser a consolidação dos ganhos de 2007.

Tendo diante de si os senadores rivais Barack Obama e Hillary Clinton, que disputam a nomeação democrata à eleição presidencial, e que defendem uma retirada acelerada do Iraque, George Bush disse que qualquer retirada suplementar deve ser «determinada pelas condições no terreno».

Diário Digital / Lusa

 

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« Responder #33 em: Fevereiro 11, 2008, 09:35:49 am »
Robert Gates defende período de reflexão depois da primeira retirada de tropas

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O secretário da Defesa norte-americano, Robert Gates, defendeu hoje em Bagdad uma "curta" pausa da redução do contingente norte-americano no Iraque depois da primeira retirada de tropas, já anunciada para Julho deste ano.

"Creio que a ideia de um breve período de consolidação e de avaliação faz sentido", declarou Gates aos jornalistas no final de um encontro de duas horas com o comandante norte-americano no Iraque, general David Petraus.

Uma primeira redução do contingente dos Estados Unidos, que deverá variar entre 160.000 e 130.000 soldados, já foi anunciada e deverá concretizar-se em Julho deste ano.

O general Petraus tinha dado a entender que desejava um tempo de reflexão depois desta primeira retirada.

Lusa

 

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« Responder #34 em: Março 14, 2008, 02:43:33 pm »
John McCain teme que retirada do Iraque conduza a «genocídio»

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O pré-candidato republicano para as eleições presidenciais dos EUA John McCain afirmou que teme que uma prematura retirada total das tropas norte-americanas do Iraque leve toda a região ao «genocídio» e ao «caos».

Em entrevista ao jornal britânico The Daily Telegraph antes de se reunir na próxima semana com o primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, em Londres, McCain afirma que uma saída prematura dos EUA do Iraque representaria uma vitória para a rede terrorista Al Qaeda.

«Um dos debates destas eleições será se os cidadãos norte-americanos querem um candidato que quer sair (do Iraque) tão rápido quanto seja possível. Caso façamos isto, a Al Qaeda vencerá», afirma o senador pelo Arizona - que se garantiu matematicamente como candidato do Partido Republicano.

McCain, de 71 anos e que enfrentará nas eleições de Novembro Hillary Clinton ou Barack Obama, diz que os EUA e aliados perderiam a guerra caso se retirassem do país.

«Manterei esta estratégia, pois prefiro perder uma campanha que uma guerra», acrescenta.

Diário Digital / Lusa

 

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« Responder #35 em: Março 19, 2008, 01:43:28 pm »
Brown desiste de reduzir presença militar britânica no Iraque

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O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, foi obrigado a recuar na promessa de reduzir em 1.500 soldados a força militar que tem para o Iraque, noticiou hoje o The Daily Telegraph.
No ano passado, o Governo trabalhista indicou que reduziria a presença do Reino Unido em território iraquiano para apenas 2.500 militares.

No entanto, seguindo os conselhos do alto comando militar, preocupado com a instabilidade no país árabe, Brown viu-se obrigado a desrespeitar o seu próprio compromisso, refere o jornal.

O alto comando militar está preocupado com os contínuos ataques com foguetes contra a base no aeroporto de Basra, onde está o contingente britânico, de aproximadamente 5.000 soldados.

Além disso, o exército iraquiano continua a depender do apoio britânico para compensar a falta de experiência que tem.

Os 1.500 militares que poderiam voltar agora para casa continuarão no Iraque até serem substituídos por 3.900 elementos da sétima brigada, adianta o jornal, que cita fontes do Ministério da Defesa. Brown foi acusado de «cinismo» e de utilizar os militares para os seus fins políticos quando anunciou, em Outubro do ano passado, coincidindo com o congresso do opositor Partido Conservador, que mil soldados regressariam a casa para o Natal.

