Papatango:
Em 1385 provavelmente a maioria da população rural portugesa também estaria de fora dos que se passava entre a Leonor Teles, o Andeiro e o Mestre de Avis.
Tenho que discordar, porque, se olharmos para a História, verificamos que uma grande parte da população rural estava do lado do Mestre de Avis. (Que na altura de Aljubarrota, já não era mestre de Avis, era já D. João I de Portugal).
As tropas Castelhanas não vieram a Portugal com o intuito de impor um sistema em que o povo português pudesse decidir de sua livre vontade. As tropas Castelhanas vinham para, impondo os direitos de D. Beatriz, uma princesa de 11 anos de idade, casada com o rei de Castela, impor os direitos do rei de Castela sobre Portugal.
Como já referi noutros tópicos, é o povo (e naturalmente a maior parte deste, é rural) que apoia o mestre de Avis e o Condestável D. Nuno Alvares Pereira.
Não devemos fazer confusões. O que se debate no iraque é um fundamentalismo anacrónico e medieval que está a destruir, como se fosse um cancro, as células cerebrais dos árabes.
Grande parte dos iraquianos não se manifesta. Pode até não estar de acordo com os americanos, mas muitos iraquianos são gente instruida. Essa gente instruída é um perigo para os fundamentalistas. Se amanhã os exércitos ocidentais sairem do Iraque, serão estes cidadãos instruidos os primeiros a serem passados pelas armas (vulgo assassinados).
Não preciso que me venham dizer que talvez não aconteça. No Afeganistão também havia uma classe média instruida. Vejam o que aconteceu.
O fundamentalismo islâmico, se ganhar terreno no Iraque, não se contentará. Não ficará pelo Iraque. Que ninguém tenha ilusões.
Embora seja verdade que há no Iraque muitas armas (demasiadas) nas mãos de civis, não acredito que os pais de familia tenham todos, em casa uma colecção de projecteis para RPG-7.
Se estes fanáticos ganharem, alguém no seu juizo acredita que haverá eleições no Iraque?
Haverá mais mortos, mais executados, mais torturados, mais exilados, e acima de tudo mais fanáticos prontos a se explodirem contra tudo o que lhes parecer infiél.
Posso parecer um pouco egoista neste aspecto. Mas se o conflito com os extremistas tiver que ocorrer em algum lugar, antes lá que cá.
Abandonar o Iraque e voltar para casa é o correspondente a recuar e voltar para dentro da nossa fortaleza, para aí, se necessário for, proceder á defesa.
Mas, Napoleão escreveu e a História militar o prova. O lado que escolhe refugiar-se por detrás das muralhas, é o lado que está condenado a perder a guerra.
É lá que os extremistas devem ser contidos. Se não forem contidos lá, teremos que lutar com eles cá. E nessa altura já estaremos a defender as muralhas. Poderá ser demasiado tarde.
Cumprimentos