Diário Digital / Lusa

 

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« Responder #36 em: Abril 03, 2008, 03:16:39 pm »
EUA mantêm plano de reduzir tropas no Iraque

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Os Estados Unidos manterão o plano de retirar algumas tropas do Iraque até Julho, apesar do aumento da violência em Bagdad e no sul do Iraque, afirmou o almirante Mike Mullen, chefe do Estado-Maior conjunto das Forças Armadas dos EUA.

No entanto, o militar indicou que depois de Julho se fará uma pausa para avaliar a situação do país.

«Neste momento, mantemos os planos para a retirada da quinta brigada para no final de Julho, e depois decorrerá um período de consolidação e avaliação», disse Mullen no Pentágono.

Actualmente, os EUA mantêm no Iraque 158 mil homens, incluindo 18 brigadas de combate. Durante o ano passado enviaram 20 brigadas.

O número deverá cair para 140 mil soldados.

Mullen não esclareceu quanto tempo durará o período de avaliação, mas assinalou que será ditado pelas condições de segurança no Iraque.

O militar também assinalou que estão a ser avaliados actualmente os resultados de uma operação de segurança em Bassorá, na qual forças lideradas por iraquianos combateram grupos xiitas nas últimas semanas.

«A última semana foi particularmente violenta. É este tipo de violência e falta de segurança que, sem dúvida, influirá na avaliação do que temos de fazer depois», indicou Mullen.

Diário Digital / Lusa

 

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« Responder #37 em: Maio 20, 2008, 09:19:34 pm »
Os Vizinhos do Iraque e a Retirada Americana
Alexandre Reis Rodrigues
 


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É difícil compreender como se pode defender, de forma responsável, a retirada imediata dos americanos do Iraque. Que farão, nessa eventualidade, os 92000 efectivos da milícia Sons of Iraq armados pelos EUA há pouco mais de um ano e incluídos na lista de pagamento do Pentágono (16 milhões de dólares por mês)??

Não sendo integrados nas Forças Armadas e deixando de ter as costas protegidas pela presença americana, o mais provável é que voltem ao passado para combater a autoridade do Governo central. O Iraque, que hoje é um estado disfuncional, passaria, muito provavelmente, a engrossar a lista dos estados falhados. Já sabemos o que isso representa para a estabilidade no mundo.

No entanto, é a essa milícia (78% sunitas, 19% xiitas, 3% outras etnias), que os EUA devem parte significativa da melhoria da estabilidade alcançada nos últimos tempos, tendo conseguido que passasse a combater os jihadistas estrangeiros infiltrados no país e, em especial, as células da al Qaeda, em vez de combaterem a presença americana e os xiitas. Será possível integrar esses efectivos nas Forças Armadas iraquianas num curto espaço de tempo? Deverão ser integrados todos ou serem objecto de selecção? Com que critério? Está o Governo iraquiano preparado para conduzir esse processo, quando a maioria dos seus ministros se não se mostra entusiasmada com a possibilidade de umas forças armadas integradas etnicamente, não obstante, mais tarde ou mais cedo, ter que ser esse o caminho?

Os EUA conseguiram algum sucesso na promoção da reconciliação nacional entre as três facções principais, no topo das respectivas hierarquias; pelo menos a suficiente para tornar possível a realização de eleições, a formação de um governo e a elaboração de uma constituição. Mas não conseguiram que esse progresso fosse estendido às respectivas bases nem ao âmbito interno da comunidade xiita, onde hoje se luta acesamente pelo poder. Petraeus, com a sua estratégia bottom-up (de trabalho com as bases) procurou tornear essa dificuldade, apostando em acordos e tréguas locais para tentar desfazer a lógica tribal em que o país tem estado imerso e que, a continuar, pode levar à sua desagregação. Porém, em meados de Abril, não obstante diversos progressos, com impacto positivo no nível de segurança interna, Petraeus não tinha dúvida em reconhecer que não via ainda uma luz ao fim do túnel.

A crise, contrariamente ao que alguns defendem, não se centra na presença militar americana; iraquianos e vizinhos (à excepção do Irão) reconhecem consensualmente que essa presença continua a ser necessária para evitar que o país entre num caos irreversível. Quem insiste na retirada são apenas os americanos (à excepção da administração Bush e do candidato republicano McCain) mas muito mais com base nos seus interesses imediatos, agora também ligados à campanha em curso para eleições presidenciais, do que na resolução prática da situação no terreno.

A realidade da situação existente mostra que os iraquianos ainda estão numa fase muito primária do processo de aprendizagem para se entenderem entre si fora do contexto ditatorial em que Saddam os obrigou a viver nos últimos anos, estando a falhar em vários aspectos da transição para um regime que pretende ser democrático. Esta conjuntura está a impedir que se organizem para voltarem a ser capazes de defender o seu país e de impor a lei e a ordem e, assim, resolverem os problemas da pobreza e do desemprego generalizados, dos serviços básicos que não são garantidos de forma minimamente regular e da corrupção que continua a dominar a sua vida.

Toda a gente concorda que esta situação não pode ser resolvida apenas pela força militar que os EUA têm no terreno; mas falta assumir activamente mais duas circunstâncias: que também não pode ser solucionada exclusivamente pelos americanos nem apenas no âmbito interno do Iraque, isto é, que passa em grande parte pelos vizinhos e pelo papel que queiram ter (ou não ter) na evolução da situação. Mas as notícias desta última área também não são boas: do lado árabe, há uma quase geral inacção; do lado iraniano, há uma clara intromissão com impacto directo na segurança interna, pelo apoio dado às milícias xiitas.

Não é provável que este contexto possa evoluir favoravelmente no curto prazo. Todos os vizinhos estão interessados que a estabilidade volte, para que os EUA percam a justificação para a manutenção de uma forte presença militar e para aliviar o esforço de acolhimento dos refugiados que, em especial na Síria e Jordânia, continuam a aguardar uma melhoria da situação. Porém, sobre estes dois objectivos continua a prevalecer um profundo conflito de interesses estratégicos entre persas, árabes e muçulmanos, impedindo qualquer hipótese de esforço conjunto.

Os iranianos querem um Iraque sem possibilidade de voltar a ser a ameaça que foi no passado, o que implica um país, politica e militarmente, fraco e a etnia sunita arredada do poder. Querem usar a influência que tem sobre os xiitas iraquianos e sobre a situação geral do país para obter concessões políticas e militares, quer de Bagdad, quer de Washington (em especial, neste caso, sobre o seu programa nuclear). Sabem que com o controlo que mantêm sobre o Hezbollah manobram um dos mais importantes elementos da procura de uma solução de paz no Médio Oriente.

Os árabes precisam de um Iraque capaz de conter o Irão mas têm as maiores dúvidas que esse objectivo possa ser garantido pela maioria xiita que os EUA ajudaram a instalar em Bagdade, em substituição da minoria de sunitas, com que viviam sem dificuldades no tempo de Saddam. Depois dos problemas de segurança que algumas das suas delegações diplomáticas enfrentaram (o bombardeamento da Embaixada da Jordânia, o assassínio do embaixador egípcio, o rapto de diplomatas da Argélia e da Arábia Saudita, etc.) não se mostram dispostos a voltar. Nem sequer estão convencidos de que a recente ofensiva do Governo iraquiano contra as milícias de al Sadr possas ser interpretada como determinação para a contenção do Irão; acham que é um ajuste de contas, no âmbito da luta interna pelo poder.

A Turquia, embora numa posição mais lateral, quer principalmente precaver a possibilidade de o Curdistão se tornar independente; este objectivo, porém, interfere directamente na discussão interna em Bagdade sobre a melhor forma de governação do país: ampla autonomia às províncias ou um governo central forte.

A actual administração americana, a oito meses do fim do mandato, não parece ter campo de manobra para reorientar a sua estratégia fazendo com que os vizinhos passem a ser parte da solução em vez de serem apenas parte do problema. Na verdade nem sequer conseguiu qualquer sucesso em convencer os árabes de que o seu afastamento dos assuntos iraquianos apenas facilita o caminho ao Irão. Se as Nações Unidas não tiverem capacidade de desenvolver uma iniciativa de promoção de um novo diálogo regional à volta da situação iraquiana, então só nos resta esperar que a nova administração americana, em 2009, venha com ideias novas e disposta a falar com todos.
 
Jornal de Defesa

 

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André

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« Responder #38 em: Junho 03, 2008, 05:12:03 pm »
Arcebispo de Kirkuk contra saída dos EUA do Iraque - Ecclesia

O arcebispo de Kirkurk, Louis Sako, alertou para o perigo de guerra civil e para uma divisão do Iraque, caso os militares norte-americanos deixem o país, noticiou segunda-feira a agência Ecclesia.

Recentemente, o secretário norte-americano da Defesa, Robert Gates, assegurou que a desmobilização norte-americana será um «processo lento», defendendo que ela deve realizar-se sem precipitações, sob pena de pesadas consequências para os Estados Unidos.

As advertências do arcebispo, no contexto da influência que têm no Iraque os países da área como o Irão, Síria e Turquia, foram feitas em Milão por ocasião da entrega do prémio «Defensor Fidei», pelo bimestral Il Tiomne.

A distinção reconhece o compromisso do prelado em favor do diálogo inter-religioso, assinala a Agência.

«A Igreja caldeia - explicou Dom Sako- é a Igreja das origens também para o Ocidente. Hoje somos poucos mas, se desaparecessemos, seria uma grande perda para o Ocidente, mas também para o mundo muçulmano».

Sectores do governo iraquiano e os Estados Unidos advogam a criação de uma zona de protecção nas planícies de Nínive, a Norte do Iraque, para defender os territórios históricos do povo assírio-caldeu e dar abrigo aos cristãos perseguidos.

Presentes no Iraque desde o século II, muitos cristãos são perseguidos por extremistas islâmicos e optam por fugir do país.

Todavia, o arcebispo de Kirkuk não perde o optimismo: «Antes havia uma ditadura absoluta. Com a queda do regime que controlava tudo voltou a liberdade e agora é necessário educar as pessoas e respeitar os outros. Por isso, queremos o diálogo com os muçulmanos», vincou.

Segundo a Ecclesia, o arcebispo está confiante na possibilidade de um encontro do presidente do Irão, Mahamud Ahmadinejad com o papa Bento XVI.

«Se houver um diálogo sincero, poderá vir uma ajuda para o Iraque e para todo o Médio Oriente», comentou ele.

O presidente do Irão, Mahmud Ahamdinejad, é esperado hoje em Roma para participar para participar na cimeira sobre segurança alimentar da FAO.

A cimeira, que decorre na sede da Agência das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) em Roma, reúne meia centena de chefes de Estado e de Governo, assim como organizações internacionais.

Lusa
« Última modificação: Agosto 22, 2008, 01:29:27 pm por André »

 

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nelson38899

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« Responder #39 em: Agosto 22, 2008, 11:20:16 am »
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EUA podem iniciar saída do Iraque já em 2009

Os Estados Unidos da América e o Iraque estão muito próximos de um acordo sobre o futuro estatuto das tropas norte-americanas, depois de 2008, neste país do Médio Oriente. A última versão do projecto será apresentada esta quinta-feira em Bagdade.

"Estamos muito próximos" de um consenso sobre o Acordo do Estatuto de Forças (SOFA, sigla da designação do documento em Inglês), que regerá a presença do Exército dos Estados Unidos da América (EUA) no Iraque, segundo declarou ontem a secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, à chegada a Bagdade para uma visita-surpresa.

"Trata-se de um acordo bastante complexo. Fizemos cedências e o Iraque também", adiantou a ministra dos Negócios Estrangeiros norte-americana em conferência de Imprensa, após mais de três horas de reuniões com o primeiro-ministro iraquiano Nouri al-Maliki e outros membros do Governo. A última versão do projecto de acordo será apresentado hoje às cúpulas das autoridades iraquianas.

Recorda-se que, actualmente, há cerca de 147 mil soldados norte-americanos no Iraque. O Conselho de Segurança das Nações Unidas tinha decidido, em Dezembro de 2007, renovar "pela última vez" o mandato da força multinacional até 31 de Dezembro de 2008.

A última deslocação de Condoleezza Rice ao Iraque decorreu em Março passado. Desde então, conforme declarou ontem a mais proeminente figura da Administração Bush no âmbito da política externa, as negociações avançaram de forma positiva "em todos os aspectos". Apesar disso, segundo informa a agência noticiosa France Press (AFP), a secretária de Estado norte-americana não confirmou ontem que o acordo esteja pronto para ser assinado.

As negociações sobre o SOFA, cuja conclusão chegou a estar prevista para Julho passado, prosseguem, nomeadamente no âmbito do calendário para a retirada de tropas estrangeiras reclamada pelo Iraque. A AFP adianta ter conhecido, através de fonte militar norte-americana em Washington, que os EUA poderão iniciar, a partir de Junho de 2009, a retirada das suas forças das cidades iraquianas.

No final da conferência de Imprensa, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Iraque, Hoshyar Zebari, sublinhou: "Amanhã [hoje] é um dia muito importante". Para ter validade, o acordo terá de ser aprovado pelo Parlamento iraquiano (que reiniciará trabalhos no próximo dia 9 de Sepembro) e, posteriormente, ratificado pelo Conselho Presidencial, constituído por um curdo, um xiita e um sunita.

A confirmar-se a proximidade do início da retirada das tropas dos EUA, admite-se que o candidato democrata à Casa Branca tire partido do facto, na medida em que tem feito propostas eleitorais defendendo a retirada de torpas dos EUA daquele país para reforçar as forças militares no Afeganistão, onde os taliban têm intensificado os ataques. Ontem, a força multinacional anunciou a morte de mais oito soldados (três polacos, três canadianos e dois não identificados) vítimas da acção terrorista.


www.jn.pt
"Que todo o mundo seja «Portugal», isto é, que no mundo toda a gente se comporte como têm comportado os portugueses na história"
Agostinho da Silva
 

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André

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« Responder #40 em: Agosto 22, 2008, 01:32:27 pm »
Tropas dos EUA deixam Iraque até ao final de 2011

As tropas norte-americanas irão abandonar o Iraque até ao final de 2011, nos termos de um acordo de segurança negociado com os americanos que deverá ainda ser examinado pelas altas instâncias iraquianas, anunciou hoje o chefe dos negociadores iraquianos.
«No final de 2011, as tropas americanas irão retirar-se do Iraque», afirmou Mohammed al-Haj Hammoud, precisando a chegada a bom porto das negociações dos 27 artigos do pacto de segurança americano-iraquiano.

«Existe ainda uma cláusula estipulando que a retirada poderá acontecer antes de 2011 e que a presença poderá ser prolongada após 2011, em função da situação. Foi em relação a isso que as partes chegaram a acordo», acrescentou.

As negociações sobre o fim de oito anos de presença militar americana no Iraque começaram em Fevereiro e deveriam ter terminado em Julho.

A complexidade das questões e das divergências, nomeadamente sobre o calendário de retirada das tropas americanas, atrasaram, porém, a assinatura de um pacto.

Lusa

 

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legionario

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« Responder #41 em: Agosto 22, 2008, 07:36:55 pm »
Ou seja, ficamos no mesmo : podem ficar...podem nao ficar ...

Uma coisa me parece evidente, o Iraque nao tem futuro a nao ser com outro Sadam, ou entao dividindo o pais em 3 : curdos, xiitas e sunitas . O Iraque foi uma invençao dos ingleses, nao é pois nenhuma aberraçao se aplicarem o principio das nacionalidades ( o tal herdado da revoluçao francesa) e deixarem as autonomias às tribus.
Eles estao organizados dessa maneira (em tribus e clans) , nao vale a pena impôr o nosso sistema democratico, porque os iraquianos nao o querem.
 

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JLRC

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« Responder #42 em: Agosto 22, 2008, 09:28:22 pm »
Citação de: "legionario"
Ou seja, ficamos no mesmo : podem ficar...podem nao ficar ...

Uma coisa me parece evidente, o Iraque nao tem futuro a nao ser com outro Sadam, ou entao dividindo o pais em 3 : curdos, xiitas e sunitas . O Iraque foi uma invençao dos ingleses, nao é pois nenhuma aberraçao se aplicarem o principio das nacionalidades ( o tal herdado da revoluçao francesa) e deixarem as autonomias às tribus.
Eles estao organizados dessa maneira (em tribus e clans) , nao vale a pena impôr o nosso sistema democratico, porque os iraquianos nao o querem.


Eu também penso que o Iraque, tal como nós o conhecemos, não tem futuro e que se irá dividir em 3. É o resultado de se criarem fronteiras artificiais, marcadas a régua em cima de uma qualquer mesa. Tal como em África.
 

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Duarte

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« Responder #43 em: Agosto 24, 2008, 10:20:46 pm »
Citação de: "JLRC"
Eu também penso que o Iraque, tal como nós o conhecemos, não tem futuro e que se irá dividir em 3. É o resultado de se criarem fronteiras artificiais, marcadas a régua em cima de uma qualquer mesa. Tal como em África.


O mundo está repleto de estados artificiais. A história está cheia de estados falidos. Veja-se o caso da Nigéria / Biafra, do Congo (ex-Belga) / Katanga, da China, do Zimababwe e até das antigas colónias. Estados com variados grupos étnicos, religiosos, que nada têm em comun, criados ao capricho das super-potências e poderosos interesses económicos. Estes estados existem e deixam de existir por várias razões. Mais um estado destes, não faz grande diferença. Enquanto houver países poderosos dipsostos a sustentar estados-fantasia, a coisa vai. As razões da sua existência ou falência, nem sempre são previsíveis.
слава Україна!

“Putin’s failing Ukraine invasion proves Russia is no superpower"

The Only Good Fascist Is a Dead Fascist
 

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André

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« Responder #44 em: Agosto 25, 2008, 03:50:23 pm »
Tropas internacionais retiram do Iraque até 2011



Os Estados Unidos e o Iraque assinaram um acordo que estabelece a retirada das tropas norte-americanas e aliadas daquele país árabe até ao final de 2011, revelou o PM iraquiano.

Nouri al-Maliki falava com líderes tribais em Bagdade, esta segunda-feira, a quem revelou o acordo recentemente assinado com os norte-americanos.

O acordo, que levou 10 meses a ser negociado, terá ainda que ser aprovado pelo parlamento iraquiano. Na sexta-feira, fonte governamental tinha avançado outro dos 27 pontos do documento: a retirada das tropas norte-americanas de todas as zonas urbanas até Junho de 2009.

Outro ponto do documento deverá ainda confirmar uma situação de relativa imunidade dos soldados norte-americanos à luz da lei iraquiana.

Os Estados Unidos têm cerca de 147 mil soldados no Iraque, país que invadiram em 2003. Apesar do acordo, é provável que a colaboração militar entre norte-americanos e iraquianos continue para lá de 2009, com a permanência de alguns elementos do exército dos Estados Unidos.

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